Depois de muito tentar finalmente consegui abrir os olhos, estava em um quarto todo branco com um lençol azul bebê que me cobria, com dificuldade virei a cabeça que doía demais, Alessandro estava na poltrona e se levantou ao me ver acordada. 

- Rubi, como está se sentindo? - Perguntou, mas sem sucesso. 

Senti uma falta de ar, meu coração estava a galopes. Abri a boca procurando respirar, mas não consegui. Alessandro percebeu minha falta de ar e o meu descontrole.

- Respire, Rubi - falou colocando sua mão sobre meu rosto desesperadamente - Respire! - meus olhos estavam quase fechados - VAMOS, RESPIRE! - Gritou, me assustando.

Bastou esse grito e voltei a respirar, não sem antes soltar algumas lágrimas de susto e medo.

- Consegue respirar? - perguntou, com seus olhos arregalados. 

- si-sim - sussurrei.

- Meu amor, o que está acontecendo com você? - Ele envolveu seus braços em meu corpo e me sentou.

- Eu não sei - senti meus olhos arderem, mas sabia que nenhuma lágrima cairia - Faz alguns dias que me sinto mal. Hoje acordei e achei melhor fazer alguns exames, porque com o passar dos dias as dores só pioram.

- Fez bem vindo ao hospital! Se você estivesse sozinha nem sei o que poderia ter acontecido. 

- Já posso ir? 

- Espera, o soro ainda não acabou! Quando acabar você pode ir - olhei para o meu braço esquerdo e vi uma agulha.

- Vai demorar muito? 

- Provavelmente não. Mas por que? Tem algum compromisso?! - Perguntou alterando o tom de sua voz.

- Na verdade sim! - E não era mentira. Hoje eu tinha uma entrevista de trabalho, mas ele não precisava saber.

Ele sentou na cama em que eu estava e segurou meu rosto, acariciando meu queixo com o polegar.

- O que tem você, que faz com que eu ainda me importe? - perguntou e senti sua respiração quente batendo contra meu rosto.

Ele ia me beijar, me esquivei e ele beijou minha bochecha.  Continuou a segurar meu rosto, com os olhos fechados encostou seu nariz no meu, apertando meus cabelos levemente. Se levantou totalmente inconformado.  

- Deixou de me amar? - Havia tanta tristeza em seu olhar. Surgiu um enorme nó em minha garganta.

Eu não suportava vê-lo sofrendo assim, meu coração se apertava fortemente em meu peito. Olhei para a cabeceira da cama procurando alguma resposta.

- Deixou Rubi? Você deixou de me - Fomos interrompidos. A porta se abriu e a enfermeira veio até mim com um enorme envelope.

- Senhorita Rubi, aqui está o resultado dos exames - me entregou - O doutor Kinsney pediu que trouxesse até você.

- Tá, obrigada - E ela se retirou.

- Quer que eu leia? - perguntou estendendo a mão até o envelope.

- Não, eu sei ler! - o encarei.

Rasguei o lacre e tirei a folha de sulfite que estava dentro. 

Estava escrito :

Beta HCG                             POSITIVO

Interpretação - resultados superiores 25mUI/mL considera-se POSITIVO para GRAVIDEZ. 

- Não pode ser! - Me desesperei. Passei minha mão direita no cabelo e a esquerda na barriga. Respirei fundo e muitas lágrimas escorreram. Me encolhi, abracei meus joelhos e um calafrio percorreu minha espinha.

- O que houve? É tão grave assim? - Ele me abraçou fortemente e cheirou meu cabelos.

- Me solta! - o empurrei, esquecendo-me de que a agulha ainda estava em meu braço, senti uma ardência forte em meu cotovelo e gemi de dor. A agulha havia provocado outro pequeno furo em meu braço, uma linha de sangue escorreu até minha mão.

- RUBI - ele correu até mim, segurou meu braço e passou um algodão úmido, em seguida pegou a seringa e injetou um sedativo no soro. Minha vista começou ficar embaçada e logo depois tudo estava preto.

~Alessandro narrado

Como me dói vê-la nesta situação. Me ajoelhei ao lado da cama.

"Senhor, ela já pagou pelo que fez. Liberte-a desta angústia, ajude-a. Eu lhe peço!"

Abaixei a cabeça e avistei o envelope caído em baixo da cama. O recolhi, procurei o resultado mas ele não estava lá. Olhei a minha volta e o encontrei logo acima da barriga de Rubi. Peguei a folha e comecei a ler silenciosamente.

- O que? Grávida? - olhei para Rubi e em seguida li novamente o resultado - Meu Deus, ela realmente está grávida. 

Me aproximei da cama, acariciei sua barriga e em seguida beijei sua testa. 

- Eu te amo tanto! 

Continua {...}