-Olá Amy.

-Sheldon?? O que você está fazendo aqui? Pensei que já tinha ido embora com as meninas.

Amy estava surpresa com a visita de Sheldon. Ela abriu mais a porta para dar passagem a ele.

Sheldon entrou e caminhou até o sofá com uma expressão totalmente seria e disse:

-Amy, eu senti uma vontade imensa e inexplicável de subir aqui antes de ir embora. E eu acabei ouvindo a sua conversa com Kripke...

Amy arregalou os olhos e arqueou as sobrancelhas. Ela sabia, pela expressão de Sheldon a parte que ele tinha ouvido. Ela foi até o sofá e sentou ao lado dele.

-Sheldon, por favor não surte! Eu...

-Eu não estou surtando... –Sheldon resmungou isso quase que em um tom inaudível.

Amy não se deu conta. Com a cabeça baixa e a sua voz cheia de melancolia ela continuou falando.

-...Eu vou entender perfeitamente se você quiser que a nossa relação volte para um ponto que esteja favorável para nós dois.

-Não.

Amy abaixou as sobrancelhas para exibir sua confusão. Ela olhou para ele. Seus belos olhos azuis olharam para os olhos verdes dela.

-Como assim “não”? Que parte exatamente da conversa você escutou?

-Bem, eu ouvi o Kripke dizer que queria te dar alguma coisa, depois ouvi um tapa, ele me chamou de “magrelo esquisitão” –Sheldon revira os olhos e continua. – e eu ouvi o que você disse a meu respeito.

Sheldon continua com o rosto completamente serio, porém ainda olhando para os olhos verdes de Amy.

Amy simplesmente apertou os lábios e desviou o olhar. Respirou fundo, olhou novamente para Sheldon e disse:

-Ok, eu sei que agora você me acha uma hippie e que eu não deveria ter falado todas aquelas coisas e... –Amy se calou, para sua própria surpresa, ele fechou os olhos e se inclinou em direção a ela. Com uma quantidade suave de pressão, ele beijou Amy nos lábios. Era um beijo doce, delicado e macio.

Sheldon sentiu seu próprio coração acelerar à medida que a temperatura interna confortavelmente começou a aumentar de uma forma que surpreendentemente não era desagradável.

Amy recebeu o beijo com os olhos arregalados, percebeu o rosto de Sheldon bem pertinho do dela, vários pensamentos corriam em sua mente, ela sonhou com esse dia quase que todas as noites quando ela colocava a cabeça no travesseiro. Como Sheldon não tinha separado seus lábios ainda, ela decidiu parar de pensar, fechar os olhos e retribuir o beijo.

Aquele momento poderia ter durado segundos, minutos ou horas, talvez, mas para os dois, o tempo tinha parado ali.

E então, ele lentamente tirou seus lábios dos dela e disse:

-Amy Farrah Fowler, ninguém nunca me defendeu daquele jeito, suspeito até que ninguém nunca gostou de mim do jeito que você gosta, então.. não tem porque eu querer que a nossa relação volte a um ponto favorável para nós dois. Estou satisfeito com a nossa relação do jeito que está. Se você quer saber, antes de conhece-la, eu nunca me imaginei fazendo isso que eu acabei de fazer, com você eu não achei a ideia do amor e a ideia de ter alguém tão parecido comigo, ridícula. A minha vida mudou bastante depois que te conheci. Percebi que estava muito errado. Sempre me neguei ao fato de ter algum sentimento sobre você, mas, depois de escutar tudo o que disse, cheguei a uma conclusão: você me completa além do explicável, você preenche o vazio em mim que ninguém jamais poderá preencher. Com você eu me sinto confortável, seguro e feliz, e só agora eu percebi que você realmente é a melhor namorada que eu poderia ter.

-Oh Sheldon...

Amy tomou uma respiração profunda e com lagrimas nos olhos ela abraçou o namorado. Sheldon devolveu o abraço fechando os braços ao redor dela.

Depois de lutar com tantas emoções, finalmente Amy foi capaz de falar:

-Sheldon, eu não posso imaginar minha vida sem você. E a razão que eu tenho para dizer isso, é porque você se tornou a parte mais importante dela.

Eles separaram o abraço. Ele olhou para ela com um sorriso bobo no rosto, embora seus olhos traíram a sua incerteza.

-Obrigado Amy.

O casal ficou se encarando por alguns minutos sem perceber. Até que uma batida na porta finalmente quebra o silêncio.

Knock Knock - Amy, Sheldon, está tudo bem ai?? –Era a voz de Penny.

Amy da um pulo do sofá e Sheldon balançou a cabeça. Ambos pareciam terem sido acordados de um transe extremamente profundo. Ela foi até a porta para abrir e Penny poder entrar.

-Oh, Oi Bestie! –Amy da um sorriso de canto tentando esconder seu estado emocional altamente transbordando de felicidade.

-Ann, oi Amy, está tudo bem com vocês?? –Penny diz meio desconfiada. -Eu e Bernadette estávamos no carro esperando Sheldon, mas eu vi o Kripke sair do seu prédio, então resolvi subir para ver se ninguém morreu aqui.

-Está tudo bem, o Kripke veio aqui querendo conversar... e eu esclareci tudo pra ele. Só isso. –Amy deu um sorriso espontâneo ao terminar a frase e olhou para Sheldon.

Sheldon ainda sentado no sofá, correspondeu com outro singelo sorriso.

Penny estava ali sem entender muita coisa, olhando o casal flertando como ela nunca tinha visto antes.

-Ok então pombinhos... –Penny tossiu tentando chamar a atenção de Sheldon e Amy. –Acho que já podemos ir então né.. – Ela levantou os polegares e sinalizou em direção a porta.

-Cl-claro. -Sheldon levanta do sofá, passa por Amy, ambos se despedem dela e saem do apartamento.

Amy fecha a porta devagar, relembrando todos os acontecimentos daquele dia. E solta um suave suspiro