‘’Porque ela tem que fazer isso comigo?’’ Samantha se perguntava, deitada no sofá com uma almofada sobre seu rosto, abafando suas duvidas.

‘’Porque tem que ser assim?’’ Gritou, liberando toda sua tensão acumulada, teria que fazer algo, Anne a dominava mesmo ainda não sabendo disso, ela era a mulher, era ela.

— Preciso falar com o Alan. Levantou do sofá e foi até sua mesa apanhar seu celular, digitou o número e esperou seu irmão atender.

— Alan?

— Sam? Que saudades. – falou o rapaz animado.

— Eu também. –tremeu a voz ao ouvir a do irmão mais novo.

— Sam? Oque esta acontecendo?

— Nada Alan, como está tudo ai? - fungou.

— Por aqui está tudo bem, só estou mais malhando do que atirando, está tranquilo, até de mais, e quem não está nem um pouco tranquila é você não é Hips?

Samantha abriu um sorriso ao lembrar-se dos seus apelidos quando crianças.

— É uma garota Feet. Não sei oque está acontecendo, não sou mais uma adolescente, sei como lidar com meus sentimentos, mas só que ela.. ela..

— Sei como é Sam, afinal gosto de garotas também – gargalhou.

— Só deixa rolar Sam, tudo vai se ajeitar, afinal você é uma pessoa incrível e muito hot, você sabe disso, e em alguns meses estou ai te enchendo outra vez.

— Ok Alan, obrigada pelo... não sei oque foi isso, toma cuidado e nada de bebedeiras ouviu?

— Certo, e Hips, vê se pega de jeito essa garota logo.

— Ta, vai lá Alan, beijo, te amo.

— Te amo também. Desligou o celular e se direcionou para a poltrona tentar terminar o próximo capitulo do livro.

“Meus pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações”

“Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai ferí-lo.”

— Esse livro é incrível!

Ding Dong

— Senhorita Klein? – ouviu um chamado atrás da porta.

— Já vai! – disse se levantando.

— Que foi? – disse abrindo a porta.

— Um pacote chegou para você. – disse um empregado do prédio.

— Ah, obrigada. – pegou o pacote e fechou a porta.

— Quem será? – rasgou o embrulho de uma vez.

Na grande caixa com enchimentos de papel, tinha apenas uma caneca no fundo dela, Samantha tirou-a dali e nela estava escrito de vermelho ‘’Samantha ama Veronica secretamente’’ Na hora a morena pensou em arremessar a caneca contra a parede, mas respirou fundo e colocou-a na pia. Não sabia o porquê dela se envolver com uma pessoa tão mesquinha e infantil, Veronica era o tipo de pessoa oportunista, depois de vários meses com ela havia percebido como ela era realmente, não tinha amigos, nada, uma pessoa solitária, cheia de falsidades ao seu redor, sentia pena, pena daquele ser humano. Havia um bilhete dentro da caneca, Samantha nem quis lê-lo rasgou o papel vermelho e jogou na lixeira. Subiu as escadas e ligou as torneiras da banheira, colocou a espuma e sais de banho, logo o seu banho estava pronto, precisava relaxar, se não, não conseguiria curtir a festa. Despiu-se e entrou na banheira, pegou o controle do som e colocou as músicas em aleatório e a primeira a tocar foi To Make You Feel My Love.

— Essa música. – exclamou revirando os olhos.

Fechou os olhos e sua amada veio em sua mente, Anne tem um jeito que só ela sabe sorrir, gosta do jeito que seus lábios percorrem seus dentes até completar o sorriso, sabia que era uma louca de reparar cada detalhe especifico daquela linda loira que abalou seu coração por inteiro, sabia que o sentimento não era mútuo e podia sair ferida, mas quem liga? Samantha pegou a esponja e passou sobre suas pernas e braços, passando pelo pescoço e descendo para o tórax, se enxaguou e saiu da banheira. Abriu seu armário e algumas coisas caíram de lá de dentro.

— Preciso dar um jeito nisso depois.

Pegou alguns vestidos que gostaria de usar hoje à noite e colocou-os sobre sua cama, estava em duvida entre um azul marinho e um vermelho, os dois um tanto quanto curtos, próprio para a ocasião. Como não conseguiu escolher entre os dois foi se maquiar apenas de toalha, passou um delineador e colocou um batom escuro, voltou olhar os vestidos e o escolhido foi o vermelho, vestiu e ficou diante do espelho, soltou o cabelo e enrolou um pouco as pontas, logo estava pronta, visual aprovado. Desceu as escadas e Quinn já apertava a campainha desesperada.

— Alguém está morrendo por acaso? – abriu a porta para a amiga.

— Eu talvez? Sam a Taylor... – respondeu ofegante.

— O que tem ela? – disse abrindo o notebook.

— Ela veio e está sozinha, Afinal você esta uma gata – falou Quinn reparando na morena desta vez.

— Obrigada, sua chance... – falou Samantha batendo no ombro da loira.

— Minha chance? Sam, você já viu como ela é linda e eu não tenho nenhuma chance.

— Quinn quantas mulheres você já pegou, essa vai ser mais uma.

— Olha quem fala e ela não é mais uma ela é especial Sam.

— Então Quinn lute por oque quer.

— Vai lá, dai eu não preciso descer. – disse já tentando tirar o salto mas sendo interrompida pela amiga.

— Não Sam, você vai, vamos! –disse puxando a amiga para fora do apartamento.

— Ai! Solta Quinn espera eu ligar o alarme.

Quinn revirou os olhos e esperou Samantha terminar, foram em direção ao elevador e Quinn apertou o oitavo andar, era onde a festa estava acontecendo. As duas deram os nomes para os seguranças e as deixaram entrar, quando entraram as pessoas que as conheciam deram gritinhos de felicidade, eles sabiam que Samantha Klein e Quinn Sparks animavam as festas, várias garotas se aproximavam delas, totalmente bêbadas e eram ignoradas. Chegaram ao barzinho e Quinn pediu as tequilas.

— Olha ela lá Sam! – disse Quinn disfarçando.

— Aonde? –perguntou a morena forçando a vista.

— Merda esqueci as lentes, Ata! Vi ela, vá lá Quinn.

— Não Sam. – disse apreensiva. — Taylor! – gritou Samantha.

— É você mesmo!

— Não Sam, por favor!

— Chama a Quinn pra dançar! Sua lerda! A garota corou e Quinn a puxou pra pista. Samantha virou mais alguns copos da tequila e foi dançar, adorava musicas eletrônicas, admitia que não dançava tão bem mas dava pro gasto. Dançou quatro músicas até que cansou e sentou em um banco. Nesse momento, chegou uma mulher alta e sentou ao seu lado, e pediu a Samantha se poderia lhe pagar uma bebida.

— Só se for tequila! – respondeu no ouvido da mulher.

Chegaram às bebidas e as duas tomaram, a mulher não tinha muito assunto, mas se aproximou bem sexy da morena e a chamou mais uma vez para pista, a mulher se insinuava inteiramente a Samantha e ela retribuía as insinuações dançando cada vez mais perto, do nada a mulher beijou Samantha a força, como a mulher era mais alta e mais forte que ela aquele longo selinho durou algum tempo, quando Samantha conseguiu escapar empurrou a mulher e voltou para o banco no bar. Pediu um ultimo copo de tequila para o garçom e ficou observando, do outro lado da pista havia um grupo de meninos e meninas dançando e rindo, forçou a vista novamente para ver alguém que provavelmente conhecia naquele grupo, forçou mais a vista e quando foi se dar conta estava no chão por conta de um tapa de uma garota que surgiu correndo no meio da pista.

— Vadia! – gritava a garota de cabelos cacheados segurada pela a mesma mulher alta que havia beijado Samantha anteriormente.

— Vadia é essa sua sei lá o que que me beijou a força.

— Eu vou te matar! – gritava a garota para Samantha que começava a sentir sua raiva subir.

Nesse momento o grupo que estava do outro lado da pista se aproximou.

— Briga! Briga! — É melhor você e essa garota sair da festa se não isso aqui vai ficar pior – Falou Samantha autoritária.

— Não vamos sair, você me fez te beijar – disse a mulher alta. Samantha preparou para bater na mulher, mas alguém agarrou pela cintura.

— Sam, vamos sair daqui. – disse a voz, acalmando Samantha na hora. Samantha piscava várias vezes, sua visão estava embaçada e um pouco escurecida por causa da raiva que passou.

— Toma essa água!

— Oque tem ai Anne? – perguntou pois observou que tinha algo no fundo do copo.

— É um remédio meu pra ressaca.

— Não estou de ressaca, vou arrebentar a cara daquela gigante, ela me beijou Anne ela! Não eu!

— Você não vai a nenhum lugar!

— Vou sim! Me solta! – disse tentando se soltar dos braços de Anne.

— Não, por favor, Sam! – Com isso ela parou.

— Vou embora!

— Levo você na sua casa. – disse Anne.

— Não vou pra casa! – disse saindo pela porta.

— Vou com você. – Anne a seguiu.

Samantha foi para o elevador e esperou Anne entrar, apertou o térreo e desceu. Saíram pela porta rotatória, e a loira a seguia pela calçada. Sam foi na esquina e voltou reclamando da briga que perdeu.

— Ela me paga! – resmungava.

Samantha voltou ao prédio e dessa vez apertou a cobertura sempre seguida por Anne, abriu o alarme e as duas entraram.

— Belo vestido. Elogiou Anne.

Samantha ignorou e tirou o vestido antes de se deitar, ficando apenas com de roupas intimas. Deixando Anne um tanto quanto incomodada com a situação.

— Obrigada. – respondeu Samantha com a cabeça coberta.

Anne apagou a luz e desceu as escadas, com medo de que a morena acordasse e saísse do apartamento, sentou no sofá e acabou pegando no sono.