Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 37
Brooklyn


Notas iniciais do capítulo

Eu estou tão feliz que vocês me entenderam; muito obrigada! Agradeço também aos comentários tão fantásticos, me expiram a continuar! Agora, quem está pronto para Nova Iorque? Espero que gostem! Beijinhos.



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Brooklyn

― Como você planeja chegar lá, Jack? ― Erika sentou-se na poltrona a minha frente, cruzando as pernas e tomando lentamente um gole de champanhe. Bella estava na poltrona atrás de mim; parte de mim ficara irritado por Cora tê-la puxado para perto de si, mas parte de mim compreendi que de vez em quando as garotas precisavam conversar com as garotas.

― Você deve ter feito um ótimo boquete no dono da companhia, Erika ― Erika parou de tomar o champanhe e me encarou, os olhos violetas transbordavam raiva e os lábios vermelhos de batom estavam franzidos. ― Sabe… Classe A de último minuto?

― Por que você anda sendo tão maldoso comigo, Jack? ― o champanhe na taça de Erika se moveu para os lados conforme ela balançava a mão. ― Você devia ser grato de eu ter conseguido isso tudo.

― Claro… ― olhei para a janela redonda. O céu estava escuro e as nuvens pareciam pesadas, fortemente azuladas e gorduchas. ― Você é espetacular, Srta. Fitzpatrick.

― Eu odeio tanto você. ― Erika tomou o restante do champanhe. Ri roucamente e a encarei. ― Mas, você é padrinho da Cora então, não posso te matar. ― lamentou ela.

― Obrigado pela consideração. ― Erika deu de ombros e esticou o pescoço, olhando acima de mim.

― A garota das bebidas é um charme… ― Erika passou o indicador por cima da sobrancelha loira. ― Pena que é lenta e só sabe contar até três… ― ri outra vez e Erika suspirou, parecia exausta. ― Já treinou o discurso de ‘só quero o bem da minha garota’?

― Você acha que eu preparei um discurso? ― questionei e Erika se inclinou na minha direção. Me inclinei na sua direção também e pude sentir nossos rostos ficarem separados por meros dois centímetros.

― Não ― sussurrou ela com um sorriso trapaceiro bailando nos lábios. ― Mas eu sei que você tem um plano B se esse não der certo.

Uhhh… ― fiz um bico e sorri. ― Me pegou nessa, loura.

Erika empurrou meu rosto e se escorou na poltrona outra vez.

― O que você está tramando, Jack? ― Erika cravou os olhos em mim. ― Matar um nova-iorquino para um Ritual? Invocar Trevas? Trocar de namorada?

― Estamos num avião cheio de humanos, Erika ― disse friamente. ― E mesmo que não estivéssemos eu não te contaria.

― Tão bad-boy você é Jack… Não quer uma jaqueta de couro e uma moto para completar o kit? ― ofereceu ela. Bufei e Erika gargalhou. ― Seja como for, eu creio que não será necessário seu plano B.

― Eu realmente espero que não.

(…)

Havíamos saído no meio da tarde da cidade e chegado a Nova Iorque no final do dia; já havia passado das 23h30min e Nova Iorque estava como de costume: ativa e extremamente movimentada.

Por sermos um grupo numeroso, Cora, Erika e Kelly foram no primeiro táxi, pelo fato de que Kelly era a dona do apartamento de Nova Iorque.

― Achei que fossemos pegar um táxi ― ri e neguei enquanto agarrava a mão de Bella e atravessamos a rua. Eu estava com pouca bagagem, na realidade, maior parte da minha bagagem eram coisas da Bella que Kelly havia pegado escondido hoje de manhã: era apenas uma mochila cheia de coisas da minha namorada.

― Bem, eu não consegui mobilizar um avião só para nós, mas… ― Bella semicerrou os olhos e sorriu pequeno. ― Eu consegui mexeu nuns pauzinhos e fazer os humanos de Nova Iorque cuidarem do meu bebê…

― Me deixa adivinhar… ― Bella sorriu levemente. ― Uma Ferrari?

― Não ― neguei e puxei a chave dos meus jeans pretos. Me estiquei sobre as pessoas e rapidamente, achei o que queria. ― Apenas o meu velho amigo Alfa Romeo.

― Uau… ― Bella surpreendeu-se. ― É um bom carro? ― cerca de cinco passos depois, já estávamos na frente do carro que estava bem estacionado no meio fio.

Sabe… As vezes salvar as vidas de inúteis pode te trazer utilidades, como ter idiotas a seu dispor a qualquer momento para encerar o seu carro e o estaciona-lo em Nova Iorque. Deslizei a mão pelo carro negro e luminoso.

― Tá de brincadeira? É a maior maravilha desse mundo… ― Bella ergueu uma sobrancelha debochadamente e eu inclinei em sua direção, puxando seu queixo e dando um leve beijo em seus lábios, ou ao menos tentei.

Com a primeira transformação, Bella agora tinha o dobro de hormônios, de emoções percorrendo em seu corpo com o dobro da velocidade esperada. Seus instintos eram mais fortes e ágeis, seus atos mais impulsivos e sempre que havia um beijo, não era simplesmente um beijo, sempre estava presente lá aquela palpitação sexual. Aquela mordida no lábio inferior, aquele apertão na nuca que deixava um roxo e se não fosse a preocupação de Bella quanto a isso, esses machucados seriam as coisas mais excitantes do planeta terra.

Bruscamente, senti a língua de Bella penetrar minha boca e se enroscar na minha por alguns segundos. Agarrei seu quadril com uma mão e deslizei outra um pouco mais para baixo. A boca de Bella era quente, fervente e a minha gelada, o que dava uma deliciosa sensação de prazer de estar com os lábios derretendo-se sobre os lábios da garota que eu amo. Bella ficou nas pontas dos pés para eu ter mais acesso a sua boca: beijar Bella era um vicio e isso eu devo admitir, na verdade, tudo em Bella é viciante.

Seu cheiro doce.

Seus beijos.

Seu jeito de falar…

Bella gemeu baixo em minha boca e me atirou contra o carro, sem desgrudar a boca da minha por um segundo. O alarme berrou e as luzes do carro começaram a piscar loucamente, Bella se afastou no mesmo instante e me olhou assustada, o peito subia e descia consecutivamente enquanto tentava recuperar o folego.

― Bem… ― passei a língua pelos dentes. ― Isso foi bem selvagem, docinho.

Depois disso, Bella passou quase o resto da noite com aquela tensão nos ombros. Apenas as 2h40min, quando fomos dormir depois de uma janta que Kelly havia feito no improviso e depois de termos feito a rota do dia de amanhã, consegui convencer Bella de que tudo estava bem e de que ela não havia perdido a linha, pelo menos, não muito.

Eu e Bella havíamos divido a mesma cama e eu não poderia deixar passar em branco o quão prazeroso foi ter Bella dormindo ao meu lado a noite toda, com o corpo totalmente enroscado no meu enquanto ressonava baixo e em alguns momentos, surrava meu nome durante o sono.

De manhã, tomamos um rápido café e descemos para a rua (eu e Bella) apenas as 10h30min. Agora, precisávamos apenas ir até o Brooklyn encontrar Josepha e sua solução.

― Por que vamos procura-la num bar, Jack? ― resmungou Bella quando estacionei na frente do bar. Ri e desci do carro. ― Até onde sabemos… ― Bella desceu do carro e se virou, me encarando. ― Ela é uma mulher de família que cuida de crianças pequenas. ― Bella sorriu ceticamente.

― Se você tivesse morado em Nova Iorque em 1977, saberia que se procura uma dama num bar… ― debochei e Bella revirou os olhos.

Bella hoje estava levemente mal humorada, mas totalmente linda; Cora havia forçado Bella a usar um vestidinho rosa claro que ia até o joelho e tinha um leve decote redondo. Rosa ficava perfeito em Isabella.

Por dentro, o bar parecia mais uma casa da poesia do que um bar. Deus, nem bares os humanos de hoje dia sabem fazer. Num canto do bar, tinha um cara com cabelos compridos tocando um violão e cantando uma musica fúnebre, sua voz era rouca e totalmente trêmula pelo efeito da maconha. Haviam alguns homens gordos bebendo como maricas e outros falando o quão flácidas eram suas esposas, mas também tinha jovens magrelos tomando doses educadas de cerveja… O que aconteceu com os bares de Nova Iorque?

O que aconteceu com a música alta em plena dez horas da manhã?

Com o entusiasmo jovem em beber exageradamente?

Em fumar ilicitamente em um bar?

Em arranjar briga por causa de uma dama?

― Isso é um bar ou um clube do xadrez?! ― exclamei alto e Bella se encolheu quando todo o bar parou para me olhar. Passei as mãos pela minha jaqueta marrom escura de couro e a jovem loira atrás da bancada de bebidas sorriu para mim.

― É melhor manter a calma, bonitão ― a mulher loira balançou uma garrafa de tequila nas mãos magras. ― Não é assim que se chega no Brook’s. ― a garota puxou um copo pequeno, o largou bruscamente na bancada e estranhamente, todos voltaram a sua monotonia desgraçada e infeliz. Ela encheu o copo até a borda, quase transbordando. ― Achei que quisesse diversão. ― indicou para o copo e eu sorri caminhando até a bancada, e tomando a bebida em um gole só.

― Na verdade, não estamos aqui para diversão, Jack ― meu sorriso aumentou quando senti a pontada de ciúmes na voz de Isabella, que agora, estava ao meu lado, sorrindo ameaçadoramente para mim. ― Não é?

― Claro que não, docinho. ― larguei o copo na bancada e toquei em seu queixo. Bella estapeou minha mão, enraivada, e eu atirei a cabeça para trás, gargalhando alto.

― Quem vocês estão procurando aqui? ― a garota loira sorriu. ― Hum… E eu sou Heather.

― Bom, eu não perguntei quem era você…

Uou… Ciúmes no ar. ― pisquei para a tal Heather que olhava para mim de esguelha. Heather olhou Bella friamente.

― E respondendo a sua pergunta, estamos procurando a Josepha.

― Desculpe, não sou guia do Brooklyn, mas você pode procurar a Joan, ela faz isso por aqui. ― Heather soltou um sorriso cínico a Bella, se virou, e guardou a garrafa de tequila entre outras milhares.

― Alta, ruiva, branquela… ― Heather me olhou. ― Tem certeza de que não conhece? ― sorri.

― Você quis dizer a Josi? ― Bella bufou descrente. ― Ela é minha sócia e dona do prédio. ― Heather sorriu, exibindo uma carreira imperfeita de dentes brancos.

― Poderia dar o endereço dela para nós? ― Heather riu um pouco e negou.

― Para você sim, mas para a florzinha do campo ― Heather apontou para Bella. ― Não.

(…)

― Você foi tão maldosa com a nossa queridíssima amiga Heather ― provoquei Bella enquanto saiamos do bar. Eu estava gargalhando do ciúmes de Bella e tinha na mão esquerda o endereço da tal titia Josepha.

― Você está tirado uma com a minha cara? ― Bella travou e me olhou enraivada. Ergui as mãos e Bella marchou até o carro, os cabelos castanhos estavam arruivados com o sol refletido neles e se balançavam bruscamente enquanto ela caminhava. De longe, eu sentia a raiva transbordando de sua pele.

― Você fica tão linda com ciúmes meu amor. ― Bella soltou um rosnado baixo quando não conseguiu abrir a porta do carona. Seu olhar castanho penetrou o meu e deixou explicito o quanto ela queria me espancar naquele instante.

― Eu juro por Deus se você não abrir essa porta agora, eu volto lá e arranco o pescoço da nossa amiga Heather ― franzi o cenho e Bella continuou a me encarar, sem mover um única músculo. Esse era o começo do descontrole. Bella respirou profundamente e desviou o olhar do meu, cobrindo a boca com a mão. ― O que eu acabei de falar? Deus…

Caminhei até Bella a puxei para um abraço. Bella apertou-me contra ela e respirou profundamente outra vez.

― Hey, nada te ficar nostálgica… ― ergui seu rosto com a ponta do meu indicador. Bella concordou. ― Ela era uma vadia e merecia…

― Jack…

― Mas você não fez… ― a cortei. ― Então, relaxe.


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Notas finais do capítulo

Merece comentários????
Beijinhos.