The Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 3
Perfeita para mim


Notas iniciais do capítulo

Hello, leitores!! :)
Capítulo novinho aqui pra vocês....
Espero que gostem - estou realmente ansiosa pra saber a reação de vocês.
Boa leitura! ^^



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Renesmee Cullen’s POV

Acordei atrasada para o encontro com Jacob. Ficamos trocando mensagens até duas da madrugada e acabei dormindo demais.

Já passavam das nove horas da manhã, e ele marcara nosso piquenique para exatamente esse horário.

Tomei um banho rápido e procurei algo para vestir apressadamente, tropeçando pelo quarto, irritada por ter me atrasado tanto. Escolhi roupas leves, pois o clima em Forks estava agradável, por causa do calorzinho do verão – não era tanto, mas o sol aparecia mais vezes, quase todos os dias.

Escovei rapidamente os cabelos e corri para fora do quarto, dando uma olhada pelo chalé.

Não vi meus pais em lugar nenhum. Concluí que estavam no quarto, ainda.

Conforme fui crescendo e entendendo rapidamente o mundo à minha volta, percebi um dos motivos o qual morávamos no chalé e não no casarão enorme dos Cullen – seria impossível conviver com os comentários de Emmet, sempre ironizando a tal demora dos meus pais ao saírem do quarto. Em quase sete anos de casada, minha mãe nunca deixou de ficar sem graça e de se sentir incomodada com os comentários do meu tio, acompanhados da sua risada estrondosa. Às vezes eu podia jurar que as bochechas dela estavam corando, mas era apenas a sua expressão desconcertada.

Sem querer incomodá-los, arranquei uma folha do bloco de anotações que ficava na mesa da cozinha e escrevi.


Fui encontrar Jacob na campina.

Renesmee


Fixei o bilhete na geladeira com um ímã e corri o mais rápido que pude para a mansão dos Cullen.

Alice, Jasper, Rosalie e Emmet estavam viajando em um tipo de lua de mel fora de época. Já fazia duas semanas que eles estavam em Paris, e todos os dias eu checava meu e-mail para ver as novas fotos que tia Alice me enviava. Eu podia imaginá-la com uma câmera nas mãos o tempo todo, dando pulinhos de animação enquanto pedia para todos sorrirem ao quase cegar meus tios com flashes infinitos. Sem contar com as fotografias românticas dela e de Jasper nos lugares mais lindos da cidade do amor – às margens do rio Sena, abraçando-o pelo pescoço com um sorriso implacável no rosto; nos passeios de bicicleta pelas ruas de Paris; na Ponte dos Cadeados, onde ela tirara uma foto de dois cadeados com os nomes dos respectivos casais.

Eu não conseguia parar de imaginar as roupas lindas que ela e Rose trariam para mim, e isso me fazia lembrar de mais uma sessão de fotos em casa, quando eu era pequena, em que elas me faziam de boneca e me enchiam de roupas de grife. Era cansativo, mas muito divertido, ainda mais quando minha mãe era forçada a entrar na brincadeira – aí até eu me insinuava a “torturá-la”, como ela dizia.

Atravessei a porta e procurei Esme pela enorme casa vazia.

- Esme? – chamei.

- Aqui, querida! – Segui sua voz, que vinha da direção do piano.

Ela estava sentada no banco, deslizando os dedos pelas teclas, mas sem emitir os sons. Sorriu para mim quando me viu.

Senti uma vontade enorme de abraçá-la. Ela estava se sentindo sozinha, com meus tios viajando, Carlisle no hospital e meus pais no chalé. Devia estar sentindo falta do meu pai tocando para ela - depois da última vinda dos Volturi, todos estavam tão tensos, que ele tocava cada vez menos.

Passei os braços em volta do seu pescoço e ela me deu um beijo no rosto.

- Eu estava pensando em vir dormir aqui hoje – permaneci na mesma posição, agora esticando os braços e tocando duas teclas agudas vizinhas, uma de cada vez.

- Ficarei muito feliz, Nessie – ela virou-se para mim, um sorriso jovial iluminando o rosto. – Para onde está indo agora?

- Vou encontrar Jacob, e... queria saber se você poderia me emprestar uma toalha de piquenique.

- Claro, venha comigo.

Fomos até a cozinha, e Esme abriu seu armário – um exclusivo só para ela – cheio de utensílios domésticos que eu gostava de chamar de “coisas de mãe.”

Existem vampiros com dons especiais que vão além do improvável – Esme não é diferente. Seu poder maternal é, acima de tudo, baseado no amor por seus filhos. Isso supera qualquer poder sobrenatural.

Ela colocou a toalha quadriculada em branco e vermelho em cima da bancada, em seguida tirou do armário uma linda cesta de palha de tamanho médio, precisamente trançada e firme, perfeita para um piquenique.

- Nossa, vovó, você... pensa em tudo! – eu disse.

Esme mostrou mais uma vez seu sorriso de contentamento e me entregou a cesta.

- Divirta-se

Dei-lhe um beijo no rosto e praticamente voei para fora da casa.

Ultimamente, eu estava indo à campina com Jacob com uma certa frequência, sempre que o sol exibia seus raios com intensidade e a chuva dava uma trégua. Na verdade, eram meus pais quem costumavam ir sempre, e nós passamos a acompanhá-los nos últimos meses.

Geralmente, íamos depois de uma caçada, para relaxar os ânimos. Deitávamos sobre a grama, conversando baixinho, e passávamos horas olhando para o céu vendo as nuvens formarem desenhos. Por algum motivo, eu via flores com muita frequência.

Assim que cheguei no espaço redondo no meio das samambaias, onde a luz do sol propagava-se vívida e extremamente clara, senti a onda de paz que sempre sentia quando estava lá. O ar, mais puro e limpo, entrava por minhas narinas, absorvia-se em meus pulmões e expelia para fora qualquer impureza existente, purificando todo vestígio de preocupação ou peso que me incomodasse.

A alguns metros, quase no meio da campina, entre o mar de grama verde agora com menos flores que na primavera, Jacob sentava-se de costas para mim, com uma caixa de pizza nas mãos. Ele a girava e respirava fundo algumas vezes, tamborilando os dedos pelas bordas – um reflexo próprio de impaciência.

Fiquei o observando, demorando-me ao andar até ele tentando não fazer barulho. Sua silhueta, à minha frente, tão linda, tão precisamente desenhada especialmente para mim, me atraía com uma força magnética incrível, parecendo que minha vida, meu mundo, meu eu – tudo se concentrava ali onde ele estava, e seria embalado e confortado por seu calor inabalável; todos os meus problemas seriam resolvidos quando eu estivesse entre seus braços, quando eu ouvisse sua voz sussurrando em meu ouvido dizendo que tudo ficaria bem.

Devagar, ajoelhei-me a alguns centímetros dele, coloquei a cesta ao meu lado com cuidado para não mexer muito na grama, e estendi os braços, tapando seus olhos com as mãos.

Eu podia senti-lo sorrir, pois seus olhos repuxavam-se sob minhas mãos, fazendo-me sorrir também. Ele tirou minhas mãos e me puxou pela cintura, e fiquei sentada em suas pernas, meus braços abraçando seu pescoço.

Fiquei tentada a beijá-lo agora mesmo, estávamos tão próximos, apenas o vento suave a ficar entre nós, mas me contive, admirando seu rosto por um momento.

- Não sei por que você ainda faz isso – disse ele. – Eu sempre vou saber que é você.

Franzi o cenho, mas não consegui conter o humor na voz.

- Não gosta mais, Jake?

Ele sorriu abertamente, começou a brincar com meus cabelos, a expressão confusa.

- Jake?! – Admirou-se.

- É assim que seus amigos o chamam – expliquei. – Somos amigos agora, não é?

- Não – ele balançou a cabeça negativamente, pôs uma mão em minhas costas e me puxou para mais perto. – Agora não.

Seus lábios, tão quentes, tão macios e carinhosos tocaram os meus da mesma forma intensa de sempre, mas não adiantava – meu coração sempre reagia como se cada beijo fosse o primeiro, como se todo o calor irradiado do corpo de Jacob invadisse-o de forma avassaladora e transbordasse para cada fonte vital do meu ser. Os batimentos eram descompassados – 90, 120, 150 por minuto -, mas cada vez que avançava uma dezena, era como se eu precisasse daquela aceleração descoordenada para me manter respirando, para que a vida me permitisse viver mais um dia.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, enquanto eu tocava o maxilar de Jacob com as pontas dos dedos, comparando a temperatura do sol que agora iluminava mais a campina com o calor vindo da pele dele. Meu sol era melhor.

- Vamos ter que dar um jeito – ele colou a testa na minha, fechando os olhos.

Suspirei, e mesmo com os olhos fechados, pude ver a luz brilhante do sol tremer sobre minhas pálpebras.

- Não se esqueça dos Volturi – sussurrei.

- Não se esqueça do amor.

Jacob beijou-me novamente, agora dando selinhos longos no canto da minha boca, deslizando para o lado direito do meu rosto.

Desviei os olhos e suspirei pesadamente. Eu não queria lembrar disso agora, não queria estragar o momento.

- O que você trouxe? – Mudei de assunto.

Ele puxou a caixa de pizza que deixara de lado.

- Pizza, claro – deu de ombros. Depois virou-se e achou a cesta de Esme, abrindo-a. – Hmm... Vamos ver o que você trouxe.

Segurei o riso enquanto ele mexia a mão por dentro da cesta e arqueava as sobrancelhas a cada coisa que via.

- Maçãs, uvas... morangos! – Exclamou – Nossa, Nessie. É tudo tão saudável!

Ele tirou a toalha, desdobrou-a e me fitou, ainda levantando as sobrancelhas.

- Alguém tem que pensar nas coisas por aqui, Jake! – Levantei as mãos nos lados do corpo.

Ele riu novamente da forma como o chamei. Eu estava gastando, a palavra saía da minha boca facilmente, como se já fosse costume chamá-l0 assim. Não sei por que nunca o fizera.

Jake continuou me olhando, agora com os braços cruzados e os olhos semicerrados. A cabeça pendia ligeiramente para o lado, fazendo-me lembrar de uma criança espertinha demais para a idade, fazendo-se de entendida para os pais.

- Tudo bem, eu admito – revirei os olhos. – Foi ideia de Esme.

Estendemos a toalha na grama e organizamos o pequeno banquete. Comemos a pizza, ou melhor, Jacob devorou mais da metade da pizza, enquanto reclamava das fatias dizendo que eram pequenos demais.

Depois passamos para as frutas. Fiquei a alguns metros de distância e desafiei-o a pegar as uvas com a boca. Cada arremesso que eu fazia era certeiro, ele pegava todas com uma habilidade incrível, mesmo quando eu queria fazê-lo errar.

Na minha vez, peguei apenas alguns morangos, deixando cair vários pelo chão. Jake disse que eu era lenta demais para uma meio-vampira, mas eu o acusei de ser um péssimo lançador.

Após uma hora de risos, brincadeiras, trocas de carinho e beijos – muitos beijos –, deitamos na grama em uma sombra de árvore e ficamos olhando as formas das nuvens.

- Veja, minha flores! – Apontei para o céu, mostrando a forma de um lindo jarro com várias flores de todos os tamanhos, já desfazendo-se à medida que o vento soprava – São tão lindas...

A cabeça de Jacob, que estava ligeiramente inclinada em direção à minha, virou-se para o outro lado e eu ouvi algo ser arrancado do chão, uma, duas, três vezes.

Ele apoiou-se em um dos cotovelos, ficando mais perto de mim, e estendeu três lindas flores – uma amarela, uma violeta e outra cor-de-rosa.

- Desejo realizado – disse ele.

Eu sorri, meus olhos brilhando de encantamento. Era incrível como Jacob sempre me surpreendia, e a cada nova surpresa fazia com que eu me apaixonasse por ele mais uma vez.

Peguei as flores e senti o perfume, doce, simples e agradável. A sombra em que estávamos agora recuava para longe, o sol invadindo o espaço e aquecendo minha pele.

Fechei os olhos, aproveitando a sensação confortadora. Logo chegaria o outono, e veríamos o sol desse jeito apenas no ano que vem.

- Temos que vir aqui mais vezes – Jacob estava quase encostado em mim, com o corpo inclinado em minha direção. Tocou meu braço, rastejando devagar a mão até meu ombro. Senti que estava me observando mais precisamente, então o olhei também. – Você fica ainda mais linda à luz do sol...

Sorri para disfarçar o rubor em minhas bochechas, e apoiei-me nos cotovelos, ficando de frente a ele.

- Nem tanto... Eu não brilho.

Jake riu com sarcasmo, como se não acreditasse no que eu acabara de dizer.

- Eu nunca fui fã de vampiros brilhantes – ironizou. Ele chegou mais perto, passando o braço em volta da minha cintura. – Você é perfeita. Perfeita para mim.

**********

Guardei cada detalhe da manhã em minha mente, lembrando-me de cada olhar, cada toque, beijo e palavra. Parecia que a cada dia, o sentimento entre mim e Jacob multiplicava-se por um milhão, fazendo-me ter a certeza de que sem ele, não sou nada.

Mesmo sendo metade vampira, uma criatura rara, mesmo tendo um poder especial que poucos imortais tem o privilégio de ter, nada se compara a uma ligação tão forte como um imprinting.

À noite, cumpri minha promessa que eu fizera com Esme, e juntamente com meus pais, fui para a casa dos Cullen.

Eu estava sentada ao piano, tocando a canção que meu pai compusera para Esme – que ele me ensinara há algum tempo –, enquanto Carlisle e Esme ouviam, abraçados, bem próximos ao piano, e meus pais sentavam-se no carpete em volta da mesinha de centro da sala, concentrados em um jogo de xadrez. Alice e Bella eram as únicas a terem vantagem ao desafiar meu pai em uma partida.

A melodia seguia delicada e suavemente, minhas mãos respondiam à prática das aulas, e eu me senti completamente bem – livre de preocupações, mesmo sabendo do que estava por vir. A manhã especial que eu tivera com Jake superara tudo. Eu não sabia se sorria pela felicidade que a música me causava, ou pelas lembranças do momento maravilhoso.

Então, subitamente, Edward levantou-se em um impulso, numa velocidade que ele nunca usava, só quando necessário. Meus dedos travaram e provocaram um som estranho nas teclas, rompendo a melodia harmoniosa.

Bella levantou-se também, agarrando com força o braço do meu pai.

- Edward, o que foi? – perguntou.

- Temos visita. – Ele respondeu. Mas não pude decifrar seu tom de voz.

Ele foi até a porta e abriu, já com um meio sorriso esboçado no rosto.

A mulher que hesitava ao entrar era um pouco baixa, de meia idade, tinha cabelos castanhos curtos e olhos azuis gentis. As marcas de expressão nos cantos da boca repuxavam-se em um largo sorriso, fazendo sua maturidade parecer algo apenas físico.

Todos os olhares da sala, inclusive o meu, voltaram-se para minha mãe, que estava com uma expressão confusa: surpresa, alegria, receio, pavor? Ela estava tão atordoada que, se fosse possível, estaria chorando e soluçando. Sua boca abria e fechava, tremendo. E sua voz soou embargada e aguda ao pronunciar a palavra:

- Mãe?



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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Gostaram?
Se SIM, comentem! Se NÃO, comentem também!
Bjos!!