"Shiroi Yama"

  

Capítulo II: Você Tem Um Coração?

 

 

  

[ Aoi's POV ]

 

 

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O orvalho nos arbustos era consumido pelos pequenos feixes de luz conforme a manhã ia chegando. E mais uma vez, lá estava eu. Em frente ao seu túmulo. Mais uma vez meu coração falou mais alto. E mais uma vez, eu atendi ao seu estúpido desejo.

 

 

Pousei o pequeno buquê de lírios sobre a grama verde e aparada. Você gostava de lírios, certo?

 

 

O que será que aquele ojii-san pensa ao me ver aqui, todos os dias, na mesma hora, com as mesmas flores?

Pensando bem... A opinião dele não importa, o que me importa é você, Yune.

 

 

— Eu devo estar ficando velho! — Ri, balançando a cabeça.

 

 

— Que bom que o senhor não fica aqui sozinho o tempo todo, otou-san! — Ouvi uma voz feminina atrás de mim.

 

 

Virei para ver quem havia falado a seguinte frase, e me deparei com uma adolescente, usando o típico uniforme escolar japonês, segurando um pequeno buquê de flores: Lírios. Cabelos pretos repicados até um pouco antes de seus ombros magros, e uma fita vermelha agindo como faixa. Olhos castanhos sustentavam o olhar contra os meus.

 

 

— Hajimemashite, Takahashi... — Algo me impediu de ouvir seu nome.

 

 

 No sonho que deveria ter terminado. O adeus floresce;

 

 

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 Abri os olhos, assustado, mas não me levantei.

 

 

Mais um sonho que envolvia sua morte, mais um sonho que rondava minha mente. Eu não consigo dormir direito desde aquele dia, o dia em que você partiu. E eu fui deixado para trás, sozinho. Sua morte ainda assombra meus pensamentos, Eiji. O que eu faço?

 

 

Eu ainda estava sonolento e não tinha  a mínima ideia de que horas eram. Se tivesse passado das 9h, Kai —com certeza—, me ligaria, perguntando se eu já estava a caminho. Como sempre.

 

 

Ouvi o toque de meu celular. Velhos hábitos nunca mudam, certo?

 

 

Peguei o aparelho segundos depois, a claridade me cegando.

 

 

— Moshi moshi. — Sentei em minha cama, os olhos correndo pelo quarto bagunçado. Preciso de alguém pra cuidar da casa!

 

 

— Onde você está?! Já está a caminho?  — Pensei em responder, mas Yutaka não me deu essa oportunidade. — Pedirei para Ny-chan ir te buscar...

 

 

— Pelo amor de Deus, Kai! Eu tenho 35 anos, não preciso de babá! — Além do mais, Sereny já tem o que fazer.

 

 

— Então, apresse-se, por favor! — Ouvi vozes do outro lado da linha, e aquele maldito barulho indicando o fim da ligação.

 

 

Eu realmente não gostaria de ser o líder!

 

 

~ XxX ~

 

 

Estacionei o carro em frente ao prédio, joguei a chave do automóvel —na cara— do manobrista e corri. Entrei no elevador e apertei o botão do quarto andar freneticamente, até que as portas do mesmo se fechassem e o elevador desse um solavanco, indicando que já estava em movimento. Enfim respirei.

 

 

~ XxX ~

 

 

Desde o dia 4 de Abril* só havíamos descoberto três pistas:

 

 

Pista nº 1:Sakamoto Harumi, patrocinadora do concerto no teatro, vinha sendo chantageada por William Minor, ou melhor, Takahashi Eiji.

 

Pista nº 2:Beatrice Flatty e Takahashi mantinham um relacionamento secreto, e ele planejava deixar Takahashi Akane-san, sua esposa.

 

Pista nº 3:Akira e Taka disseram que enquanto Yune agonizava, ele tocava insistentemente, um mi bemol, e, por sermos músicos — por hobby —, sabemos que um mi bemol também pode ser chamado de ré sustenido.

 

 

— Essas pistas não têm muito sentido, têm? — Uruha me perguntou, estávamos em um restaurante/bar em uma das movimentadas ruas de Tóquio.

 

 

— Depende do que você considera "ter sentido", não? — Ele riu, enquanto tomava mais um gole de saquê. Eram quase 16:30 e ele já estava se embebedando!

 

 

— Se você acha... — Takashima deu de ombros. Às vezes eu acho que a bebida o emburrece...

 

 

Levantei-me, pegando o maço de cigarros e caminhando em direção a porta do estabelecimento, irritado. Será que Kouyou não entendia? Não entendia que eu precisava resolver esse caso, acima de qualquer coisa? Não. Talvez ele não entendesse. Takashima também já foi conhecido como destruidor de corações, literalmente. Mas essa, já é outra história...

 

 

De acordo com as leis atuais, não era mais permitido fumar em locais fechados, e acho que também não seria justo com meu parceiro, ele finalmente conseguira largar os cigarros. Preciso tentar fazer o mesmo... Por mim.

 

 

[ ~ ]

 

 

[ Reita's POV ]

 

 

Minhas costas e pescoço estão me matando, ficar sentado praticamente o dia inteiro está me deixando entediado e dolorido. Ficar dentro desse prédio, encurralado em uma sala, amarrado a uma cadeira, sendo torturado por papéis e mais papéis. Aaah! Quero trocar de lugar com Kouyou e Yuu!

 

 

Soquei a mesa. Mas que saco!

 

 

Passei os olhos pela sala. Vazia. Não havia mais ninguém ali; Kai tinha sua própria sala por ser o líder (O que não é benefício nenhum se você for ver a quantidade de coisas que ele tem que fazer por dia.), Aoi e Uruha estavam procurando os parentes de Yune pela cidade, Miyavi estava desaparecido devido a uma "missão" que Yutaka lhe dera. E então, eu me lembrei. Estava sozinho com Chibi!

 

 

Olhei em direção a sua mesa, vendo-o rir. O que era tão engraçado?

Levantei-me sem fazer barulho; Caminhei a passos lentos e silenciosos em sua direção e vi o motivo de sua risada: Takahashi que era tão desleixado e largado, e agora vestia ternos e roupas sociais.

 

 

Envolvi Ruki em um abraço gostoso. Aquele cheiro me deixava louco! Vou acabar com meu tédio, afinal, estamos sozinhos.

 

 

— O que é tão engraçado, Ru-chan? — Sussurrei, roçando meus lábios em seu pescoço. Ele estremeceu. Sorri.

 

 

— Rei-chan...

 

 

Só eu e Taka. Isso pode ser divertido.

 

[ ~ ]

 

 

[ Uruha's POV ]

 

 

Eu ainda não sei o quanto a morte de Eiji continua afetando Aoi. Mas, como guardião de Shiroyama Yuu, não posso deixar que as coisas continuem assim.

 

 

Ainda não entendo como as coisas acontecem nessa vida, e espero nunca entender. Brincar de ser Deus nunca é uma coisa boa, e muito menos saudável. As pessoas a nossa volta estão sempre preocupadas em tomar conhecimento sobre tudo e todos, mas quem disse que fazer isso é uma coisa boa? Quem nos deu o poder de julgar a vida de outros?

 

 

Ninguém.

 

 

O poder de um — suposto — anjo, pertence apenas a ele, e a mais ninguém. Leigos não deveriam tentar falar sobre o que desconhecem, não deveriam tentar brincar com fogo. Porque assim como o fogo é belo e traiçoeiro, os anjos também são.

 

 

Logo virá minha agonia. Hora do show da flor insensível que se consola na insolação. Peça todos os dias para não ser o sacrifício número 12.

 

 

 

 Continua...

 

[ ~ OooOooO ~ ]

 

 

 

Primeiro trecho em itálico, (Ou no fim do sonho do Aoi, sim, aquilo foi um sonho 8D) "No sonho que deveria ter terminado" ("Owaru hazu no yume ni") e "O Adeus floresce" ("Sayonara ga saiteru"). Música: Distress and Coma, the GazettE

 

Segundo trecho em itálico, não tenho nada de interessante pra fazer, então, vou explicar as três frases que o Uru disse.

Música: Zetsu, the GazettE

 

 

"Logo virá minha agonia" ("Boku no kunou wa yagate") — Como o próprio Uruha disse, ele é o guardião de Aoi, mas ser um guardião é doloroso, e ele sabe. Porque mesmo que o indivíduo não queira, ele não tem escolha. (Eu explico isso com mais detalhes num próximo capítulo. :D)

 

 

"Hora do show da flor insensível que se consola na insolação" ("Nurezu no hana fukan SHOW TIME") —Essa parte já tem a ver com o passado do Uru, e isso será explicado mais para frente. Mas é bem o que o Aoi disse anteriormente "Talvez ele não entendesse. Takashima também já foi conhecido como destruidor de corações, literalmente." E eu assimilei o Uru a uma flor, porque ele é lindo, e as pessoas baixam sua guarda por isso! =D Pelo menos, é o que eu acho :x Tirem suas próprias conclusões! o/

 

 

"Peça todos os dias para não ser o sacrifício número 12" ("Juu-ni nin me no gisei ga denai koto wo hibi negaou") — Pois é, eu tenho uma certa paixão pelo número 4, e na maioria das vezes, por seus múltiplos! *-* O número 12 também terá algo relacionado ao Kouxudo, então. É só esperar XD /apanha

 

 

 

[ ~ Notas ~ ]

 

 

 

 4 de Abril (4/04) — Eu pretendia explicar isso mais pra frente, mas, não ia ter sentido -_-" Como a maioria já deve saber, em japonês, a palavra "morte" e o número 4 têm a mesma pronúncia: "Shi". E os japas da vida tem aversão a essa pronúncia e resolvem falar "Yon"! Mas, como eu sou do contra, ficou assim. E, como foi dito acima, porque eu tenho uma tara pelo número 4 *-*' (E isso realmente não tem sentido algum, não tente entender 8D) Então, o dia da morte do Yune, é totalmente, o dia da morte! [?] >P /apanha

 

 

 

Reviews com críticas construtivas são MUITO²³ bem vindas! *-*/

Assim como a sua opinião sincera! =D

 

Agora, chega de enrolation (e de explicações x.x), não esqueça da review!!! Elas me deixam feliz, e ainda me incentivam a continuar! *o*

 

Se alguma coisa ficou confusa, ou sem sentido, me avise!! o/

Eu explico/arrumo!

 

Uh, semana que vem, capítulo duplo! o/ *faz dancinha tosca*

Se é que pode se chamar aquilo de capítulo... :B

 

Kissu =*

 

Postado em: 11/09/2009

(Fala sério, que dia hein... ê_e)