Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 31
Tensão a flor da pele


Notas iniciais do capítulo

Sophie/: Thiemmy obrigada pela recomendação! Eu e Anitha ficamos muito alegres com ela! Obrigada, foi incrível! Obrigada também ao pessoal lindo que comentou no capítulo anterior! Todos vocês são demais! Espero que gostem, boa leitura!



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Tensão a flor da pele

Há exatamente duas semanas, eu havia me transformado e Jack visitava-me constantemente, e quando não me visitava, chamava-me até sua casa. A tensão estava a flor da pele o tempo todo e eu constantemente tinha vontade de me isolar e ficar longe de todos, até que tivesse confiança em mim mesma.

― Hey, Bella. ― Kelly me abraçou pelos ombros e puxou-me para dentro da casa de Jack. Sorri e assenti, sentindo a doçura de Kelly sobre meus ombros, como uma manta.

― Então, Kelly, o que... Houve? ― tentei não ser grosseira, apenas, direta. Kelly sorriu calmamente.

― Bella, nas ultimas duas semanas eu e Jack viemos conversando muito sobre suas atitudes... ― fiquei constrangida no mesmo instante que uma pontada de culpa me atingiu. Kelly me afagou com leveza. ― E achamos que temos uma formula que possa lhe ajudar... Sabe ter mais calma ― um sorriso esperançoso tomou conta de minha boca e Kelly gargalhou.

― E o que, exatamente, seria isso? ― nas ultimas duas semanas, meus comportamentos não haviam mudado muito. Já havia quebrado mais vasos da casa de Jack do que pudesse contar, já havia estourado paredes mais vezes ainda e havia mordido Jack mais vezes ainda. Jack parecia não se importar tanto com a dor que causava, até de vez em quando fazia piadinhas sobre o quão gostoso eu devia achar ele.

Mas, quanto mais esses atos agressivos aumentavam, mais preocupada eu ficava com o que eu poderia fazer com as pessoas. Eu tinha medo de mim mesma e de cometer o pecado de matar novamente.

― Bom você sempre está com os nervos à flor da pele e achamos que podiamos ver o seu comportamento com seus... ― Kelly pareceu pensar na palavra correta e continuou: ― Inimigos, então, queremos ver como você age com Maphalda e Judith.

― Kelly... ― sussurrei sentindo que aquilo não daria nada certo.

― Relaxe, Bella ― Jack desceu as escadas ao lado de Cora. ― É só... Um experimento.

― Sim, tendo eu como cobaia. ― Cora passou a mão pela cascata ruiva que hoje estava extremamente volumosa e crespa, mas controlada. Semicerrei os olhos desconfiadamente.

― Como assim? ― Jack já estava atrás de mim quando falei. Cora fez um biquinho e colocou uma peruca preta na cabeça, meio cacheada e brilhosa. Notei também que a boca de Cora estava vermelhíssima do batom.

― Me mate! Sou Maphalda. ― Cora afofou a peruca em sua cabeça.

― Sabem... Que isso não irá dar certo? ― Lana, a pantera de Jack, entrou sala de cabeça erguida, exalando uma superioridade exagerada. Ao lado dela, estava o filhotinho de lobo de Cora, Theo. Ele subiu no sofá e sentou-se ereto, enquanto, Lana, como de costume deitava-se e espreguiçava-se.

― Claro que não, nada dá certo para você, Elizabeth. ― retrucou Jack e Lana mexeu a cabeça e começou a lamber a pata esquerda. Jack colocou uma mão em meu ombro com leveza. ― Pronta? ― Suspirei.

― Tenho escolha, Jack? ― Jack riu roucamente.

― Não. ― Jack deu alguns passos para trás.

― Tire isso da cabeça, Cora! ― Kelly beliscou o braço pálido de Cora.

Cora bufou decepcionada e tirou a peruca, atirou no sofá e como se uma brisa atingisse Cora, seus cabelos se moveram com leveza. Cora fechou os olhos e sua imagem pareceu começar a ser levada, como a areia por um forte vento. Arfei quando a imagem de Cora começou a mudar e ela sorriu longo e diabolicamente. Os cabelos negros caindo em cachos até a cintura, lindos e cintilantes. Os olhos em um tom lilás profundos, os lábios não muito carnudos aumentados pelo batom. Maphalda.

Jack deu mais um passo para trás e Maphalda/Cora mexeu-se com leveza sobre os as botas de salto alto. Um vestido rendado curto, mas uma bota que ia acima do joelho a deixava com um ar mais pesado.

― Continua acreditando no amor do seu namoradinho, Isabelle? ― engoli a seco quando Maphalda/Cora deu um passo mais para frente. ― Já lhe contei o que acontece com duas Raças distintas? Tão infeliz o final... ― um arrepio passou pela minha espinha e Maphalda colocou um dedo na boca. ― Realmente, algo a se aspirar.

― Fale mais, Maphalda. Não está sendo suficiente. ― Kelly ordenou, Maphalda concordou.

Então, Maphalda colou em mim e seu olhar foi enraivado. Um pré-rosnado saiu de meu peito. Maphalda franziu os lábios e ergueu as sobrancelhas:

― Ainda lembra-se da pobre Sandra, Bella? ― Maphalda deu um passo para trás quando rosnei mais alto e claro. Como ele podia falar de mim daquela forma? Maphalda não tinha o direito disto. Maphalda hesitou mais, mas mesmo assim prosseguiu: ― Uma vida inteira pela frente, ter filhos, um marido, ser feliz e você, estragou tudo... ― comecei a tremer e rosnar mais... Por um segundo, minha visão ficou totalmente vermelha. Senti minha mão em volta de algo quente e macio, um barulho de osso quebrando-se e então Maphalda gritou alto e dolorosamente.

― Não, Bella! ― Kelly colocou as mãos na cabeça e gritou alto, quase perdendo totalmente a voz. Jack prendeu os braços ao meu redor, me prendendo de costas para ele. Em um instinto, debati-me como um animal nos braços fortes de Jack.

― Bella... Bella, calma. ― sussurrou Jack em minha orelha enquanto um rosnado rouco saia de minha garganta. Bufei irritada e fracassada, então, eu caí na realidade. Eu havia atacado Cora e só agora, dava-me conta disso, e eu estava tão fora de mim naquele momento que nem se lembrava de ter atacado Cora. Jack me soltou e eu olhei desesperadamente para os lados, procurando por Cora.

― E Cora... Eu a machuquei muito? ― a culpa começava a me roer agora. Jack suspirou e negou, ergueu o rosto e olhou para o alto e longo teto da casa. Meu olhar acompanhou o seu e eu pude ver Cora com as unhas cravadas no teto, os cabelos ruivos caindo para baixo e seu olhar no nosso. Cora realmente parecia um gato com os pelos arrepiados. Cora não tinha sinais nenhum de Maphalda em seu rosto, havia voltado a ser a ruiva com camiseta florida e pele extremamente pálida.

― Cora Elizabeth Fitzpatrick! ― berrou Erika do topo da escada. As mãos na cintura e o olhar de uma mãe durona. ― O que está fazendo no teto?

― Err... Nada. ― Cora virou o rosto e olhou a mãe.

― Desça daí, você é uma Sirena não uma Paranormal ― Cora soltou as unhas do teto e por um instante, achei que fosse cair àquela longa queda de costas e machucar-se por inteira. Mas, Cora caiu em pé, com sutileza.

― Agora, eu tenho certeza de gatas caem em pé. ― Cora piscou e eu senti minhas pernas afrouxarem-se, e então, eu caí sentada, aliviada e ainda culpada pelo ocorrido.

Jack sentou-se ao meu lado quando coloquei o rosto entre as mãos, respirando com certa dificuldade.

― Cora... Eu cheguei a pegar você? ― Cora piscou sobre a grande quantidade de rímel e deu de ombros.

― Tentou. ― Erika desceu as escadas e parou ao lado de Cora. ― Sai antes que você quebrasse meu pescoço, e me chamasse de vadia pela segunda vez.

― Por que eu não me lembro disso? ― encarei Jack na esperança de uma resposta. Os olhos de Jack faiscaram um tom verde enquanto negava a mim.

― Querida, sejamos espertas... ― Judith descia as escadas e realmente, quase não a reconheci. Seus cabelos que eram um tom castanho estavam uma juba loira, os olhos escuros frios e nas mãos um copo com licor. ― Você virou um animalzinho mal domado e agora, sofre de um grave problema de memória. Quase fico com pena de você...

Semicerrei os olhos e meu maxilar travou.

― Cale a boca, velha. ― disse Jack.

― Humm... Nada que um bom retoque não faça com você, Judith. ― Erika sorriu sorrateira e Judith revirou os olhos. ― Até parece minha irmã, agora.

― Sua ironia me enjoa, Henriqueta. ― Henriqueta? Esse era o nome de Erika? De qualquer forma, Erika lançou um olhar mortal a Judith que parecia não importar-se com aquilo e si com a maciez da saia preta que ia até o joelho.

Jack levantou-se e bateu de frente com Judith que cambaleou um passo para trás.

― Por que não fica no seu quarto hoje velha? ― Judith passou a língua pelo lábio superior e ergueu uma sobrancelha loira. ― Ninguém quer você por perto. ― a voz de Jack soou sombria e incrivelmente fria.

― Vai me ameaçar na minha própria casa, Jack? ― Judith tomou todo o líquido do copo, e quebrou o copo entre as mãos, escorrendo um fio de sangue no chão e caindo os cacos avermelhados do copo. Judith empurrou Jack e caminhou até mim, parecia mais que proposta a fazer algo.

― Isso é uma péssima ideia, Judith. ― Erika olhou preocupada a mim. Judith gargalhou e me olhou na expectativa:

― Vem vadia, estou esperando seu ataque.


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Notas finais do capítulo

Humm... Como foi?
Ansiosos pelo próximo? Me digam! Comentem! Beijos.