Livrar-se de Monica foi a melhor coisa que poderia acontecer naquela manhã para Quinn.

A caminhada de 30 minutos foi o suficiente para percorrer a distância foi do hotel até a entrada do Teatro Imperial, onde tinha sido convocada para o segundo teste do musical.

Monica foi pontual.Ela tinha acordou a loira as 7, uma hora mais cedo do que o planejado, para que o feliz encontro com o fotógrafo que estava interessado em Quinn para um novo projeto de propaganda acontecesse.

Na verdade, Quinn não podia reclamar muito sobre Monica. Ela fazia o seu trabalho com perfeição, mas o seu nível de intensidade acabava incomodando, de fato, uma das razões pelas quais a loira decidiu tentar se envolver com o musical foi porque, enquanto trabalhava no teatro não teria que atender a outros projetos. Foi um pacto entre elas e Monica aceitou. Para Quinn, o acordou ficou resumido em uma palavra, a paz. Trabalho e sossego, sem eventos, sem sessões de fotos, sem reuniões, sem teste.s

Monica disse que ela havia se tornado uma atriz rara.

Seu objetivo era chegar a Hollywood, mas nunca à custa de dar a sua vida para os outros. Participar neste musical iria dar-lhe a experiência e, em geral, gostava de aprender. Mas Quinn também queria ter mais controle sobre sua própria carreira.

Fazia duas horas que tinha se despedido de Monica após a reunião, e ela pode finalmente desfrutar de seu passeio pelas ruas de Manhattan, com um delicioso café na mão direita e um guarda-chuva do lado esquerdo, protegendo-a da chuva que caia a altas horas da manhã na cidade.

Novamente desfrutar daquela cidade, como tinha feito anos atrás e sentir como se tivesse voltado para casa, mas não pra sua cidade natal.

Londres também tinha um lugar em seu coração. Depois de cruzar o Atlântico, com apenas 26 anos, para ir morar em outro continente, ela adquiriu uma experiência que agora, com 30 anos, estava usando para ver a vida de outra perspectiva.

O encontro no teatro era as 11, mas quem vive na Inglaterra acaba aprendendo a se atencipar em todas as suas reuniões. Ela gostava de chegar com antecedência para evitar qualquer acidente e aquele dia não seria diferente.

Um segurança a recebeu com um sorriso enorme e permitiu a passagem por uma porta ligada à entrada principal do teatro.

Ela andou por um pequeno corredor, uma sala maior, e ainda um outro corredor até a sala onde no dia anterior eles haviam a recebido para o primeiro teste. E, assim como no dia anterior, a sala permanecia vazia. Apenas algumas cadeiras e uma pequena mesa no centro adornava o ambiente.

Ela olhou seu relógio para ver que naquele exato momento marcava 11 horas manhã, e mais uma vez colocou sua visão sobre a porta, onde supostamente deveria aparecer o diretor de elenco.

Mas a porta não havia qualquer sinal de movimento,e a idéia de ir procurar alguem passou a assombrar sua mente. Ela estava pronta para sair em busca de alguma informação quando de repente sentiu que uma pessoa estava prestes a entrar na sala.

Quinn apenas conseguiu ver um garoto que se surpreendeu ao descobrir que alguém já ocupava a sala, ele sorriu gentilmente para ela.

- Eu esqueci o guarda-chuva - aproximou-se uma das cadeiras ao redor da sala e pegou um pequeno guarda-chuva que estava sobre ele!.

Quinn apenas sorriu depois de ver o gesto.

- Você vai participar do musical?-Questionou o garoto.

-Ehhh, eles não sabem.

- Você não sabe? Não te disseram nada?.

-Não, eu ainda tenho que fazer mais um teste - Quinn respondeu sorrindo.

- Outro?, pensei que hoje fosse o último.

- Sim, deve ser o último, mas eu ainda não o fiz - olhou o relógio - estou esperando ser chamada.

- Agora?-Questionado confuso - Você ainda vai fazer o teste de hoje?

-Uh ... sim.

-Nossa, que estranho, eu pensei que tinha terminado, na verdade, já deram os nomes das pessoas que conseguiram.

- Como assim já deram os nomes? - Quinn perguntou inquieta.

-Sim, acabei de fazer os testes e já escolheram o elenco, fomos convocados ás 8.

-As 8? Convocados? Quer dizer que havia mais pessoas?.

-Sim, eu contei cerca de 25 candidatos e apenas 6 passaram, tem sido difícil.

Quinn começou a se preocupar. Não estava gostando da história.

-Meu nome é Matt, Matt Anderson - apresentou-se - Eu vou desempenhar o papel de Edward Chasez - sorridentecontinuou - Espero que corra tudo bem no seu teste.

-Obrigado Matt - respondeu - Sou Quinn Fabray.

- Escantado Quinn - sorriu- Eu espero que você consiga.

-Espero que sim.

- Te cuida - despediu-se deixando Quinn envolvida em dúvida.

A chamada que ela tinha recebido foi clara, ás 11 na mesma sala onde teve a primeira audição, mas o que o rapaz tinha dito, não fazia sentido, exceto se outro tipo de teste, algo completamente desconhecido.

A idéia de ser vítima de uma brincadeira ou ter sido uma tentativa de boicote contra sua carreira, tornava-se cada vez mais forte em sua mente à medida que avançavam os minutos e ninguém vinha ao seu encontro.

- Merda - Quinn sussurrou, lembrando que ela tinha recebido a chamada em seu próprio telefone, sendo que em momento nenhum ela o forneceu.

Tirou o celular de sua mochila já pronta para fazer uma ligação.

- Monica?.

- Quinn!!! Diga-me, você já fez o teste?-Questionou a representante do outro lado da linha.

-Não, eu estou esperando, mas eu acho que tudo foi uma brincadeira.

- Que piada, O que quer dizer Quinn?.

-Cheguei e não há ninguém, apenas um cara que acabou de sair e como eu disse, já foi testado, ele e mais 24 pessoas que tinham sido chamados às 8 e não às 11 e que já deram os nomes dos escolhidos.

-Não, mas isso não é possível, há certamente outras provas.

-Eu não tenho idéia, mas se eu somar a estranheza de receber uma chamada no meu seu celular e não ... uff, estão tirando uma com a minha cara?.

- O que? Quem têm coragem de fazer uma coisa dessa? Com certeza tem uma explicação, existe alguém que você possa se informar?

- Não - respondeu irritada- Não têm ninguém aqui ... "Ela parou.

A porta que minutos antes Matt saiu, foi aberta e um homem mais velho entrou na sala.

- Srta. Fabray? - perguntou dirigindo-se a loira.

-Ehhh ... sim, sou eu - respondeu sem tirar o telefone do ouvido.

- Pode vir, estamos esperando para o teste.

- Ah ... ok, ok - respondeu surpresa - Ligo pra você depois Monica- despediu-se de sua representante desligando rapidamente a chamada.

Colocou o celular no bolso enquanto seguia os passos do cavalheiro que a convidou para acompanhá-la.

- Faz tempo que estava esperando? - Questionou o homem com gentileza.

Quinn não sabia quem poderia ser o homem. Não usava o uniforme dos seguranças e muito menos parecia aqueles ajudantes de direção que estava acostumada a ver.

-Alguns minutos - respondeu à pergunta enquanto caminhavam em direção contraria a saida do teatro - Desculpe-me, mas para onde estamos indo? - Quinn perguntou, já estava ficando impaciente.

-Pediram-me para levá-la até o local onde o teste vai ser realizado - respondeu o velho - Você muito nervosa? Esta manhã estava cheio de jovens com ataques de ansiedade -  comentou sorridente - Tenho visto tantos desmaios nesses ultimos anos que nem me surpreendo mais.

-Não, eu não estou nervosa - respondeu curiosa - Você trabalha aqui?.

- Eu vejo que você não está nervosa, você têm o talento de atriz de teatro - lançou um olhar aconchegante para a loira - Meu nome é Jack Shepard, eu cuido deste teatro há quase 40 anos.

-Wow, bem ... você tem que ter uma vida cheia de curiosidades, não é?.

-Verdade, eu vi crescer atores que hoje são reconhecidos em todo o mundo - respondeu sorrindo.

Uma nova porta se abriu diante deles e Quinn descobriu que era mais uma sala só que não tinha nada a ver com a anterior.

Caixas, escadas, adereços. Tudo parecia indicar que estavam nos bastidores do teatro, desta vez, começou a sentir um frio no estômago, como acontecia toda vez que ela estava diante de algo desconhecido em sua profissão.

- Sabe que... seu nome não me é extranho?

-Acontece - respondeu ao homem sorrindo - não é a primeira vez que me dizem isso, quando você se lembrar, me diga.

-Direi - Quinn sorriu retribuindo a bondade do velho que estava à sua frente.

-Bem, sua compania foi realmente agradavel, mas agora vá por ali - apontou para a direita - estão te esperando.

Quinn assentiu com a cabeça e começou a caminhar na direção indicada.

-Desculpe-me - o senhor a interrompeu novamente -Você não deve vir com uma xícara de café nas mãos, eu não acho que é uma boa idéia.

Quinn rapidamente lançou um olhar à sua mão direita e descobriu que, tinha esquecido completamente que ainda portava aquele café, que no momento já encontrava-se frio.

- Você pode ...

- Claro -o homem aproximou-se para segurar o copo de Quinn -Não têm problema.

- Obrigada - voltou a sorrir segundos antes de seguir ao seu objetivo.

Só tinha que andar alguns metros para chegar a uma pequena cortina. Ao atravessala, a surpresa reapareceu no rosto de Quinn.

O cenário era de um teatro completamente vazio, fora isso, notava-se um par de luzes que vinham dos refletores superiores que iluminavam o centro.

À sua direita, o anfiteatro estava igualmente vazio.

Quinn caminhava hesitante em direção ao centro do palco e olhou em volta, olhando para a imensidão daquele maravilhoso teatro. Uma voz lhe tirou dos seus pensamentos.

- 1.490 assentos, Herbert Krapp o construiu em 1923, é ... um dos melhores teatros em termo de acústica em toda a Broadway, Les Miserables, Billy Elliot - Rachel apareceu atrás de uma das cortinas que separavam o palco e nos bastidores. Quinn estava petrificada com a surpresa - Você não tem idéia de quantos musicais triunfaram aqui - retruncou aproximando-se de Quinn com um enorme sorriso.

Quinn já tinha o sorriso tamanho do mundo ao sentir a proximidade da morena.

Ela não tinha idéia do que estava acontecendo, mas o simples fato de ver Rachel novamente ali depois de quase três anos, tinha feito com que o extranho nervosismo que tinha tomado conta dela se extinguisse completamente.

-Rachel Barbra Berry - sussurrou - Por que não estou surpresa de ver você nesse cenário? - perguntou sorrindo.

- Você não vai me dar um abraço? - perguntou sentindo uma timidez extranha, a mesma que apresentou anos atrás, quando ela ainda era um adolescente.

Quinn não hesitou e destruiu a pequena distância entre elas para a abraçar.

Um abraço que se prolongou sem que nenhuma das duas pudesse fazer nada para evitalo.

Fazia três anos desde que elas se viram pessoalmente pela última vez e, apesar da distância, tanto física e pessoal, o carinho entre elas ainda estava intacto.

- Ainda ontem - se pronunciou Quinn -  Disse á minha agente que eu precisava da tarde livre para tentar te ver - falou sorridente - Como você está?

-Bem, parece que não é mais necessária a sua folga, eu consegui ser mais rápida - respondeu com emoção estampada em seu rosto - Você está ... adorável.

- Perguntei primeiro - Quinn voltou a abraçar Rachel e deixou-lhe um beijo suave na bochecha - Como você está?.

-Bem, tudo bem - olhou em volta - no meu mundo.

-Estou vendo, você pode explicar o que você está fazendo aqui? Você está concorrendo há uma vaga no elenco?.

-Não - respondeu rapidamente - Eu não fiz nenhum teste.

- Não? Ah bem ... com certeza com a experiência que você tem não é necessário, certo?.

-Não, não é isso Quinn, eu não vou participar deste musical - Rachel se afastou da loira e caminhou até a frente do palco, onde uma pasta permanecia no chão - Na verdade, eu estou aqui por outro motivo.

Quinn observava curiosa para Rachel que tomava posse da sua caderneta e que em seguida voltou a ficar na frente dela, sem tirar o sorriso do rosto.

-É você quem veio para a audição, não é?.

-Uh ... sim, e eu estou começando a me preocupar - Quinn manteve os olhos em Rachel.

- Preocupada? Por quê?.

-Porque fui chamada ás 11 e eu não vi até agora nem o diretor nem ninguém que posso me dar algum tipo de informação, e um cara me disse que os testes já foram realizados e ...

-É verdade, as audições já foram encerradas - Rachel interrompeu a loira enquanto abria sua pequena caderneta.

- Como assim terminaram? Mas se um homem me trouxe aqui para ...

-Mr Shepard trouxe você aqui porque eu pedi - Rachel prendeu seu olhar ao de Quinn - Sou a diretora de elenco.

O sorriso que se encontrava no rosto de Quinn desapareceu rapidamente depois de ouvir a confissão da morena.

- Diretora? O quê?

-O que você ouviu, eu não vou participar trabalho como atriz, vou ser diretora de elenco e eu vou ajudar a dirigir o musical - respondeu com a voz trêmula.

-Wow, mas é ... é ...

-Algo novo - novamente interrompeu - Por isso você não foi chamada com outros meninos, que vieram ás 8.

-Eu não estou entendo nada Rachel - olhou incrédula a amiga- Eu venho fazer o teste ai vêm você e me diz que eles estão encerrado ... Não vai me deixa participar?.

-Não, não é isso Quinn - a tranquilizou - Na verdade você não precisa fazer os testes, porque você já está dentro.

- Como?- Quinn estava completamente incrédula.

- Você é parte do elenco do musical Dreams.

- Como posso ser uma parte se eu ainda não fiz a audição para a interpretação?.

-Quinn, eu te conheço desde os 16 anos, eu vi você cantar, atuar, sai como você trabalha, eu sei que você se envolve e que você é profissional, eu sei que você triunfou em Londres, e agora você vai brilhar aqui, e eu quero que este musical seja seu início na Broadway.

- Mas - ela gaguejou - Rachel, não é justo com os outros ... Eles tiveram que se submeter a  testes e ...

- Quinn, ontem eu não pude vê-la na audição porque eu tive uma emergência e tive que sair. Na parte da tarde Gio me enviou o vídeo e quando eu te vi, eu liguei para ele para dizer que eu te conhecia, eu sabia que você era uma boa atriz e ele me deu total razão, eles tinham te visto atuar pessoalmente e estão felizes em ter você no elenco.

-Oh Deus ... Então ...

- Já vi escolherem a protagonista sem que tenha feito audição alguma, você não é a primeiro a entrar desse jeito - Rachel tentou fazê-la entender que ela não estava no elenco principal só porque era amiga dela, mas porque eles realmente estavam interessados ​​nela como atriz.

-Ok, eu estou dentro - disse surpresa.

- Você está, sem dúvida - respondeu sorrindo.

- Oh Deus .... Tenho vontade de gritar - disse tentando conter a emoção - Você não têm idéia de como desejo esse trabalho, apesar de eu achar estranho não ter entrado como todo mundo.

-Não pense nisso - a morena a interrompeu - Somos nós que estamos interessados em você, porém ... há um pequeno problema.

- Qual é o problema?-Quinn ficou preocupada.

- Bem, como eu pude ver no vídeo, estava fazendo testes para um papel que você não se encaixa.

- Como não me encaixo? Você não me disse que eu estava dentro?

-Sim, mas ... Gio, Joseph, e eu chegamos à conclusão de que existe um outro papel que é certo para você e você realmente têm que aceitar.

- Que papel?.

-Bem ... seria a personagem Holy.

- Holy? Mas é uma dos principais, certo? - Quinn novamente demonstrava sua descrença total.

-Exatamente, faria parte do trio principal de atores que são Shay, Edward e Holy, já temos Shay e Edward, agora só precisamos de Holy e eu já tinha colocado o seu nome na lista - Rachel estava sorrindo, tentando mostrar a convicção de que sempre aparecia quando ela tinha certeza de algo.

- Você acha que eu dou conta deste personagem?

-Você não tem que me perguntar Quinn, eu a coloquei para dar vida a essa personagem e isso é algo que agora você tem que me dizer se concorda ou não.

Quinn olhou para baixo e mordeu o lábio, tentando absorver se tudo isso era real.

-Estou tentando fazer o meu trabalho da maneira mais profissional possivel - Rachel interrompeu - Se eu tivesse falando como amiga, não duvidarias muito, acredite.

A risada veio de Quinn, segundos antes de olhar novamente para a morena e recuperar o sorriso que tinha acompanhado ela desde que a descobriu escondida entre o cenário.

-Não houve ninguém na minha vida que acreditou tanto em mim como você, é claro que eu não posso rejeitar.

- Isso significa que eu posso assinar sua confirmação? - retrucou mostrando o pequeno relatório que aparecia no livro.

- Claro, Quinn Fabray está sob seu comando - respondeu sorrindo.

Rachel não hesitou em marcar a confirmação em seu caderno completamente sorridente.

-Perfeito Quinn Fabray, Sexta-feira será realizada uma reunião com nossos advogados para realizar a assinatura dos contratos, podemos comunicar ha você mesma ou entramos em contato com o seu representante ?- Brincou

-Fale com a minha representante, ela é responsável pelo assunto burocrático - respondeu com o mesmo tom de brincadeira que Rachel.

- Perfeito - retruncou - Vamos informar há sua representante as reuniões, locais e outros, ok?.

-De acordo diretora de elenco - Quinn novamente em diversão esperando Rachel fechar seu livro para recuperar a sua atitude normal.

Um sorriso.

Rachel fechou o livro e olhou para Quinn com um enorme sorriso.

- Vai ser estranho se eu novamente pedir um abraço?.

-Não, eu realmente estava desejando que você pedisse - respondeu Quinn avançando novamente até ela para recuperar o abraço que minutos antes tinha sido interrompido e que voltava a mantelas juntas por mais alguns longos minutos.

-Faz dois anos ... Que eu não sei nada sobre você - Quinn quebrou o silêncio em que se formou durante o abraço - Você pode me dizer onde você andou fazendo?.

- Eu precisava me afastar de tudo isso - respondeu a morena tentando manter a compostura- Precisava viver uma vida que eu não poderia ter se ainda estivesse no palco, o resto ... bem, axo que o resto você já sabe.

-Hmm, bem, se você quer dizer os três ou quatro e-mails que você me enviou para dizer que estava viva, sim, se eu sei.

- Eu lhe disse que eu precisava desse tempo Quinn - Rachel começava a mudar a aparência de seu rosto - Não queria te ofender, nem esquecer completamente de você, ou de algo, eu lhe asseguro, eu só precisava de uma pausa.

-Eu sei, desculpe se pareceu uma repreenção, veja como que o humor britânico penetrou em mim.

- Estou vendo - voltou a sorrir.

- Huuum, então produzir esse musicalsignifica que você está de volta de onde parou, não é?

-Bem, mais ou menos - Rachel começou a não se sentir tão segura quanto se sentia minutos antes - Eu quero tentar coisas novas e esta é uma delas. Vai permitir-me aprender, apreciar, e continuar com a vida que venho levando.

-Sua vida pessoal.

- Exatamente, a mesma vida que eu comecei a perder e eu tive que recuperar antes que fosse tarde demais -explicou.

-Parece perfeito ... mas eu acho que você tenho tempo para os amigos, certo?.

-Eh ... sim, claro ...

- Bem, porque tenho muito que te contar sobre Londres e quero que você me conte tudo que têm acontecido por aqui. Temos muito o que conversar, inclusive sobre o pessoal, onde está Kurt? Ainda está por aqui?

-Quinn- Rachel interrompeu a loira - Quinn, calma ...

- O que foi?.

- Tudo isso soa muito bem, mas ... mas hey, não sei se você sabe mas organizar um musical não é fácil e ... bem, eu ando muito ocupada.

-Ah ... eh, sim, sim, sim, eu sei, é claro ... tem um monte de trabalho.

- Exatamente, enfim ... sempre que podermos vamos tomar um café e conversar sobre as nossas coisas.

-Sim, foi isso o que eu quis dizer - respondeu Quinn com um sorriso estranho no rosto - Um café, como nos velhos tempos.

-Exatamente -voltou a sorrir - Veja... é provável que vamos nos encontrar novamente na sexta-feira ...

Rachel começou a caminhar em direção aos bastidores convidando Quinn a acompanhá-la. A loira não hesitou em seguir os seus passos e a observar um pouco confusa.

- Bem ... nós conversamos na sexta-feira então e vejo se tenho algum tempo para o café, o que você acha?.

-Uh ... certo, perfeito - respondeu a loira sem muita convicção - Você também trabalha no fim de semana?.

-Sim - respondeu rapidamente - Bem, você sabe ... trabalho um pouco mas também aproveitar a oportunidade para me distrair.

-Claro.

-Mas eu prometo fazer uma exceção para você, ok?- Rachel percorreu um corredor que levava diretamente para a sala onde Quinn havia estado ontem.

-Um exceção ... perfeito.

Quinn não imaginava o que estava acontecendo. Sabia que para fazer uma peça ou um musical, necessitava de muito trabalho nos bastidores, que o trabalho dos atores era o resultado final de muitas horas de organização e esforço da equipe técnica e de gestão.

Obviamente, se Rachel estava envolvida nesse assunto, sabia que iria ter um monte de trabalho pra fazer e, provavelmente, muito pouco tempo. Não deveria questionar essas respostas que ela estava dando, era a coisa lógica nesta situação, mas algo estava aconteceu e pôde perceber várias vezes, não só pela aparência desagradável que Rachel tentava esconder toda vez que demonstrava interesse em encontra-la, mas também pelo nervosismo que ela tinha demostrado no início.

A Rachel que ela conhecia, teria pulado com emoção na espectativa da loira contar sobre sua vida em Londres, e lhe teria feito milhões de perguntas, sem dúvida. Mas não era isso que acontecia. Rachel mostrou-se reservada e desconfiada.

-Quinn, eu realmente gostei de vê-la na audição, não tinha idéia de que você estava vindo para Nova York, eu pude ver no vídeo que você terminou o seu trabalho em Londres e quer voltar e começar algo novo - Rachel tentou mudar de assunto justo no momento em que abria uma porta que pertencia aquele vasto hall - Será bom tê-la aqui.

-Espero que sim, eu estava morrendo de vontade de voltar - Quinn parou bem rente a porta, basicamente porque Rachel não lhe permitiu passar.

-Olha ... este é o meu escritório, se você precisar de alguma coisa, é provável que eu esteja aqui e se eu não estiver, procure-me em cima do palco - sorrindo estalou.

- Eu vou, parece bonito - olhou para dentro.

-Sim é - sem afastar-se da porta-eh ... Quinn, bem sinto ter que dizer adeus, mas ... em menos de 5 minutos vão me buscar e eu tenho que deixar as fichas de todos os atores prontas.

-Ah ... claro ... claro.

- Não estou te espulsando, é que ...

-Não, não se preocupe Rachel, eu entendo que você tem coisas para fazer ... eu, é melhor eu sair e, também, minha representante deve estar histérica, eu não acredito que foi tudo uma brincadeira.

- Brincadeira?.

-Sim, bem, você me ligou ontem para meu celular pessoal e, quando cheguei, conheci um cara que me disse que os testes tinham sido ás 8 e ...

-Ahhh ... é que - sorriu - É minha culpa.

- Sua culpa?.

-Sim, quando eu vi o vídeo pedi a Kate para te ligar, queria surpreendê-la hoje e ... bem ... Me desculpe por ter te confundido.

- Kate?

-Sim, Kate é - ela fez uma pausa para limpar a garganta - É uma grande amiga, estava me acompanhando enquanto assistiamos sua audição.

-Ah ... ok, uh ... bem, é melhor eu ir - gaguejou por sentir novamente aquela sensação vinda de Rachel então mudou de atitude - Nós nos encontramos na próxima sexta aqui, não é?.

-Sim, notificaremos sua representante sobre o horário.

-Perfeito ...

-Perfeito ...

-Eh ... bem, bom trabalho - Quinn disse saindo.

-Obrigado ... eu adorei te ver de novo - disse sorrindo - Você esta linda.

-Você também embora ... tenha mudado muito ...

- Mudei muito?

-Sim, você está de um jeito muito ...especial, nunca te vi vestida assim.

Rachel olhou para si mesma.

- Como estouvestida?.

-Eu não sei, você está parecendo uma mulher de negócios - brincou

-Bem, agora eu sou uma mulher de negócios e ... se quero me impor, eu tenho que começar a me vestir assim, você não acha?.

-Sim, para quem não te conhece, sim ... mas para mim não é necessário, basta olhar em seus olhos para saber quem é você.

-Isso é b0 - respondeu Rachel - O que você vê por fora, não muda o interior, que é o que realmente importa.

-Muito bem.

- Você ainda é tão linda por fora quanto por dentro para - disse causando um sorriso tímido em Quinn.

-Bem, é melhor você ir trabalhar, já te atrapalhei o bastante

Rachel apenas sorriu e Quinn teve certeza do que tinha dito, estava a atrapalhando.

-Até sexta-feira - disse segundos antes de abraçar novamene a morena e dizer adeus.

-Se cuida Quinn - respondeu Rachel da porta de seu escritório.

Quinn lançou um último olhar, acompanhado por um sorriso antes de voltar para o corredor que levava à saída do que o teatro.

Ainda não conseguido absorver o que tinha acabado de viver durante essa ultima meia hora, uma estranha sensação a incomodava  apesar de está feliz por ter rencontrado a morena.

A relação entre elas, tinha sido imbatível durante os anos em que ambos estavam estudando naquela cidade. Uma amizade que continuou quando ela se mudou para Londres, mas que foi interrompida por uma necessidade de Rachel de abandonar o mundo do teatro, o seu mundo, seus sonhos, por um motivo que ninguém sabia e que a morena, insistia com a desculpa de recuperar sua paz.

Quinn não se opôs em momento nenhuma a decisão de Rachel, mas sentia a morena se distanciar cada vez mais com o passar dos meses , até hoje, que depois de passados dois anos foi a única interação que elas tiveram, seu contanto era resumido em apenas um par de e-mails por Natal e alguns desejos de aniversário.

Ainda assim, Quinn nunca sentiu que a sua amizade com a morena tinha acabado e encontrá-la naquele dia no teatro, só mostrou que Rachel também não havia esquecido dela. Mas algo estava acontecendo. Provavelmente tinha a ver com a organização do musical e todo o trabalho que implicava. Não podia ser algo pessoal.

Absorta em seus pensamento, finalmente, chegou ao lado de fora do teatro, onde mais uma vez, o guarda de segurança lançava-lhe um sorriso, desta vez adeus e onde mais uma vez, a chuva lhe dava boas-vindas.

Ela não se importava, gostava do clima. Quinn havia se acustumado com os 200 dias de chuva por ano em Londres ,e andar por debaixo dela foi uma delícia.

Só que algo estava prestes a acontecer, que iria quebrar essa calma que voltava a invadila.

Um barulho de fotógrafos redeavam alguém que vinha em sua direção em alta velocidade, cubrindo-se com uma jaqueta e evitando que as câmeras capturam-sem seu rosto.

A proximidade inevitável daquele famoso, tinha feito com que ela desacelera-se o passo para facilitar que o rapaz desviasse e fugisse dos paparazzi.

Bastou um segundo para que ele passase por ela e Quinn então parou completamente. Não havia conseguido descobrir quem ele era, mas fotógrafos voltaram a aparecer bem no momento em que o rapaz se aproximou do teatro e não mais se preocupou com o acedio da mídia.

-Ei ... Você está pronta?- Brody perguntou rapidamente ha uma Rachel que se despedia de seus companheiro.

-Sim, vamos ...

-Ok, eu pedi um táxi, temos que ser rapidos, você está bem?-Questionou depois de observar a morena.

-Sim, tudo bem -respondeu tentando sorrir - Você não faz idéia de quem esteve aqui.

- Quem?.

- Lembra-se de Quinn Fabray?.

- Quinn Fabray, Mmm- olhou pensativo - Aquela loira, muito bonita ... que foi para Londres?

-Sim, essa.

- O que têm ela?.

-É ela que esteve aqui, vai participar do musical - brotou um olhar de emoção em seu rosto.

-Wow ... E como foi isso?, Não estava em Londres?.

- Sim, mas ...

- Weston, seu táxi - a voz do guarda de segurança interrompeu a breve conversa.

-Ok, conte-me no caminho, nossa reunião está marcada para ás 12.

-Ok ... vamos.

-Prepare-se, porque não estamos sozinhos -brincou.

E eles não estavam.

Quinn apenas se moveu de seu lugar quando observou como um táxi parar em frente à porta do teatro e novamente os fotógrafos foramaram posição em torno do carro aguardando o aparecimento de alguém que ela, apesar de ser bastante conhecida na europa, estava disposta a descobrir por curiosidade.

E foi novamente surpreendida, desta vez não pelo barulho feito por fotógrafos, mas porque o rapaz que estava sendo perseguido voltou a fazer uma aparição na rua, desta vez com alguém que Quinn reconhecia perfeitamente.

Um guarda-chuva cobria parte do rosto do garoto que tinha os braços cobrindo o ombro da morena,. Os dois entraram no táxi, perante os flashes dos fotógrafos e do olhar atento de Quinn.

Um dos fotógrafos se afastou do taxi que já tomava seu caminho e iniciou uma chamada telefônica que pode ser ouvida perfeitamente pela loira.

-Sim, é o cara de Hollywood, Weston, Weston Brody, o localizei no teatro imperial e agora está em um táxi com Rachel Berry ... não, não sei se eles estão juntos, só sei que foram juntos .... Portanto, vamos publicar, estou enviando-lhe fotos.

- Brody - Quinn sussurrou para si mesma - Brody Weston e Rachel?.