We Can't Back Down escrita por Ninna Leite


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoal. Peço desculpas pela loooonga demora, mas acontece né. Enfim, escrevi esse cap bem rapidinho então provavelmente vão ter alguns erros, mas eu vou concertando aos poucos. Por favor deixem reviews com suas opiniões



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Tudo virou um completo caos. Só pude ver Juvia lutando contra as lágrimas que insistiam em sair de seus olhos, mas também conseguia ver minha amiga lutando para não derrubar nenhuma lágrima.

– Com licença. - Disse Juvia se levantando com um extrema dificuldade e correndo rapidamente em direção a porta. Ela ja havia começado a chorar.

– Satisfeita? - Perguntei para Cana nem me dignando a olhar mais do que o necessário para a cara dela.

Corri desesperada pelo corredores em direção a Juvia. Estava tarde e do jeito que estava desestabilizada fiquei com medo de Juvia se distrair e acabar topando com algum inspetor. Pude ouvir alguns gritos de Erza antes de sair da sala e apostava que Cana não estava nem entendendo a lingua de ninguem naquele momento.

– Juvia! - Gritei sorrateiramente na primeira vez. - Juvia me espera! - Gritei um pouco mais alto enquanto acelerava rapidamente meus passos.

– Juvia, calma. - Disse calmamente para ela assim que adentramos nosso quarto sendo recebida pelo abraço quente de minha amiga que se jogou involuntariamente para mim levando nós duas ao chão.

Fiquei por bastante tempo tranquilizando Juvia, dizendo que tudo aquilo não passava de um mal entendido e que Cana realmente não queria fazer aquilo, muito menos Gray. O único problema era que ela não acreditava em uma palavra que eu dizia, apenas assentia com a cabeça. Afinal, nem eu mesma sabia se acreditava ou não nas palavras de conforto que saíam involuntariamente de minha boca.

Alguns minutos depois Erza e Mira chegaram, tentando confortar Juvia também, que a esse ponto ja estava bebendo o copo de água que havia me pedido, sentada no nosso sofá. Já era tarde, por volta de três da manhã, e já era praticamente certo de que não iríamos à aula no dia seguinte.

Ouvimos um batucar na porta uns dez minutos após Juvia finalmente ter caído no sono, sendo seguido por uma voz masculina perguntando se poderia entrar. Primeiramente ficamos apavorada achando que algum inspetor poderia ter ouvido barulho cindo de nossos quartos, mas nossos rostos ficaram aliviados após percebermos Gray adentrando nosso quarto, bem, mais ou menos. Gray entrou sem camisa carregando Cana inconsciente em seu colo coberta por um pedaço de pano. A garota parecia estar num sono profundo, até me perguntei se a mesma poderia estar desmaiada.

– O que houve? - Perguntou Mira levantando-se de sua cama e indo em direção ao Gray.

– Bom, quando vocês foram embora nós tivemos que arrumar tudo sozinhos e Cana não estava em condições de voltar sozinha. - Disse ele interrompendo-se para repousar o corpo de Cana na cama, que por sinal deveria estar bem pesado. - E na hora de sairmos ela disse estar bem cansada, então me ofereci para carrega-la, só que ela acabou dormindo mesmo.

– Gray, a Juvia ficou muito chateada com o que aconteceu. Você sabe que ela gosta de você. - Disse me aproximando dele.

– Pode crer, eu sei.

Após ter dito isso ele se retirou com um boa noite, olhando para Cana uma última vez. Tive que ficar ouvindo Erza reclamar sobre como a Cana não muda, e que ela tinha certeza que iria chegar o dia seguinte e ela não iria nem se lembrar do que tinha acontecido e ia ficar se vitimizando a semana inteira. Sim, eu tive que ficar ouvindo Erza sozinha, porque Mira voltou a dormir na cara de pau.

O dia amanheceu chovendo, não uma chuva qualquer, parecia que trovões e raios também aviam sido convidados para a festa. Nossas aula foram canceladas naquela manhã, portanto aproveitei para dormir o máximo que pudesse. Me lembro muito bem de ter sido despertada por sons de gritaria vindos diretamente e exclusivamente do meu quarto, como sempre. Pelo menos algo de bom havia naquilo, talvez no final do ano poderíamos ter uma chance de ganhar o troféu da categoria do quarto mais tretoso do ano, e acreditem se quiserem, mas nós nunca havíamos ganhando esse treco, pelo visto haviam quartos mais tretosos que o nosso.

– Cana para de ser tão infantil! - Pude ouvir o grito da Erza antes mesmo de abrir os olhos. - Já não acha que fez merda o suficiente não?

– Da pra me dizer de uma vez o que eu fiz? - Gritou Cana de volta.

As duas estavam bem próximas se encarando furiosamente, enquanto Juvia chorava quieta em um canto e Mira ja ia se posicionando entre as duas para separa-las. E foi naquela hora que eu reuni forças para me levantar.

– Okay, acalmem-se vocês duas. - Disse ajudando Mira a separá-las. - O que houve Mira?

– Acontece Lucy...- Erza se meteu.-... que a idiota da Cana simplesmente não se lembra de que ontem ela escolheu não chamar mais a Juvia de amiga, beijando o cara por quem ela morreria na frente de todo mundo, inclusive do namoradinho cafajeste dela.

Não é possível descrever com palavras a expressão que Cana fez naquele momento. Ela parecia mais que chateada com ela mesma. As palavras escorreram da boca de Erza como um veneno, fazendo com que Juvia desabasse em lágrimas. Tudo bem que ela meio que contou a verdade, mas pelo modo com que ela falou só fez Cana parecer ainda mais uma puta e Juvia uma grande otária. Cana pegou um casaco e vestiu-o por cima do pijama.

– Cana. A onde você pensa que vai? - Perguntou Mira com um tom desesperado enquanto a mesma parecia desesperada procurando algo.

– Cana? - Perguntei me aproximando dela

Cana não disse nada apenas se retirou correndo após achar seu celular. Apenas lancei um olhar bem raivoso em direção a Erza e fiz o mesmo que a morena, peguei um casaco e um guarda-chuva e saí correndo atrás dela. Afinal, estava chovendo muito e tenho certeza que Cana não havia percebido isso.

Por um momento achei que tinha perdido-a de vista. Corria desesperadamente pelos corredores do dormitório, e por onde passava as garotas me olhavam com diferentes caras bem hilárias, até porque não é todo dia que se vê uma garota de pijamas correndo desesperadamente em pleno dia chuvoso, podendo levar em consideração que elas provavelmente ja haviam visto Cana correndo também.

– Ei, você viu uma outra garota doida correndo desesperadamente por ai? - Perguntei bem ofegante a uma garota que estava sentada assistindo Tv.

– Claro. Ela acabou de sair. - Disse a garota ruiva sem ao menos tirar os olhos da tv, que estava exibindo algum programa culinário. Maluca.

Meu único pensamento era sobre o que a Cana queria para sair naquele estado em pleno temporal e sobre como ela era realmente muito irresponsável. Abri meu guarda-chuva e sai correndo atras dela. Percorri o campus inteiro, interropia cada alma viva que estava ao lado de fora naquela chuva, mas não conseguia nem um sinal de Cana. Naquele momento minha cabeça parecia que ia surtar. A Cana não havia me respondido antes de sair e para completar a expressão que ela tinha feito era de uma pessoa completamente desesperada. Eu sabia que Cana tinha sérios problemas emocionais e que ela era extremamente cabeça dura, portanto várias possibilidades se passaram pela minha cabeça naquele momento.

Voltei para o quarto puta comigo mesma por não ter encontrado minha amiga, mas já não havia mais nada que eu pudesse fazer.

– Pra onde ela foi? - Perguntou Mira antes mesmo de eu entrar.

– Não a encontrei. - Disse jogando o guarda-chuva em qualquer canto e tirando indelicadamente meu casaco.

– Gente ela está bem. - Disse Erza revirando os olhos. - Isso tudo não passa de mais um momento de frescurinha da Cana. Já já ela está aí.

– Erza você não está preocupada dela, sei lá, tentar se matar?- Perguntou Juvia roendo a unhas.

– Claro que não! Quem vai se matar não leva o celular junto. - Disse Erza fazendo com que Juvia concordasse com a cabeça repetitivamente enquanto olhava para o além.

– Mas e se ela tiver levado o cleluar para escrever uma carta de despedida? - Perguntou Juvia se levantando num pulo só, assustando Mira que estava encostada em Juvia mexendo carinhosamente em seus cabelos.

– Juvia, não pira. - Disse Erza se jogando em sua cama, mas eu podia perceber que ela também estava preocupada. Todas estávamos.

– Eu não sei nem o que dizer. - Disse Mira. Ela também pareceia bem chateada pelo fato de Cana ter dormido com Laxus mesmo sabendo que ela estava gostando dele.

Passamos horas esperando por ela. Jogamos monopoly, xadrez e até assistimos um filme bem esquisito, até que chegou a hora do almoço e tivemos que nos arrumar e levantar nossas bundas da cama para não morrermos de fome, o que provavelmente devia ser mais rápido do que morrer de preocupação.

Procurei por Natsu no refeitório, mas não havia um sinal dele. Pensei que provavelmente estaria aproveitando a tarde com a nova namoradinha, algo que no momento não me pareceu tão importante.

Estávamos voltando para nosso quarto desanimadamente. Os corredores estavam vazios, todos estavam em seus quartos, o dia continuava péssimo. Quando entramos a primeira coisa que nos chamou atenção foi a imagem de uma Cana completamente ensopada, com os olhos repletos de olheiras e com o nariz e bochechas completamente vermelhos. Parecia ter chorado por bastante tempo.

– Acho que não deveria ter saído mesmo. - Disse com uma voz chorosa assim que a abracei.

– Não se preocupe. - Disse em seu ouvido. - Estamos aqui.

Cana se desvencilhou de meu abraço rapidamente indo em direção as outras que estavam paradas num mesmo canto do quarto, próximo a porta.

– Juvia, me desculpe por ter beijado o Gray e te magoado. Você é sempre tão doce comigo e eu sempre te magoo. E Erza me desculpe por sempre te dar trabalho e te irritar pra caramba na maioria das vezes. - Ela disse se aproximando mais um pouco. - Mira me perdoe por ter dormido com o Laxus mesmo sabendo que você estava afim dele, eu realmente não devia ter feito aquilo. - Ela já tinha desabado em lágrimas naquele momento. - E lucy, me desculpe por te fazer me defender mesmo quando estou errada.

Todas ficamos sem reação por um minuto. Não que Cana nunca houvesse se desculpado antes, mas seus pedidos de desculpas nunca eram tão diretos como aqueles. Tudo parecia estar andando na direção certa, até Erza ter decidido inovar daquela vez.

– Chega Cana! Eu cansei. - Disse Erza se aproximando bastante dela como ela faz quando as duas estão discutindo, sem ligar se ela estava chorando ou não. - É sempre a mesma coisa. Você sempre apronta sem pensar se vai ferir alguém ou não.

– Isso não é verdade Erza, eu sempre penso em vocês... - Cana tentou falar em vão, sendo interrompido logo em seguinte.

– Cana, nos faça um favor. - Disse Mira cabisbaixa olhando de relance para a Erza. - O que você fez não foi uma atitude que uma amiga de verdade tomaria. Apenas nos dê um tempo, e não fale mais com a gente.

– Mira eu... eu gosto muito de vocês. São como uma família para mim. - Seu tom mostrava bastante desespero e ela parecia claramente não saber o que falar.

– Lá vem você querendo puxar pro sentimental de novo Cana. Me poupe. - Resmungou Erza.

– Eu nunca faria nada para magoar vocês.

– Mas já fez. Não queremos mais ser suas amigas Cana. - Disse Juvia completando.

O olhar de Cana parecia paralisado, assim como o meu. Apenas lágrimas escorriam de seus olhos. Juvia e Mira pareciam envergonhadas enquanto Erza parecia certa de tudo aquilo. Cana apenas assentiu silenciosamente com a cabeça, engolindo o choro. Pude vê-la mordendo os lábios com força, algo que sempre fazia quando estava muito nervosa ou decepcionada. A mesma saiu novamente pela porta do quarto, porém desse vez levou uma muda de roupas para trocar. Fiquei paralisada, nenhuma palavra saiu de minha boca. Apenas fiquei me perguntando sobre como fomos chagar a aquele ponto.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?



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