Pelos Meandros do Mal escrita por Náthalie Ocáriz


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Benção do tédio, criatividade legal. Capítulo fresquinho, não tem uma escrita tão boa quanto a Emy mas aqui vai.
Ah e me perdoem por parecer um pouco o Herói Perdido, mas era o único jeito.



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CAP 18

–Vossa Alteza? Não lembro de ter elegido nada disso.

Cutuquei a Clarisse nas costelas e recebi em troca um olhar de reprovação, não sabia quem era a mulher estonteante a nossa frente mas algo me dizia que provocar ela não seria uma boa ideia.

– Não preciso da sua permissão queridinha, mas irei fingir que você nada disse e irei ser bondosa com vocês.

Samantha que estava atrás de nós resmungou algo inaudível, olhei para ela tentando fazer com que ela repita mas meu olhar se fixou nos garotos antes mesmo de chegar a ela. Eles estavam com aquela cara de bobamente apaixonados, sonhadores, alguém que estava em outro mundo, segui o olhar deles mas o olhar estava perdido.

– Quem é a senhora? – tentei

– E depois ela que é a abençoada... – resmungou Samantha

– Ah, então essa é a famosa “abençoada” da qual todos falam? – perguntou a bela mulher a nossa frente

Olhei ao redor, procurei a todo custo qualquer indício que me dissesse quem era aquela mulher. Nada. Nada era o que descobri.

– Céus! Você nunca estudou mitologia grega?

– Estudei o básico, mas ...

– Medeia! Medeia! Essa senhora vulgo Vossa Alteza se chama Medeia, uma grande feiticeira! Céus Caroline!

– Olhem só! Uma filha de Afrodite inteligente, quem diria.

Eu estava perdida, olhei para Samantha a tempo de ver ela revirar os olhos. Os garotos mantinham uma expressão estranha, a Clarisse era a única que ainda mantinha a arma a posto. E mais uma vez, eu não sabia o que fazer.

– Esperava mais de você “abençoada”, pensei que fosse mais inteligente – disse Medeia

– Meu nome é Carol, Carol!

– Ei! Só por que sou filha de Afrodite não posso ser inteligente? – Samantha questionou

– Agora a coisa fica feia – a Clarisse resmungou

Posso ser filha de Afrodite mas isso não quer dizer que eu não possa ter um QI auto também ok Medeia? – Samantha gritou

– Abaixe seu tom de voz querida, ainda gosto dos meus tímpanos.

Vou abaixar o tom da minha voz uma ova! Sou tão inteligente quanto qualquer um!

– Alguém tem obsessão a inteligência. – cantarolou Medeia

– Argh! Vamos sair daqui, agora! – Samantha disse dando meia volta

– Pode tentar sair, mas acho que vai ser difícil minha querida Samantha.

Olhei ao redor e não encontrava saída de modo algum. Olhei para a Samantha e para a Clarisse mas ambas estavam tão perdidas quanto eu.

– Por favor senhora, nos deixe sair. Estamos em uma missão e é de extrema importância que a completemos o mais rápido possível.

– Me de um bom motivo para eu fazer isso.

– Nosso amigo esta morrendo, precisamos de uma cura e estamos atrás dela.

– Uma cura? Alguma sugestão cara “obsessão a inteligência”?

– Não queremos uma cura vinda de você sua imprestável! – Samantha falou

– Ela pode ter a cura Samantha? Você tem a cura? – perguntei pensando que agora minha sorte desaparecida nos últimos 16 anos teria dado as caras.

– Lógi... – Medeia começava a dizer mas Samantha a cortou

– Ela cria poções sua anta! Se nem os deuses podem ajudar, você acha que ela vai poder ajudar? Use um pouco o cérebro Carol!

Imprestável? Imprestável? Uma imprestável faria isso? – assim que a Medeia falou isso uma nuvem densa foi em direção aos garotos. Os olhares abobados sumiram e um ódio tomou o lugar.

– Seu idiota – resmungou Bryan

– Idiota é você Bryan! – falou Guilherme se preparando como se fosse brigar

– O que você fez? – perguntei desesperada para Medeia

– É hora da diversão queridas! – ela simplesmente disse e desapareceu fazendo com que uma fumaça ocupasse o lugar que ela estava antes.

– Você pensa que é quem?

– Alguém que pelo menos tem chances com uma garota!

– Você esta morrendo Guilherme, se duvidar não terá nem tempo para dar um amasso em alguém!

– Cale a boca! Eu pelo menos não fico por ai deprimido por uma garota que esta afim de outro!

– Agora você vai ver seu idiota!

Se com diversão Medeia queria dizer briga, ela estava certa. Para um quase morto até que o Guilherme lutava bem, era como se ele tivesse recuperado sua força somente para brigar com o Bryan e se alguém não desse um jeito de interceptar a briga, a luta só acabaria quando um deles morresse.

– Alguém faça algo pelo amor! – Samantha disse escondendo o rosto atrás das mãos como se não quisesse ver a briga.

Zeus já deu a sua, agora esta na vez de eu dar uma mãozinha também” – uma voz feminina disse na minha mente. Ou pelo menos era isso que eu achava.

– E lá vamos nós de novo – disse Clarisse fazendo com que a Samantha olhasse para mim também.

Um ódio me preencheu, um ódio direcionado a Medeia e aos meninos, mas como só eles estavam presentes teria que descarregar neles.

– Ok, já deu por hoje das idiotices de vocês! – entrei na frente dos dois, e apesar de sentir algo diferente na minha voz a dor dos socos era inevitável. – Guilherme! Bryan! Vocês vão me matar! Parem! Os dois agora!

Eu estava de olhos fechados, era como um reflexo fechar os olhos enquanto se levava uma surra, mas por um momento parei de sentir os socos. Abri os olhos e olhei em direção ao meninos, eles estavam com uma expressão confusa nos olhos. Samantha e Clarisse estavam de pé, paradas nos olhando estáticas, a única diferença entre as feições das duas era que a Clarisse parecia assusta, já a Samantha estava num misto de ódio e medo.

– Ah céus, por favor me diga que não fui eu quem fez isso em você. – o Bryan disse vindo em minha direção.

– Um triangulo amoroso! Que maravilha! – disse a mesma voz que eu tinha ouvido segundos antes de me meter no meio dos garotos.

Todos olhamos para a dona da voz e se eu ainda tinha boa memória, era a dona Afrodite em pessoa.

– Excelente intervenção Carol, nada mais inteligente que acertar no alvo fraco de cada um. – ela me elogiou

– Não creio nisso, foi você mesma que deu a benção pra ela! – Samantha ralhou

– Ora ora ora, se não é a própria Afrodite em pessoa visitando minha casa! – todos nos assustamos quando Medeia falou.

– Hora de voltarmos aos mortais crianças, até outro dia Medeia! – sabe quando você nada tanto que se sente uma amoeba? Se não passe um dia na piscina e depois me diga, porque era exatamente assim que eu me sentia e creio que meus companheiros também. Quando dei por mim, já estávamos todos sentados em uma cafeteria.

– Assim esta bem melhor.

Todos ficamos em silêncio, mas era evidente que a Samantha era a mais incomodada.

– O que vão querer? – um rapaz perguntou

– Um cappuccino com creme por cima, 6 por favor. – Afrodite respondeu

– Claro

– O que te aflige Samantinha? – Afrodite perguntou

– O que me aflige? Você é burra ou se faz? Não me importo em ser sua filha, a malditos 16 anos tento ignorar as piadinhas desagradáveis sobre ser fútil, mas agora já deu! Eu me esforço, faço as pessoas honrarem seu chalé, sigo o maldito ritual que você pede, me apaixono, quebro minha cara, me dedico a aprender tudo sobre encantamentos e poções, a nossa maldita história e o que eu ganho com isso hein? Uma mãe desnaturada?

Samantha podia não estar gritando, mas seu sussurro era tão amedrontador quanto qualquer coisa, mas seu aparente ódio pela mãe não evitava que lágrimas rolassem pelo seu rosto.

– Samantha, acho melhor você... – Clarisse tenta ajudar

– Não Clarisse, por mim eu preferia ser renegada, pra mim já deu disso. Faço de tudo e nunca ganhei uma mensagem ou um “eu me importo com você” “parabéns, estou orgulhosa” nada disso! Mas a “abençoada” ai até benção recebe! Quer saber? Continuem essa busca sem mim! Sou uma filha de Afrodite não é? Sou fútil certo?

– Samantha ouça- me por favor... – Afrodite tentou

– Não vou ouvir nada vindo de você! – dito isso Samantha saiu correndo nos deixando pasmos com sua atitude.

– Se querem reencontrar Samantha acho que esta na hora de dar uma pausa na missão e irem a Califórnia...

O que? – gritei

– E o Guilherme? – Clarisse perguntou

– Ele aguentará firme, eu estarei ajudando. E sim Carolzinha, hora de passear pela sua cidade natal mi amore.

Estávamos em um ônibus a caminho da minha cidade natal, estava tentando entender o motivo da Samantha ter ido justamente a Califórnia.

– Ex-namorado – Bryan disse como se soubesse o que eu estava pensando.

– Hein? Pensei que eu tivesse sido o único namorado dela. – Guilherme disse

– Foi antes dela ir para o acampamento. – Bryan respondeu como se não fosse nada demais.

– Como você sabe disso? – o Guilherme parecia meio ressentido

– Eu era o melhor amigo dela antes de você chegar lembra?

– Ok, fiquem quietos, quero pelo menos uma chance de dormir um pouco.

– Realmente me desculpe pelos socos Carol – Bryan resmungou antes de eu pegar no sono.

Estava voltando para casa, temporariamente mas estava. E eu não sabia como lidar.


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