Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 38
Quem você é?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Queria dizer um obrigada especial aos que comentaram! É tão importante a opinião de vocês! Espero que gostem!



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Quem você é?

A casa da tal tia Josepha ficava no final do Brooklyn e era uma casa comum, dois andares, revestida de madeira azul e branca por fora, uma varandinha com uma cadeira de balanço e um gramado tão verde que chegava ser invejável.

Bella estava assustadoramente silenciosa e tensa; eu tentara a acalmar durante todo o percurso, mas Bella parecia apenas cada vez mais nervosa, temendo a si mesma e a seus atos.

― Hey ― agarrei sua mão com delicadeza e Bella me olhou, os olhos castanhos pareciam estar derretendo-se. ― Tudo vai ficar bem, ok? Não se preocupe.

― Jack… ― Bella negou. ― Você viu o que aconteceu no bar… ― a voz de Bella abaixou-se para um murmúrio quase inaudível. ― Foi apenas uma ameaça, mas e se fosse mais? E se eu perdesse o meu controle? Machucasse alguém?

― Mas você não machucou ― sorri de canto. ― O que é ótimo e significa que você está se controlando…

― Eu não estou me controlando, Jack…

― Está sim e está fazendo um ótimo trabalho. ― coloquei as mãos nos ombros de Bella e a virei de frente para a casa de Josepha, ou, a possível casa de Josepha. ― Agora… ― a empurrei com sutileza. Bella bufou e caminhou em direção a casa. ― Boa menina.

A varanda era branca e parecia um lugar confortável para passar um final de tarde, tinha um cheiro aconchegante e um formato familiar, pronto para receber crianças e pais dedicados.

― Quer fazer as honras? ― indiquei para a campainha e Bella me fulminou com o olhar. Fiz um bico e dei de ombros. Exatamente cinco segundos depois de apertar a campainha, a porta foi aberta.

Uma mulher alta e com cabelos ruivos cacheados estava parada a nossa frente, vestia um vestido florido que parecia mais uma camiseta que ficava solta em si e estava de pés descalços. Ela sorriu.

― Bella. ― ela mexeu a cabeça. Josepha.

― Oi… Josepha. ― disse Bella meio constrangida.

Rapidamente, os olhos de Josepha percorreram por mim.

― Jack. ― ela assentiu.

― É um prazer. ― disse ela levemente e abriu mais a porta, dando espaço. ― Por favor, entrem.

Por dentro a casa era mais normal ainda… Talvez por ela ser uma Transmorfo casada com um Bruxo eu imaginasse sua casa como um presidio ou algo do tipo. No centro da sala, havia um daqueles cercadinhos para crianças e dentro dele havia duas crianças, iguais mais distinguidas pelo sexo: uma menininha de nove meses com os cabelos loiros cacheados e curtos brincando com o que parecia uma pelúcia rosa e um menino com o cabelo mais curto ainda, loiro, tentando desmontar um brinquedo. Igualmente, as duas crianças exalavam um cheiro agradável e doce de talco.

― Daniel e Rosaline, Rosie. ― apresentou Josepha.

― Eles são muito bonitos. ― comentou Bella.

Olhei de esguelha para ela… Nunca reparei que Bella gostava de crianças.

― Obrigada, Bella. ― Josepha se inclinou no cercadinho e deu um beijinho em Rosie. ― Heather me avisou que você viria.

― Ah… Heather? ― ri debochadamente e Bella pigarreou.

― Não se preocupe, Heather é programada para isso ― ela deu de ombros. ― Dizer o endereço, avisar. Uma humana controlada por uma Sirena.

― Você tem mais filhos? ― não consegui segurar a pergunta. Josepha suspirou e me olhou:

― Além dos gêmeos de quase um ano, eu tenho uma filha de dezesseis.

― Qual o nome? Talvez eu conheça…

― Você não levou minha filha para a cama Jack, não a conhece. ― no mesmo instante, reconheci a voz de Ethan. Virei-me e encarei o californiano bronzeado a minha frente. Alto (mesma altura que eu), cabelos loiros e olhos verdes traiçoeiros.

Uma gargalhada alta de nós dois ecoou a sala e ele me puxou para um aperto de mão seguido de um abraço. Ethan era o meu maior parceiro de farra na época em que era solteiro, além do meu único amigo vivo.

― Faz tempos ― comentou Ethan após me avaliar criticamente. Ethan era um praticante continuo da conhecida Boa Magica, magia Branca ao contrário de mim que tinha uma queda pela magia das Trevas. Ethan se esticou. ― Namorada Transmorfo?

― Esposa Transmorfo? ― debochei.

― Esposa, filhos… A gente tem que dedicar a família depois dos quarenta ― ri mais uma vez.

― ―

― Então, Bella… ― Josepha colocou na frente de Bella uma xícara de chá. ― Como você está lidando com tudo? ― estávamos sentados nas cadeiras que rodeavam a mesa da cozinha.

― Bem, foi por isso que estamos aqui, Josepha…

― Não está se controlando? ― Bella negou.

― Não o suficiente. ― pela primeira vez, notei na perna de Josepha uma imensa tatuagem de um animal que eu não conseguia entender, mas que serpenteava por toda sua pele.

― A Marca do Transmorfo ― disse Ethan antes mesmo que eu perguntasse. Bella o olhou. Ele indicou com o rosto para a tatuagem. ― Alguns chamam de Medalhão, Símbolo ou qualquer coisa que signifique algo importante na cultura Transmorfo. A Marca é símbolo de cada um, cada um tendo uma e nenhuma igual.

― A sua não apareceu ainda ― concluiu Josepha. ― Aparecerá, sempre aparece algum tempo depois da primeira Transformação.

― Ela é importante? ― perguntou Bella e Josepha concordou.

― A Marca é o que simboliza você, o que destaca você… Como o título de um livro, é uma forma de apresentação ― Josepha serviu outra xícara de chá e tomou um gole. ― Marcas grandes significam força, pequenas fraqueza.

― Que idiotice… ― resmunguei e Josepha me olhou incrédula. ― Do que serve uma tatuagem que entrega suas fraquezas?

― Você não conhece nada da história Transmorfo, certo? ― Josepha deixava obvio o quanto me enojava agora. Dei de ombros.

― Fomos criados a partir de um Lobisomem e uma Bruxa. A parte agressiva, a transformação… Parte do antigo gene misturada com o gene de Bruxo. ― Bella franziu o cenho.

― Eu tinha um amigo lobisomem, e ele não parecia agressivo…

― Certamente seu amigo era um Lobo ― comentou Ethan. ― Lobisomens são descontrolados e são metade lobo, metade humano. Os Lobos são apenas grandes lobos na transformação. Parentesco meio próximo.

― A tatuagem é a nossa maldição… Ela mostra nossas fraquezas ― acabou de dar o braço a torcer titia. Ri amargamente. ― A primeira surgiu após o primeiro Transmorfo trair o próprio pai, um Bruxo. Ele queria que o filho visse todo dia sua própria força, a força que destruiu uma família, quebrou laços.

― Por que a minha não apareceu ainda? ― questionou Bella.

― Cada um de nós tem seu tempo…

― E o autocontrole? ― a cortei, sentindo-me, agora, desesperado pela solução mágica.

― Bella precisa de treinamento. Se Transformar mais vezes ― o olhar de Josepha fixou-se em Bella. ― Se auto testar, força de vontade na hora da raiva. Lembre-se de quem são seus verdadeiros inimigos. É apenas lembrar quem você é Bella. Só isso.

Bella se levantou:

― Eu preciso respirar.

(…)

Duas horas depois, eu estava prestes a quebrar a casa de Josepha e de dar uma surra em Josepha por ter nos feito vir à Nova Iorque para essa balela toda. O termo tomar “preciso respirar” de Bella havia se transformado num “sumi da sua vista, Jack”.

Bella não conhecia Nova Iorque e havia sumido! Bela namorada essa… Mas eu tinha desconfiança de um possível lugar onde ela estaria. O único lugar que ela conhecia além do apartamento de Kelly.

― Mais alguns copos rapazes e vocês estarão falidos! ― a risada de Bella ecoou todo o bar e escutei juntamente alguns berros masculinos, animados e rindo juntos. Entrei no bar no mesmo instante e vi Bella lá, sentada na bancada e com cerca de dez copos de tequila virados, abaixo de cada copo, uma nota de cinquenta dólares. Revirei os olhos e caminhei até ela. Estava sem os sapatos e com o vestido amassado. ― Chegou o papai!

― O que você está fazendo? ― sussurrei.

Bella me empurrou com a ponta do pé.

― Me divertindo!

― Você está bêbada ― Bella soltou um gemido inconformado. ― Isso não é diversão.

― Ah… Você fica bêbado e ninguém te critica. ― Bella olhou para o humano alto e ruivo ao seu lado e esticou-se, dando um beijo na bochecha dele. ― Riley é mais divertido que você!

― Sua gatinha é incrível… ― ele deu um beijo na bochecha de Bella e meu sangue ferveu. ― Dez copos de tequila sem hesitar.

Encarei friamente o garoto ruivo e ele estremeceu. Sorri longamente e ele gemeu baixo de dor, sentindo sua própria pele queimar.

Sabe... Eu simplesmente adoro esse controle sobre os humanos. Fazê-los pensar que estão morrendo quando estão saudáveis, é um deleite. Riley engoliu a seco e caminhou em direção à saída, como um soldadinho. Bella bufou.

― Não preciso de você aqui ― resmungou ela. ― Ganhei 500 dólares sem você antagonizando.

― Sim… ― Heather se escorou perto de Bella. ― Deixa ela se divertir bonitão, é por conta da casa.

― Não me importa se é por conta da casa ou por minha conta ― Heather endireitou a coluna e ofegou. ― Ela está bêbada, é basicamente uma criança na má influencia.

― Ah, fica quieto Jack… ― Bella me puxou gola da camiseta e passou as pernas na volta do meu quadril. Houve uma fricção extremamente excitante entre nossos corpos e eu fiquei em silencio. ― Se divirta junto. Josi disse que eu tenho que me auto testar e eu quero descobrir se eu aguento mais dez copos ― Bella piscou.

Respirei profundamente, me arrependendo antes mesmo de concordar com aquilo.

― Por favor ― Bella fez um biquinho.

(…)

― Vocês beberam uma adega inteira e não me convidaram? ― Erika estava parada na frente da porta, com um vestido tão curto que era vulgar. Eu havia bebido tanto com Bella que não sentia mais nenhuma parte do meu corpo. ― Que egoístas!

― Saí da frente, Erika… ― a empurrei e entrei de braço dado com Bella, que estava com os sapatos nas mãos e com os olhos semicerrados de tanto sono.

Cora parou de experimentar o salto rosa-shocking e ergueu as sobrancelhas ruivas:

― Descobriram a solução? ― Bella riu de uma forma amarga.

― Tequila e sexo ― pisquei e Cora virou o rosto, ignorando qualquer palavra que saísse da minha boca a partir de agora. ― Quer vir junta Rainha da Beleza? ― quando me virei para continuar caminhando em direção ao quarto, Erika estava na minha frente.

― Nunca mais fale com a minha filha como se ela fosse uma vadia qualquer ― Erika rangeu os dentes e Bella ergueu a sobrancelha. Passei por Erika, levando Bella para o quarto.

O quarto estava quente e a cama estava perfeita. Bella gemeu e se deitou, rolando para o lado esquerdo. Atirei o sapato longe e me deitei ao seu lado. Bella abriu os olhos e me olhou, parecia sonolenta, mas feliz.

Sua mão correu pela minha camiseta, abrindo o botão de cima e em seguida, deslizou a mão para meu pescoço, me puxando para um beijo e pela primeira vez naquela noite, voltei a sentir meu corpo.

Bella engatou uma perna em mim e me puxou para cima dela. Enrosquei-me entre suas coxas e aprofundei o beijo, degustando do gosta da boca de Bella. Ela soltou um gemido abafado quando as minhas mãos escorregaram para dentro da sua saia.

Eu tinha noção de que Bella era virgem e de que esse, talvez, não fosse o momento certo, mas parecia tão justo com nós… Eu a queria e ela parecia me querer. Bella movimentou o quadril e eu tirei as mãos de sua saia, subindo para os dois botões que se tinha na frente de seu vestido enquanto ela tirava apressadamente a cinta das minhas calças.

A pele de Bella queimou na minha e desgrudamos os lábios um do outro, apenas nos encarando. Bella respirava fora do ritmo e estava com os lábios inchados. Inclinei-me e dei inicio a outro beijo enquanto minhas mãos agilmente tratavam de abrir os botões. Bella se inclinou e paramos o beijo, me fazendo deslizar o vestido de seu corpo, sobrando ali apenas aquele pequeno pedaço de tecido lilás claro.

Bella roçou os lábios nos meus.

― Eu amo você. ― sussurrou e eu sorri, acariciando a lateral de seu rosto antes de beija-la outra vez.


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Notas finais do capítulo

Bah... O que acharam disso?
Gostaram? Sim? Não? Comentem, por favor.
Obrigada!
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