(POV Lena)

–Rafael o que faz...

            –Lena tem que sair daqui! – Rafael me corta. – Antes que a invasão comece. Você tem que sair daqui!

            –O quê?! – Quase grito. – Rafael do que você está falando?!

            –Não é nada! – Responde nervoso e começa a me puxar para os limites do Acampamento.

            Estávamos distantes da parte central do Acampamento e cada vez chegávamos mais perto dos limites.

            –Rafael eu não vou a lugar algum! – Gritei me soltando e voltando para o Acampamento, mas ele segura meus pulsos.

            –Você não pode! Venha comigo, por favor.

            –Você vai me contar o que está acontecendo, ou não? – Perguntei entre os dentes, começando a ficar com raiva dele.

            –Eu não posso...

            –Então me larga! – O cortei.

            Voltei a andar para a parte central quando ele grita:

            –Lena espera. – Dou meia volta, para poder encará-lo. – Eu te conto, mas, por favor, fique aqui.

            –Pode começar a contar e de forma resumida. – Disse com um mau pressentimento.

            –Lena, tudo que eu posso dizer é que...

            Sua fala é interrompida por um estrondo vindo da entrada do Acampamento.

            –E a invasão começou. – Falou Rafael.

            –Você sabia disso?! – Gritei. – Sabia disso e não avisou a ninguém? Você ficou louco?!

            Comecei a correr para a área dos chalés, precisava avisar a todos. Mas Rafael também correu e ficou na minha frente.

            –Lena desculpa, mas se você não vai comigo eu tenho que, pelo menos, impedi-la de atrapalhar meus planos.

            –Seu idiota! Como ousa fazer isso! Você vai morrer nos Campos de Punição! Não, melhor, eu mesma vou te mandar para o Tártaro, seu filho da puta!
            Na verdade não queria brigar com ele. Rafael, antes de qualquer coisa, era meu amigo. Não queria lutar ou feri-lo, mas ele estava me obrigando a fazer isso!

            Esfreguei a caveira na minha pulseira e rapidamente minha espada de ferro estígio estava em minhas mãos.

            –Tem certeza que não quer vir comigo? Eu não quero brigar com você.

            –Tarde demais para isso, não acha?

            Por um instante ficamos apenas nos encarando. Nenhum de nós tinha coragem o suficiente para começar a atacar, mas de repente escutei outro estrondo, que me deu coragem para atacar.

            Desferi um golpe na sua coxa esquerda que começou a sangrar muito. O corte foi profundo. Ele colocou sua mão ali. Rafael era bom lutador, mas ele era melhor com arco e flecha, além disso, não tinha coragem par me atacar.

            Aproveitando a oportunidade eu dei um chuto nas suas costelas. Ele caiu no chão e se contraiu de dor.

            –Desculpe, mas você me fez fazer isso. – Falei antes de lhe dar um soco na cara.

            Ele imediatamente desmaiou e eu invoquei apenas um esqueleto para vigiá-lo, precisava guardar minhas forças para o real inimigo.    

            Comecei a correr como nunca corri antes na minha vida. Finalmente arranjei um lugar para chamar de casa e eu definitivamente não vou deixar que a destruam.

            Quando cheguei à parte centra do Acampamento vi que uma parte dos campistas saiam dos seus chalés para ver o que estava acontecendo.

            Corri até eles e gritei:

            –É uma invasão! Ajudem-me a acordar o resto dos campistas!

            Continuei correndo e batendo nas portas de todos os chalés gritando que era uma invasão.

            O chalé de Ares foi para linha da frente, cada campista do chalé de Apolo procurou um lugar alto para atirar flechas dali, o chalé de Atena começou a se reunir e formar estratégias de defesa e eu apenas procurava meus amigos para saber como eles estavam.

            De longe avistei Nico. Eu comecei a corre até lá.

            –Nico! – Gritei para que ele pudesse me ouvir.

            Ele se virou e abriu um sorriso de alívio quando me viu. Nico correu em direção a mim e me abraçou.

            –Você está bem? – Pergunta, preocupado.

            –Sim, mas Rafael... – Não consegui falar, pois foi nesse momento em que começou o ataque.

            “Onde estão os outros?” perguntei a mim mesma, desesperada enquanto me defendia de vários monstros.

            A luta estava difícil. Eram muitos monstros para pouco campistas, muitos ainda não haviam chegado. Estava me defendendo de uns três monstros quando vejo uma cascavel de três metros. Olho melhor e vejo que é a calda da Quimera. O monstro era imenso, mas por sorte estava de costas para mim e o Nico.

            Sorte era se ela não se mexesse. Coisa que, obviamente, ela faz. Quando ela virou a calda dela foi junto e eu tive que pulá-la para não ser atingida. Mas Nico estava tão avoado e preocupado procurando Lily que não viu a calda vindo em sua direção.

            A cascavel tentou picá-lo, mas, por sorte, não conseguiu. Porém do mesmo jeito o resto da calda atingiu Nico e ele foi lançado a metros de distância. Eu grito o seu nome e estou prestes a correr para ajudá-lo quando uma garra de algum monstro me arranha.

            Sinto o sangue quente escorrendo pelo meu braço e me viro na direção do monstro. Mas quando eu viro, eu não me deparo com apenas um monstro e sim três. É aí que vejo que não tem como ajudar Nico agora. “Apenas aguente firme, Nico.” Pensei mordendo os lábios de tanta preocupação.

            (POV Lily)

            Estava preocupada. Tinha acordado no meio da noite com barulhos e quando vou ver é minha casa sendo destruída! Acordei Percy, botei uma roupa e saí correndo. Precisava defender minha casa.

            Eu e Percy ficamos juntos. Logo encontramos Annabeth, mas eu não achava mais ninguém, além deles. “Onde está Nico?” me perguntei nervosa.

            Nós três já tínhamos derrotado trezentos monstros. Até que Annabeth foi para uma cabaninha fazer algumas táticas. Não sei para que, não temos tempo para isso!

            Minhas costas estavam grudadas na de Percy, de uma forma que era impossível que alguém nos atacasse sem que um de nós não visse. Nesse momento Annabeth sai da barraca e está correndo em nossa direção quando eu vejo Nico. Ele está sendo jogado no ar e bate com força no chão.

            No momento nada mais importa. Corro em direção a ele ignorando os gritos de Annabeth e Percy, nada disso é mais importante do que Nico caído no chão.

            Corro o mais rápido que eu posso e consigo alcançar Nico.

            –Nico! – Grito, me agachando ao seu lado.

            Ele estava desmaiado. Olho em volta, preciso de um filho de Apolo. Então avisto Meredith. “Perfeito” penso.

            –Meredith! – Grito.

            Os poucos filhos de Apolo que ficaram aqui era para dar assistência médica. A maioria estava montada em pégasos atirando lá de cima ou em qualquer lugar alto o suficiente para que possa dar uma boa visibilidade.

            Rapidamente ela corre até mim e o Nico e ela me ajuda a carregar ele para uma área afastada.

            Ela começa a cuidar do filho de Hades e eu fico ali, segurando sua mão.

            –Você precisa voltar para a batalha. – Fala Meredith, sem tirar os olhos do Nico.

            –Mas... Nico está ferido! – Falo.

            Então escuto Nico resmungar algo. Eu me debruço um pouco sobre ele e encosto meu ouvido perto de sua boca.

            –Lily... – Sua voz sai fraca. – Você tem que ir. Proteja o Acampamento por mim.

            Então ele para de falar e volta a ficar inconsciente. Olho para Meredith e pergunto:

            –Quanto tempo ele vai ficar assim?

            –Alguns minutos. Agora vai, mas fique por perto, assim que ele melhorar ele irá se encontrar com você.

            Sorri e agradeci.

            Voltei para a batalha, mas meus pensamentos estavam em Nico de forma que eu fui atingida várias vezes.

            –Lily, se concentre, Nico vai ficar bem! – Percy me chamou atenção.

            –Tudo bem. – Disse me esforçando mais.

            Continuei duelando, mas ainda estava preocupada com Nico.

            Alguns minutos depois alguém segura minha mão e eu sorrio ao ver Nico ali.

            Porém meu sorriso não durou muito. Logo quatro equidnas apareceram. Equidnas são mulheres-cobras, com um corpo que lembra uma serpentes. Elas têm a língua bifurcada com presas horrendas. A pele delas era cheia de escamas verdes e seus olhos eram de répteis.

            Eu Nico começamos a duelar com elas. Eu desferi um golpe em uma delas e ela se desfez em pó.

            Faltavam três.

            Com certo custo eu e Nico nos livramos dela, elas eram bem fortes, para falar a verdade.

            Parecia impossível de ganhar a batalha. A essa altura foi montado uma enfermaria na área mais longe da batalha possível. Metade dos filhos de Apolo estava lá e outra metade na batalhas. Mas tinham vários campistas feridos e parecia que estávamos em menor quantidade que no fim das últimas férias.

            Resumindo: estamos desesperados. Eu, Nico, Annabeth e Percy duelávamos contra a Quimera. Estávamos perdendo feio. Até que um filho de Apolo começou a atirar flechar sem parar contra ela e nos deu chance de atacar.

            Depois da Quimera ter sido desintegrada Annabeth foi para o mine quartel fazer estatísticas de quantos campistas ainda podiam lutar ou não.

            (POV Lena)

             Fiquei mais tranquila quando percebi que Lily estava cuidando de Nico e voltei a lutar.

            Procurei Travis, mas não o encontrei, mas avistei Meggie e Leo. Corri até eles, pois precisavam de ajuda.

            Matei o monstro por trás e quando ele se desfez em pó pude ver a cara de cansaço de Meggie e Leo.           

            –Vocês estão bem? – Perguntei.

            –Mais ou menos. – Respondeu Meggie. – Mas dá para continuar lutando.

            –Não. – Respondi. – Vai para enfermaria e descanse um pouco. Vai ser melhor assim, é melhor termos lutadores bons e descansados a um a mais, embora morto de cansaço.

             Meggie me obedeceu e foi para a enfermaria, ficamos apenas eu e Leo. Procurei meus amigos por tudo quanto é lugar, mas não os encontrava de jeito nenhum.

            Ficamos um tempo lutando e “matando” monstros quando avistei Lily e Nico. Eu e Leo corremos até lá.

            –Vocês estão bem? – Eu perguntei quando cheguei lá.

            –Sim, onde está Meggie? – Perguntou Lily. – Ela está bem?

            –Ela estava muito cansada, então a mandei para enfermaria. Mas ela está bem. – Respondi.

            Então começamos a lutar novamente. Depois de um tempo deferindo golpes e golpes Lily viu Percy saindo do mini-quartel e disse que iria até lá ver qual eram as estatísticas e avisar sobre Meggie. A princípio eu não entendi nada, mas logo concluí que devem ser estatísticas sobre quantos campistas ainda sobram de pé.

            –Eu vou com ela. – Avisou Leo.

            Eu e Nico ficamos sozinhos de novo e começamos a lutar. Já havíamos desintegrado muitos monstros e estávamos lutando muito bem.

            De repente escutei um grito.