Levy Pov's

E lá estava eu, em meio a muitos olhares incrédulos sobre mim. Até mesmo Juvia havia ficado surpresa e espantada com oque eu havia dito, provavelmente ela nunca esperaria algo deste tipo vindo de mim. Não eramos tão amigas quanto eu e a Lu-chan, mas eu nunca deixaria de ajudá-la. E, naquele momento, esta foi a única maneira que eu encontrei de livrar Juvia, principalmente neste momento em que Gray está entre eles. Gajeel parecia ser o mais espantado de todos, os olhos arregalados e provavelmente, vários xingamentos em mente. Respirei fundo antes de respondê-los.

– É exatamente isso que vocês ouviram...-Falei com a voz firme. Todos soltaram o ar que haviam prendido sem que percebessem. Gajeel socou a parede com força e raiva, assustando-me um pouco com seu ato repentino.

– Levy-chan você não precis...

– Shiiii...deixa comigo! -sussurrei para Juvia ao interrompê-la.

– Nossa Levy...Seus pais irão adorar saber disso..-A voz enjoada de Lisanna se fez presente e eu arregalei meus olhos. Eu havia esquecido completamente da fuinha branca! Olhei para Juvia com um olhar um tanto quanto desesperado e a mesma me retribuiu com outro olhar como se dissesse sem dizer: "eu vou dizer a verdade"..mas eu apenas negei com a cabeça e virei-me para encarar Lisanna, que tinha um sorriso cínico em seu rosto.

– Lisanna, você nem se atreva a intrometer-se em minha vida..-Eu disse visivelmente irritada e com a minha pior cara maligna.

– E oque você vai fazer, hein nanica? -Eu iria respondê-la da pior forma possível, quando ouço Gajeel gritar..

– CHEGA ! NINGUÉM VAI FALAR NADA PARA NINGUÉM..QUE DROGA! -gritou irritado como um dragão, admito que ele estava me assustando..Lisanna calou-se e logo foi embora acompanhada por Cana , Ultear e Meredy.

– Juvia acha ótimo elas terem ido embora..-Disse. Gray não desviava seu olhar dela, oque preocupava-me de alguma forma. Gajeel me fitava intensamente, junto ao Natsu-san e Sting, que nunca perde uma confusão. Suspirei.

– Okay, pode falar...-Disse a Gajeel, sentando-me no sofá ao centro.

– QUE MERDA DE HISTÓRIA É ESSA DE GRÁVIDEZ LEVY MCGARDEN?!! -Seu grito fez meus ouvidos doerem, eu apenas respirei fundo.

– Ei casal, sem D.R aqui, né? -Sting parecia uma mulherzinha falando.

– Okay, Levy..Vem comigo até meu quarto. -Disse, sem se importar com oque os outros iam pensar. Corei.

– S-Seu q-quarto...? -Gaguejei por conta da vergonha, principalmente com Sting e Natsu nos lançando olhares maliciosos.

– Sim, qual é o problema? -Inocente! Apontei para o rosado e Sting, Gajeel revirou os olhos. -Esses dois babacas? Aff..

– Eeei ! -Protestou Natsu.

– Cala a boca frutinha...Vem Levy..-Antes mesmo que eu ou Natsu pudéssemos protestar contra, Gajeel já havia me "arrastado" até o quarto. De longe, eu via Juvia pedir desculpas com os olhos, eu apenas assenti e logo em seguida, ouvi o ruído de uma porta fechando-se, e constatei que eu e Gajeel haviamos entrado em seu quarto. Creio que não é preciso adicionar o detalhe de que o quarto de Gajeel é digno de um metaleiro louco por Rock, certo? Pois bem, era. As paredes cheias de posters de várias bandas americanas e japonesas. As paredes que não eram cobertas por estes posters, eram pintadas da coloração preta, o chão de madeira clássica, detalhe este que me surpreendeu. Nas estantes, revistas, cd's e dvd's de rock, mas algo me deixou um tanto quanto curiosa, havia alguns livros, poucos, no mínimo uns 8 ou 9, mas tinha. E não falavam sobre rock (exceto por um, que era a biografia de um cantor de rock desconhecido para mim), e sim de terror e de ficção ciêntifica (apesar de haver uma exceção desses casos com o nome de "Amor Ninfomaníaco", mas não vamos comentar a respeito, afinal, eu tinha vários volumes deste livro).
Enfim, Gajeel apontou para a cama, muito bem arrumada, e eu apenas o obedeci, sentando-me nela.

– Não vou te falar nada...-Fui logo dizendo. O mais ideal seria eu ter dito: "eu ainda não inventei algo convincente para te dizer"..Mas creio que esta não seja uma boa ideia se eu quiser continuar com esta mentira por mais tempo.

– Olha baixinha...-Ele respirou fundo-..Você está mesmo grávida?

– B-Bem..Não podemos confiar tão fácil em testes de farmácia..-Senti meu rosto esquentar.

– Não foi isso oque perguntei..

– Hmm...-Me dá um minuto para inventar?

– Estou esperando uma resposta...-Eu não o respondi, afinal, não sabia oque dizer. Pouco a pouco, eu o via perdendo a paciência. -RESPONDE DROGA!

– NÃO TE INTERESSA, VOCÊ NÃO É MEU DONO! -Cuspi as palavras de uma vez, irritada. Quem ele pensava que era para falar assim comigo?
Gajeel nada disse, apenas sentou-se em uma cadeira na escrivaninha e ali ficou, com a cabeça baixa caida em cima dos braços que estavam apoiados em cima da escrivaninha.
Me levantei e sai do quarto, batendo a porta com toda minha força. Parei de costas para a porta já fechada e respirei fundo, olhei adiante e vi apenas Natsu e Juvia ali, olhando-me assustados.

– Desculpem-me...Ju-chan eu já vou indo embora. -Disse ao me aproximar.

– T-Tudo bem Levy-chan..-Respondeu.

– Ah! Levy..-O meu amado Natsu-san (talvez não tão meu) havia me chamado.

– S-Sim? -Não pude evitar em corar um pouco.

– Quer que eu te leve até sua casa? -Meu coração acelerou e eu apenas sorri fraco, mesmo que por dentro eu fizesse festa.

– Eu ficaria muito agradecida..-Okay, confesso que está parecendo mais uma daquelas cenas clichês de novelas.

– Okay, então vamos. Até amanhã na escola Juvia! -Natsu despediu-se da azulada com um beijo no rosto.

– Até Natsu-san! Tchau Levy-chan e ..Muito obrigada mesmo..-Dei um largo sorriso amigável para ela.

– Sem problemas Ju-chan..

– Certo..Vou ver como meu irmão está. Matta ne.

– Matta. -Eu e Natsu respondemos juntos, logo em seguida saímos porta a fora da casa dos Redfox's.

Caminhamos em silêncio até o carro de Natsu, este não era uma Ferrari nem Lamborghini, era apenas um carro comum da coloração branca. Natsu abriu a porta do banco ao lado do motorista para mim entrar, quando eu o fiz, o rosado a fechou e correu até o outro lado, entrando e sentando-se ao meu lado logo em seguida. Deu partida no veículo, e ficamos sem falar nada por alguns minutos.

– B-Bem, porque não teve aula hoje? -Resolvi perguntar, quebrando o silêncio que havia se tornado um incômodo entre nós.

– Ah, bem, é que mais da metade dos alunos da nossa sala estão ajudando hoje na arrumação do baile que terá sábado. Até mesmo vários professores iriam faltar para ajudar, então o diretor Makarov resolveu suspender a aula de hoje. Mas amanhã volta tudo ao normal. -Explicou olhando para a estrada com cautela. Sorri.

– Hm..Entendi. Você levará a Lu-chan ao baile? -Perguntei apenas por curiosidade.

– É claro. E ainda farei uma surpresa a ela. Mas não posso te contar. -Arqueei uma sobrancelha com oque ele havia dito.

– Porque não?

– Porque meninas são fofoqueiras, principalmente as melhores amigas. -Eu ri com seu comentário, mas concordei em certas partes.

– Okay..-Não insisti em saber, mas esperava que a deixasse feliz.

– E você eo Gajeel ? Parecem se amar muito. -Me encolhi um pouco , parecia que eles não haviam escutado nossos gritos de mais cedo.

– B-Bem...De certa forma...s-s-sim...-Virei o rosto para fitar a paisagem atrás da janela ,com o carro em movimento.

– Bem, espero que sejam felizes! -Natsu deu um de seus largos e encantadores sorrisos, que eu não hesitei em corresponder.

– Obrigada Natsu-san. Digo o mesmo de você e a Lu-chan. -Uma lágrima solitária escorreu por meu rosto, fazendo-me voltar a olhar para o outro lado enquanto a limpava com rápidez.

– Arigato. Hey Levy, chegamos. Tenha uma boa tarde. -Olhei em meu relógio e vi que eram 13:15 p.m.

"Como o tempo passa rápido"

Pensei comigo mesma. Beijei a bochecha de Natsu antes de me despedir com um simples "obrigada", a qual fui retribuída com mais um sorriso. Desci do carro e corri até em casa, entrando pela porta da frente. Na sala, encontravam-se meus pais e Mirajane.

– Levy querida, sente-se aqui. -Mamãe disse, apontando para o sofá em frente aos três. A obedeci e sentei-me confortavelmente, logo os fitei curiosa.

– Desculpe, fiquei sabendo que não tinha aula apenas quando Lucy acordou as 11:30 a.m e me avisou. Aliás, ela foi para casa dela e disse que mais tarde passa aqui para vocês duas sairem juntas. -Disse Mirajane.

– Okay..Nem sabia que ela havia dormido aqui em casa. -Eu disse.

– Sim, ela passou a noite aqui. -Mamãe falou.

– Levy, sobre oque aconteceu com seu primo...-Meu pai começou a falar.

– Estou curiosa, quero saber logo oque houve com Azuma. -Eu digo, incentivando-o a continuar.

– Certo. Azuma foi preso por tentativa de estupro e por outros crimes que ainda não temos total conhecimento. -Minha única reação foi arregalar meus olhos.

– No entanto, ele ainda tem fiança, ou seja, se alguém resolver pagar certa quantia que a polícia está exigindo, ele terá liberdade. -Me arrepiei.

– Mas não se preocupe, ninguém seria louco a este ponto. -Tranquilizou-me meu pai.

– Hmm...Espero que não..-Respirei profundamente.

– Bem, Levy..Eu e seu pai sairemos novamente de viagem. -Os fitei incrédula.

– Mas já? Vocês acabaram de chegar..-Sentia meu coração querer sair pela boca.

– Desculpe-nos querida, eu terei que ir até New York para uma reunião que definirá o rumo da McGarden Diamond's e sua mãe tem um desfile importantíssimo em Los Angeles. Tente nos entender. -Eu já sentia as lágrimas quentes invadirem meus olhos, embaçando minha visão. Eu iria ficar sozinha...novamente.

– O-Okay...Eu já deveria estar acostumada a ser deixada para trás mesmo. -Não esperei nenhuma reação deles. Assim que senti as lágrimas cairem, eu corri para a escada, afim de subir para meu quarto e trancar-me lá. Na metade de meu trajeto, ouço a porta da frente ser aberta com um pouco de violência, olhei assustada na direção do estrondo. Era Gajeel.

– LEVY! -Ele grita em minha direção ao ver-me chorar. Ignoro completamente sua presença e corro para meu quarto aos prantos.

Entrei em meu quarto e tentei fechar a porta, porém, Gajeel havia me seguido e segurado a porta, ainda do lado de fora, impedindo com que eu a fechasse.

– Sai ! -Ordenei chorando.

– Não vou te deixar assim..

– Porque? Você não se importa realmente! Está comigo apenas para ter status. -Cuspo as palavras e sinto minhas lágrimas aumentarem.

– Isso não vem ao caso. -Nós ainda seguravamos a porta. Eu tentando fechá-la e ele me impedindo.

– Estou cansada de pessoas interesseiras. -Digo com raiva e reúno mais força, usando-a contra ele.

– Estou cansado de garotas mimadas. Levy, chega! -Enfim ele consegue abrir a porta, e com toda a força que ele faz, acabo por quase cair no chão, no entanto, Gajeel me segurou, fazendo-me ficar em seus braços.

– Mimadinha..-Sussurou.

– Idiota. -Retruco.

– Baixinha.

– Escada de bombeiro. -Haha! Ok...eu sei que essa foi péssima.

– Nanica de biblioteca.

– Estúpido.

– Imitação mal-feita de Avatar!

– Grrrr....-Corei ao notar que ainda estava em seus braços, e estavamos bem próximos. Usei um pouco de força e o afastei, já pondo-me de pé.

– Hm...B-Bem...- Gajeel estava corado?..-Desculpe-me por mais cedo.

– T-Tudo bem..Desculpe-me também, eu não devia ter gritado com você. -Me desculpei e logo em seguida trocamos sorrisos amigáveis.

– Eu já sei como irei corrigir isso! -Gajeel não esperou respostas minhas e desceu correndo até a sala, eu apenas o segui curiosa. Chegamos até a sala onde os três ainda estavam conversando.

– Senhor e senhora McGarden. -Gajeel os chamou e mamãe o olhou sorridente.

– Fale Gajeel-kun..

– Eu queria lhes dizer que..-Gajeel me olhou.- Estou disposto a assumir o filho da Levy! -Hm...Que lindinho, Gajeel está disposto a assumir meu filho..Perai..OQUE?

– FILHO ? -Mirajane, Kayra e Inari gritaram juntos.

– GAJEEL! -O puxei sem delicadeza alguma até meu quarto, com ele resmungando. Porém antes ouvi meu pai gritar:

– LEVY MCGARDEN..VOLTE AQUI AGORA E NOS EXPLIQUE ESTÁ HISTÓRIA DIREITINHO. -Seu tom de voz não era nem um pouco amigável.

– TE AMO PAPAI ! -Gritei em resposta antes me trancar com Gajeel no quarto. (Hentai's de plantão, não pensem besteira.)

– Porque fez isso? -Gajeel pergunta e uma vontade louca de matá-lo se faz presente em mim.

– Que merda você tem na cabeça para ir lá e dizer uma coisa dessas para os meus pais?

– Você...-Gelei. Me afastei um pouco corada. - Acreditou! Gihii..-Então era mentira? Peguei o meu travesseiro e joguei nele com raiva, que desviou por pouco.

– Baka! Nunca mais fale com meus pais sobre isso. Ah..E...E-Eu não estou grávida. -Fitei o chão.

– UFA! ..q-quer dizer....Não?! -Fez cara de confuso e eu me permiti soltar uma risadinha baixa.

– Não..Mas porfavor, não faça mais perguntas. Pelo menos não agora. -Gajeel apenas me olhou e assentiu.

– Tudo bem...Eai, quer ver um filme?

– Okay, não é uma má ideia. -Realmente não era.

E assim passamos o resto da tarde. Eu e Gajeel escolhemos, depois de muita briga, um filme de terror para assistirmos. Preparei alguns lanches para nós enquanto Gajeel colocava meu colchão de casal no chão do meu enorme quarto. Fechamos todo o quarto, a ponto de não haver nenhuma claridade e colocamos o filme escolhido, enquanto deitava-nos no colchão. Durante o filme, houve várias cenas assustadoras em que eu escondia meu rosto no peito de Gajeel, enquanto o mesmo acariciava meus cabelos em um cafuné perfeito, acalmando-me. Quase no final, Gajeel adormeceu. Levantei meu rosto para fita-lo..
Foi então que lembrei-me de quando ele havia dito para eu não me apaixonar por ele.

– Será que se eu me apaixonar, você se apaixonaria por mim também? -Pensei alto. Balancei a cabeça, tentando desviar estes pensamentos. Era impossível nós nos apaixonarmos um pelo outro...Eramos tão diferentes..Ou não?