Holmes Chapel escrita por Ana Sheeran


Capítulo 7
It’s time for some revelations




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Uma chuva fina marcava o início de um dia terrível. Meu cabelo estava horrível, eu não conseguia achar meu guarda chuva no meio da típica organização do meu quarto, o Harry estava atrasado, o cachorro do vizinho não parava de latir e o pior eu teria que passar o dia com as pessoas que mais desprezo: Cody e Amber. Para esclarecer, era contra a minha vontade, nós iríamos fazer um trabalho de geografia e nosso maravilhoso professor resolveu nos colocar no mesmo grupo.  A campainha toca e em alguns segundos Harry estava em meu quarto.

-bom dia Tay- ele disse sorrindo

-nem tanto- respondi negativa

Harry soltou uma curta risada e mordeu o lábio, ele queria me falar algo, mas não sabia como.

-Tay, hoje vai ser um dia bem difícil para você, saiba que eu vou estar do seu lado o tempo todo.

-obrigada Harry, mas já vai ser ruim olhar para o Cody.

-eu sei, ainda bem que você e a Amber estão se entendendo não é?

Meu coração disparou, eu passei os últimos dias fingindo estar me dando bem com Amber. Vamos apenas dizer que eu sou uma ótima atriz.

-pois é, Harry acho melhor irmos indo antes que a chuva aumente.- mudei de assunto

Harry concordou e foi descendo as escadas. A chuva já havia aumentado um pouco, ainda bem que ele havia trazido um guarda chuva porque o meu se teletransportou para algum mundo paralelo, para onde se pudesse eu iria também. Harry colocou o braço em volta do meu ombro e assim caminhamos até a casa da Amber.

Chegamos a uma casa muito grande de três andares branca com um maravilho jardim de frente. Amber veio nos receber correndo. Ela estava usando uma camiseta branca meio transparente bem larga que deixava o ombro e a alça do sutiã vermelho a mostra, uma calça jeans tão justa que não caberia em uma criança e sneaker de salto. Amber andava toda sensual se exibindo para Harry, que parecia se derreter aos seus encantos. Olho para baixo e vejo a roupa que estou usando camiseta listrada, casaquinho vermelho, jeans apropriadamente justos para o meu tamanho e peso e sapatilha, me sinto mal, muito mal, eu parecia à gata borralheira enquanto Amber era um poço de beleza.

Entramos na casa, Cody já estava lá dentro nos esperando. Quando me vê ele se levanta do sofá e diz sorrindo de uma irritante:

-garota de Liverpool, estava com saudade de você.

Eu tremia, um flashback da noite do nosso encontro passava pela minha cabeça toda vez que eu olhava para ele, e isso estava acontecendo no momento. Cody me abraçou enquanto eu estava com os braços cruzados o que me fez ficar mais constrangida. Aquele dia seria mais horrível do que eu tinha imaginado.

-eu já volto vou pegar alguma coisa para a gente comer- disse Amber, ela olhou para mim e disse com sua voz melosa – me ajuda bebe?

É óbvio que ela fez isso só para me deixar sozinha com o Cody, o que me deixaria mais constrangida e a faria ficar mais tempo a sós com o Harry. Essa garota precisa de tratamento urgente.

Cody ficou me fitando por alguns segundos então se sentou novamente, só que agora do meu lado.

-você não pode me ignorar para sempre garota de Liverpool.

-eu não estou te ignorando, eu só estou aceitando de forma madura o fato de estarmos respirando o mesmo ar mesmo eu te odiando.

Cody riu do meu comentário maldoso e cochichou em meu ouvido:

-eu posso te ajudar Taylor, é só você querer.

-como assim – perguntei confusa.

-você não gosta do fato da Amber e do Harry estarem namorando, eu também não, se nós unirmos forças podemos separar aqueles dois e seremos felizes.

-por que você não gosta deles juntos?

-por que agora eu decidi que quero a Amber para mim, e se eu quero eu vou ter! Então topa?

-não -respondi rapidamente.

Cody pareceu confuso, então tratei de me explicar:

-ao contrário de você e da Amber eu não sou uma pessoa má, eu não quero ver o Harry sofrendo, então não, eu não topo nada Cody.

A feição do Cody mudou no mesmo momento, Dava para ver que ele não havia gostado do que eu tinha falado. Aquilo teria volta, eu podia sentir.

-voltamos! –disse Harry enquanto entrava na sala com uma bandeja de comida.

Nós comemos em silencio e fazemos nosso trabalho. Algumas conversas começaram, mas nenhuma engatava, nenhum assunto era bom o suficiente para quebrar a tensão que reinava aquela sala.

A chuva aumentava, podíamos ouvir o vento soprando lá fora de forma assustadora. Uma hora um estrondo quebrou o silêncio da sala. Amber saiu correndo para ver o que tinha acontecido e alguns minutos depois voltou com a trágica notícia:

- duas árvores caíram no começo da rua, vocês não vão conseguir ir para casa.

-como assim? –eu perguntei

- a rua está interditada e não tem outro caminho para casa de vocês, de nenhum de vocês, estamos presos aqui.

Era só o que me faltava ficar mais algumas horas na companhia de Amber e Cody.

-bom, então vamos esperar – disse Harry.

Cody que estava com uma garrafa  de água vazia na mão disse:

-o que acham de um bom e velho jogo da verdade?

Eu estava pronta para negar, mas Amber e Harry foram mais rápidos e concordaram com aquilo. Nos sentamos em círculo e começamos. A garrafa gira, Harry pergunta, eu respondo.

-como e quando foi seu primeiro beijo? – ele pergunta

-foi nas férias de verão de 2009 quando eu tinha 13 anos com um garoto chamado George – fiz uma pausa e comecei a rir parecia que aquilo tinha acontecido ontem – vamos dizer que não foi o melhor beijo da minha vida, foi estranho.

Todos riram. A garrafa gira. Amber pergunta, Cody responde.

-quando foi sua primeira vez? –ela pergunta atrevida

-eu tinha 14 anos- Cody respondeu se vangloriando do fato.

E assim o jogo continua engraçado e atrevido, por um momento eu esqueci onde estava, esqueci o quanto odiava duas das pessoas com quem estava. Por mais que queira negar aquele momento estava sendo melhor do que jamais poderia imaginar.  Mas uma vez a garrafa gira, Cody pergunta, eu respondo.

-Então Taylor, você já beijou o Harry alguma vez?

Minha mão começou a suar, eu não sabia o que responder, estava totalmente apavorada. Sim eu e Harry havíamos nos beijados após uma festa, mas nunca mais falamos nisso. Olhei para o Harry eu pude ver o pânico em seus olhos, sem demorar mais nem um segundo eu respondi com a maior naturalidade que consegui:

-claro que não.

Cody sorriu de forma maligna e começou a balançar a cabeça em forma de negação.

-resposta errada, e você sabe disso garota de Liverpool.

Amber parecia furiosa eu podia enxergar dúvida queimando seus olhos, eu teria que responder algo rapidamente.

-eu não sei do que você está falando – disse.

-se você não sabe –Cody riscou aspas no ar-  eu irei explicar tudo, eu sei da festa que vocês foram juntos na primeira semana de aula. Sabia disso Amber? Eu também sei que vocês dois saíram juntos da festa e ficaram um tempo conversando na frente da casa da Taylor, e também sei que nesse momento vocês dois se beijaram. E não adianta negar pombinhos, eu sei que é verdade.

-CHEGA! –gritou Amber –TAYLOR, HARRY PARA FORA DA MINHA CASA AGORA!

- Amber… –Harry começou

-Amber nada! Sai daqui agora Harry Styles e antes que eu me esqueça nós estamos acabados- Amber olhou fixo nos olhos de Harry e berrou – ACABADOS!

Harry saiu correndo da casa.

-VOCÊ TAMBEM PIRIGUETE! SAIA JÁ!

-Amber, por favor, me ouça! – eu disse

-SE VOCÊ NÃO SAIR AGORA EU JURO QUE TE MATO!- Amber berrou mais uma vez.

Peguei minha bolsa e saí correndo atrás de Harry, o encontro sentado em um banco do outro lado da rua. A chuva ensopava seus cachos e faziam pequenas poças em sua calça. Sento-me em ao seu lado encosto a cabeça em seu  ombro e desabafo:

-Harry, eu juro que eu não falei nada para ninguém sobre nosso beijo.

-eu acredito em você Tay, e eu também fiquei quieto sobre isso.

-eu sei, olha, eu sinto muito por você e pela Amber.

Harry colocou o dedo em meus lábios e fez um pedido com os olhos cheios de lágrimas:

-Posso dormir na sua casa hoje?

-Pode sim, mas por quê?

-eu não quero ficar sozinho, eu preciso de você Taylor.

Depois desse sincero desabafo coloco meus braços em volta de Harry e o abraço com força. De certa forma me sentia culpada com o que aconteceu hoje. Eu podia sentir que algumas lágrimas começavam a escorrer de seu rosto lentamente. Então eu o abracei ainda mais forte.


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