A manhã havia chegado. Pássaros cantavam na janela do hospital. Eu me sentia feliz, completa. Alessandro carregava as malas e eu levava Aurora. Quando passei pela porta olhei para a estrutura do hospital e dei um longo suspiro de alívio.

– Eu tenho uma surpresa para vocês - Disse Alessandro.

– Qual? - Indaguei curiosa e sorridente.

– Se eu falar não será mais surpresa - Brincou ele, fazendo-me gargalhar e abriu a porta do carro para que entrasse.

Durante o trajeto mantivemos silêncio absoluto, até o carro entrar em um luxuoso condomínio. Lá se encontravam verdadeiras mansões, era incrível. O carro continuava a andar, até estacionar em frente à uma casa cercada por portões de altíssima qualidade.

– Chegamos! - Afirmou Alessandro, tirando o cinto de segurança.

– O que estamos fazendo aqui? - Perguntei, ainda sem entender.

Ele rodeou o carro e abriu a porta para que descesse. Tirou Aurora de meus braços e a segurou, levando-a até o portão principal.

– Essa é nossa nova casa - Disse, surpreendendo-me.

– Está falando sério? - Indaguei, cobrindo meus lábios com as mãos.

Eu sabia que Aurora iria trazer benefícios, mas nunca imaginei algo desse tipo. Aquela era a casa dos sonhos de qualquer pessoa. Não, era melhor que isso.

– Claro que sim, meu amor - Afirmou ele, deixando-me elétrica e radiante.

Espontaneamente pulei em suas costas, afirmando os pés em suas coxas e os braços em seu pescoço. Voltei ao chão e ele beijou-me discretamente.

Estava a conhecer todos os cômodos e um em especial me chamou atenção. Nosso quarto. A mobília já era completa, e a cama era circulada por cortinas. Me aproximei.

– É linda - Falei.

– Sim - Concordou ele, colocando Aurora no berço que ficava do outro lado do quarto.

– Você não sabe o quanto estou feliz - Me virei, observando profundamente seus olhos.

– Eu também estou muito feliz, agora vamos viver juntos - Falou, acariciando minha face com o polegar.

– E a Maribel? O que você disse a ela? - Indaguei, afastando nossos corpos.

– Disse o que ela já sabia. Que eu amo você, e que com nossa filha o amor apenas ficou mais claro - Respondeu, aproximando-se novamente, e beijando meu pescoço.

– Tão simples assim? – Abaixei a cabeça fitando o olhar no chão.

– Sim – Afirmou.

~Alessandro narrando

O meu único desejo neste exato momento era observar e acariciar as curvas de Rubi. Foram tantos meses sem poder amá-la, sem poder tocá-la e transformá-la mais uma vez em mulher, que hoje era isso que queria.

Acariciei sua cintura com minha mão direita, e com a esquerda seus cabelos. Minhas pernas guiaram seu corpo até que caímos sob a cama. Sua respiração era ofegante, e seus olhos demonstravam necessidade. Rapidamente ela inverteu nossas posições, sentando-se acima de meu abdômen. Mordeu os lábios e abriu os botões de sua camisa, permanecendo apenas com o sutiã preto rendado.

– Meu amor, eu... - Tentou falar ela, mas a interrompi.

– Não fala nada Rubi - Afirmei, puxando-a para mais perto de mim.

~Rubi narrando

Quando me dei conta já estávamos nus, e ele me amava como das outras vezes. Seu corpo se movia sob o meu, fazendo-me delirar de prazer. Seus lábios percorriam meus ombros, e suas mãos minhas coxas. Tudo ocorria perfeitamente bem, até seu celular tocar. Se levantou rapidamente e o segurei pelo braço.

– Não atende, por favor - Implorei.

– Me desculpe, mas preciso atender. Pode ser alguém do hospital - Respondeu ele, atendendo a ligação em seguida.

~Alessandro narrando

– Alô

– Olá Dr. Cardenas - Cumprimentou uma voz feminina que não me era estranha.

– Quem fala? - Indaguei, curioso.

– Aqui é a Sarah, nos esbarramos no corredor do Hospital Boa Ventura à alguns dias. Se lembra? - Respondeu ela.

Por alguns segundos a cena de quando a vi pela primeira vez reentrou em minha mente, tornando-me mais confuso do que antes. Eu tinha acabado de fazer amor com Rubi, e não havia dúvidas de que a amava, mas por que essa mulher surgiu sem mais nem menos em minha vida? Poderia ter sido uma menos atraente, e menos provocante, mas não, teve que ser justamente Sarah, uma das mulheres mais sensuais que já vi, depois de Rubi, é claro.

– Quem é, Alessandro? - Perguntou Rubi, sem saber que do outro lado da linha estava a minha mais nova dor de cabeça.

Continua {...}