Cartas Para Antônio Ferreira escrita por Mari


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Meninas esse capítulo é dedicado a mãe Laured do ano a Karen mãe do Miguel.Karen receba nossa homenagem Tais e Mari.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/386810/chapter/24

Por Laura

Não sei bem o que me despertou hoje, talvez a claridade do sol adentrando pela janela do quarto ou o cheirinho familiar que a tempos não sentia que me fizeram abrir os olhos para ver se não estava imaginando coisas, no travesseiro vazio ao lado do meu repousava um raminho de alecrim amarrados por uma fita branca, me endireito sentando na cama e avanço sobre ele para pega-lo, o levo ao nariz para inalar aquele cheirinho maravilhoso e só então percebo o pedaço de papel dobrado só mesmo a curiosidade para saber o que tinha ali para me fazer largar do alecrim... Reconheço a caligrafia do Edgar e abro um sorriso antes de ler o conteúdo do bilhete.

Meu amor queria muito estar ao seu lado no despertar do primeiro amanhecer ao lado do nosso filho mas infelizmente me vi obrigado a deixar o aconchego da nossa cama para resolver algo inadiável, espero obter êxito no que pretendo fazer e conseguir voltar antes do seu despertar, se isso por ventura não acontecer deixarei esse bilhete com o meu bom dia e esse pequeno ramo de alecrim no qual eu deixo um pedaço do meu amor.

Do seu marido que te ama muito Edgar Viera.

Ao termino da leitura eu abraço aquele pequeno pedaço de papel juntamente com o raminho de alecrim em meu peito enquanto levo a mão aos cantos dos meus olhos para colher as lagrimas furtivas que me escapavam, agora não podia mais usar a desculpa da gravidez para justificar esses momentos emotivos. Levanto da cama sentindo certo desconforto enquanto caminho pelo quarto a passos lentos até o bercinho que o Edgar trouxe para o nosso quarto, observo o nosso pequeno Antônio que ainda dorme mas mesmo assim não me contenho pego ele no colo e o levo para a minha cama onde eu o coloco deitado do meu lado e fico velando o seu sono, estava quase pegando no sono novamente quando ouço um barulho na porta seguindo pela entrada do Edgar no quarto equilibrando uma bandeja em uma das mãos e com a outra tentava fechar a porta.

– Já acordada meu amor? tinha esperanças de retornar antes do seu despertar.

– O que o senhor meu marido foi fazer na rua tão cedo?

– Tive que resolver alguns assuntos de trabalho... nosso pequeno foi o causador do seu despertar?

– Não eu senti sua ausência, foi isso que me despertou.

Eu digo manhosa e ele pousa a bandeja nos pés da cama e se aproxima de mim sentando ao meu lado na cama apoiando uma das mãos no colchão e levando a outra aos meus cabelos.

– O que eu posso fazer para reparar essa minha falta grave?

– Não sei ainda mas pensarei a respeito por enquanto o senhor poderia começar dando um beijo de bom dia em sua esposa, pensarei em minhas próximas exigências.

– Hum se todas as outras exigências forem tão boas quanto a primeira eu cumprirei a minha pena feliz... a senhora é uma ótima negociadora.

As ultimas palavras ele sussurra com os lábios colados nos meus para então aprofundar o beijo, eu me esforço para falar que aquilo não seria o suficiente apesar de estar amando aquele beijo, que foi interrompido quando choro do nosso filho nos atinge.

– Acho que tem uma pessoinha aqui que concorda com você.

– O Antônio é esperto, ele sabe das vantagens que tem em escolher o lado certo.

– Falando em vantagens esse chorinho é de fome?

– Acho que sim, pega ele para mim que descobriremos num estante.

– Acho que é melhor você pega-lo Laura.

– Por que Edgar?

– Sei la meu amor ele é tão pequeno eu tenho medo de machuca-lo.

– Bobagem meu amor é só ter cuidado com a cabecinha dele, eu te mostro. – Eu me aproximo do Antônio e chamo o Edgar para se juntar a mim, pego em sua mão e posiciono no tronco do nosso filho enquanto que com a outra coloco amparando a cabecinha dele, o Edgar ainda me lança um olhar receoso mas eu o encorajo a prosseguir e ele ergue o nosso filho levando-o para próximo do seu peito.

– Esta vendo você leva jeito.

– Acho que esses méritos são da professora... Laura eu achei que estava preparado por causa da Melissa, mas acho que ainda não sei muita coisa sobre a paternidade.

– Então aprenderemos juntos meu amor, agora me dá ele aqui que o que ele esta querendo o senhor não pode dar.

– Por enquanto senhora Vieira, quando o nosso filho estiver na fase de novos experimentos eu farei questão de apresentar a ele as delicias que esse Rio de Janeiro tem para oferecer a ele.

– Hum estou vendo que terei de ficar de olho no senhor para não encher o nosso filho de guloseimas... porque você não aproveita pra descansar um pouco enquanto eu dou de mama pra ele? Você quase não dormiu essa noite e ainda saiu da cama tão cedo.

– Eu estou bem meu amor prefiro ficar olhando vocês dois.

– Não sei que graça o senhor meu marido vê nisto, já não nos observou em todas as vezes que ele acordou a noite para mamar?

– Acho que nunca vou cansar disso meu amor é uma cena linda de se ver.

Antes de eu formular uma resposta para dar a ele nos ouvimos batidas a porta e logo a dona Margarida entra em nosso quarto um pouco constrangida com a intromissão.

– Desculpe interromper a privacidade de vocês meus filhos mas tem uma pessoinha aqui que esta a ponto de me enlouquecer para conhecer o irmão.

– Imagina dona Margarida entre venha conhecer o seu neto.

A Melissa se solta dos braços da avó e se adianta a frente pra parar ao meu lado da cama e saciar a sua curiosidade pelo irmão, a dona Margarida um pouco mais contida permanece um pouco afastada da cama mais seus olhos observam o neto com curiosidade e orgulho.

– Ele é tão lindo Laura... lembra muito você meu filho quanto tinha essa idade.

– A senhora acha minha mãe?

– Não tenho duvidas meu filho e se for em tudo igual ao pai é melhor ir preparando os braços Laura pois o Edgar era um tanto gordinho quando mais novo.

– Mãe!

– Pode deixar dona Margarida eu irei me preparar, acho que agora sei por que ele falou com tanto entusiasmo das guloseimas que pretende apresentar ao nosso filho, acho que isso não passa de um pretexto para relembrar a infância.

– O que é isso, as duas vão ficar ai levantando calunias ao meu respeito?

– Ninguém aqui esta inventando qualquer coisa meu filho, mas fique tranquilo nós o amamos mesmo assim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!