Escolhas escrita por Pag


Capítulo 2
No meio da dor .


Notas iniciais do capítulo

Estou com raiva da Haley, mais se e por Jack ...



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Levei uns dias antes de voltar para Haley. Precisava de tempo para organizar minhas coisas e minha vida. Empacotei minhas coisas e organizei tudo que tinha. Retornar para casa depois de quase seis meses era muito estranho e, por mais que soubesse que era o único jeito de ter mais tempo com Jack, não podia evitar me sentir mal com minha decisão.

Uma semana depois do acordo sai do trabalho mais cedo e fui diretamente para casa, para fingir que tudo estava bem novamente. Levava poucas coisas, pois teria tempo depois para mudar o resto. Na verdade não estava pronto para ir tão rápido.

A verdadeira razão que decidi sair mais cedo nesta tarde foi porque não suportava ver Emily agindo de modo perfeitamente profissional, como se nada tivesse acontecido, mas obviamente muito ferida. Não suportava ver o mal que lhe causei. Era um idiota e não consertava as coisas, isto era o pior.

Cheguei cedo para jantar, um "jantar de família". Desliguei o carro e pensei um minuto no que estava fazendo, mas era tarde para voltar atrás. Dentro do carro tinha uma foto de Emily, não podia acreditar no que estava fazendo, ela era perfeita... Como podia tê-la deixado? Como fui capaz de ferir alguém tão maravilhoso?

- Papai! – Ouvi o grito de Jack na porta de casa.

Desci do carro deixando a foto para trás para reunir-me com meu filho. Ao tomá-lo nos braços me senti melhor, não o tinha visto tão feliz em meses. Isto me fez sentir que as coisas deveriam ser assim. Logo Haley chegou me dirigindo um leve sorriso ao notar que respeitava o trato.

Entrei com eles enquanto Jack ria e não parava de falar comigo. Estava feliz por me ter ali e eu por estar com ele. Sentamos para jantar com Jack falando sem parar, contando-me suas coisas. Era praticamente o cenário de uma família feliz e normal. Quase poderia passar despercebida a distância que havia entre Haley e eu. Enquanto escurecia ficava cada vez mais tenso. Nisto o telefone tocou, era Dave.

- Temos um caso. – Disse de imediato. – É uma emergência, precisamos de você.

- Que houve?

- Três mulheres desaparecidas na semana passada foram encontradas mortas nesta tarde. Outras três desapareceram. – Informou.

- Estou indo. – Respondi quase aliviado.

Desliguei e me voltei para olhar Jack e Haley. Ela parecia levemente irritada, mas tentava disfarçar. Jack me olhou ainda sorrindo, sem saber tudo que se passava.

- Tenho que ir.

- Onde? Vai voltar, papai? – Jack perguntou confuso.

- Claro que papai vai voltar. – Respondeu Haley me olhando fixamente. – Não é, Aaron?

- Sim, voltarei assim que acabar o caso. Vou prender um bandido e volto, companheiro. – Falei para Jack sorrindo.

Sai sem dizer mais nada, era um pretexto perfeito para não passar a noite ali. Não me sentia seguro sobre isto ainda. Cheguei à UAC pra encontrar-me com a equipe, alguns frustrados pela noite livre perdida, mas todos preocupados com o caso.

O caso nos foi apresentado com um gosto amargo na boca, sabíamos que nos restava pouco tempo para agir. Foi uma das primeiras vezes que partimos a noite, queríamos chegar o quanto antes. Não foi uma noite agradável, voamos três horas e era impossível não notar a tensão que havia entre Emily e eu. Ela permaneceu acordada todo o vôo e eu também, mas não parecia disposta a conversar comigo de jeito nenhum.

- Porque não dorme um pouco? – Perguntei ao vê-la acordada, sentada na minha frente, imóvel e com o olhar fixo em algum ponto distante da janela. – Demoraremos a chegar ainda e precisamos de energia.

- Não tenho sono, estou bem. – Respondeu sem me olhar.

- Está bem? – Aventurei-me a perguntar.

- Sim, Aaron. – Respondeu num tom irritado. – Perfeitamente. E você? Sua mulher?

- Emily, eu...

- Não quero falar disto agora. – Disse e finalmente me olhou. – Por favor, não quero.

- Sinto tanto, Em...

- Por favor, não... Eu te imploro. Não.

Seus olhos estavam úmidos, mas era orgulhosa demais para chorar. Doía demais vê-la assim. Fez com que me sentisse um completo idiota. Ninguém deveria ser capaz de ferir alguém como ela. Deveria ser ilegal. Ela voltou a olhar pela janela e tive que reprimir meu desejo de abraçá-la e consolá-la, não era adequado.

Pousamos e imediatamente começamos a trabalhar, apesar de passar das nove da noite. Não tínhamos problemas em trabalhar assim, mas isto não impediu que a equipe percebesse que eu e Emily não estávamos no nosso melhor momento. Ninguém disse nada, entretanto.

Na madrugada, Dave, Morgan e Emily foram verificar a casa de um suspeito em potencial. Foi o único momento que tive para descansar, para não pensar diretamente nela. Porém as coisas não saíram tão bem quanto queria. Mais tarde Dave me contou os acontecimentos daquela madrugada: a casa estava escura, mas o suspeito estava ali. O grito baixo de uma mulher foi que nos alertou. O homem estava armado e nos esperava. Chamaram a SWAT, mas Emily decidiu não esperar. Tinha uma vida em risco e não podia esperar. Entrou na casa sem esperar ninguém. Depois de um minuto Dave entrou atrás dela. Emily estava diante do assassino que tinha uma mulher inconsciente a seus pés. Os acontecimentos foram rápidos, ele disparou primeiro, ela reagiu de imediato. Ele foi ferido no peito, ela gritou ao sentir a bala roçando seu braço. Dave entrou, Morgan foi verificar o suspeito. A SWAT e os paramédicos chegaram um minuto depois.

Quando cheguei ali, Emily estava sentada em uma ambulância discutindo com Morgan. Tinha o braço enfaixado, mas fora isto parecia estar bem. Aproximei-me deles.

- Em quê estava pensando, Emily? – Perguntou Morgan.

- Na mulher que ainda poderíamos salvar. Tínhamos que fazer algo e esperar não era uma opção.

- Foi uma loucura mulher!

- Morgan. Prentiss... Que houve aqui? Estão bem? – Perguntei.

- Está tudo em ordem, Hotch. Temos o suspeito e uma das mulheres, mas acho que Emily cometeu uma loucura.

- Que houve? – Perguntei de novo.

- Nada. – Ela disse em voz alta. – Pegamos o suspeito, isto é o que importa. Este machucado não é sério e nem importante.

- Poderia ter sido pior, Emily. – Disse por fim, preocupado.

- E...? – Perguntou ela.

Vi toda sua dor, sua necessidade de sentir outra coisa. Tinha sido temerária somente para que tivesse algo mais para se preocupar. Tinha salvado a garota porque não suportava mais a dor. Tinha se posto em perigo para me tirar de sua mente, para lutar por algo que podia ganhar. Eu tinha feito isto, a tinha levado a este ponto. E, o pior, não estivera ali para resgatá-la.

Continua.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelos comentários possitivos, bom estava super ansiosa pra postar eu iria postar so, mês que vem mais resolvi posto dois capítulos hoje !