Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 30
Sangue nos Lábios


Notas iniciais do capítulo

Anitha/: Hola pessoal! Desculpem-me por ter deixado tudo para Sophie... Mas, cá estamos. Espero que curtam o capítulo! Obrigada aos comentários do capítulo anterior e boa leitura!



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Sangue nos Lábios

― Eu escolho... ― mesmo estando totalmente decidida de meus atos, eu sentia-me extremamente gelada e suada, nervosa e amedrontada. Respirei profundamente e pude sentir o olhar nervoso de Maphalda sobre mim. ― Eu escolho... Minha liberdade.

Maphalda entre abriu os lábios, respirando com dificuldade e então, seu olhar descrente caiu em mim. Josepha riu longamente, aplaudindo e tendo seu acesso de risadas:

― Ah! ― Josepha secou as lágrimas inexistentes e sorriu docemente. ― Escolheu o certo, Bella... ― no outro segundo, o BAC foi ensurdecedor e Josepha erguia-se do chão, exibindo atrás de si uma parede rachada. Maphalda estava rosnando, rugindo como um leão faminto e os olhos em um tom violeta profundo. Josepha terminou de erguer-se e caminhou com elegância até Maphalda, como se nada tivesse acontecido.

Maphalda, mesmo que Josepha nada tivesse feito, deu um passo para trás:

― Espero que um dia haja redenção para sua alma imunda, irmã. ― Josepha puxou a bolsa de preta do sofá vermelho e então, virou-se para mim, o olhar cuidadoso e profundamente sossegado. ― Caso precise de algum tipo de ajuda ― Josepha caminhou até mim. ― Vá até minha casa ― Josepha aproximou-se de meu ouvido e sussurrou: ― Nova Iorque, Brooklyn; todos me conhecem lá.

Assenti e Josepha piscou para mim, pendurou a bolsa no ombro e saiu naturalmente da sala, exalando uma profunda calma. Maphalda quebrou o regime do silêncio e rosnou novamente. E antes de conseguir esquivar-me, Maphalda segurava-me contra a mesma parede que havia atirado a própria irmã.

Puxei o oxigênio, arfando e tentando cravar as unhas nas mãos de Maphalda, mas ela estava incorporada pela raiva:

― Como você ousa fazer isso, sua idiota? ― um rosnado entrecortou de minha garganta e eu desisti de agarrar as mãos de Maphalda, e então simplesmente, a agarrei pelo pescoço e inverti as posições. A parede quebrou-se mais um pouco. Maphalda deixou um sorriso surgir em sua boca vermelha pelo batom e me atirou do outro lado da sala, quebrando a outra parede. De soslaio, pude ver todos os filhos de Maphalda, quietos, observando com naturalidade a cena. ― Eu te ajudei na Transformação! Contei a verdade sobre você mesma sua vadia ingrata e é assim que você me retribui?

Levantei-me do chão habilmente e esperei o próximo ataque de Maphalda, que surpreendentemente, ficou parada me olhando enraivada.

― Aceite a real, Maphalda. ― Maphalda riu e me olhou debochada.

― Vai fazer o que? Sair daqui, saltitante e encontrar aquele Bruxo, transar até o amanhecer e achar que sua divida comigo está quitada? ― Maphalda negou enquanto falava: ― Você e ele nunca poderão ficar juntos! ...

― Por quê? ― entrei na defensiva.

― Se eu não separar você, outras coisas irão... ― Maphalda ergueu as sobrancelhas escuras. ― Até você mesma irá acabar com isso tudo.

― O...

― Você pensa o que? ― Maphalda riu diabolicamente. ― Que você voltará a ser você mesma... ― outro rosnado saiu de mim e o sangue subiu pelo meu rosto, infiltrando em todo meu organismo um ódio incontrolável. ― Olha para você mesma, tola! Está tremendo de raiva! Pensa que você não irá machucar seu namoradinho?

― Cala a boca, Maphalda... ― saiu entredentes.

― Sabe o que vai ser mais interessante? ― Maphalda sorriu mais longo. ― Será muito interessante ver você com esse temperamento tentar manter um relacionamento, quem sabe, você tem uma cria com ele a acaba matando seu próprio filho... ― aquilo foi à gota d’água.

Pulei em cima de Maphalda, e peguei-a pelo pescoço, afundando minhas unhas no pescoço da velha. Maphalda pareceu não engasgar e eu senti-me fracassada com aquilo, resultando em mais uma rachadura na parede. Grudei a cabeça de Maphalda contra a parede e ela gritou alto.

Pude sentir as mãos de Allan tentando me controlar, mas eu sentia-me extremamente bem humorada para uma briga longa; com a mão livre, puxei Allan pelos cabelos e o atirei do outro lado da sala.

― Vou fumar. ― avisou William antes de sair da sala, ignorando tudo que estava acontecendo.

― Você, vadia ― bati com a cabeça de Maphalda mais uma vez contra a parede e ela gemeu. ― Nunca mais fale de mim e do meu futuro; você não sabe nada de ambos.

― Eu sei que irá dar errado... ― Maphalda estava com os dentes ensanguentados e murmurava baixíssimo. ― Seja hoje ou amanhã, estando comigo ou livre, você e seu amante nunca terão um futuro certeiro... ― uma de minhas mãos estalou na cara de Maphalda e a outra a segurou pelo queixo, forçando que me olhasse.

― Sua opinião é desprezível, titia. ― Maphalda rosnou e eu soltei seu queixo com brutalidade e ela caiu ao chão. Os cabelos sujos de poeira e boca vermelha de sangue.

Allan estava se arrastando ao lado da mãe, chegando se estava bem.

Já estava na porta da saída daquela sala quando Maphalda, pela ultima vez, pronunciou-se:

― Você voltará rastejando até mim.

[...]

Eu havia saído da casa de Maphalda a um milhão por segundo. Ainda enxergava tudo vermelho e havia espancado cerca de quatro arvores durante o percurso até a casa de Jack. No meio do caminho, havia tirado os sapatos de Sandra que apertavam em meus pés e caminhei cerca de 4 km descalça, e também pude sentir meus pés aliviarem-se ao máximo quando tocaram a superfície gelada da grama da casa. Já quase amanhecia.

Se havia um lado para escolher entre as irmãs Maphalda e Josepha, eu havia escolhido Josepha. E no lado de Josepha eu simplesmente precisava... Ser livre para escolher meu próprio futuro.

Larguei aquela abstração de lado e bati na porta escura da casa de Jack, na segunda batida a porta foi aberta.

Cora bateu as mãos no ar, dando pulinhos e soltando um gritinho animado enquanto os olhos se umedeciam. Cora pulou em meus braços, e mesmo que Cora fosse o dobro de mim (basicamente), eu consegui aconchegar a ruiva em meus braços.

― Que escândalo é esse... ― Erika, que estava a seis metros de Cora, paralisou e sorriu longamente. Atrás de Erika, surgiu Kelly. Kelly cobriu a boca, parecia segurar uma risada ou um soluço e então berrou o mais alto que pode:

Jackson! Venha ver isso! ― ao lado de Kelly estava John, o seu tigre de estimação e o lobo de estimação de Cora que neste momento não consigo lembrar o seu nome.

Jack lá de cima, grunhiu uma reclamação alta e amarga, mas mesmo assim desceu as escadas.

Então, ele estava na minha frente, centímetros de mim.

O rosto pálido, os lábios secos e olheiras grandes cercando os olhos azuis escuros que faiscavam um verde claro no fundo. Com certeza, os olhos mais incríveis que eu já vira em minha existência. Mas, os olhos que eu tanto que me hipnotizavam estavam escuros demais... Doloridos demais. Tão doloridos que doeram em mim.

Por um segundo, olhei pelo ombro de Jack e pude ver que todos já haviam desaparecido dali. Era apenas eu e ele.

Jack foi quem tomou a primeira atitude e aproximou-se de mim, fazendo nossos pés se baterem. Um arrepio e uma sensação de queimar passaram por todo meu corpo. Jack ergueu a grande mão e com a ponta dos dedos, cuidadosamente, tocou em minha face. Os olhos de Jack pareceram derreter-se e um sorriso pequeno surgiu em seus lábios.

Não sei se foi emoção do momento ou uma sede insaciável, mas em seguida, eu havia grudado minha boca na de Jack. Achei que ele não fosse corresponder, mas ao contrário, Jack deslizou as mãos até meus quadris e seus lábios fundiram-se nos meus com leveza.

Estiquei-me e agarrei os cabelos de Jack, aproveitando e apreciando todo o sabor de seu beijo. Enquanto uma mão minha balançava os cabelos negros de Jack a outra passeava pelo seu braço, seu abdome e então parou atrás do pescoço de Jack, puxando-o mais para mim se ainda era possível. Ouve um estouro e Jack gemeu de dor e eu abri os olhos, afastando-me e largando todas as mãos de Jack.

Jack não estava mais onde estava. Estava escorado na parede, onde estava rachada e a boca dele estava profundamente vermelha e inchada, além de que o lábio inferior exibia uma pequena mordida que havia resultado em uma gota de sangue perdida na boca.

Dei um passo para trás e toquei meus lábios, e olhei o dedo que tocara em minha boca. Ensanguentado, destacando a essência vermelha na pele branca. Engoli a seco. Jack me olhou e negou, e puxou-me para um abraço extremamente quente e aconchegante.

― Tudo bem, tudo bem. ― Jack afagava minhas costas enquanto minha cabeça estava enterrada em seu peito. Jack ergueu meu queixo, fazendo nossos olhares se cruzarem. Jack passou os dedos pelos meus lábios, puxando o restante do sangue e então sorriu. ― Vamos passar por isso, juntos ― enterrei a cabeça no peito de Jack novamente: ― Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Bom???
Ruim??
Errrr... Mais ou menos???
Comentem!
Obrigada, beijos e até o próximo.



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