O Diário De Bianca escrita por Lolita


Capítulo 21
Depois da Tempestade...




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Olá, diário!

Uau, tive que chegar super cedo na aula, porque eu não tinha feito as tarefas, então precisava copiar de alguém – eu sei que é feio, mas eu não estava em condições. Cheguei na escola e subi correndo pra sala. Ninguém tinha chegado ainda e as luzes estavam apagadas. Achei melhor deixar assim, pois se alguém passasse e me visse fazendo tarefa...bom, podia dar problema.

Não demorei mais do que 15 minutos para fazer tudo, mas ainda faltavam uns 45 minutos pra aula começar! Decidi cochilar. Acabei acordando com uma garota que parecia ter uns 11 anos me cutucando. Juro que queria chutá-la pra longe e voltar a dormir, mas ela me disse que tinha um garoto me esperando fora da sala. Levantei um pouco grogue e fui ver o que era.

Lá fora estava Dante, vestido com roupas de temática “Anos 50”. Meu Deus, como ele estava lindo! Usava uma calça jeans preta, um tênis também preto, uma blusa branca de malha e, por cima da blusa branca, uma camisa jeans azul, quase toda abotoada, além de um RayBan estilo Aviator. Eu fiquei tão boba com a beleza dele que fiquei sem fala. Ele percebeu, sorriu e me deu um beijo na bochecha. Eu ri e perguntei o que ele queria. Ele disse que queria saber como eu estava, como nós estávamos e me deu uma barra de chocolate. Eu não esperava por isso. Pode parecer uma bobeira, diário, mas achei fofo da parte dele me dar uma barra de chocolate. Foi uma espécie de presente. Segurei a barrinha como se fosse um bem precioso, mas não consegui responder às perguntas dele.

Ele segurou meu queixo e veio se aproximando cada vez mais de mim. Não consegui pensar na noite anterior, no tempo em que ficamos sem nos falar, na garota que ele ficou... Não consegui pensar. Quando ele encostou sua boca na minha e começou a me beijar, o chão deixou de existir. Eu me sentia flutuando, segura pelos braços dele. Ficamos nos beijando por vários minutos, como se estivéssemos matando a saudade um do outro, até que um amigo dele passou e gritou: “AHHHHH, DANTE!!”. Eu me assustei e tentei me afastar de Dante rápido, mas ele me abraçou pela cintura e começou a conversar com o amigo. Infelizmente, o sino soou e eu tinha que entrar pra sala – que agora estava cheia. Peguei os óculos de Dante e disse que depois devolvia. Ele respondeu que seria ótimo, pois isso significava que íamos nos ver de novo, me deu um selinho e foi pra sua sala.

Passei a aula um pouco aérea, devo confessar. Mal podia acreditar que tudo havia se resolvido. Eu só conseguia pensar no recreio. Será que ele ia me buscar, como fazia antes? Ou ia subir sem mim? A professora de Química chamou minha atenção por estar “dispersa demais”, mas eu não conseguia prestar atenção! Fingi que resolvia uns exercícios até que chegou a hora do recreio. Fiquei uns dois ou três minutos sentada, com medo de sair e me decepcionar.

Enquanto eu pensava se saía ou não, Dante entrou na sala sem eu perceber e me perguntou se não íamos subir. Isso significava que íamos ficar juntos, que tudo estava bem. Subimos de mãos dadas e deixei que ele escolhesse em que mesa iriamos sentar. Ele se sentou e, quando fui me sentar, ele me puxou e me fez sentar no colo dele. No começo eu fiquei envergonhada e escondi meu rosto no peito dele, mas depois comecei a rir e pus os óculos escuros.

Enquanto conversávamos, ele me disse que viajaria na semana que vem com a turma pra Cabo Frio, que ficariam por lá a semana inteira. Ele disse que ia sentir saudades e, droga, eu também vou sentir. Uma semana sem ele. Eu suportei uma semana sem tê-lo, mas o via de longe e já me satisfazia com aquilo. Uma semana sem nem falar com ele... Meu coração ficou pequenininho. Acho que fiz involuntariamente um bico, porque ele me puxou pra mais perto e disse que eu não precisava me preocupar, porque ele ia me ligar todos os dias.

Ainda estávamos conversando quando o recreio acabou, então me levantei e puxei ele para que pudéssemos descer. Entre brincadeiras, eu disse que ele não me aguentava, por ser tão baixinho. Ele me pegou no colo e desceu a escada toda me segurando! Eu estava morrendo de rir e de medo de cair! Depois de descer a escada, ele ainda ficou rodando comigo no colo como um louco! Nós dois estávamos como loucos, pra dizer a verdade. Riamos e nos beijávamos como se só existíssemos nós no mundo inteiro. E, bom, pra mim era mesmo assim.

Eu lhe disse que tinha que encher minha garrafinha de água, mas ao invés de me pôr no chão para ir busca-la, ele me levou até minha carteira, esperou que eu pegasse e, depois, me levou até o bebedouro. Tudo isso no colo, diário! Eu perguntei rindo se ele não ia me soltar mais e ele me olhou sério, com aqueles olhos verdes que pareciam me enxergar a alma, e disse “Nunca mais”. Eu senti que ele não se referia a me soltar do colo dele.

Ele me desceu de seu colo e eu fui encher a garrafinha, enquanto ele bagunçava meu cabelo e tentava me atrapalhar. Quando terminei, ele tentou puxar a garrafinha da minha mão, pra beber nela. Eu já disse, diário: não gosto de babujado! E repeti isso pra ele, que continuou puxando. Depois de um tempo, eu disse que já havíamos trocado saliva tantas vezes que não faria diferença, que ele podia beber. Ele riu e soltou a típica frase: “...Só você, Bianca!!”. Quando soltei a garrafinha, não sei o que aconteceu que ela caiu no chão e a biqueira quebrou. Eu fiquei brava e comecei a xingar ele, que se magoou rápido. Percebi que tinha exagerado e o abracei, dizendo que não tinha problema. Ele me pediu desculpas e me levou até a sala.

O resto das aulas correu naturalmente. A professora de Português, que não gosta nadinha de mim, exigiu que eu lesse minha tarefa para a sala toda. Ufa! Ainda bem que eu tinha chegado mais cedo para fazê-la. Modéstia à parte, estava impecável, mas mesmo assim, ela conseguiu achar defeitos. Ela começou a criticar tudo o que eu fazia – e não estou me referindo à tarefa - , me chamando de inútil. Eu retruquei e ela simplesmente me mandou pra diretoria.

Depois de explicar para a diretora o que havia acontecido, ela tentou colocar panos quentes e me fazer deixar pra lá. Decidi que realmente não valia a pena e fui liberada para ir pra casa. Quando cheguei em casa, expliquei pra minha mãe, que queria imediatamente falar com a professora e com a diretora, mas eu disse pra deixar essa passar. Ela disse que se mais alguma coisa acontecesse, ela iria na escola. Acho justo.

Tirei meu cochilo e fiz minhas tarefas. Por volta das 9h, Dante me ligou para assistirmos CSI. Assistimos e comentamos o episódio – como sempre, ele elogiando a Catherine e eu, o Nick Stokes. Quando eu já ia desligar para que pudéssemos ir dormir, ele pediu para que eu desse a ele algo meu, pra ele levar pra viagem, para que me sentisse com ele o tempo todo.

Bom, já são 11h30 e eu já sei exatamente o que vou dar, então, vou dormir, diário.

Boa noite.


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