Tenha Fé ( Finalizada) escrita por dcm, Thaises Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então meninas, estou trazendo a vocês mais uma fic minha.
Espero que goste, essa será uma short fic.
Um agradecimento especial a minha querida Thaises Bezerra que me ajudou a postar e vai ser a minha queridíssima Beta.
É viu, finalmente vou ter uma.
Bjs lindas.
Boa leitura



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Merda, merda, merda.

Eu não sei o que vamos fazer..... Eu não sei o que EU vou fazer.

Estávamos uma semana dormindo naquela droga de carro.

Eu já não aguentava mais.

Há exatos dois anos a minha vida virou de cabeça para baixo.

Começou com um golpe, uma queda no padrão de vida e daí por diante tudo só foi ladeira a baixo.

Nunca fui rico ou algo parecido, mas tínhamos uma vida boa. Nada nos faltava, tínhamos conforto básico necessário. Uma casa quente, confortável.

Eu e minha irmã tínhamos o nosso próprio carro.

Alice tem 18 anos e esta ou estava no último ano do ensino médio.

Eu tenho 24, eu estudava biologia na UCLA em Los Angeles.

Há quase dois anos eu larguei a faculdade para voltar para casa e tentar ajudar meu pai a se reerguer, mas mesmo com a minha ajuda o inevitável aconteceu. A firma dele quebrou, os fornecedores não tiveram pena ao exigir tudo que cabia de direito a eles e nem nos deram prazos maiores para tentar reunir tais quantias, o que acabou resultando na venda de tudo que tínhamos.

Nossa casa, nossos carros. A empresa que meu pai levou tantos anos para erguer. Tudo foi vendido, leiloado para ser mais exato.

Meu pai, com uma fé exacerbada que é a sua principal característica não se deixou abater por muito tempo.

Nos mudamos temporariamente para um pequeno quarto e sala alugado em um bairro simples de Los Angeles.

Ele e eu fomos atrás de um emprego, algo que nos permitisse nos sustentar e se possível nos desse a chance de nos reerguer novamente. Meu pai insistia em dizer que assim como ele ergueu a sua empresa uma vez do zero ele faria de novo agora. Eu, depois de um mês procurando empregos, já não tinha tanta certeza assim.

Eu procurei e me candidatei aos mais diversos empregos. Mas sempre ouvia a mesma história:

Sinto muito, mas precisamos de alguém com experiência. Ou A vaga é apenas para pessoas já formadas.

Foram inúmeras tentativas e inúmeros nãos que eu recebi. No fim, tudo que eu consegui foi um emprego igual ao que eu tinha quando cursava a faculdade, o único para o qual eu tinha experiência. Funcionário em uma fast food.

Não vou dizer que o trabalho era de todo ruim. Eu já estava acostumado e tudo, o problema é que a grana que eu conseguia até dava para eu me virar na faculdade, uma vez que a faculdade era pública, e meu pai bancava os meus livros e eu ainda morava nos alojamentos da faculdade, ou seja, só precisa de dinheiro para me alimentar e uma saída rara de vez em quando. Para isso o dinheiro dava e sobrava até.

Mas agora, para sustentar a mim e mais três pessoas e ainda pagar o aluguel, mesmo de um apartamento simples, não era muita coisa. Na verdade não dava não.

Eu precisava fazer horas extras quase todos os dias.

Minha mãe teve que se sujeitar a trabalhar como costureira em uma confecção para poder nos ajudar e meu pai ainda procurava emprego.

Ninguém queria dar emprego a um homem de 50 anos.

Não sei se vocês têm visto por aí, mas o país se encontra em uma crise muito grande. Você não vê ninguém dando empregos por aí, só vê demitindo.

A minha irmã conseguiu fazer uns bicos como babá no próprio prédio onde morávamos. Não era grande coisa, mas ajudava.

Quando nós três estávamos empregados dava para levar numa boa a nossa situação. Meu pai ainda tinha grandes esperanças de conseguir um emprego e nós fazíamos planos. Se tudo continuasse da mesma forma, dentro de um ano Alice poderia voltar a estudar e aí daria para ela conseguir um emprego como o meu, em uma lanchonete e aí sim a nossa vida começaria a mudar.

Meu pai já passava horas em cima de uma mesa com um caderno aberto em sua frente onde ele fazia inúmeras anotações, inúmeras combinações de ervas e flores. No momento era só teoria, mas ele já sonhava com o dia que poderia por tudo em prática de novo, em voltar a ser perfumista.

A alegria e entusiasmo eram tantos que em um dos dias que fazíamos cálculos acabamos vendo que eu gastava uma quantia muito importante para nós em transporte, pois o emprego que consegui ficava em um bairro afastado, eu tinha que pegar o metro e mais dois ônibus. Fizemos mais alguns cálculos e vimos que se eu comprasse um carro, um bem simples e de segunda mão, eu economizaria muito na ida e volta do trabalho, tanto que em três meses já teria o dinheiro gasto de volta e até o fim do ano economizaria mais de U$ 700,00.

Como fazíamos de tudo para o dinheiro render não pensamos duas vezes antes de pegar todo o pouco que conseguimos juntar e mais quase todo o nosso salário do mês e investimos comprando um carro para mim.

Era uma banheira, uma lata velha na verdade, mas andava e era o que nos bastava no momento. Um Cadilac dos anos 80. Um vermelho desbotado. Fazia um barulho estranho e muito alto quando eu saia com ele o que claro atraia muitos olhares e muitas caretas por onde eu passava, mas eu não ligava. Eu até que gostava do carro, tinha certo estilo.

Só que esse foi o pior dos nossos erros. Não pelo carro, que apesar de ser muito velho nunca nos deixou na mão, mas por termos investido tudo o que tínhamos e até uma parte do aluguel do próximo mês.

No mesmo mês em que comprei o carro a minha mãe foi demitida da confecção onde trabalhava. A nova gerente que assumiu colocou na rua todas as mulheres de meia idade que trabalhavam lá como minha mãe. A justificativa? Simples, ela simplesmente confessou a verdade. Que poderia contratar imigrantes muito mais jovens e que trabalhavam muito mais rápido pela metade do preço. Nada pessoal. Ela disse na hora da demissão.

Minha mãe chegou em casa arrasada e embora tenha tentado muito não conseguiu outro emprego. Aparentemente todas as outras empresas do mesmo ramo tiveram a mesma ideia, pois todas diziam, Só estamos contratando imigrantes de até 35 anos..

Minha mãe chegava em casa revoltada com isso, ela não tinha nada contra imigrantes claro, mas ela dizia que podia não ser tão rápida, mas que duvidava que alguém costurasse tão bem quanto ela, afinal, ela foi criada a moda antiga, para ser uma excelente esposa e sabia de um tudo, até mesmo costurar, e com isso sempre foi ela quem fez as nossas roupas quando crianças e até hoje era ela mesma quem fazia as suas roupas e a maioria das de Alice. Ou seja, tinha muita prática.

No mês seguinte não conseguimos pagar o valor total do aluguel, ficou faltando 1/3 do valor, e embora eu tenhamos prometido ao zelador que no mês seguinte acertaríamos tudo ele não gostou nada disso, afinal não morávamos ali nem há 6 meses.

Meus pais ainda procuravam empregos, mas nada aparecia.

Quando todos já estávamos sem saber o que fazer, pois em duas semanas teríamos que pagar o aluguel e não tínhamos ainda nem o valor normal, muito menos o valor do aluguel mais o atrasado, tudo piorou de novo. Ao acabar o meu expediente de trabalho o gerente nos chamou para uma conversa e avisou que as horas extras estavam suspensas sem previsão de volta. Todos agora só poderiam fazer os seus turnos normais de trabalho, sem 1 minuto sequer de hora extra, a explicação era simples, A empresa esta cortando custos..

Fui trocar de roupa completamente arrasado.

O que eu faria agora? Como ficaríamos?

Eu estava ainda em choque quando cheguei em casa aquela noite.

Todos ficaram apavorados quando contei. O único que ainda se mantinha calmo e motivado era meu pai e confesso que nessa hora me deu um pouco de raiva dele.

Ele com essa sua calma e boa fé de sempre é que nos havia metido nessa para início de conversa.

Ele achava que com uma boa conversa com o zelador nós conseguiríamos resolver tudo e ter um prazo maior para pagar o aluguel.

As pessoas em sua maioria são boas Edward, você vai ver, vou conversar com ele amanhã e tudo vai acabar bem.

Eu não acreditava nem um pouco nisso. Eu o vi pedir e implorar a cada fornecedor dele por mais prazo, muitos deles nos viram crescer, estavam conosco desde o início da empresa do meu pai e não pensaram duas vezes antes de irem cobrar a dívida na justiça.

Eu sabia que teríamos que ir embora dali em breve, mas preferi guardar para mim as minhas mágoas e certezas.

Quando cheguei na noite seguinte em casa encontrei todos cabisbaixos.

Segundo minha mãe o zelador nos deu o prazo de duas semanas para nos mudarmos. Segundo ele se no dia do vencimento do aluguel nós não tivéssemos o dinheiro todo nós teríamos que nos mudar no mesmo dia.

Naquele dia eu não quis jantar, não quis conversar não quis nada. Deitei no sofá e dormi.

As duas semanas se passaram e nada mudou. Eu não consegui fazer nenhuma hora extra e meus pais não conseguiram emprego.

Então não tínhamos o dinheiro todo para o aluguel, na verdade, faltava ainda mais do que calculamos.

Zelador nos deu duas horas para esvaziarmos o apartamento. Como já havíamos previsto isso nossas coisas já se encontravam arrumadas.

Colocamos tudo no carro e fomos a um lugar que eu tinha visto há alguns dias. Um motel.

Lugares como esse custavam à metade do preço do aluguel que antes pagávamos. O único problema era que cobrava adiantados a pernoite, a semana ou o mês, o que fosse o caso.

Eu resolvi essa questão com um oferecimento, o casal dono do motel tinha uma filha então eu disse que tinha uma irmã que poderia trabalhar de baba para eles de graça em troca de não termos que pagar adiantado. Eles aceitaram e até fizeram mais um abatimento no preço do quarto.

Não foi fácil, se antes tivemos que nos acostumar a ficar em um simples apartamento de dois cômodos agora teríamos que nos espremer em um único cômodo.

Um quarto com duas camas de solteiro.

Eu já não tinha esperanças de que nada mudasse. Minha mãe começava a partilhar das minhas emoções, por diversas vezes vi ela se recusar a comer e ir dormir muito mais cedo do que o habitual, eu começava a desconfiar que ela estivesse entrando em depressão.

Alice tentava esconder, mas eu percebia que ela já estava revoltada com toda a situação. Ela trabalhava de graça para o casal, mas não parava de procurar emprego, mas nunca conseguia nada, sempre ela ouvia que era nova de mais ou que não tinha terminado o ensino médio. Tudo que ela havia conseguido foi uma vaga de garçonete em um bar noturno, mas os meus pais foram terminantemente contra.

Eu não tive chance de expor meus pensamentos, mas eu achava um absurdo essa proibição deles, pois se as coisas não começassem a mudar logo ela não teria alternativa nenhuma, aliás, nenhum de nós teria.


As semanas foram passando assim como os meses. E logo já estávamos ali há sete meses.

Minha mãe já estava melhor, segundo Alice meu pai passava horas do seu dia fazendo planos de como nos reerguermos e embora minha mãe não tivesse muita fé nisso parecia que isso a animava, ela realmente estava melhor.

Alice ganhou a confiança dos donos do motel então eles faziam a propaganda dela sempre que um casal se hospedava com alguma criança oferecendo os serviços dela e com isso ela ganhava algum dinheiro.

Eu continuava com minha rotina na lanchonete e ainda não havia previsão de quando as horas extras voltariam.

Em uma manhã meu pai não estava se sentindo muito bem, estava ofegante e vermelho.

Assustado eu o levei a um hospital, sob os protestos dele claro.

Lá para minha surpresa quem não tinha seguro saúde ou dinheiro para consulta tinha que esperar em uma longa fila e preencher uma infinidade de formulários para o seguro social.

Meu pai só foi atendido quase na hora do almoço e como eu previ não era uma bobagem, ele estava com pressão muito alta, e isso fez com que seu coração ficasse irregular. Ele foi medicado e ficou em observação, só teve alta às 6 da noite e com uma receita não tão pequena de remédios.

Deixei meus pais em casa e foi direto para a lanchonete, embora o horário do meu horário de trabalho já tenha acabado a muito tempo eu precisava dar uma satisfação ao gerente.

Ao chegar lá encontrei o gerente com cara de poucos amigos. Segundo ele hoje tinha sido dia do supervisor vistoriar a lanchonete e como eu havia faltado o serviço estava desorganizado e atrasado. Por causa disso ele havia levado uma bronca e teria que se apresentar no escritório da empresa no dia seguinte, no fim do seu discurso sobre responsabilidade ele disse que eu também teria que ir ao escritório no dia seguinte, mas por outro motivo, para acertar as minhas contas, eu estava demitido.

Tentei ainda justificar minha ausência, mas o gerente não queria ouvir nada.

Saí de lá desesperado, o que faríamos agora?

Cheguei ao motel e decidi não contar nada ainda, meu pai não estava bem, não precisava passar por mais esse estresse, eu tentaria achar outra coisa no dia seguinte.

Mas eu não achei nada e não tive alternativa a não ser contar a verdade.

Conversei com o dono do motel e por causa da minha irmã ele nos deu um prazo de 3 semanas, era o que ele poderia esperar sem receber aluguel.

Infelizmente não consegui nada nesse prazo. Apenas trabalhei como quebra galho em alguns lugares, nada mais.

Então sem alternativa terminamos nos mudando de novo.

Não tínhamos rumo dessa vez.

Parávamos onde eu arrumava algum tipo de trabalho. Dormíamos em motéis vagabundos de beira de estrada e quando o serviço acabava seguíamos viagem.

A muito que já tínhamos saído de Los Angeles. Passamos por várias cidades, estados.

Tudo que eu conseguia era empregos de dois, três dias no máximo.

Construir cercas, limpar piscinas, colocar prateleiras.

Era a isso que se resumiam meus serviços. Às vezes meu pai conseguia coisas assim também e aí arrumávamos mais dinheiro, mas quase sempre era apenas eu.

Minha irmã e mãe não conseguia nada nesse novo estilo de vida, não havia emprego para elas assim. As vezes, quando conseguia serviços com certa frequência dava para dormir em motéis velhos, mas quase sempre dormíamos em abrigos ou no carro mesmo.

Eu estava desesperado. Um homem de 24 anos, que cursava faculdade e tinha um futuro pela frente estava agora derrotado. Eu me olhava no espelho as vezes e não me reconhecia, parecia que tinha envelhecido uns 10 anos. Vivia desarrumado, quase sempre sujo de poeira ou serragem, suado, só ia tomar banho quando chegávamos a algum abrigo ou motel ou se não tivesse nada disso tinha que me lavar de qualquer jeito no banheiro de algum posto de gasolina.

Eu já não trabalhava em nada a uma semana, procurava, mas não conseguia nada, não tínhamos nem um centavo se quer.

Estávamos a 4 dias dormindo dentro do carro por que nem abrigo nós encontramos por aqui.

Alice havia visto uma placa em um bar de beira de estrada a alguns dias e resolveu se arriscar sem avisar meus pais. Ela conseguiu. Uma funcionária estava doente e o dono precisava de alguém só por uns 3 ou 4 dias. Ela voltou satisfeita e meus pais não puderam se opor dessa vez, não poderíamos recusar isso. Eu me prontifiquei em busca-la nessas noites e ela aceitou.

Só que no dia seguinte amanheceu sob um forte temporal e ela teve que ir assim mesmo ao trabalho, ficava a poucas quadras e ela não quis que eu a levasse, disse que precisávamos economizar a gasolina até ela conseguir algum dinheiro e eu tive que concordar com ela, já estávamos andando na reserva do tanque.

O dia se passou sem eu achar nada, tentei em alguns lugares por ali, mas não achei nada, na verdade as pessoas pareciam ter medo de mim e me dispensavam sem nem me ouvir direito.

Eu já estava revoltado com tudo, mal falava com meus pais. Agora a felicidade e esperança deles me irritavam profundamente.

Quando foi por volta das 9 da noite eu fui busca-la, tinha medo de algo acontecer com minha irmãzinha. Mas ao chegar lá a encontrei cabisbaixa recolhendo canecas de cerveja das mesas. Estranhei, mas deduzi que ou o trabalho era pior do que ela havia imaginado ou o patrão era do tipo carrasco, decidi esperar do lado de fora para não acabar trazendo problemas a ela e me senti muito mal por ter que fazer passar por isso.

A chuva ainda caía muito forte naquele lugar então eu fiquei de baixo do telhado me abraçando tentando me esquentar um pouco. Fazia muito frio desde que chegamos aqui.

Eu estava começando a pensar que se em breve nada mudasse eu começaria a pensar seriamente em mudar de vida. Em começar a esquecer dos ensinamentos dos meus pais e começar a me virar na vida de outra maneira, começar a roubar.

Olhei em volta e percebi que muitas daquelas casas viviam fechadas, provavelmente eram casas de veraneio. Então seria fácil entrar em qualquer uma e roubar.

Sacudi a cabeça tentando não pensar nisso agora. Seria minha última opção, mas não seria descartada.

Nesse momento sinto a porta se abrir e minha irmã aparece do meu lado.

E aí? Como foi seu dia?

Embora eu a tenha assustado ao falar com ela, ela apenas deu de ombros e continuou andando.

Sem problemas. Só que não recebi nada, o James disse que só vai me pagar depois de amanhã no meu último dia.

Ela disse dando de ombros.

Eu já estava acostumado com isso, era assim nos meus trabalhos também.

Esta com fome?

Não, comi um hambúrguer lá dentro. Hoje vocês podem dividir o pacote de biscoito sem mim.

Ela tentou fazer piada. Era isso que nós comíamos a dois dias, biscoitos, e eles já estavam acabando.

Eu tentei trazer para vocês, mas ele me proibiu, disse que era só um por funcionário, se eu quisesse mais teria que pagar, ele nem aceitou deduzir do pagamento.

Não se preocupe com isso, fico feliz que você tenha comigo algo pelo menos.

Mas ao abraçá-la eu me assustei.

Alice..... você esta com febre.

Ela estava muito quente, por isso estava estranha daquele jeito.

Acho que foi a chuva que peguei hoje, acho que estou ficando gripada.

Olhei para o céu e a chuva que caía logo se transformaria em temporal.

Tentei apressar o passo, mas ela mal andava.

Pegamos muita chuva e ao chegar o carro ela tossia muito.

Meus pais ficaram apavorados com o estado dela.

Até meu pai que nunca se preocupava com nada estava nervoso.

Ela trocou de roupa por outra seca, mas o carro estava gelado, fazia muito frio.

Com o passar das horas Alice começou a queimar de febre e não tínhamos remédio e nem dinheiro para comprar.

Eu bati nas casas ali perto para tentar pedir algo, mas não havia ninguém em casa.

Voltei para o carro desesperado.

Alice agora não estava mais consciente. Ela delirava de febre.

Eu até tentei achar um hospital nessa droga de cidade, mas depois de rodar 4 quarteirões a gasolina do carro acabou.

Minha mãe chorava e meu pai orava.

Eu pedia silenciosamente que Deus me mandasse um jeito de poder ajudar minha irmã.

Então como resposta um taxi entrou na rua onde estávamos.

Ele parou um pouco a nossa frente e uma mulher desceu dele.

Ela se inclinou para o taxi de novo e logo fechou a porta e começou a andar.

O taxista não esperou ela entrar, logo arrancou com o carro, então aquela era a minha chance.

Falei com meus pais que me esperassem ali e saí do carro.

Não sem antes abrir o porta luvas e tirar de lá um canivete que eu tinha desde a época da faculdade.

Meu pai me olhou apavorado e segurou minha mão.

Edward..... isso não.

Prefere que ela morra então. _ disse rude olhando para Alice.

Minha mãe apenas tapou a boca com a mão em sinal de pavor.

Ignorei seu olhar assustado e sai do carro andando em direção a garota que ainda estava caminhando pelo jardim da casa parecendo ignorar a chuva que caía.

Então meu pai saiu do carro e me gritou:

Tenha fé Edward!

Segurei minha vontade de voltar lá e soca-lo com toda a minha força.

Fé? Fé? Fé em que? Foi toda aquela fé dele que nos levou até ali.

Fé que seu contador era de confiança e ele não precisava vigiar o serviço.

Fé que seus amigos o ajudariam.

Fé que os fornecedores entenderiam.

Fé que conseguiríamos empregos.

Fé.

A fé dele de nada adiantou.

Então apressei o passo e bem na hora que a mulher ia colocar a chave na fechadura eu a segurei pelas costas.

Parada!


Continua....




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Notas finais do capítulo

Em tão meninas? O que acharam?
Espero que tenham gostado. E espero ganhar comentários ok?
Bjs
Daniela

PS: Meninas a capa da fic já esta pronta a um tempinho e foi obra de arte das Design Twilight - DT
Mas a minha maravilhosa Luiza Y que esta fazendo o trailer dessa fic me mandou essa capa linda que está no fim do cap e eu não poderia deixar de mostra-la.
Então ela esta aí para todas vcs verem como ela ficou linda.
Bjs