Luka pov.:

Cheguei em casa. Miku apareceu pulando e mostrando os onigiri.

- Onigiri! Onigiri Luka!! – gritava.

Sorri. Já fazia uma semana que estava com Miku. Ou com o fantasma dela, que seja. Era muito bom tê-la de volta.

- Onigiri Miku. – concordei, assentindo.

Ela começou a pular nas almofadas espalhadas pelo chão. Sentei e peguei meus cadernos. Comecei a fazer a tarefa.

- Luka, venha pular comigo. – chamou Miku.

- Não, obrigada. – dispensei. Estava atarefada até o pescoço. Daria sorte se conseguisse finalizar todas aquelas atividades.

- Ah Luka!! Vem! – gritou Miku.

Balancei a cabeça.

- Estou ocupada, Miku, preciso fazer a tarefa. – Miku ficou me olhando. Ela se sentou em uma almofada e cruzou os braços. Bufou.

- Luka, você nunca brinca comigo! – reclamou.

- Miku, eu estou ocupada. – reclamei também.

Miku começou a brincar com um onigiri bem perto do meu rosto.

- Nee, Luka, se eu te der esse onigiri, você brinca comigo? – perguntou, ainda balançando o onigiri em meu rosto. Peguei o onigiri e dei uma mordida. – Ei, Luka, sua má!

Sorri. Miku sorriu também.

- Agora você vai brincar comigo. – ela me puxou e começamos a pular nas almofadas. Rimos por um bom tempo.

- Luka... – começou Miku. – Quero brincar com todos vocês.

- Todos nós? – perguntei.

Miku assentiu.

- Sim, você, Meiko, Rin, Gakupo, Len e Kaito. Todos eles! Como fazíamos antigamente! – Miku gritou, erguendo os braços.

Me encolhi.

- Miku, nós não – comecei.

- E ai então nós podemos falar que somos cantoras! E podemos cantar pra eles! Como fizemos daquela vez. – Miku bateu palmas, empolgada.

Aquela vez...

Meus olhos ficaram cheios de lágrimas.

- Miku, por favor, pare. – pedi.

Ela virou a cabeça pro lado.

- Nós não... nós não somos mais amigos... – contei. Mordi os lábios.  Não éramos mais amigos...

Miku riu.

- São sim! Melhores amigos nunca se separam! – ela me estendeu o dedo mindinho. – Vamos ficar juntos como antigamente, né?

Sorri, enquanto as lágrimas caiam. Entrelacei meu mindinho com o dela.

- É! – afirmei.

O fato é que... eu os via e isso doía. Tentei não pensar neles. Tentei não ficar com ciúmes por Miku querer vê-los. Estava sendo inapropriada.

Levantei.

- Agora eu preciso fazer minhas tarefas, Miku. Quem sabe nessa semana eu te levo até eles? – ofereci. Miku fez uma reverência.

- Sim, senhora! – gritou. E voltou a pular de almofada para almofada.

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O garoto de cabelos grandes e roxos suspirou. Era bom estar de volta em casa. Ele sorriu ao ver as pessoas. Pegou o bilhete amassado, a escrita bem apagada. Iria à casa de Luka. Cruzou os dedos. Esperava que ela ainda morasse no mesmo lugar.

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Kaito socou a parede de casa. Droga... estava perdendo o controle. Se jogou na cadeira do computador e juntou as mãos. Poderia jurar que tinha visto a garota. Era claro que vira Miku.

Mas ela estava morta.

Será que estava perdendo o juízo de novo?

Pegou um casaco e deixou um bilhete à sua mãe adotiva. Precisava passar algum tempo fora. Quem sabe assim, refletiria sobre ter ou não ter visto Miku no cemitério. Por que ela fugiu? Por que o odiava? Ele era tão ruim assim?

As perguntas gritavam em seu interior. Kaito ficou se mexendo enquanto saiu de casa. Fechou os olhos. Andaria sem rumo algum.

Esbarrou em alguém em caiu.

Uma garota loira, de óculos, estava caída em cima de Kaito. Kaito forçou os olhos. Será que era..? A garota se levantou e pediu desculpas.

Kaito se levantou também.

- Sou eu que peço desculpas. – ele disse.

A menina não respondeu.

- Desculpe, mas por acaso você é uma Kagamine? – Kaito perguntou. Fazia muito tempo que não via os outros. Só Megurine.

- Não sei quem é essa. – disse a garota e saiu andando apressada, com os olhos fixos no chão. Kaito ficou observando até a garota virar a esquina.

Kaito se lembraria daquela voz em qualquer lugar, mas não quis saber porque Rin Kagamine fingira não o conhecer.

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Len Kagamine ficou esperando Rin na estação. Olhou para seu relógio. Estavam atrasados. Bufou. Estava tudo sendo um tédio e Rin ainda chegava atrasada.

Um grupo de garotas passou, fazendo arruaça. Len ignorou. De garotas indecentes o mundo estava cheio.

- Meiko, por que parou? – perguntou uma delas.

Len olhou para o grupo. Viu três garotas, todas com roupas curtas. Uma loira, uma ruiva e uma morena. Len olhou bem para a morena. Não por causa de seu corpo definido, ou porque a garota segurava umas garrafas de sakê tendo menos de 21 anos.

Era porque era ela.

Ela também o olhava, curiosa. Estava na cara que ela não o reconhecia. A garota chegou alguns passos mais perto e estava cara a cara com Len. Ela começou a rir.

- O que foi Meiko? – perguntou a ruiva, desconfiada.

- Há há. Esse engomadinho me lembrou um antigo amigo. O sonho dele era virar uma musa. – Meiko riu, deixando Len de lado e voltando ao grupinho.

Len fechou a cara. Ela estava bêbada.

Como fizera amigos como esses?

Sentiu arrepio e bufou outra vez.

- Está atrasada Rin. – anunciou, quando a loira chegou correndo.

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Estava terminando os exercícios e Miku estava dormindo em meu quarto quando bateram na porta. Levantei-me e fui até a porta. A abri.

Quando vi os dois indivíduos parados na frente de minha casa, lutei contra o desejo de enxotá-los.

- O que querem aqui? – perguntei.