O Diário De Bianca escrita por Lolita


Capítulo 22
Desafio


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a quem lê e comenta - mesmo que sejam poucos, significam muito pra mim!
Não sei se vou continuar com a história - isso vai depender de vocês, então, peço que manifestem seu interesse.
Meu motivo para talvez não continuar é coisa de "Dante" e eu. Respondo a quem quiser se me perguntar por mensagem.
Grata.



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Olá, diário!

Hoje foi meu último dia com Dante antes da sua viagem de formatura. Meu coração dói só de pensar que vamos ficar tanto tempo distantes... Mas, bom, deixa eu contar como foi meu dia, primeiro, né?

Cheguei atrasada na escola, portanto, só pude entrar no segundo horário, então não vi Dante. Eu estava super ansiosa para vê-lo e entregar a ele o que ele havia me pedido! Enquanto eu ficava sentada aguardando ordem para subir para a sala, recebi uma mensagem dele perguntando se eu não tinha ido à aula. Até pensei em responder, mas acho que a surpresa seria mais interessante.

Me levantei e fiquei conversando com o porteiro, ajudando-o a carimbar as carteirinhas com presença, até que o sinal tocou e eu subi. Quando cheguei na sala, juro, diário, não sentia a mínima vontade de estudar. Só teria aulas chatas! Filosofia, Sociologia, recreio e depois, Artes e duas aulas seguidas de Português. Meu Deus! Duas aulas seguidas com a professora que me mandou pra diretoria ontem. Eu ia me matar no recreio mesmo.

Felizmente, as duas aulas que faltavam pro recreio passaram bem rápido. Acho que minha ansiedade era tanta que mal percebi a hora passar. Quando soou o sino, peguei logo a caixinha e subi. Dante não sabia que eu tinha ido à aula, então eu esperava que ele tivesse uma surpresa boa.

Ele estava sentado numa mesa com seus colegas de sala – e a garota estúpida com quem ele havia ficado, estava debruçada nele. Fiquei paralisada e o filme de tudo o que havia acontecido entre eles se passou repetidas vezes na minha cabeça. Felizmente, alguma criança boba esbarrou em mim e me tirou do transe. Fiquei observando por mais uns minutinhos e tive uma ideia brilhante do que fazer. Se Dante queria ficar agarrado a ela, tudo bem, mas tínhamos uma espécie de compromisso e, enquanto não findado, ele ainda era MEU.

Cheguei por trás dele, sem que ele e nem a cobra percebessem. Alguns amigos dele me viram, mas fiz sinal de silêncio para eles, que não me denunciaram. O abracei por trás e o beijei na nuca. Seu susto e sua surpresa em me ver me fizeram rir. Eu não sei se ria por ele estar constrangido por ser pego no flagra ou se ria por ter feito algo realmente pensado, ao contrário do que costumo fazer.

Eu ria enquanto ele se levantava da cadeira, todo desengonçado. A cobra me olhava com raiva – e não escondia isso. Antes que Dante pudesse dizer algo, eu o peguei pela mão e disse, rindo falsamente, diretamente para ela (a cobra!): “Vou roubá-lo de você um instante, mas prometo que trago de volta logo. Inteiro eu já não te garanto!” e saí puxando Dante pela mão. Decidi que ia demonstrar que não me importava com aquilo. Quando chegamos à quadra, mais afastados do resto, ele veio tentar se explicar, dizendo que pensou que eu não tinha ido à aula, ao que respondi, sorrindo e calma: “Então, sempre que eu faltar, você vai arranjar outra? Espero que valha para os dois!” . Ele disse que não, que eu estava “viajando”, que eles eram só amigos agora. Eu disse que não importava, que se ele podia, eu também podia e isso era indiscutível para mim. Ele começou a ficar bravo e eu o chamei para sentarmos numa das mesas, pois eu queria lanchar.

Nos sentamos com Alice, como de costume. Ele me perguntou o que era a caixinha que eu segurava e eu disse que era presente para um amigo especial. Alice percebeu que ele estava ficando vermelho e com ciúmes e resolveu propor que brincássemos de desafio. Eu decidi começar e propus que a gente colocasse drogas na escola, assim a culpa cairia nos formandos e ninguém sairia prejudicado. Alice e Dante toparam o desafio e eu fiquei de decidir o dia mais apropriado – o problema seria CONSEGUIR a droga, diário! Onde íamos arranjar isso? Era a vez de Alice, que desafiou Dante a jogar no chão o lanche de um garotinho, provavelmente de 12 anos, que estava perto da gente. Eu achei maldade e me opus, mas Dante estava num de seus dias nervosos e quis ser macho alfa e cumprir o desafio.

Ele se levantou, fez pose de arrogante e foi de encontro ao garoto. Eu e Alice observávamos como telespectadoras, enquanto ele pegava o lanche do garotinho, jogava no chão e pisava em cima. O garoto olhou pra ele e perguntou o porquê de ele ter feito aquilo, ao passo que Dante respondeu com um seco “Porque me deu vontade.” e voltou pra mesa. Eu fiquei ranzinza com aquilo, admito. Pra mim, foi uma espécie de bullying. O veterano fazendo o novato passar vergonha e ficar sem lanche. Reclamei com Dante, mas ele só colocou os braços atrás da cabeça e disse que era o desafio.

Eu levantei e fui ver o garotinho. Ele parecia bem chateado, então eu pedi desculpas por Dante e dei cinco reais pra que ele comprasse outro lanche. Ele agradeceu e me abraçou, o que me surpreendeu um pouco, afinal, ele era garotinho, mas nem tanto assim.

Quando voltei pra mesa, Dante disse com deboche que eu era a defensora dos fracos, que logo teríamos pôsteres meus sendo vendidos na banca. Eu disse para que ele parasse de brincadeiras, que era sua vez de desafiar alguém. Ele disse que ia desafiar a mim, mas que sabia que eu não teria coragem suficiente para cumprir o desafio. Senti que vinha provocação da parte dele e disse para que ele fosse homem e falasse logo. Juro que eu não estava preparada para o que viria, diário! Ai, se eu soubesse...

“Te desafio a me deixar te dar uns amassos no corredor, durante a aula.”, ele disse. E numa serenidade invejável! Eu fiquei roxa e Alice se engasgou com o suco que tomava. Eu lhe disse que era impossível e que se fossemos pegos, seriamos expulsos. O sinal soou, Dante se levantou e disse: “Eu sabia que você não tinha coragem pra isso.”. Idiota! E ainda me deixou descer sozinha! Bom, eu desci com Alice, mas mesmo assim. E eu não tinha mais garrafinha pra encher, já que ele quebrou a minha, então fui direto pra sala.

A aula de Artes foi bem divertida. Cada um recebeu a foto de um colega e uma revista. Teríamos que colocar a cabeça do colega (ou da colega) no corpo de alguém da revista. Eu, infelizmente, não vi quem pegou meu rosto, mas peguei o de Alice e fiz uma bem “zoada”, pra que ela achasse que era sério. Mas, a de verdade, tinha o corpo de uma modelo, bem bonita.

Chegou a temida aula de Português, mas pra minha surpresa, a professora estava de ótimo humor – até comigo! Infelizmente, nos deu mais trabalho. Tínhamos que inventar uma MÚSICA, diário! Uma música! Era em dupla, então me juntei com Alice, mas não conseguimos nada legal durante a aula. Felizmente, tinha mais uma aula de Português e uma sala vazia e escura, então a professora nos mandou pra essa sala, pra que terminássemos o trabalho e não atrapalhássemos a turma. Óbvio que eu e Alice mais brincamos que tudo, então decidimos que nossa música não seria inventada, mas sim um plágio. A dupla Victor & Leo havia lançado há pouco tempo uma música chamada Amor de Alma, a música ainda não era muito conhecida e a professora, com toda certeza, não ouve Victor & Leo – ao contrário de Alice e eu, que somos fãs. Pus Alice pra escrever a música e fazer os desenhos que a professora pediu, enquanto eu vigiava a porta e distraía ela, para que ríssemos um pouco.

Passados alguns minutos, eu olhava pra fora da sala (a porta dava de frente pro bebedouro) e vi Dante. Não pensei, não raciocinei, não ponderei. Chamei a atenção dele, para que ele olhasse pra mim, e pedi para que ele viesse. Ele ficou assustado, mas veio. Quando ele chegou, eu o puxei pra dentro da sala pela gola da blusa, disse para que ele nunca mais insinuasse que não tenho coragem. E o beijei. Diário, acho que foi o beijo mais intenso que demos! Nos primeiros segundos, ele estava assustado, meio sem ação, enquanto eu forçava uma intensidade que não existia ainda, puxando ele pra perto, com meus braços ao redor do seu pescoço. Quando ele percebeu o que acontecia, me abraçou forte pela cintura, como se quisesse se unir a mim. E assim ficamos por vários minutos, a coisa foi esquentando, ele se grudava em mim cada vez mais, até que colocou a mão por baixo da minha blusa e passeou com ela pelas minhas costas.

Alice, que estava nos dando “privacidade”, achou que era o momento de interromper e tossiu falsamente. Santa Alice! Eu não saberia o que fazer se Dante, bom...passasse a mão sob meu sutiã. Dante não tinha percebido que Alice estava ali e ficou um pouco sem graça. Eu ri e disse que sempre cumpro desafios. Ele me abraçou e perguntou o que estávamos fazendo ali. Depois de explicarmos para ele, ele resolveu nos ajudar. Entre beijos e brincadeiras, ele fez os desenhos que faltavam e disse que tinha que voltar pra sala, pois saiu só pra tomar um remédio. Eu logo me preocupei, perguntei se ele estava doente ou algo do tipo, mas ele disse que é um remédio de pressão que ele toma todos os dias.

Alice e eu também tínhamos que voltar pra nossa sala, então Dante pediu para que nos encontrássemos depois da aula, porque ele tinha algo pra me dar. Nos despedimos com um selinho e cada um foi pra sua sala. Faltavam pouquíssimos minutos para que a aula acabasse, então Alice e eu entregamos o trabalho e ficamos fofocando um pouco. Assim que soou o sinal, eu peguei de novo a caixinha e desci rápido para ver Dante (que sai sempre mais cedo). Quando o encontrei, entreguei logo a caixinha. Ele ficou surpreso e perguntou se não era para um amigo especial, e eu disse que sim, que esse amigo era ele. Ele disse que não é só meu amigo, me beijou e abriu a caixinha. Quando ele viu que era um perfume – meu perfume -, abriu o maior sorriso do mundo e me abraçou. Eu lhe disse que era para que ele se lembrasse todos os dias do meu cheiro.

Para minha surpresa, ele tirou da mochila um embrulho e me entregou, todo vermelho de vergonha. Quando eu abri, vi que era uma garrafinha nova, com desenho de sapinhos, verde com branco. Simplesmente linda, diário! A coisa mais fofa que eu já havia ganhado! Não me contive e o beijei ali mesmo. Infelizmente, Dante tinha que ir embora, pois tinha autoescola em breve. Nos despedimos e cá estou, contando tudo pra você, diário.

Já são 18h e Dante e eu estamos trocando sms, pois o fim de semana está aí e ele vai viajar com a turma, mas não quer que eu fique saindo sozinha! Todo ciumento, ele...

Ele está me ligando agora – acho que vai se despedir. Até depois, diário!

Boa noite.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a quem lê e comenta - mesmo que sejam poucos, significam muito pra mim!
Não sei se vou continuar com a história - isso vai depender de vocês, então, peço que manifestem seu interesse.
Meu motivo para talvez não continuar é coisa de "Dante" e eu. Respondo a quem quiser se me perguntar por mensagem.
Grata.



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