As coisas aos poucos foram voltando ao normal.

Jeremy compensava à falta de Bonnie todos os dias e aos poucos ele a fez esquecer a dor da perda. Ela também havia sido muito companheira nesses três meses em que eu havia sentido a dor da perda.

Matt e Rebekah haviam assumido um compromisso e ela não parecia mais ser aquela Original rude que todos conheciam. Eu até tolerava ela. Acho que o que a afetava realmente era Klaus.

Elena me evita desde a conversa estranha que tivemos pouco antes de eu morrer, e depois Silas morrer, e a minha mãe morrer e eu viver novamente... Muito complicado? Ainda estou tentando entender como isso funciona.

Nós não nos falamos além das educações necessárias toda vez que nos encontrávamos, e embora eu sentisse muita falta dela, eu não poderia pedir perdão por contar a verdade. Só esperava que nossa relação não fosse como a de Katherine e Klaus e eu não precisasse fugir durante anos até ela perceber que eu não guardo magoa dela.

Não guardar magoa de Elena, era algo extremamente difícil e exigia muito do meu esforço, talvez fosse por isso que eu estivesse completamente ferida com a história de Stefan ter sumido.

Sem nenhuma pista, uma palavra, um tchau, sei lá... Ele não deixou nada! Não tínhamos como encontrá-lo, eu não podia sequer agradecer por ele ter ajudado à destruir Silas.

Pelo menos não até agora.

- Por que eu acho que isso não é uma boa idéia? – Matt falou enquanto virava à direita.

- Porque não é – Rebekah sorriu – Não para humanos...

- Não mesmo! – Concordei – Vamos checar nossas coisas.

- Algumas seringas de verbena – Jeremy começou a contar – três estacas banhadas em Verbena, uma lança, Duas vampiras, uma bruxa, um caçador de vampiros e... Foi mal Matt... Um Humano.

- Eu vou ficar traumatizado pelo resto da vida – Matt respondeu fazendo com que todos nós ríssemos.

- Pelo menos você vai ter o fim de uma pra se livrar da vergonha – Bonnie provocou – Se fosse Rebekah ou Caroline, carregariam isso pra um nível mais de... Eternidade.

- Com certeza! – Sorri.

Na verdade, eu estava preocupada. Minha mãos estavam suando e minhas pernas tremiam. Eu não sabia como ia ser encurralar Stefan em um lugar.

Há dois meses atrás, começamos nossas pesquisas e descobrimos que Portland era agora considerada a cidade com o maior índice de assassinatos onde o assassino nunca foi detectado. Ou havia algum outro vampiro experiente demais nessa cidade, ou nosso estripador estava por aqui.

Matt estacionou o carro em frente à um conjunto de prédios antigos e então nos olhou, esperando por respostas.

- Uma estaca para mim, uma para Caroline e a outra para Rebekah – Jeremy falou – Bonnie fica com as seringas e seus feitiços.

- E eu? – Matt questionou e nós nos entreolhamos.

- Matt, a gente não quer arriscar as suas chances de ter um futuro normal. Stefan é perigoso e nós sabemos disso – Falei e ele balançou a cabeça positivamente, como se estivesse entendendo.

- Só que eu não estou nem aí pra isso – Matt sorriu irônico e pegou as seringas das mãos de Bonnie – A gente vai pegar ele de qualquer jeito mesmo!

Rebekah o olhou com o seu melhor olhar de quem o estava fuzilando e ele deu de ombros. Rolei os olhos e então assenti, atravessando a rua em direção aos prédios.

***

Por um momento, cheguei à pensar que havia alguém morando nesses prédios, depois entendi que não passava de apartamentos queimados por dentro, como se tivessem sofrido algum tipo de ataque.

- Vocês... Acham que – Matt começou a falar, mas eu fiz um sinal e ele ficou quieto

Stefan era esperto. Ele poderia estar escondido onde menos esperávamos e qualquer ruído o alertaria da nossa chegada.

Depois de muito procurar, Bonnie encontrou algo estranho. Um apartamento que parecia não ter sofrido nenhum dano. Ele estava arrumado e tinha algumas malas guardadas entre um dos sofás da sala e a parede.

- Salvatore – Bonnie leu a etiqueta em cima da mala – Bingo!

Começamos abrir cada porta do apartamento, mas estava vazio. Não havia ninguém ali. Nós nos sentamos no sofá, exaustos de procurar por qualquer coisa e ficamos em silêncio. Por mais medo que eu tivesse, eu queria encontrar Stefan.

Talvez fosse algo que eu desejei tanto, que a porta da sala se abriu alguns minutos depois que nos sentamos.

Stefan entrou no apartamento com uma garota. Ela era ruiva, com longos cabelos ondulados e magra. Suas pernas se prendiam em volta da cintura de Stefan e ele a beijava agarrado à ela.

Ele pareceu surpreso quando nos viu, mas não parou a cena.

Bonnie me olhou surpresa enquanto eu apenas tentava fazer com que minha mente obedecesse e me tirasse daquele apartamento, mas eu permaneci sentada olhando para a garota com Stefan.

- Você não vai gritar – Ele falou olhando-a nos olhos – Mas isso vai doer.

Eu sabia que aquele era o estripador e que sua sede de sangue era sempre fora do normal, mas me impressionei quando Stefan mordeu o pescoço da garota com toda fúria que ele podia ter dentro de si, e enquanto a dilacerava, todos nós assistíamos.

Rebekah se levantou e avançou contra ele, tentando cravar a primeira estaca, mas ele foi esperto o suficiente para usar a garota como escudo e Rebekah cravou a primeira estaca banhada em verbena no abdômen da garota.

- Parece que nós temos visitas – Stefan sussurrou no ouvido da garota que assentiu gemendo – Se eu não estivesse tão faminto, eu até ofereceria o sangue dela pra vocês.

Com uma outra mordida do outro lado do pescoço da garota, Matt lançou a primeira seringa. Stefan fazia o que podia para se defender atrás do corpo da garota, mas Bonnie nunca deixaria isso do jeito que estava. Ela ergueu as mãos e o corpo já morto da garota atravessou a sala inteira, se prendendo em uma parede.

Agora era somente nós e ele.

Tentei cravar a minha estaca, mas ele segurou meu braço no ar e me empurrou, fazendo com que eu batesse as costas na parede. Jeremy, Rebekah, Bonnie e eu revezávamos os golpes, mas não conseguíamos atingir Stefan.

Não até o momento em que Matt o desconcentrou fincando uma de suas seringas no tornozelo dele.

No momento em que Stefan olhou para baixo e se preparou para golpear Matt, Rebekah avançou e quebrou o pescoço dele.

- O que faremos agora? – Ela perguntou.

- Vamos levá-lo para casa – Tentei afastar a cena de Stefan como estripador que eu havia presenciado há minutos atrás balançando a cabeça – E vamos trancá-lo no portão dos Salvatore.

Jeremy e Matt o carregaram para o porta malas do carro e aplicaram toda a verbena que tínhamos no sangue dele, para evitar que ele acordasse durante a longa viagem.