Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 18
Um beijo...


Notas iniciais do capítulo

Carolina/: Oiii... Obrigado pelas recomendações lindas!
Então... Capitulo fresquinho no ar... E surpresas! Espero que gostem. Beijos e boa leitura.



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Um beijo...

— Onde estamos indo? — perguntei enquanto descia as escadas com Cora segurando-me pela mão e com a outra mão em minhas costas, guiando-me pela longa escadaria cinzenta.

— Para a cozinha. Você precisa comer. — lançou-me um sorriso amarelo. Contentei-me apenas soltando um sorriso constrangido enquanto descíamos a ultima parte da escada, e chegávamos à sala de sempre. Os velhos sofás continuavam os mesmos, o carpete o mesmo e o tom das paredes pareciam às mesmas. — Bella, você realmente sente-se melhor?

— Sim. Eu apenas estou com... Um pouco de dor de cabeça. — Cora suspirou parecendo aliviada, e me olhou enquanto me guiava pela cozinha e passávamos por um corredor curto.

— Isso é normal. Você só precisa alimentar-se e tomar um gole de chá gelado que vai melhorar rapidinho. — Cora parecia saltitante agora após terminar sua fala e nós chegávamos à porta da cozinha, então ela parou e me olhou tensamente. —Espero que não se assuste... —Mas antes de eu ao menos conseguisse perguntar o porquê disso, Cora estava puxando-me para dentro da cozinha.

— Bella! — Kelly sorriu longamente, e puxou-me para mais um de seus calorosos abraços. Passei os braços por Kelly e apertei mais contra mim enquanto ela apertava-me contra ela, retribui o abraço. Ela afastou-se e olhou-me de cima para baixo, sorrindo enquanto me avaliava. — Você parece ótima para quem tinha veneno Trasgo no sangue.

— Você é tão exagerada, Kelly. — bufou Erika enquanto colocava na mesa um prato bem servido de macarrão com um molho cinzento que não identificava. Erika me olhou calmamente, e sorriu — Espero que goste Bella, receita especial. — Senti as mãos de Kelly levemente me guiarem até a mesa, e puxarem a cadeira, e as mesmas mãos que haviam guiado a mim até a cadeira haviam empurrado a mim com delicadeza, sentando-me.

— Isso... Não é demais? — minhas bochechas ficaram vermelhas, Erika riu.

— Claro que não! Seu apetite se aflorará mais ainda quando provar. — garantiu-me enquanto esticava para mim o conjunto de prata. Garfo e faca. Os peguei e Erika sorriu. — Prove, está bom.

Concordei.

E talvez Erika tivesse certa.

Estava ótimo. Jamais havia provado um gosto como aquele. Era indescritível. Indescritível como tudo naquele local.

— Eu disse que você ia gostar. — Erika parecia orgulhosa de si mesma. — Onde está Jack? Continua no escritório?

— Daqui a pouco ele irá desmaiar, já bebeu cinco garrafas de conhaque. — Judith entrou na cozinha com Simon atrás dela, carregando uma caixa que parecia pesada, mas ele parecia não ligar para o possível peso.

Simon era alto. Tão alto que não conseguia identificar sua altura. Parecia ser forte. Eu dizia isso pela marca dos longos músculos dos braços que eram bem a amostra na camiseta velha. Os cabelos eram curtos, mas caiam para frente, também era em um tom loiro arruivado. Os olhos azuis escuros, e as orelhas longas e daquele jeito que eu não sabia definir com perfeição. Elas eram mais longas para cima e pontudas.

Ele largou a caixa no chão, ao lado da porta que dava saída da casa. Vi Cora caminhar até ele que sorriu abrindo os braços e puxando a garota para eles, e puxou o queixo dela, depositando um beijo curto e delicado nos lábios de Cora.

— Hey, Kelly. — ela me olhou. — O que é... Trasgo?

Kelly sorriu e sentou-se ao meu lado.

— Trasgo são algumas pequenas criaturas... Nômades que vivem em lugares frios e sujos, como bueiros, esgotos. — Concordei enquanto a olhava— Imagine alguns pequeninos homens com a pele verde e chapéus vermelhos, dentes sujos e barba mal feita, além de uma cabeça maior que o resto do corpo. — Ri junto de Kelly. — Criaturas pequenas e venenosas que se alimentam de sague de...

— De? — questionei quando Kelly parou de falar. Ela negou e suspirou.

— Deixe ser frouxa, Kelly. — Judith cuspiu aquilo e Kelly a olhou descrente. — Sangue de Transmorfo.

Transmorfo?

— Transmorfo? Mas o que é isso? — Eu estava perdida naquilo. Não fazia a menor ideia do que era um e o que faziam.

— Transmorfo é mais uma criatura mágica do nosso mundo. — Judith puxou uma garrafa de conhaque do mesmo armário onde Erika certa vez havia puxado uma garrafa de uísque. Judith serviu a bebida escura no copo e tomou-a em um gole só. — Transmorfo é um ser que pode assumir a forma de qualquer animal.

— Qualquer um? — eu estava boquiaberta. Parecia meio assustador isso.

Vocês clonam os outros, arrancam a pele e criam outra, cuja é igual à de quem vocês querem. — Judith serviu outra dose e bebeu rapidamente.

Vocês? Mas, por que Judith falara isso?

Não havia nenhum transmorfo na cozinha. Havia uma Bruxa, uma Feiticeira, uma Pisinoe, uma Leucósia, um Elfo e eu, uma humana... Ou...?

— Você é um, caso não saiba. — Judith foi curta e grossa.

Transmorfo?

Senti meu estômago embrulhar e o ar me faltar.

Minha cabeça girou e se estabilizou.

O ar continuou a faltar-me, assim como minha visão começava a ficar turva nos cantos novamente.

— Bella...

[...]

— Respire Isabella! — repeti novamente para mim enquanto puxava o ar com força, e não conseguia sentir meus pulmões acalmarem-se. Puxei o ar novamente.

Transmorfo? Isso não estava certo.

Não! Nada certo.

Eu sou humana, certo? Ou não seria?

Não, não, não, não... Judith estava errada! Eu sou humana!

Minha mãe é humana, meu pai é humano! Somos todos normais! Eu sou... Não sou um Transmorfo! Impossível, e se fosse alguém da minha família me avisaria, ou algo do tipo.

Como você pode fazer isso, Judith Ellen Fitzpatrick? Ela é apenas uma garota! — mesmo estando na varanda dos fundos, olhando a morta floresta nos fundos da casa de Jack, eu ouvia os berros de Kelly como se fossem em meus ouvidos.

Ela ficaria sabendo de qualquer forma, apenas apurei o processo. — Judith respondeu calmamente. Para ela, talvez, fosse fácil atirar uma coisa dessas em qualquer um.

—Hey! — pulei assustada, e virei-me, dando de cara com Jack que estava com os olhos semicerrados. As olheiras eram pesadas, os cabelos desarrumados e a roupa amassada, e seu cheiro de bebida. Conhaque — Relaxa garota... — Suspirou enquanto sentava-se (parecendo dolorido) na cadeira velha que havia ali.

— Você me assustou... — eu continuava com a mão encima do coração, sentindo o seu batimento acelerado e errático. Jack riu e colocou no chão, ao seu lado, a garrafa de conhaque, e esticou as longas pernas.

— Suas amiguinhas me acordaram com a pequena gritaria... — Jack passou a mão pelo rosto, e atirou-se para frente, escorando os braços nos joelhos e encarou o chão, olhando para ele com os olhos azuis sem foco.

— Ah! — concordei. Jack ergueu o rosto e me encarou.

Seus olhos estavam cansados e escuros, mas não negros como vira certa vez. O azul dele. Estava tão escuro que parecia o céu no final de um dia ensolarado. Ele sorriu pequeno.

— Não acredite em Judith. Ela é idiota. — foi impossível não rir. Jack riu curto e roucamente, e olhou-me outra vez. — Ela me disse que você jamais se interessaria em mim, e ela errou.

— Mas... Eu não... Interessei-me em você! — gaguejei incrédula e louca de vergonha enquanto me defendia daquilo, mesmo que fosse mentira o que eu dissera.

Jack riu longamente:

— Que pena! Eu cheguei a gostar de você! — piscou e senti minhas maçãs do rosto queimarem mais ainda, dessa vez, de irritação.

Como ele conseguia ser tão irritante? Mas... Tão bonito ao mesmo tempo?

— Sabe, você iria rir disso se tivesse de bom humor... — comentou enquanto se levantava e caminhava lentamente até mim. Cruzei os braços em um segundo ato de irritação.

— Eu não estou de mal humor... — Eu nesse momento parecia uma criança discutindo com um adulto. Jack riu e ficou na minha frente e pela primeira vez consegui ver que em altura, eu batia no seu peito. Eu era pequena perto dele.

Jack fez um biquinho enquanto concordava e se aproximava mais de mim.

— Ah! Está sim...

— Não estou não! — estava confirmado que eu estava nervosa agora, Jack riu.

— Está sim e... — meus braços que estavam cruzados caíram de mim quando Jack me puxou fortemente pela cintura. Senti o ar me faltar novamente, e o calor de sua mão em volta de minha cintura irradiar e chegar a minha pele fazendo um arrepio percorrer meu corpo. Arfei. Jack continuou com o sorriso sapeca no rosto. — Sabe que eu posso ajuda-la com isso. — E antes que eu pudesse protestar ou simplesmente sentir minhas pernas tremerem mais uma vez, seus lábios se esmagaram contra os meus.

E incrivelmente, uma parte de mim queria protestar com aquele beijo que me pegara desprevenida, mas a outra parte, a maior, queria se atirar de cabeça naquele beijo, e talvez essa parte de mim estivesse em ação.

Seus lábios eram quentes. Tão quentes que queimavam aos meus com leveza, era uma sensação boa. Era a sensação de um leve formigamento, seguido de uma sensação de queimar e logo em seguida uma sensação de gelado.

Jack movimentou os lábios contra os meus, e pude sentir os meus se movimentarem igualmente naquela dança que acabara de começar. Eles... Haviam se encaixado com tamanha perfeição. Acharam o ângulo e a formula corretas. E esse não era o tipo de beijo que talvez eu desse em Edward, era quente, sem medo.

Jack ainda parecia insatisfeito, e afirmo isso por ter aumentado a velocidade do beijo, e então eu me perdi.

Perdi-me por completo nos lábios dele enquanto sentia Jack me levantar no ar, e me sentar no escoro da varanda, enquanto suas mãos caiam encima das minhas coxas e minhas mãos trançavam seus cabelos escuros.


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Notas finais do capítulo

Então?
Legal?
Ruim?
Comentem!