Passionné escrita por Anitha Tunner


Capítulo 12
Negação


Notas iniciais do capítulo

Sophie/: Oiie... Então, desculpem por não ter postado ontem o capitulo... Faltou tempo, mas hoje eu e Carolina postamos dois! O outro eu posto daqui a umas quatro horas! Espero que gostem!
Beijos e boa leitura.



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Negação.

Ele estava ali.

Eu sabia e via que ele estava ali. O meu quarto estava totalmente escurecido, as luzes apagadas, e o vento entrando no quarto, e soltando um baixo assovio enquanto entrava.

Ele estava totalmente camuflado entre as sombras da noite, destacando-se apenas seus olhos extremamente azuis. Pareciam selvagens, e assim como eram selvagens, pareciam maiores, assim como pareciam iluminar o local de tão brilhantes.

Senti o ar me faltar. Abri os lábios a procura dele, o puxando o mais rápido possível. Minhas bochechas arderam e começaram a avermelhar-se por inteiras.

O vento soprou forte. Soprou tão forte que mesmo na escuridão eu vi a minha cortina voar com o vento e os olhos de se Jack abaixarem, acompanhando a corrida rápida do vento.

As luzes se acenderam e eu me encontrava em um estado total de constrangimento.

O olhar Jack era calmo e pairava sobre mim com leveza, o sorriso era divertido, como se risse de algo segundos atrás.

-Falar sozinha não é muito aconselhável para se fazer quando sua janela está aberta...

-Mas... – deixei meu queixo cair com a descrença daquela acusação, afinal, a janela estava fechada quando entrei no quarto. – Ela estava fechada!

Jack sorriu daquele jeito sexy, elevando um lado do sorriso mais que o outro, e piscou.

-Ah, desculpe! – bufei juntando o moletom cinza do chão. Jack acompanhava meus movimentos com os olhos. Ele continuou sorrindo. – Vim apenas trazer algo que você esqueceu...

-Eu não esqueci nada! – retruquei deixando minha irritação fluir levemente.

Realmente, eu me sentia mais que irritada com Jack no meu quarto. Eu estava irritada com aquele sorrisinho irônico que nunca parece se desmanchar, não agora. Jack riu mordendo o lábio inferior.

-Então, isso não é seu? – questionou enquanto esticava-me uma jaqueta jeans azul. Parecia que se encaixaria perfeitamente em mim pelo tamanho, neguei cruzando os braços. – Não?

-Não – neguei enquanto analisava aquilo mais uma vez. Jack franziu o cenho por um segundo.

-Tem certeza? – questionou.

-Não é minha – afirmei e Jack concordou parecendo pensativo, e então o sorriso surgiu novamente.

-Considere um presente... – comentou enquanto dobrava a jaqueta no braço, e esticava para mim novamente. Neguei e ele piscou charmosamente. – Ah, não faça desfeita, é deseducado...

Bufei puxando aquilo, ele me encarou divertido.

-Sabe que eu não vou usar certo? – ele deu de ombros. – Sabe também que o que você está fazendo é considerado invasão de domicilio?

-Vai me prender? – o sorriso irônico desmanchou-se formando um sorriso malicioso. E novamente meu coração começou a bater erraticamente enquanto meu pulmão se cansava mais rápido do que eu queria e esperava e meus lábios abriam-se a procura de oxigênio.

Eu não conseguia me mover. Eu sentia minhas bochechas mais que vermelhas, pareciam que elas estavam pegando fogo, certo ponto até meus olhos estavam ardendo.

Jack sorriu ficando ao meu lado no outro segundo, e puxou meu queixo fazendo o encarar. Minhas bochechas pareceram derreter quando senti seu toque quente em meu queixo. Jack sorriu docemente, e negou.

-Não se preocupe Isabella, não gosto de garotas bobas... – senti meus lábios tremerem com a raiva.

Jack riu e então já havia sumido do quarto. Sobrando apenas eu, o vento e aquela jaqueta.

[...]

Garota boba?

Realmente, eu queria ter me botado de tapas naquele bruxo idiota.

Garota boba?

Realmente eu sentia um calor infiltrando-se sobre toda o meu corpo, começou nos dedos dos pés e foi até as raízes dos cabelos. Eu estava vermelha, na verdade roxa de raiva.

Raiva dele ter vindo apenas tirar uma com a minha cara, raiva de ter trazido aquela porcaria de jaqueta jeans que nem minha é, raiva dele ter me chamado de garota boba, eu estava com raiva de não querer ter essa raiva, mas não conseguia controlar. Ah, eu realmente estou com raiva da minha própria raiva![...]

-Estourou minha paciência... – mesmo saindo de um banho gelado eu estava com água quente sobre meus cabelos. Acredito que estava virando uma panela. Uma panela de pressão. E essa panela estava prestes a estourar enquanto eu me irritava, arremangando as mangas do moletom velho, e puxando aquela jaqueta jeans.

Puxei aquela porcaria nova.

Mas franzi o cenho quando senti o cheiro.

Parecia que haviam misturado hortelã, alecrim e arruda, tudo misturado dava um cheiro enjoativo. Puxei mais para mim, e colei o nariz por um segundo, deixando-a cair no chão e tossindo levemente quando senti com toda força o cheiro de hortelã, alecrim e arruda misturados.

-Que porcaria... – eu não conseguia impedir o fato de estar falando sozinha comigo mesmo hoje. Suspirei, e me abaixei, puxando aquela jaqueta novamente.

Passei a mão por ela tirando o pó que havia ficado nela ao cair no chão, mas algo brilhante me chamou a atenção no bolso dela. Enfiei a mão no bolso esquerdo e puxei o colar.

Era uma esmeralda. Um colar. Uma corrente de prata, e caindo ao meio uma mediana gota de esmeralda, e a volta da gota verde ela era banhada de um ouro claro e delicado.

Passei o dedo pela gota e pude notar que ela era lisa. Lisa e extremamente conservada.

Ergui ela pela corrente no alto e mesmo longe senti o cheiro dela.

Canela. Esse era o cheiro.

Um forte e longo cheiro doce de canela.

Franzi o cenho e abri minha gaveta, atirando-a ali, e fechando a gaveta com um estrondo logo em seguida. Peguei a jaqueta e a atirei em um canto qualquer do quarto.

Agora, eu estava curiosa...

Por que Jack me havia me trazido aquela jaqueta se nem minha era, e ainda por cima com um colar escondido no bolso? Por que ele havia vindo me irritar?

Na verdade, a esse ponto eu já estava me sentindo dentro de um filme de bruxos, onde Jack atirou um feitiço qualquer naquele colar.

-Relaxa Bella... Relaxa... – massageei os cantos da minha cabeça enquanto me deitava e repetia aquilo para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? Médio? Comentem! Beijos.