Jeremy Gilbert

Eu não conseguia acreditar. Talvez Silas estivesse brincando com nossas mentes, mas eu conseguia tocá-la. Eu sentia Caroline tremendo em meus braços e seus olhos se focaram com horror nos meus.

Puxei a estaca do peito dela e a observei. Algo estava errado, porque sua pele não estava cicatrizando com a velocidade que Deveria. Silas se levantou de onde estava sentado rindo e então caminhou até onde Caroline estava.

- É isso o que acontece quando se mete em confusões maiores que você, Caroline... Você teve pode escolher entre um Original e um Salvatore, e você escolheu aquele que menos conseguiria te salvar. SOLTE-A GILBERT!

No momento em que Silas gritou, eu me agarrei mais ao corpo de Caroline e então eu pude ver seus olhos se enchendo de raiva. Ele me puxou pelo colarinho da blusa e em seguida segurou o meu pescoço. Eu não conseguia respirar, mas não estava em desespero... Pelo menos não até Silas abrir um sorriso e estender a mão vaga.

Ali estava meu anel. Eu não voltaria se ele não estivesse no meu dedo no momento em que eu morresse.

Damon e Elena tentaram avançar em Silas, mas ele se movia com uma velocidade maior do que meus olhos podiam acompanhar. Matt tentava de todas as maneiras socorrer Caroline, mas ela estava partindo.

Os olhos dela se fecharam e eu vi uma última lágrima escorrer pelo rosto dela. Ele a segurou firme nos braços e não à soltou.

Nós pensávamos que tudo estava perdido, até que Stefan abriu a porta. Junto dele, estava alguém que me fazia duvidar se de fato eu não estava alucinando.

***

Bonnie segurou o rosto de Caroline com as duas mãos. Seus olhos estavam completamente brancos e ela canalizava toda sua energia naquele feitiço. Algum tipo de campo de força protegia ela, Caroline e Matt, e enquanto ela tentava recuperar o tempo perdido, Stefan se juntava à briga.

Ele, Elena e Damon se revezavam nos ataques à Silas. Eu estava no chão e tentava recuperar o ar. Tudo ao redor girava, e eu ouvia os sons como algo muito distante, algo em segundo plano. Matt se aproximou do campo de força que os isolava da Guerra e disse algo que eu entendi com um: Você está bem?

Assenti e ele fez um sinal indicando que ficaria tudo bem.

Antes de desmaiar, consegui ver  Bonnie soltar o corpo de Caroline, e se aproximar de Silas, segurando a cabeça dele com as duas mãos.

Aos poucos o rosto de Silas foi se regenerando e enquanto ele virava pó, o que restou dele foi um último grito de fúria.

Bonnie Bennett

Novamente à casa dos Salvatore. Havia um caixão no centro da sala. Um caixão que não era de Silas. Dentro dele uma mulher loira que todos sabiam ser forte o suficiente para ter dado a vida por alguém que amava.

Mesmo estando de volta, podendo ter meus amigos por perto, eu não estava feliz. Nós conseguimos... Nos livramos de Silas, mas havíamos perdido uma pessoa muito especial nessa guerra também.

- Você ainda não nos contou o que houve – Damon disse me olhando de forma desprezível.

- Me diz que... Você vai ficar dessa vez – Jeremy disse se aproximando lentamente, ainda fragilizado com a luta de momentos antes.

- Pra alguém voltar da morte, é necessário que uma pessoa, de boa vontade, dê a própria vida para ressuscitar alguém que está do outro lado. Sendo essa pessoa um ser sobrenatural.

Caroline me olhou assustada, e então chorando ela respondeu:

- Isso significa que, minha mãe decidiu fazer isso... De boa vontade?

- Aproveite sua segunda chance, Caroline.

Caminhei até ela entregando uma carta que Elizabeth Forbes havia escrito para ela.

- Eu vou deixar você sozinha.

Caroline Forbes

“Caroline, antes de mais nada, quero que você saiba que eu sinto muito.

As coisas não vão ficar mais fáceis, pelo contrário, tudo vai ficar pior, e eu sinto muito por deixá-la sozinha no momento em que você mais precisa da minha ajuda. Eu a conheço, mas peço que não se culpe pelo que houve.

Eu fiz a minha própria escolha.

Depois de descobrir que o mundo é perigoso demais para uma simples Sheriff de cidade pequena, decidi dar uma segunda chance à você.

Lembra quando me fez acreditar que haviam seres sobrenaturais dispostos à dar a vida por meros humanos? Hoje estou disposta à dar a minha vida pela garota que me fez acreditar naquele argumento.

Pegue essa chance e não a deixe ir.

Faça um bom uso da eternidade. Eu estarei ao seu lado quando você precisar”.

Ao fim da carta, eu me sentia completamente morta. Não haviam mais lágrimas, eu não conseguia sentir tristeza, não conseguia sentir raiva. Mas eu estava sentindo a dor da perda e era muito mais do que eu podia suportar.

Embora ela tivesse me dado a chance de aproveitar a eternidade, eu nunca, nunca me acostumaria com a perda.

- Eu vou sentir sua falta, mãe! – Falei limpando uma última lágrima do rosto.

Bonnie abriu a porta e se sentou ao meu lado.

- Sinto muito por não poder fazer nada para tirar sua dor – Ela falou segurando minha mão – Hoje mais do que nunca, eu entendo a sua dor.

- Como você pode dizer que enten...

Naquele momento entendi o que estava acontecendo. Eu não era a única no momento que havia perdido alguém importante, para ser mais exata, eu não era a única que havia perdido a mãe.

- Eu sinto muito! – Abracei Bonnie, segurando-a o mais firme que pude enquanto ela apenas chorava.

- Nós vamos enfrentar isso juntas novamente.