A Procura Do Felizes Para Sempre escrita por V5Crazy


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo é grandinho, espero que gostem.



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Melaine:
Espero alguma reação do Maison, mas ele continua sentado em sua cama apenas me olhando.
- Maison, você sabe que isso quer dizer? - pergunto.
-Sim, só quero que você me prove que é uma bruxa.
Fiquei abismada com isso, que garoto esperto! Penso um pouco, observo os brinquedos que estão no chão e na cama, falo algumas palavras em latim e aponto para os objetos. Os soldados começaram a marchar, os carros a correr e os super-heróis a voar.
Fico fascinada com a alegria dele, ele observa seus brinquedos se tornarem vivos com seus lindos olho castanhos, sorri, olha para mim, depois ri quando o super homem voa em volta dele. Caminho ate a cama, sento-me e observo meu filho sorrindo ao meu lado. 
-Maison, de hoje em diante sua vida pode mudar muito. Você pode aprender feitiçaria e se quiser...  você pode... ah... ficar com essa família ou vir morar comigo.
Observo Jackson  trocar o olhar freneticamente entre mim e a janela.
-Mel, os pais dele chegaram.
-Então Maison, você quer aprender feitiçaria?
Meu filho encara-me, olha o Jackson e volta a me olhar.
-Quero.
- Esta bem, eu vou dar um jeito de te ensinar sem que seus... ah... pais saibam - dou-lhe um beijo na testa e caminho ate a janela com Jackson - Tchau filho.
Faço um feitiço para os brinquedos pararem de se mexer, agarro-me ao Jackson e pulamos a janela. Observamos os pais dele entrarem e vamos ate o seu carro.

Voltamos em silêncio para casa, entramos na garagem, mas não saímos do carro, ficamos apenas olhando para frente.

- Você conseguiu...- diz Jackson quebrando o gelo.

- É - pensei que ficaria mas feliz, mas sinto como se estivesse preste a perder algo.

-Você vai embora? - pergunta-me. Agora entendo o porque o sentimento de perda.

- Se quiser que eu vá, eu vou. - digo, tentando entender se ele quer que eu fique ou vá.

- Se quiser, pode ficar. Eu posso ajuda-la com os pais dele - então ele quer eu fique.

Continuo sentada no banco do carro, encarando o nada a minha frente, olho de soslaio e percebo que Jack esta me encarando. Penso no assunto. Eu quero ficar, por duas razões, eu querer ficar mais perto daquele maravilhoso vampiro e também porque ele pode me ajudar muito. Mas, por outro lado, eu não posso continuar a ficar com ele porque posso me apaixonar e temo que isso se torne um desastre.

- Ta, eu vou ficar e ah, eu preciso de sua ajuda - digo agora virando no assento para poder encara-lo.

- O que você quer eu faça?

- Então, eu estava pensando em um modo de eu poder ensinar feitiçaria para meu filho sem que os... ah... seu pais desconfiem. E pensei que você podia, ah, sei lá, hipnotiza-los e convence-los que todo dia a certa hora o Maison estaria, não sei, tendo aula de inglês ou estaria em uma  creche ou coisa do tipo. O que você acha?

- Eu acho que posso fazer, mas como você espera que eu chegue neles?

-Ah, não sei, bate na porta, finge que é estes vendedores de rua oferecendo uma vaga na aula de inglês ao filho deles e no final diga algo como "matricule seu filho e o leve ate tal local amanhã e todos os dias as tal hora" obrigando-os a fazer isso mesmo.

-Ta ok, é só amanhã eu ir para casa deles e eu faço, combinado? - pergunta-me olhando-me diretamente.

- Ah, obrigada Jack - deposito um pequeno selinho em seus lábios e começo a sair do carro - Vamos subir, estou com tanto sono, eu com certeza preciso dormir.

Agradeci de novo ao Jack, dei-lhe um tchau e fui para cama. Logo que cheguei no quarto capotei em um sono profundo.

Acordo ouvindo barulho de TV, vejo que horas são e percebo que já passou das três horas da madrugada. Levanto-me e caminho para a sala que tinha uma televisão e outros eletrônicos, observo de longe tentando descobrir se é o Jack ou o John. Quando observo o sofá percebo que tem duas cabeças lá, e isso quer dizer que os dois estavam assistindo Tv juntos, viro-me tentando voltar para o quarto, mas ouso alguém me chamando.

-Entra gatinha, a gente não morde - John se vira para mim e completa - a não ser que você queira.

Hesito um pouco, mas quando vejo Jack acotovelando o filho como uma forma de repreende-lo me sinto mais segura. Caminho ate ele e me posiciono atrás do sofá.

- O que estão assistindo? - pergunto quando vejo uma casa de vilarejo explodindo.

- Ah, estamos vendo aquele filme João e Maria. Senta aqui Mel - diz Jackson batendo no sofá ao seu lado.

Sento com a pernas para cima do sofá e assisto o filme. Pelo jeito o filme falava de dois irmãos que perseguiam bruxas más que comiam criancinhas. Fiquei insultada imediatamente, como se eu comesse criança e tivesse cara de uma mistura entra peixe mutante com humano.

- Nossa, que absurdo! - digo não aguentando mais ver esse filme e continuar calada - Como se eu já tivesse comigo crianças, eu não sou um mostro!

- Nos sabemos Mel, mas é só um filme bobo - diz Jackson tentando me acalmar.

- Mesmo assim, é insultante. Você também não se sente insultado quando vampiros aparecem na tv como monstros? - pergunto tentando mostrar meu lado de vista.

- O problema não é quando ele nos mostram como monstros, mas quando aparecemos como maricas - diz John de jeito zombeiro.

 Jack ri da piada do filho, mas para quando percebe que eu não achei nenhuma graça no que ele falou.

- Mesmo assim, parece que eu como pessoas como se eu fosse um mostro? - quando falei isso vejo os dois ficaram quietos e magoados e logo percebi minha borrada - Desculpa, eu não quis dizer isso, estou dizendo comer, devorar uma pessoa, não se alimentar do sangue dela.

- Mel, alguns de nos já devoraram uma pessoa - ao falar percebo que ele diz isso por experiência própria e decido ficar calada.

Continuamos a assistir o filma em silêncio, e depois de uns minutos Jackson me puxa para ele, fazendo-me ficar encostada em seu ombro. Quando o filme acaba, eu ainda continuo achando insultante, mas não digo nada. Vejo John de esticar e olhar para mim.

- Então Mel, - vejo pelo jeito que ele falou meu nome que ele ia falar algo para me irritar - esta com fome? Quer que eu pegue uma criancinha para você comer?

Nesse exato instante Jack tira seu braço do meu ombro e deposita um belo soco na cara do filho. Ainda achando que ele merecia mais e que eu poderia me defender, aponto-o o dedo e o jogo para uma parede lisa.  Caminho ate um John caído, agacho-me na sua frente, olho-o nos olho e digo:

- John, acho melhor você não me irritar, eu não gosto de machucar as pessoas, mas quando estou brava isso nem se passa pela minha cabeça, então cuidado com o que diz, entendeu?

-Como se uma coisinha como você pudesse me machucar - diz com um olhar desafiador ainda sentado no chão.

Sem me abalar levo-o ate o teto, fazendo sua cabeça bater no gesso, voo ate ficar cara a cara com ele e bato meu dedo em seu peito enfatizando cada palavra.

- Nunca - uma batida no peito -  Me - outra batida - Irrite - ultima batida e com isso deixei ele cair no chão.

Desci calmamente, e como John era um vampiro seus ferimentos se curavam rapidamente, mas pude ver as três marcas de queimado que deixei em seu peito desaparecer.

Andei ate o sofá e me sentei ao lado de Jackson, apoiando-me nele como eu estava antes de tudo. Ele demorou um pouco para reagir, mas logo colocou seu braço no meu ombro e se virou para  o vampiro que tentava se levantar.

- John, melhor você ir pro seu quarto não acha? - disse como se fosse realmente seu pai.

John concordou e saiu da sala. Ficamos em silêncio por um momento, e isso estava me deixando a flor da pele, estava com medo de ter extrapolado e assustado o Jack.

- Você não vai falar nada? - pergunto já não aguentando mais.

-Desculpa, fiquei impressionado. - ele se inclina e me da um leve beijo - Eu sabia que você tinha poder, mas não pensei que podia se defender, desculpa. Com certeza você não é uma bruxinha inocente.

- Você não me acha um monstro?

-Não, com certeza não.

Fiquei feliz com isso e o beijei loucamente. Ficamos de amasso por um tempo, mas não fomos longe.

- Mel, dorme comigo? - antes de eu responder ele explica - Só dormir, mas nada.

- Ta ok.

Nos levantamos, desligamos tudo e fomos para seu quarto. Quando chegamos lá, Jackson começou a me beijar e arrancar minhas roupas.

-Você não disse que queria só dormir? - pergunto enquanto ele tirava minha calça me deixando somente de sutiã e calcinha.

- Eu realmente não quero nada além de dormir. Só gosto de sentir sua pele quente em contato com minha pele fria.

Não acreditei, mas deixei rolar, pois se nós fossemos além eu não me importaria, ate ficaria feliz. Voltei a beija-lo e ficamos assim um bom tempo, ele retirou meu sutiã e me deitou na cama, tirou sua calça de moletom, mostrando que não usava nada além daquilo e se deitou ao meu lado. Voltamos a nos beijar, mas dessa vez mais carinhosamente. Quando vi que ele estava excitado, comecei a beija-lo mais ferozmente e desci minha mão ate a barriga a caminho do seu membro ereto, mas quando estava quase chegando ele pegou minha mão e colocou no seu peito.

-Não, não, eu disse só dormir - disse-me interrompendo os beijos e colocando um braço em volta em mim, fazendo-me apoiar a cabeça em seu peito.

- Serio? Somente dormir? - perguntei incrédula, depois de nos despir e nos beijarmos sem parar ele ainda queria só ficar deitado e dormir.

- É, se quiser podemos conversar.

- Ta ok, conversar sobre o que? - pergunto um pouco irritada.

-Não sei, que tal contar um pouco sobre ser bruxa e coisa do tipo.

- Deixa eu ver, cada bruxa tem uma especialidade, por exemplo, a minha é os cinco elementos, água, terra, ar, fogo e espirito, ou um poder como minha mãe que é vidente. Tem vários tipos de especialidade, mas todas conseguem fazer o básico, só que tem mais experiência com sua especialidade. Entendeu?

-Sim, o que mais? - perguntou-me enquanto me encarava docemente.

- Ah, cada bruxa pode viver de 500 a 1000 a anos, depende da saúde e da força dos poderes, mas as bruxas especialistas em poções conseguem fazer você viver o dobro a cada poção que toma.

- E você conhece uma bruxa especialista em poções?

-Sim, minha irmã.

-E quantos anos você tem?- pergunta-me.

-Eu tenho 25 anos, ainda não cheguei na parte de parar de envelhecer, isso acontece lá pelos trinta anos.

- Ah. Me conta mais - ele estava fascinado com o que eu dizia.

- As bruxas na verdade não voam em vassouras, quer dizer, não é comum quando se é adulta. Quando criança você aprende a voar, mas quando iniciam o ensinamentos é recomendável usar uma vassoura para se estabilizar, mas depois que aprende e não se usa mais.

- Entendi, e como essa coisa de gato preto apareceu?

- Essa é fácil. No mundo das bruxas o gato é considerável um animal que dá sorte, e algumas bruxas acham que gato preto dá mais sorte ainda e outras apenas gostam do contraste da pele escura com o olho amarelado.

- Você tem um gato?- pergunta-me.

- Não, depois que meu filho nasceu e eu o dei para doação não consegui mais ficar aqui, então decidi a viajar pelo mundo, e era difícil ter um gato comigo.

- E você gostaria de ter um?

- Quando ou se minha vida se estabilizar aqui pode ser que eu tenha um.

Ficamos em silêncio por um tempo, ate que tomei coragem e falei:

-Jackson, posso te perguntar uma coisa?

-Claro.

-Como você virou um vampiro?

Ele hesitou um pouco antes de responder, mas logo falou rapidamente, como se tivesse medo de parar.

-Um dia meu vilarejo foi saqueado, e quando eu cheguei em casa vi minha mulher chorando enquanto um homem segurava uma faca em seu pescoço, mas ela não estava chorando porque estava preste a morrer, mas porque a nossa filha estava morta, provavelmente ela viu eles a matando. Nesse momento fiquei com muita raiva e peguei uma espada de um dos saqueadores que estava distraído, e o matei, consegui matar quase todos, menos o que estava agarrando minha mulher. Começamos um luta, mas não durou muito, porque eu era medico e não era bom lutador. Ele tinha me acertado no peito, muito próximo do coração, então não tinha nada que eu poderia fazer, a ultima coisa que disse foi que amava minha mulher.

Ele parou um momento se perdendo nas suas memorias. Uma lagrima escapou e ele se apressou em limpar.

- Acordei dois dias depois em um porão. Um vampiro tinha me achado e não sei porque decidiu me salvar. Depois que eu consegui controlar a fome por sangue, ele deixou eu visitar a minha casa. O estrago era tremendo, depois que os saqueadores saíram, queimaram a casa, e quase não sobrou nada. Segui as possas de sangue seco e logo achei o corpo da minha mulher, ela estava quase irreconhecível, com o pescoço sangrando e o resto do corpo queimado. Chorei muito nesse dia, não tinha achado minha filha, mas sabia que ela tinha morrido. Voltei para o castelo do meu criador, que era um lorde, por isso tinha muito dinheiro e propriedades. Nos anos seguintes de rendi a raiva e a sede de sangue - virou seu rosto para o lado oposto do meu, mas percebi seu remorso - destruí famílias e vilarejos, ninguém conseguia me deter, eu estava perdido. Ate que um dia eu vi uma mulher chorando pelo homem que eu tinha matado, vendo aquilo me senti muito culpado e voltei a consciência, me aproximei da mulher para tentar ajuda-la mas ela se afastou de mim, também eu era o homem que acabara de devorar seu marido e estava com o resto sujo de sangue.  Quando me aproximei da moça vi que ela escondia algo atrás da perna, e ao olhar bem percebi que tinha uma menina de uns sete anos se escondendo. Nesse momento parei e pensei na minha filha e na minha esposa , o que achariam de mim se me vissem? Fui embora e me tranquei no porão aonde renasci, fiquei escondido lá por um tempo, mas tive uma conversa com meu criador e ele disse que iria me ajudar e realmente ajudou. Consegui viver minha vida, sempre com dor, mas nunca mais matei alguém, depois de alguns anos o vampiro que me criou morreu e deixou tudo para mim, por isso sou tão rico hoje, cuidei bem de seus negócios e consegui lucrar, depois criei a rede de hospitais e vivo assim ate hoje.

Olhei-o emocionada com sua historia. Me senti culpada por ter feito ele relembrar aquilo e me desculpei.

-Não se desculpe. Você perguntou e eu respondi, nada de mais. Agora, vá dormir que esta tarde. - diz me puxando para mais perto dele.

-Posso perguntar mais uma coisa?

-Sim, mas depois você precisar dormir.

-Ta ok. Você amou outra pessoa depois da sua esposa?- perguntei um pouco tímida.

-Não.

Depois que ele me respondeu fechei os olhos e comecei a dormir, mas antes ouvi:

- Não amei mais ninguém, ate hoje.

Após ouvir isso dormi.


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