Because, I Love You II. escrita por


Capítulo 25
Prioridades.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei pra postar, eu sinto muito, tive que fazer umas coisas de última hora e não deu mesmo pra postar gente :/ desculpem, mas está aqui o capítulo grandão p vocês ♥3



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Naquela sala de hospital, eu nunca senti tanto desespero na minha vida, e cada médico que passava, o meu coração acelerava.

Eu não aguentava mais.

O choro irrompeu alto mais uma vez e o Matheus me abraçou com força.

- Tudo bem, vai passar, ele vai ficar bem. – eu não conseguia confirmar, não quando o médico já tinha dito que as chances do Tony sair dessa vivo eram poucas, a bala tinha se alojado perto do coração e seria complicada a cirurgia.

- Não vai passar. – eu funguei e me afastei dele. – parem de dizer que vai passar porque não vai passar. – olhei para o rosto do Matheus e da Maria e ele deixou a fachada de forte cair, e sentou do meu lado.

- É tudo minha culpa. – ela começou a chorar e então tudo começou a cair, as fortalezas a nossa volta começaram a cair. O Léo também deixou algumas lágrimas caírem e eu senti meu coração parar por alguns segundos.

O médico veio se aproximando de nós com um rosto nada mal e eu precisei de apoiar no Matheus para minhas pernas não cederem.

Ela não vinha trazer uma noticia ruim né? Não era realmente verdade isso... Quer dizer? Ele tinha prometido que ficaria vivo, ele tinha prometido...

- Doutor! – o Léo disse se aproximando dele, ele pegou uma cadeira.

- Eu vou explicar tudo. – o Matheus me puxou pra sentar e eu não conseguia segurar o choro. – foi uma cirurgia complicada. – ele encarou a face de todos. – a bala se alojou bem perto do coração e... – ele parou de falar.

- Não. – eu sussurrei me levantando. – NÃO ACONTECEU ISSO! – eu gritei e o Léo se levantou segurando minha cintura.

- Não. – o médico se levantou. – ele entrou em coma. – minha respiração falhou.

Ouvi o choro alto da mãe do Tony atrás de mim a respiração acelerada dos seus irmãos. Minha vista falhou.

- Eu sinto muito, tenho pra mim que ele pode acordar daqui a horas, ou então... – minha respiração começou a aumentar.

- Nunca mais acordar. – o Matheus respondeu por ele. Eu empurrei os braços do Matheus e comecei a correr os corredores a dentro, os seguranças começaram a correr atrás de mim e eu entrei na UTI, o Matheus também corria atrás de mim, eu cheguei na porta do quarto do Antony e abri a mesma.

O mundo parou por alguns segundos, ele estava deitado na cama, com vários aparelhos ligados em seu corpo e o monitor do lado controlando seus batimentos cardíacos.

Meu corpo amoleceu e minha perna amoleceu, minha vista ficou escura e alguém segurou meu corpo antes que ele alcançasse o chão.

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POV Tony.

Alguém cutucava o meu corpo e eu demorei alguns segundos para perceber que eu estava em um lugar colorido e com cheiro de flores.

- Acorda! – era a Alexia, eu abri os olhos e sentei, eu estava deitado no chão.

- Onde eu estou? – perguntei baixo.

- No paraíso! – ela disse rodopiando no ar, eu sorri ao vê-la e depois fiquei sério.

- Eu morri? – perguntei baixo.

- Oh, não! – ela riu baixo. – ainda não. – eu fiz careta e ela me encarou. – ah qual é, não é bom estar aqui? – ela perguntou me olhando.

- Não muito. – eu respondi por fim. – queria ver a Ana. – fiz careta.

- Essa é a parte boa, você pode vê-la. – ela estendeu a mão para mim.

- Sério? – eu disse sorrindo largo.

- Uhum, mas não pode toca-la. – retorci a boca em uma carranca. – mas talvez ela possa sentir sua presença, a Esther sempre sente a minha. – ela rodopiou no ar novamente.

- Eu só quero vê-la. – admiti, ela novamente estendeu a mão pra mim e de repente estávamos em uma sala de espera, olhei em volta, as pessoas passavam por mim sem me ver e eu me senti de certa forma excluído.

- Estarei aqui. – a Alexia sentou em cima da bancada do hospital de pernas cruzadas. – demore o tempo que precisar. – ela sorriu pra mim, e eu assenti.

Olhei em volta e vi os meus familiares chorando, mas não vi a Ana e aquilo de certa forma apertou o meu coração.

Onde ela estava? Tinha acontecido algo?

- Como isso foi acontecer? – o Augusto sussurrou entre as lágrimas. – como isso foi... – meu pai afagou seu ombro e eu senti o bolo se formar na minha garganta.

- O que aconteceu pessoal? – eu perguntei me aproximando deles. – é alguma coisa com a Ana? – eles me ignoravam completamente e aquilo de certa forma me irritou.

Eu me levantei e o Matheus apareceu na porta do corredor com um rosto nada bom.

- Ela desmaiou. – ele disse por fim, a mãe da Ana se levantou.

- É melhor eu estar lá quando ela acordar. – ela saiu pelo corredor e o Matheus assentiu.

Eu me aproximei dele, a Maria o abraçou.

- Estou com tanto medo Math. – ela choramingou. – o que será de mim sem ele? – ela estava se referindo a mim.

O que tinha acontecido comigo?

- Eu não sei. – o Matheus a apertou com força. – o que mais me preocupa no momento é o que será da Ana sem o Tony, amor. – ele fixou o olhar em mim, mas eu não achei que ele realmente pudesse me ver. – eu nunca vi alguém amar uma pessoa como a Ana o ama. – eu sorri. – ele é a vida dela, durante todos esses anos ele sempre foi a vida dela e agora se ele... Se ele for, eu tenho a sensação que ela irá junto com ele.

- Ele não vai pra lugar nenhum Matheus! – ela se separou dele o encarou. – não fale isso de maneira alguma, o Tony está vivo e ele vai continuar vivo! – ele assentiu e sorriu pra ela.

- Eu sei amor, eu sinto muito. – ele voltou a abraça-la e eu comecei a andar pelo corredor, fui até a enfermaria quando vi a mãe da Ana sentada em uma cadeira ao seu lado, ela encarava a filha, ela estava dormindo.

Eu me sentei na ponta da cama e tentei segurar sua mão, mas não consegui.

Trinquei os dentes.

- Vida, eu estou aqui. – acariciei seu rosto. – você está me ouvindo? – perguntei baixo. – vida, eu te amo. – eu aproximei o rosto do ouvido dela. – eu te amo muito, eu te amo mais que tudo no mundo vida, acorda. – de repente a Ana teve um sobressalto e se levantou assustada.

- Tony. – ela murmurou baixo, olhando para os lados, a mãe dela se levantou.

- Eu, sou eu querida, a mamãe está aqui. – ela disse segurando sua mão.

- Não. – a Ana olhou em volta e fixou seu olhar em mim, eu sorri de lado. – eu ouvi a voz do Tony, ela desviou o olhar pra mãe dela.

- Sim! – eu disse sorrindo e indo para o outro lado da cama. – eu estou aqui vida! Sou eu! – eu acenei.

- O Tony não falou com você meu bem. – a mãe dela segurou sua mão.

- Falou sim! – a Ana disse com os olhos cheios de lágrima. – ele falou: Vida, eu estou aqui, vida, eu te amo mais que tudo no mundo, eu te amo muito... – ela abaixou a cabeça e começou a chorar.

Meu coração começou a doer, eu queria tirar aquela dor dela.

- ANA! – eu gritei. – EU ESTOU AQUI, PARA DE CHORAR VIDA! EU ESTOU VIVO! – segurei seu rosto. Ela fechou os olhos. – EU NUNCA VOU TE ABANDONAR VIDA, NUNCA!

- E a Esther mãe? – a Ana perguntou baixo.

- A mãe da Alexia ficou com ela. – a Ana a olhou assustada.

- QUEM DEIXOU? – ela gritou.

- Ana... – a mãe dela a olhou.

- É A MINHA FILHA! – ela gritou. – eu... Eu... – ela desceu da cama.

- Ana, para com isso! – a mãe dela segurou seu braço.

- É A ÚNICA COISA QUE EU TENHO DO TONY! – ela gritou pra mãe dela em prantos. – É A ÚNICA COISA QUE ME PODE ME LEMBRAR ELE, ELA TEM O CHEIRO DELE, OS OLHOS DELE, ELA SE PARECE COM ELE... ELA É MINHA! – a Ana gritou. – ela é nossa... Ela é minha filha, não saiu de dentro de mim, mas saiu de mim, o Tony disse isso... Ele disse... Ele... – ela começou a chorar e eu senti meus olhos ficarem úmidos. – eu preciso dele mãe. – a mãe da Ana deu a volta na cama e a abraçou.

- Meu bem. – ela apertou o corpo dela. – ele vai ficar bem.

De repente a Alexia estava ao meu lado.

- Melhor irmos embora. – ela disse no meu ouvido.

- Eu preciso voltar. – eu disse pra Alexia.

- Você ainda não pode. – ela me encarou.

- ELAS ESTÃO SOFRENDO! – eu gritei e depois olhei pra Ana chorando. – EU ESTOU AQUI ALEXIA, ELA PRECISA ME VER, ME SENTIR, ELA PRECISA SABER QUE EU ESTOU VIVO! – eu disse alto. – ELA ESTÁ MORRENDO, EU PRECISO AVISAR PRA ELA! – a Alexia fechou os olhos. – ela é o amor da minha vida Alexia, nenhum amor no mundo pode me segurar aqui, eu preciso que ela veja que eu estou bem, todos os planos, todas as promessas que eu fiz pra ela são reais, eu quero cumpri-los, eu vou cumpri-los. – ela fechou os olhos.

- Vamos embora. – ela segurou na minha mão e voltamos para o jardim, de repente toda aquela sensação ruim voltou como uma bomba.

- Eu quero ir embora daqui. – a Alexia me olhou.

- Você não pode ainda... – ela me encarou.

- EU QUERO IR EMBORA DAQUI! – eu berrei para o nada. – EU QUERO IR EMBORA DAQUI, QUERO SAIR DAQUI, ME TIRA DAQUI. – a Alexia se aproximou de mim.

- Tony, você não pode ficar aqui com o coração assim. – ela segurou meu rosto.

- Então me tira daqui! – eu gritei.

- Escuta, você não pode voltar agora. – ela encarou os meus olhos.

- Eu não estou pedindo. – eu abaixei suas mãos e encarei seus olhos. – eu quero sair daqui agora.

De repente tudo ficou preto e eu comecei a ouvir vozes baixas, baixas, mas vozes.

Alguma coisa começou a apitar rapidamente e eu abri os olhos com o barulho estridente, olhei em volta e respirei fundo.

- DOUTOR! – uma mulher gritou. – DOUTOR!

Entrou uma porrada de médicos na sala de uma vez e só começaram a colocar uma luz forte nos meus olhos.

Pisquei algumas vezes.

- Para com essa luz. – eu disse virando o rosto.

- Você acordou? – o médico perguntou perplexo.

- Sim. – eu disse meio zonzo.

Eles me levaram pra fazer uma baterias de exames e eu já não aguentava mais fazer aquele monte de exames e estava exausto quando eles finalmente me levaram pro quarto, quando a enfermeira me deu meus remédios, ouvi duas batidas na porta e então a Ana pulou pra dentro da porta.

- Amor? – ela perguntou baixo.

Uma sensação de alivio invadiu meu peito e ela correu de encontro ao meu corpo.

- Tony, eu achei... Eu... – ela começou a molhar o meu ombro. – ah meu Deus... – ela segurou meu rosto e me deu vários selinhos, eu sorri. – vida, eu... Meu Deus... Eu sinto muito, eu não... Eu... – ela começou a gaguejar e eu abracei, ela me apertou com força no seu corpo.

- Estou aqui vida, estou aqui. – eu disse apertando seu corpo contra o meu. – já passou.

Ela começou a soluçar enquanto se agarrava com mais força ao meu corpo, eu quase pude sentir as agulhas se afundando com mais força nos meus braços.

- Me desculpa. – ela levantou o olhos cheio de lágrimas. Eu a encarei e então pela primeira vez senti meu coração apertar de um jeito horrível. – desculpa por ter feito você ficar três anos longe de mim, por ter te magoado, por ter ficado com o Augusto quando na verdade eu pertencia a você, desculpa por ser ridícula, idiota e por ter quase te matado, me matado e nos matado, me desculpa... – ela abaixou a cabeça e soluçou. – eu devia ter te ouvido, ficado em casa, não teríamos passado por nada disso e você não teria quase morrido... – ela levantou os olhos vermelhos. – eu senti tanto medo Tony... – ela fungou. – eu nunca senti tanto medo na minha vida como eu senti agora, eu senti medo de nunca mais sentir seu cheiro, seus abraços, senti medo de nunca mais ouvir sua voz... Eu... – ela suspirou e me encarou. – eu te amo.

Meu corpo todo amoleceu e eu senti vontade de chorar.

- Você nunca vai me perder baby. – eu segurei seu rosto e aproximei os mesmos. – eu sou seu pra qualquer lugar que eu vá. – ela sorriu largo e aproximou nossos rostos me dando um selinho longo, eu fechei meus olhos sentindo meu coração acelerar e em seguida a porta foi escancarada, minha família foi entrando aos poucos no quarto e eu sorri ao ver cada um deles confirmando o certo, eu estava vivo. 


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Notas finais do capítulo

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