Because, I Love You II. escrita por


Capítulo 5
Raiva


Notas iniciais do capítulo

oioioioi, voltei com mais um capítulo para vocês >< Tony sofrendo corta meu heart 3 mais certas coisas precisam acontecer né? )): espero que gostem linnnnnndas, beijunda ♥



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POV Tony.



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Eu dirigi durantes uns vinte minutos cortando os carros, levando buzinadas e atravessando faróis vermelhos, quando eu finalmente parei em uma rua, a Maria estava no banco de trás, enquanto a Fernanda estava no da frente, ao meu lado, nenhuma delas dizia nada.

Encostei a cabeça no volante por alguns segundos e logo depois soquei o volante com força, sai do carro e bati a porta com o pé, socando a parede com a maior força que eu conseguia, até sentir fortes pontadas na minha mão e o sangramento automático.

– Para com isso! – a Maria disse entrando na minha frente e segundo minhas duas mãos.

– Qual das duas sabia? – eu puxei minhas mãos da dela e as encarei. – porque pelo que parece todo mundo sabia menos eu né?

– Não! – a Fernanda foi a primeira a falar. – você acha que eu se eu não soubesse dessa palhaçada eu não ia te contar? – ela cruzou os braços. – claro que eu ia! Eu estou tão assustada, tão furiosa quanto você...! – ela parou de falar e ambos olhamos para a Maria, que estava nos encarando.

– Eu sabia. – ela disse baixo.

Eu sorri amarelo e cruzei os braços.

– Mas eu não podia contar Tony, eles que tinham que contar, eu não podia simplesmente chegar e dizer: “Oi Tony, então a Ana está namorando o Augusto, fora isso tá tudo e bem e com você?” Eu não tinha esse direito, mas eu posso te dizer que eu fiquei tão puta como você quando eu descobri, eu queria te contar de todo jeito, queria te ligar, contar a verdade, dizer que a Ana era uma vadia, que o Augusto um traíra que enquanto você estava triste por lá, eles estavam juntos... Mas eu parei e pensei, porque fazer você ficar mal a milhões de km de distancia? Não valia a pena... O Léo também me disse que quando você voltasse ela teria sido passado, você nem ia se lembrar dela mais, e eu me preguei nisso... Jamais passou pela minha cabeça que você ia se lembrar dessa idiota ainda... – ela franziu os lábios.

Meus braços caíram ao lado do corpo e eu passei as duas mãos pelo cabelo, bagunçando o mesmo, sentei na guia e suspirei alto.

– Desde quando? – perguntei baixo.

– Um ano e meio, quase dois. – a Maria sussurrou.

Nessa hora meu coração no peito parecia que ia explodir, eu olhei pra Maria de relance e vi a Fernanda fechar os olhos.

– DOIS ANOS? – eu berrei.

– Calma Tony! – a Fernanda segurou meus braços.

– ME SOLTA! – eu disse empurrando ela, a Maria também tentou segurar, mas eu sumi na escuridão da rua.

Meu peito subia e desci desregulamente, minhas mãos tremia e meus olhos queimavam. Eu não podia acreditar que o Augusto tinha feito isso comigo, não quando eu ligava pra ele no meio da noite, muito louco e chorava dizendo que eu sentia sua falta.

Ele não podia ser tão filho da puta a ponto de montar em cima da minha dor pra conquistar a garota que eu amava! A garota que ele sabia que eu amava!

Eu andei por um bom tempo, até me dar conta da onde eu estava, na frente da boate onde eu me metia em confusões, vi o mesmo segurança de sempre e ele me estranhou ao me ver ali, mas liberou minha passagem como sempre.

Vi o Léo encostado no balcão como ele sempre fazia e as vezes entregando drogas as pessoas que iam comprar, fui até ele.

– Tony? – ele disse abrindo um sorriso e me abraçando, eu retribui o abraço da melhor forma possível, mas ele percebeu, porque minha cara não estava das melhores. – o que rolou? – ele perguntou sério, eu o encarei e ele me puxou pro escritório que ficava nos fundos, mandando um dos caras distribuir a droga.

Quando entramos no escritório, não tinha mais barulho e era bem simples como eu me lembrava que era, ele fechou a porta e me encarou.

– Preciso de umas aí. – eu disse olhando para nossa foto com a Maria em cima da mesa.

– Não posso dar mais pra você Tony, você sabe... – ele fez careta, eu me virei pra ele.

– A Ana namora o Augusto, sabia? – sua expressão ficou séria, e meus olhos começaram a queimar. – eu preciso usar Léo, porque se não eu vou sair daqui e vou matar o Augusto na porrada e depois matar a Ana. – ele ficou sério.

– Mas a droga não é a escapatória pra isso Tony, você se lembra quando a gente quase morreu de tanto usar? – ele perguntou sério.

– Eu estou pouco me fodendo Léo, eu preciso usar se não vou cometer uma besteira sem tamanho! – eu sentei no sofá e apoiei o cotovelo nas pernas e a cabeça nas mãos, entrelaçando a mão nos cabelos.

– Como que você soube? – ele sentou do meu lado.

– Eu fui até a casa da Ana depois que a gente saiu do restaurante e eles estavam conversando na varanda e eu escutei... Foi terrível. – eu disse segurando as lágrimas.

– Você bateu nele? – ele perguntou baixo.

– Meu sangue ferveu, eu queria quebrar a cara dele. – cerrei os lábios. – mas eu me contentei com um soco só... – balancei a cabeça. – não sei nem como vai ser esse mês em casa, eu queria ir pra um hotel, mas minha mãe não vai deixar. – eu abaixei a cabeça de novo.

– O que você está sentindo é normal Tony... – ele afagou meus ombros. – raiva é normal. – eu o olhei.

– Não estou sentindo raiva Léo, eu estou decepcionado. – meus olhos queimaram de novo. – eu estou me sentindo traído pela pessoa que eu mais confiava no mundo, tem noção do quanto eu estou triste... O pior é que eu estou com tanta raiva da Ana, mas tanta raiva... Que eu até a chamei de... – me calei.

– Vadia. – ele completou a frase.

– É. – eu afirmei. – me arrependi no momento que disse as palavras porque vi no seus olhos que a tinha machucado, mas eu estava tão irritado... Tão... – eu me levantei. – eu vou suar hoje só... Não estou viciado mais, eu uso só às vezes pra distrair, nada demais. – ele me olhou.

– Andou usando em Nova York? – ele disse em tom reprovativo.

– As vezes, cocaína de vez em quando, muito raro e maconha era mais diariamente, mas eu não usava muito porque a Fer não podia saber que eu usava e de um tempo pra cá, eu não estava usando mais nada, só tomando whisky.

Ele foi até a mesa e pegou um saquinho de pó.

– Eu vou usar com você, mas só essa Tony! – ele disse estendendo o saquinho pra mim, quando eu fui pegar ele puxou de volta. – entendeu? – ele me encarou.

– Entendi. – eu afirmei.








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POV Ana.


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O Augusto tinha insistido demais que eu fosse tomar café na sua casa, sem total condição é claro.

Ele me garantiu que o Tony não havia dormido em casa e com certeza não voltaria pra lá tão cedo, então eu acordei oito horas, tomei um banho longo e vesti um vestido florido, arrumei o cabelo e me olhei no espelho.

A figura que o Tony havia falado ontem.

Uma vadia. Era assim que eu estava me sentindo, tirei aquele vestido, coloquei uma camiseta, uma calça jeans e tênis. Prendi o cabelo em um coque alto e peguei minha bolsa deixando um bilhete para meus pais.

O caminho todo eu não conseguia pensar em mais nada, só nas palavras do Tony de ontem.

“Realmente, você é pior” Cada vez que eu pensava assim, eu levava um tapa na cara, aquela era a forma que tinha de eu me sentir pior, com certeza.

Quando dei por mim já estava na frente da casa, desci e atravessei o portão tocando apenas a campainha, a Fernanda abriu e rolou os olhos quando me viu, eu entrei atrás dela fechando a porta e ela subiu as escadas sem nem dizer nada, eu caminhei até a sala, sentei no sofá cruzando as pernas e encarando a televisão na minha frente.

– Olha quem veio pro café da manhã! – eu virei o rosto e o Tony estava com um copo de whisky em uma mão e a garrafa na outra, ele estava com olheiras enormes e fedia a perfuma barato.

– Bom dia. – eu sussurrei. Ele colocou a garrafa no lugar, bebeu um longo gole da bebida e caminhou até a outra extremidade do sofá, se jogando no mesmo, em seguida seu celular tocou em cima da mesa e ele não se mexeu, quando tocou pela quinta vez, eu o avisei. – seu celular está tocando.

– Eu não sou surdo. – ele respondeu mal humorado passando os canais da televisão, eu cerrei meus lábios.

– Tony... – eu sussurrei.

– Vai pro inferno. – ele disse bebendo o último gole do whisky, e se levantando, em seguida ele jogou o copo em cima do Augusto e subiu as escadas.

Eu senti vontade de chorar.

– Ele falou alguma coisa? – ele perguntou virando o rosto pra olhar seu irmão subir a escada.

– Nada que eu já não esperasse. – eu disse engolindo o bolo na garganta.

– Tipo? – ele perguntou baixo.

– “Vai pro inferno” – eu repeti suas palavras como se elas fossem ácidas na minha língua.

– Eu sinto muito. – o Augusto disse ficando sério no sofá e se levantou. – vem comigo? – ele me chamou, eu larguei minha bolsa no sofá e fomos pra cozinha, o Tony estava lá já, sentado na mesa e comendo um pedaço de pão, ele fingiu não nos ver quando sentamos um ao lado do outro. A Fernanda sentou do seu lado em total silêncio e seus pais que já eram quietos por natureza estranharam aquele clima ruim.

– Está acontecendo alguma coisa aqui? – a Laura perguntou.

– Porque estaria? – o Augusto disse baixo.

O Tony começou a rir, mas gargalhar mesmo, ele bateu na mesa com força, enquanto a outra mão ele colocou na barriga, todo mundo olhou pra ele confuso.

– Além de fura olho, ainda é comediante. – ele se levantou sério. – devia fazer teatro.

– Tony, senta e explica! – o Vitório pediu.

– Explicar o que? – ele disse pro Vitório. – teu filho furou meu olho, o que você já sabia, vocês estão todos mancomunados com essa putaria e só eu o otário aqui que não estava sabendo de nada...

– Cara... – o Augusto disse o interrompendo.

– VAI TOMAR NO MEIO DO SEU CU! – ele gritou apontando o dedo na cara do Augusto. – Tu tem é muita sorte de eu não sentar a mão nessa tua cara! Então fica de boa e caladinho aí porque se tu falar mais alguma merda, eu juro por Deus que eu vou te bater tanto que você não vai nem se lembrar do teu nome depois.

– Tony! – a Fernanda segurou o braço o Tony em sinal de fazer ele parar..

– Tony o caralho, tudo um bando de filho da puta nessa casa! – ele empurrou as coisas do café da manhã no chão, e eu fechei meus olhos com o barulho das coisas quebrando, e depois ele subiu as escadas de dois em dois, todo mundo ficou em silêncio alguns segundos.

– Aconteceu tudo errado. – o Augusto disse fechando os olhos e apoiando as duas mãos na mesa e a cabeça na mão. – ele ouviu de um jeito errado.

– Eu estou pouco me lixando para como ele ouviu. – o Vitório disse sério. – o Tony não vai embora de novo por causa disso, se vira pra fazer ele te desculpar. – ele jogou o guardanapo em cima da mesa e se levantou. – com licença. – ele subiu as escadas.

Eu estava me sentindo culpada, como se eu não pertencesse a aquela família, afinal de contas, todos os olhares de culpa estavam virados para mim.


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Notas finais do capítulo

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