Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 7
Impulsiva ou malvada?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Obrigado pelos comentários anteriores e desculpe o atraso.



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Impulsiva ou malvada?

 As ruas estavam úmidas e escorregadias. Talvez, Port Angeles fosse mais úmida que Forks. Talvez. Eu não tinha certeza disso. Mas, dentro do Ciccone Restaurante, o clima em Port Angeles tornava-se mais agradável e quente.

 Kelly sorriu longamente enquanto fechava o menu cor de rosa, e olhava para a garçonete gordinha e mal humorada que nos atendia.

 -Eu vou um querer apenas um café... E você Bella? - Kelly virou-se rapidamente, me encarando com leveza.

-Hmmm... O mesmo. – disse constrangida, ela erguer uma sobrancelha.

-Tem certeza? O café com leite daqui é incrível... Assim como o leite quente...- ofereceu, e neguei soltando um sorriso envergonhado.

 Na verdade, eu não sabia o que estava fazendo ali. Havia terminado meu período escolar, e hoje eu não tinha que trabalhar. Kelly havia me convencido á ir com ela até Port Angeles, tomar um café e conversar, mas um porem, conversar o que?

 -Bom... – Kelly pigarreou tirando-me de meus pensamentos. – Eu queria... Como eu sei que pareci muito metida em sua vida pessoal... Eu queria que você me conhecesse melhor assim como eu pretendo mergulhar de cabeça e desvendar sua personalidade... – ri baixo enquanto ela falava. – Então, pode perguntar.

 -Eu? – apontei para mim mesma negando, ela riu.

 -É claro! Você ainda deve lembrar da conversa que tivemos na ultima noite, e é obvio que está curiosa sobre... – Kelly se esticou mais sobre a mesa, e sussurrou baixo. – Os bruxos.

 -Isso é serio? – perguntei descrente, abaixando os olhos enquanto sentia meu rosto queimar.

-Sim... Eu meti-me muito em suas privacidades e acho justo você se meter um pouco na minha – Kelly sorriu mais uma vez naquele minuto, mostrando aquela carreira perfeita e branca de dentes.

 -Hmmm... Você... – avaliei por um segundo seu rosto escuro e bem desenhado – Hmmm... Invade minha cabeça, certo?- pigarreei e ela riu.

 -Desculpe Bella. Seus pensamentos são irresistíveis... Mas, pode continuar.

 -Hmmm... – suspirei negando. – Olha, eu estou tentando Kelly, mas é constrangedor demais.

 -Tudo bem... – ela concordou depois de um breve suspiro.

 Na verdade, eu queria saber mais sobre aquilo, mas o clima estava tenso, e eu não conseguiria perguntar o que eu queria sem ficar mais vermelha que um tomate.

 -Eu nasci em 1215, próximo de onde localiza-se a cidade de São Francisco... Vivia no campo, plantando e colhendo batatas junto de meu pai... – ri baixo, Kelly sorriu pequeno – Era filha única de um viúvo. Foi levada para longe de meu pai quando tinha doze anos e meus poderes se invocaram para as Luzes. A partir desse dia eu passei a morar em Franklin, junto de mais duzentas bruxas como eu. Com dezesseis anos, fugi de lá procurando liberdade e independência... – Kelly ergueu uma mão por um segundo, e abaixou suspirando. – Aos vinte e quatro, depois de fugir constantemente do Conselho, finalmente consegui o meu passe livre...

 -Conselho? – franzi o cenho com aquilo.

 -Ah, sim. O Conselho ou os Capuzes Vermelhos, interprete como quiser, são os nossos chefes...

 -Tipo os Volturi para os vampiros?

 -Exatamente! – vibrou Kelly, concordei.

 -Continue – pedi.

 -Aonde eu estava? – Kelly coçou o queixo e sorriu. – Ah, nos meus vinte e quatro anos, onde eu consegui o meu passe livre, e a partir disso, eu vaguei por todos os cantos do mundo... Até os meus cem anos, foi quando eu estacionei e conheci Jack... – ela sorriu parecendo gostar da lembrança.

Ah, que ótimo! Ele tem namorada!

 Comemorei mentalmente querendo me atirar contra os vidros do restaurante.

 Kelly riu:

 -Não se preocupe! Eu namoro outra pessoa... O Jack gosta de garotas pálidas... – me lançou um olhar malicioso, e baixei o rosto enquanto corava, ela riu novamente. – Continuando, eu e ele fizemos uma grande amizade, na verdade eu fiz uma amizade com a esposa de Jack... Leona e...

 -Aqui estão seus pedidos... – á voz da garçonete era azeda e rouca. Não era algo muito agradável de se escutar.

 -Obrigado... – comentou Kelly e ela suspirou e saiu- Hmmm... Conhecemos Erika muitos anos depois, e aqui estou eu! – simplificou Kelly nervosamente.

 -Você está bem? – questionei.

 -Sim.

 -Tem certeza? Parece incomodada.

 -Não é nada. – ela sorriu docemente. – Apenas não gosto de comentar muito sobre Leona.

 -O que ouve com ela? – perguntei curiosa.

 -Descobriu que relacionar-se com Jack é a maior merda da sua vida... – Erika comentou enquanto empurrava Kelly para o lado e sentava-se ao lado da morena, e sorria para mim. – Faz tempos Isabella...

 -O que você está fazendo aqui? – rosnou Kelly matando Erika com o olhar.

 Erika deu de ombros enquanto afofava os cabelos loiros e sorria de canto.

 -Sabe Isabella... Diamantes existem para brilhar, assim como as estrelas ao anoitecer, cada peça no mundo foi fabricada para uma missão exata... – ela sorriu e esticou-se mais sobre a mesa, os olhos azuis estavam quase chegando ao ponto de um lilás claro – Como eu, nasci para usar os homens. Você nasceu para algo que eu ainda não identifiquei e Kelly nasceu para acabar com a minha graça! – Erika ergueu as mãos dramaticamente parecendo irritada com esse fato.

 -O que você quer Erika? – Kelly rosnou mais uma vez encarando descrente a garota á minha frente.

 -Ah, Kelly! Que incomodo você está sendo, não quer se retirar?

 -Por que você não faz isso? – retrucou Kelly.

 -Não, obrigado. – Erika me encarou mais uma vez. - Emagreceu querida? Depressão ou falta de comida?

 -Erika! – Kelly quase gritou. Tapei a boca abafando a risada.

 -Bom, como todos decidiram lhe conhecer e ajudar... – Erika sorriu pretensiosamente. – Eu resolvi vir aqui erguer minha mão á você Isabella.

 -Como assim? – me sentei mais reta sentindo o clima tenso.

 -Claro que farei isso apenas com seu consentimento... – concordei. – Estou falando de você ir lá em casa, tomar um chá das cinco e ter algumas aulinhas sobre a minha espécie e não pensar que sou uma vadia loira.

-Você se superou... – resmungou Kelly enquanto tomava um gole do café.

-Tomara que se engasgue... – praguejou Erika e foi a questão de um segundo para Kelly se afogar com o café, e começar a tossir. – Ah, tadinha! Quer um tapinha nas costas?

 -Vai para o inferno Erika... – rosnou Kelly enquanto puxava o ar e desengasgava rapidamente.

 -Já fui e é muito quente, de qualquer forma... – ela se levantou – Espero pela sua agradável visita senhorita Swan, será um prazer conversa com você e... Não confie muito nela – apontou para Kelly de relance.

 Erika sorriu mais uma vez, e virou-se, caminhando em direção á saída parecendo saltitante. Kelly me olhou piedosa.

 -Desculpe-me. Erika é muito... Impulsiva.


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Notas finais do capítulo

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