Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 60
- Longe. Part 1.


Notas iniciais do capítulo

Gente não sei se vcs virão, mas em malhação fizeram com o pedro e a karina uma capsula do tempo. Juro que já tinha tido essa ideia há séculos, tanto que o meu cap com a ideia foi postado antes do deles irem ao ar. Estou feliz por uma coisa que eu tbm pensei ser compartilhada por escritores profissionais e bem sucedidos, me deixa mto contente.
Bom capítulo...



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1 MÊS DEPOIS.

Impaciente, Damon quicou a ponta da caneta contra a folha de papel mais vezes do que pôde contar. Procurava palavras em cada canto provável de sua mente e não encontrava nada que julgasse ser digno. Talvez estivesse sendo exigente demais com seu pobre cérebro de exatas.

Era meia noite. Oficialmente naquele minuto se completavam trinta dias desde que estava naquele lugar. Cercado de adolescentes no qual tinha que vigiar enquanto eles faziam suas atividade de acampamento pela mata, pelo rio e etc.

Restavam só mais trinta. Quanta diferença era sentida dessa viagem para a que fez anteriormente. Ao menos a grande fazenda na qual estavam hospedados era confortável e indiscutivelmente bela. O quarto apesar de grande, tornava-se pequeno pela quantidade de pessoas com quem tinha que dividir. Outros sete professores. Nessas horas lembrava-se de seus tempos na reabilitação quando dividia com mais onze, tão problemáticos quanto ele. Alguns até mais, já que haviam também viciados em drogas lá.

Hoje via como sua mãe estava certa. Ela costumava dizer que a bebida era uma válvula de escape para tentar se esconder da vida. Que não era feliz e por isso bebia. Via aquelas palavras como besteira de mãe em tentar convencê-lo de que podia ser uma pessoa direita sem precisar do álcool. Mas hoje via que talvez aquilo era realmente verídico, fazia tanto tempo que não pensava em uísque e seus derivados.

Provavelmente tudo isso porque se sentia realmente feliz. Mesmo naquele lugar; A certeza de que tinha alguém sentindo sua falta, tanto quanto ele sentia. De que o esperava, mantinha essas energias fora.

Desistiu de escrever. Todos ao redor já dormiam profundamente; O dia tinha sido longo, tanto para os alunos quanto para eles. Usava a luz da lua cheia para iluminar sua vista e seu papel, já que não acenderia a luz do quarto para acordar a todos, tudo para poder escrever para sua namorada. Como não precisava mais, resolveu fechar a janela.

Prestes a fazê-lo, interrompeu seus movimentos ao se deparar com a cena lá de baixo. Dick e alguns valentões como dama de companhia faziam roda ao redor de alguém que estava sendo claramente vítima de ofensas e humilhações. Caso estivesse ali em baixo, com eles, não conseguiria enxergar o coitado por à frente das costas largas e da altura enorme do time de futebol do colégio, mas por estar há uns dois andares acima, conseguia ver claramente quem era o centro da burla.

Sua preguiça aconselhou que gritasse dali onde estava que fossem todos dormir e parasse com a brincadeira, mas novamente a quantidade de profundos ao seu redor não permitiu.

Bufou alto e saiu do quarto procurando fazer o mínimo possível de barulho. Ric é professor dessas coisas, não eu. Pensou ele.

Um frio passageiro o atingiu assim que saiu de dentro da casa para o jardim. A floresta em volta provavelmente prevenia que o vento fosse pior. Durante o dia estava calor, diferente da madrugada gélida e isso mesmo sendo verão.

– Ei, ei, ei. - Gritou alto, provocando um súbito susto no grupo que logo se afastou do menino surpreso. - Será que nenhum de vocês sabem vê a hora? - Parou ao se aproximar, falando com a mesma potência e severidade na qual era conhecido. Ninguém respondeu. - Bom se ninguém sabe, eu digo: Meia noite e oito. O toque de recolher é as nove e vocês sabem muito bem.

Os rapazes, timidamente se entreolharam, procurando uma desculpa.

– Estávamos só... Conversando.

Damon riu sem humor.

– Estão vendo aquela janela lá em cima? A aberta? - Apontou na direção indicada. - Aquela janela é a do quarto dos professores... E lá de cima dava pra vê perfeitamente o que vocês estavam fazendo. Por isso não banquem os desentendidos e sejam homem pra assumir o que fazem. - Mais uma onda de silêncio foi feita. Aquilo era típico; Damon não esperava que eles agissem com a coragem de alguns minutos. Eram covardes demais para isso. - Quero todos na primeira hora amanhã pra uma conversa. Entendido? - Perguntou, aumentando o tom na última frase.

– Sim. - Disseram em uníssono.

– Agora vão. E vão dormir. - Rapidamente, os garotos se mexeram em direção a casa. - Você não, Gilbert. Você fica. - Interviu que Jeremy continuasse seus passos.

O garoto o olhou em cansaço e bufou, disfarçado. Damon pacientemente esperou os outros ir e caminhou até um banco de madeira há poucos metros deles.

Fitou o outro rapaz sugestivamente, indicando que era para ele se sentar também. Apesar da clara vontade de querer ir para o quarto, o garoto obedeceu.

– Então... – Jeremy suspirou, encarando os lados. Claramente sem entender o motivo para quê estava ali.

Houve uma curta pausa.

– O seu quarto é bem longe dos desses caras. Porque estava aqui com eles? – Ambos não se encaravam, apenas miravam a floresta a frente.

– Vim ler. Tava aqui, eles chegaram e... Começaram a me rondar, falar besteiras, me irritar. – Deu os ombros. – Foi isso. Nem ligo pra essas coisas.

– E nem deve. Você é um dos melhores alunos da escola, não tem porquê se importar com essas coisas. Todo mundo passa por isso.

Jeremy franziu as sobrancelhas.

– Você tá aqui pra me dá um conselho ou alguma coisa desse tipo? – Estranhou.

– Acredite, eu seria a última pessoa nesse mundo capacitada pra dá um conselho de superação pra alguém. – Disse, Damon após uma leve risada.

Jeremy sorriu também.

– Bom, então me livrei de uma conversa de cunhados?

De imediato a expressão de Damon petrificou-se. Percebendo a gafe, que havia dito sem querer, o menor calou-se preocupado. Tentou procurar algo para se dizer, mas não conseguiu, Damon por sua vez continuava congelado.

–Como... – Ele gaguejou, com a respiração fraca. – Do que você tá... Como você... Ela te contou?

– Não. – Negou no mesmo instante. – Elena nunca conta nada pra ninguém, quanto menos pra mim.

– Então...

– Então que vocês são descuidados e eu vi uma vez. Na cozinha, um beijo. – Explicou rapidamente, assustando-o ainda mais.

– E mais alguém sabe? Sua mãe? April?

O menino mexeu a cabeça, negativamente.

– Acho que se a April soubesse ela viria falar comigo. Já a minha mãe, bom... Se ela soubesse, não é preciso adivinhar que nem estaríamos tendo essa conversa.

Apesar do aviso um tanto quanto intimidador no caso de Isobel souber, Damon acalmou-se aos poucos. Pelo tom na qual Jeremy usava, não parecia indicar que estava disposto a prejudicá-los de alguma forma. Mesmo assim era preocupante que mais alguém soubesse.

– Eu não quero que você pense, sei lá... Que eu sou um molestador ou que isso é uma aventurinha nossa. É sério, apesar de ser... Não sei...

– Proibido? – O outro sugeriu.

– É. Soa um tanto hollywoodiano, mas sim. Proibido.

Ambos, ficaram pensativos.

– A Elena tava mesmo diferente há algum tempo. Tava até pedindo por favor, falando obrigada.

– Acha que ela mudou muito? – Perguntou um tanto feliz.

– Um pouco, talvez mude mais. Espero.

Com receio da pergunta que estava presa em sua garganta, Damon, agora sim, sentiu falta de um uísque.

– E você... Vai contar pra alguém? – Esforçou-se ao máximo para que sua voz não saísse trêmula.

Jeremy rolou os olhos.

– O que eu menos quero é me meter na vida das pessoas. Pra mim eu não vi nada.

– Então quer dizer que vai se manter fora disso?

– Exatamente. – Exclamou convicto. Aliviado, Damon suspirou. Jeremy não ajudaria, mas também não prejudicaria. – Só não conta pra ela que eu sei, só te peço isso.

Em silêncio, Damon assentiu.

– É melhor irmos dormir. – Sugeriu, querendo encerrar aquele assunto.

– Sim, é melhor.


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Notas finais do capítulo

No proximo cap teremos um momento no qual todos estão esperando há mto tempo... Algo que vcs vivem perguntando, finalmente vai acontecer....

Sei que tenho escrito capítulos menores, mas é pq logo logo a fic entra em sua reta final e, com isso, significa que vem pedreira por aí. Por isso to aliviando pra que mais tarde pegue pesado de novo.