Catarse escrita por RafahAmorim


Capítulo 4
Quidditch




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Como Angelina previra, as coisas haviam funcionado.

No dia seguinte após a contratação, ela apareceu na entrada da Gemialidades. Chegara mais cedo e tivera que esperar por uma hora até George abrir a porta da loja. Ele surpreendeu-se ao encontrá-la. Angelina não sabia que o jovem colocara feitiços de anti-aparatação e de proteção em seu apartamento. Apenas corujas podiam chegar à sua janela, mas ela não enviara nenhuma e tão pouco faria efeito se o tivesse feito. George estivera em um sono pesado como há muito não conseguia. Só despertara porque o sol batia forte em seu rosto. Quando a viu, pediu mil perdões e explicou-lhe sobre os encantamentos. Ele só não dissera que os colocara há três anos a fim de evitar visitas indesejadas de seus familiares. Ela pareceu não se importar. Estava animada demais para começar seu primeiro dia, mas garantiu-lhe que se aquilo voltasse a acontecer, ela não hesitaria em azará-lo. George riu e sugeriu que a artilheira passasse a vir de Pó-de-Flu pela lareira de sua sala. Ele liberaria o acesso mais tarde.

Verity chegou momentos mais tarde e elas foram apresentadas. Deram-se bem logo de início e a loira parecia grata por receber mais uma ajuda. George nunca havia pensado na quantidade de trabalho que ela tivera após a saída de Ron.

Assim que os primeiros clientes apareceram, houve um burburinho. O que a grande estrela de Quidditch estava fazendo ali? Angelina ignorou a situação e atendeu-os como se nada de anormal estivesse acontecendo. As pessoas chocaram-se no início, contudo logo perderam-se no meio das brincadeiras. Para surpresa de George, ninguém pedira autógrafo.

No segundo dia, como era de se esperar, a notícia de que Angelina Johnson estava trabalhando numa loja de logros havia se espalhado. Alguns repórteres apareceram à porta do estabelecimento no horário de almoço. Angelina irritou-se, mas esclareceu, ainda que a contragosto, que não abandonara sua carreira e tampouco fora expulsa do time; explicou que era um emprego de férias e que ela continuava treinando. Os jornalistas fizeram mais perguntas, porém, ela recusou-se a responder e pediu-lhes, educadamente, que se retirassem porque atrapalhariam o fluxo de clientes.

Ele ficara admirado ao ver o modo com o qual ela lidara com a imprensa. Logo que os vira, ele pensara em intervir, no entanto, para sua surpresa, ela se impôs e tomou as rédeas da situação. O modo imponente de falar e de se portar, sem ser arrogante, o deixara fascinado. Ela não se abalara com as especulações maldosas e insinuações sem fundamento. George, observando a cena, sentiu que, a cada segundo, seu respeito pela garota só aumentava. Ela poderia ser frágil, como ele já descobrira, mas com certeza não era fraca.

Mais tarde, naquele mesmo dia, no escritório, ela pedira desculpas a George e informara que entenderia perfeitamente se ele quisesse despedi-la.

"É claro que não!", ele afirmou.

George não se incomodou com a situação. Obviamente, não poderia acontecer novamente, mas ele realmente duvidava que o episódio voltasse a se repetir. De qualquer forma, mesmo que fosse cedo para falar dos frutos que aquela contratação traria, Angelina, com seu carisma natural, já demonstrava facilidade de comunicação com as pessoas; fator essencial para se trabalhar com vendas.

"Acredito na sua capacidade. Além do mais, já provamos que somos ótimos parceiros de laboratório, certo?" Eles haviam trabalhado na parte prática da nova linha no dia anterior. Os resultados tinha sido positivos e bastante satisfatórios.

Angelina sorriu agradecida, soltando um suspiro desanimado em seguida. Sua expressão contorceu-se em puro desgosto.

"O que houve?", perguntou George.

"É só...é só que não é mais como antes." George mirou-a confuso pedindo uma explicação com o olhar.

"Quidditch"., falou depois de respirar fundo.

"Pensei que..."

"E eu amo, George.", afirmou como se lesse seus pensamentos. "É o que mais gosto de fazer no mundo; é tudo o que sempre quis. Quando estou voando é como se finalmente encontrasse minha liberdade, minha paz de espírito. O problema é o que vem junto com a carreira profissional. Sempre me diverti jogando. Em Hogwarts, eu ficava em êxtase no campo. Agora, não. Isso pode parecer infantil, sei que quando crescemos temos que lidar com grandes responsabilidades, mas hoje, Quidditch é apenas sobre ganhar e ser bajulada ou perder e ser duramente criticada. Não tenho mais prazer de capturar a goles e arremessá-la no aro. É só pressão e mais pressão. Faz um tempo que penso seriamente em abandonar a carreira.", terminou pensativa e entristecida.

"O quê?", alarmou-se George. "Você..."

"Não seria agora, claro que não.", suspirou. "Ainda temos a copa ano que vem, não quero parecer presunçosa, mas sei que vou ser escalada." E realmente não havia um pingo de prepotência em sua voz. Pelo contrário, era quase um lamento."É tão estranho. Dediquei toda minha a vida a esse momento e agora, que tenho a oportunidade, nunca estive mais insatisfeita. Talvez, se eu tivesse um pouco mais de privacidade e não tivesse que prestar contas de cada passo que dou, as coisas fossem um pouco mais fáceis."

Sua expressão era tão infeliz que George sentiu-se obrigado a pensar em algo para aliviar a situação.

"Eu...lamento.", falou sem saber ao certo o que dizer.

"Desculpa, estou sendo realmente insuportável, não é?"

George sorriu.

"Só falando mais que o normal." Brincou, acrescentando seriamente. "Você não tem que pelo o quê se desculpar, amigos são para essas coisas. Nunca imaginei que estivesse passando por isso. Sinto muito, de verdade."

Angelina sorriu fracamente. Permaneceram calados, até que ela rompeu a quietude.

"Lembra-se de quando fomos fazer o teste para entrar na equipe de Quidditch em Hogwarts?" Ele assentiu com um movimento de cabeça, e ela prosseguiu. "Estava tão nervosa que quase pensei em desistir. Fred percebeu e me confortou. Disse que eu não precisava ficar assim porque tinha potencial e ele sabia que eu seria escolhida."

Quando terminou, ela continuou em silêncio como se sua mente estivesse em outro lugar. De alguma forma, ele não se incomodava ao ouvi-la pronunciar o nome de seu irmão.

Na terça-feira seguinte, George compareceu ao aniversário de Harry e presentou o anfitrião com um quite para aurores digno de Moody. Pensar no antigo auror trouxera-lhe uma sensação estranha: ficara tanto tempo remoendo a morte de seu gêmeo, que se esquecera das outras pessoas que havia perdido na guerra.

Afastando suas conclusões, ele se concentrou na comemoração. Era bem simples, apenas os mais próximos. George convidara Angelina para acompanhá-lo, mas ela treinaria aquela noite. Assim que conseguiu uma oportunidade, o empresário pediu desculpas a Ginny pela forma grosseira com a qual a tratara. Ela não estava ressentida, e garantiu que o irmão estava perdoado desde o instante em que aparecera para o aniversário de seu namorado.

Durante a pequena celebração, que acontecera na Toca, ele ficou em um canto, só que agora não mais evitando as pessoas. Estava apenas brincando com sua sobrinha, Victoire, que já começava a dar os primeiros passos. Era bom o olhar de uma criança. Puro, inocente, sem as marcas da vida.

George parou um momento para observar todos a sua volta. Sua visão alcançou Harry e sua irmã que conversavam com Ron e Hermione. "Que bom que veio, George.", dissera-lhe o garoto-que-sobreviveu quando o futuro cunhado fora felicitá-lo.

O ruivo percebeu que as dores da guerra fizeram-no amadurecer drasticamente. Potter fora a pessoa mais castigada pela guerra. Sua vida sempre marcada; nunca soubera o que é paz. E agora, que tudo tinha finalmente acabado, ele ainda carregaria as feridas daquilo para sempre. George admirou Harry como nunca antes. Ao contrário de si, o jovem auror não se esqueceu dos demais. Mesmo com suas dores, ele se propôs a ajudar o mundo bruxo. E ele, George, o que fizera? Nada além de sentir pena de si mesmo. Que covarde. Não deveria ter ido para Gryffindor.

Refletindo a respeito, envergonhando, ele decidiu que era hora de partir. Devolveu Victoire à Fleur, despediu-se com um breve boa noite e saiu sem ligar para os protestos de sua mãe para que ficasse até o parabéns. Desaparatou em seu apartamento e se jogou na cama sem trocar de roupa. Não acendeu a luz esperando que, no escuro, o tamanho de sua covardia diminuísse.


Setembro chegou trazendo as primeiras ventanias típicas de outono.

"Angelina.", George chamou-a num fim de tarde na loja. Ele decidira colocar em prática uma ideia que martelava em sua cabeça desde a conversa que tiveram no final de julho.

Ela estava abaixada terminando de arrumar um espaço do estoque.

"Sim?", falou levantando-se.

"Você tem alguma coisa para fazer no sábado?"

"Não.", respondeu ela virando-se para ele.

"Ótimo. Então eu passo na sua casa e te busco. Esteja pronta às 9:00."

Ele sorriu ao vê-la erguer as sobrancelhas.

"Eu posso saber para onde você está me convidando? Convite esse que eu não aceitei.," enfatizou a última parte cruzando os braços.

"Isso é surpresa. E, por favor, não se atrase.", pediu divertido.

"O que te leva a crer que eu topei?"

"Meu charme.", sorriu presunçoso.

Angelina revirou os olhos, mas havia o um esboço de sorriso em seus lábios.

"Por que tão cedo?"

"Porque é o melhor horário. Ah, vamos, deixe de ser preguiçosa.", acrescentou ao vê-la resmungar. "A propósito," disse quando ela estava quase saindo da loja ao final do expediente. "Leve sua vassoura."

"O que?", indagou surpresa. "Para quê?"

"Acho que você pode imaginar.", respondeu com um sorriso de canto.

Angelina pareceu pestanejar ao vê-lo sorrir daquela forma, contudo recompôs-se rapidamente.

"Vamos voar?", quando ele assentiu revirando os olhos, ela continuou. "Você sabe que isso não é nenhuma novidade para mim, não sabe?"

"Eu sei o que estou fazendo."

No sábado, George levantou-se às 8:30, arrumou-se e aparatou no lugar onde levaria Angelina. Tudo estava exatamente como ele se lembrava. Voltou para seu apartamento, checou se a vassoura (ele e Fred haviam comprado vassouras novas assim que a loja começara a dar lucro) e o cesto de comida estavam prontos e desaparatou.

Estava à porta da casa dos pais de Angelina. Ele não queria tocar a companhia, mas ela, numa carta que lhe enviara um dia antes, informara que não havia problema. Seus pais acordavam antes das sete. Relutante, apertou o objeto pontudo. Alguns segundo depois, uma mulher atendeu a porta.Tinha a pele parda e os cabelos ondulados presos num rabo de cavalo. Usava um robe vinho. George percebeu na hora de quem Angelina havia puxado sua beleza.

"Olá, eu sou...", começou ele hesitante, mas ela o interrompeu.

"George, certo?", sorriu-lhe. Aparentava ter uns cinquenta anos. "Angelina avisou que você viria." Ela o abraçou como Molly costumava fazer quando recebia os amigos de seus filhos. "Entre, ela está terminando de se arrumar."

George obedeceu e a senhora o guiou até uma sala ampla de estar. A decoração era simples, mas clássica, com móveis de madeira. Havia muito objetos trouxas no lugar. Ele sabia que os pais de Angelina eram nascidos-trouxas.

"Então você é o famoso George Weasley?", falou um senhor negro e alto que levantou-se da poltrona onde estava lendo o Profeta Diário e foi cumprimenta-lo. "Prazer.", falou estendendo a mão. Sua voz era forte.

"Quanto a famoso eu não sei, mas, sim, George Weasley.", respondeu sorrindo e aceitando o cumprimento.

"Eu vou buscar algo para você comer.", informou a Sra. Johnson.

"Não, não precisa.", recusou George, mas ela já havia saído da sala.

"Sente-se, meu caro.", disse o Sr. Johnson voltando ao seu lugar. George acomodou-se num sofá próximo. "Então, quais são suas intenções com a minha filha?," perguntou numa expressão séria que logo se desfez ao ver a cara assustada de George. Ele gargalhou.

"Papai." George ouviu Angelina falar num tom de advertência e virou-se para ela que aparecera à entrada da sala. "O que eu disse sobre não fazer meu amigo ter um ataque do coração?", perguntou divertida olhando para o ruivo.

Ela estava com uma calça preta colada ao corpo e usava botas próprias para o Quidditch. A blusa, de manga comprida verde clara, caí-lhe bem. Seu cabelo preso numa única trança jogada para o lado dava-lhe um ar fresco. George acostumara-se a vê-la usando o uniforme da Gemialidades.

"Oi, George.", cumprimentou abrindo um pequeno sorriso.

Ele sentiu um leve formigar em seu estômago.

"Oi."

"Ah, querida. Que bom que já se arrumou. Aproveite e tome o café." A dona da casa voltou à sala e depositou um beijo na bochecha de Angelina enquanto passava pela filha. Colocou uma bandeja cheia de variados tipos de pãezinhos na mesa de centro.

"Eu já disse que não quero, mamãe. Você quer, George?," questionou a contragosto.

"Não seria uma má ideia.", disse ao olhar a bandeja. "Mas acho melhor não, estamos atrasados.", acrescentou ao ver o olhar fulminante de Angelina.

"Onde vocês vão?" , perguntou a Sra. Johnson contrariada sentando-se na poltrona ao lado do assento do marido.

"Passear, já havia falado.", respondeu Angelina puxando George pela mão. "Estamos indo. Até mais tarde.", falou enquanto arrastava-o para fora.

"Traga minha filha em segurança, George.", sorriu divertido o senhor Johnson.

"Pode deixar. Foi um prazer conhecê-los.", foi o que conseguiu dizer antes de Angelina fechar a porta. "Por que tanta pressa? Não precisávamos sair tão rápido.", ele parou à porta.

A moça negra já havia descido os degraus da entrada e estava virada para ele. "Eles iriam nos importunar e fazer perguntas demais.", cruzou os braços. "Venha antes que minha mãe perceba que ainda estamos aqui."

"Eu os achei bem simpáticos, na verdade." Desceu as escadas e eles caminharam em direção ao beco que ficava mais a frente, do outro lado da rua.

"Exceto na parte em que meu pai perguntou quais eram suas intenções. Você tinha que ver sua cara.", riu Angelina.

George fez uma careta. "Eu só não esperava por isso, ok?", bufou.

"Então, para onde aparataremos?", questionou a artilheira ao entrarem no beco

"Primeiro eu vou passar em casa."

"Pra quê?"

"Para pegar a vassoura e...", parou de súbito. "Onde está a sua vassoura?", questionou olhando para a mão da jovem como se esperasse que o objetivo estivesse ali o tempo todo.

"Aqui.", apontou Angelina para uma pequena bolsa marrom de alças longas que estava pendurada em seu ombro.

"Aí?", indagou surpreso. "Ah, Feitiço Indetectável de Extensão.", murmurou como se ele mesmo não tivesse usado um na sua cesta de lanches. "Só um minuto". Dizendo isso, ele aparatou em seu apartamento, pegou o que precisava e voltou ao beco. Segurou a mão de Angelina e aparatou.

Estavam em um campo deserto coberto por grama verdinha. Ao longe, era possível ver uma súbita considerável que levava a uma extensa área plana. Em volta, árvores e mais árvores cobriam o local. O céu azul e limpo de nuvens combinava perfeitamente com o mar verde abaixo. Parecia uma pintura. George amava aquele lugar.

"Onde estamos?", perguntou Angelina boquiaberta.

"Eu não sei o nome. Vamos."

George começou a andar em direção ao monte e Angelina o seguiu. Quando chegaram, dirigiram-se à uma árvore próxima que possuía um tronco alto e grosso. Seus galhos enormes produziam uma sombra agradável. George depositou a cesta no gramado enquanto Angelina fazia o mesmo com sua bolsa.

"Pegue sua bolsa." Angelina franziu o cenho. "Nós viemos aqui para voar, esqueceu?", sorriu.

Ela abaixou e tirou a vassoura reluzente da pequeno compartimento.

"Por que você me trouxe aqui?," questionou virando-se para ele.

"Hum...", ele coçou a nuca. "Você vai descobrir, eu acho."

Angelina não falou mais nada e subiu em sua vassoura. George observou o modo elegante como ela voava.

"Que foi?", perguntou Angelina quando viu que ele ainda não se movera.

George estava inseguro. Tivera a ideia de voar, mas se esquecera de que há muito não montava em uma vassoura. Hesitante, ele passou uma perna pelo cabo de objeto e subiu. Para sua surpresa, ainda estava em forma.

"E agora?", Angelina estava tão a vontade no ar, que parecia ter nascido ali.

Um semblante travesso dos tempos de Hogwarts apareceu no rosto de George. "Que tal uma corrida?"

E assim a manhã se foi. Eles correram e Angelina ganhou, apesar do ruivo ter lhe dado trabalho. Voaram por toda a extensão do campo e até passaram por cima das árvores onde avistaram um pequeno rio. Fora divertido. Eles davam cambalhotas, entravam em queda livre e penduravam-se nas vassouras.

Por volta da hora do almoço, George anunciou que comeriam na Toca. Angelina surpreendeu-se ao saber que a casa ficava a poucos metros de distância daquele espaço. Ela relutou em aceitar dizendo que não queria aparecer sem avisar, George limitou-se a revirar os olhos e colocar um feitiço para esconder a cesta. Eles seguiram até os jardins da casa. Molly alegrou-se ao ver seu filho. Angelina estava constrangida, mas a matriarca logo mostrou que não se incomodava com sua presença. Ao contrário, até lhe convidara para aparecer mais vezes. Apenas ela estava em casa, Arthur encontrava-se no Ministério.

Quando terminaram, despediram-se da senhora, que insistira para que ficassem mais um pouco, e voltaram ao campo. Retomaram os voos e ficaram no ar até o fim da tarde. Pouco antes do pôr-do-sol, se sentaram encostados à arvore.

"Isso foi... fantástico.", suspirou Angelina olhando o horizonte e cruzando as pernas.

George havia coberto o pedaço em que estavam com uma toalha xadrez vermelha, os alimentos que trouxera estavam dispostos pelo pano. Os dois já haviam lanchado e agora estavam lado a lado admirando o espetáculo da natureza.

"Esse lugar é lindo. Por que me trouxe aqui?", repetiu suavemente.

George mirou-a. Havia uma expressão serena, mas intrigada em seu rosto. Estava tão bonita...

Ele levantou as pernas de modo a apoiar seus braços nos joelhos. Virou o rosto para frente.

"Eu só pensei que, talvez, se você montasse sem pressão de jogar bem... se voasse pelo simples prazer de voar, você conseguiria recuperar a sensação."

Ficaram em silêncio por alguns instantes.

"Você tinha razão. Há muito tempo eu não me sentia assim.", a voz de Angelina era baixa, quase um sussurro.

George dirigiu novamente seu olhar à garota. Estavam tão próximos.

"Obrigada.", sussurrou Angelina.

Ele estendeu sua mão esquerda para tocar-lhe o rosto. Ela o olhou intensamente. Sentiu-se atraído. Antes que pudesse pensar em qualquer coisa, George estava beijando-a e sendo correspondido.


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