Pelos Meandros do Mal escrita por Náthalie Ocáriz


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

OOOOI GENTE! To feliz hoje, até demais, mas ok!
Enfim, acho que agora a fic anda mais rápido, pelo motivo que.: EU CONSEGUI UMA CO-AUTORA!
Isso aí, ela era/é uma leitora da fic que eu amo muito, ela escreve super bem tanto que as fics dela são maravilhosas. Um oizinho dela pra vocês:
Oi peeps, aqui é a Emy! Bem, eu sempre gostei muito dessa fic de paixão, e agora estar escrevendo ela é mais divertido ainda! Sei que minha narração não é como a da Nath, mas eu espero ser tão boa quanto. Tomara que gostem e, por favor, comentem, indiquem pros amigos semideuses, pro vizinho, pro cachorro etc. Qualquer coisa, tô aqui ó: @hazeldiamonds. xx



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Talvez eu estivesse atrasada, mas isso era a última coisa com a qual eu me importava agora. O chalé estava vazio, e as coisas começaram estranhas por aí. Achei que levantaria cedo, por conta da minha péssima noite de sono e tudo o mais. Mas pelo visto, meus pesadelos tinham me prendido na cama, isso sim.

Fui até o banheiro do chalé e encarei minha imagem no espelho. Estava tão ruim quanto o que eu esperava. Olheiras fundas e roxas marcavam meus olhos azuis e parecia que meu cabelo tinha sido puxado por toda a noite. Horrível para a missão. Pensei no quanto Samantha iria me humilhar e instantaneamente acordei do transe, que foi substituído pela raiva, e me fez ter atitude para tomar um banho e me arrumar.

O que poderia levar para uma missão? Tá, essa não era a primeira coisa que estava na minha cabeça, porque minha consciência sempre voltava ao que Afrodite havia me dito e, consequentemente, Guilherme. Era difícil conciliar tudo dentro da minha cabeça e tive medo de que ela fosse explodir. Pisquei. Uma, duas vezes. A mochila ainda estava aberta. Não liguei. Vesti uma calça jeans, calcei os tênis brancos que já estavam comigo e coloquei uma blusa qualquer e um casaco. Sim, eu estava colocando um casaco no verão, mas as noites poderiam ser frias e, como se não bastasse os deuses terem feito da minha vida uma desgraça dos infernos, eu tinha certeza que na missão eles não iriam me colocar, tipo, num hotel cinco estrelas.

– Tome. – Uma voz conhecida disse atrás de mim e eu pulei de susto. Samantha não parecia nada feliz. Fechei a cara para mostrar que não me intimidava. Ela segurava a blusa laranja do Acampamento, estendendo-a para mim.

Dei uma risada baixa.

– Como filha de Afrodite, você deveria saber que blusa laranja e calça jeans não é uma das combinações mais fashion. – Ironizei e pude vê-la revirar os olhos. Ela estava prestes a abrir a boca, provavelmente para argumentar sobre algo totalmente nada a ver, mas eu já fui logo a cortando quando tirei a blusa de sua mão. Quando eu estivesse longe, seria bom ter uma lembrança desse lugar.

Aqui, tudo parecia bem.

Até, você sabe. Os próprios figurões do Olimpo virem esfregar na minha cara o desastre natural que eu era.

Samantha saiu batendo o pé do chalé e eu continuava pensando no que deveria levar, quando para meu alívio, Alícia apareceu.

– Quíron me avisou. - Ela disse antes que eu abrisse a boca. - Trouxe algumas coisas que você precisa.

Agradeci a todos os deuses possíveis mentalmente por ela. Ela abriu uma sacola e jogou em cima da minha cama algumas moedas douradas, dólares, biscoitos, caixinhas de suco e, o mais estranho e assustador, uma faca de bronze.

– O que...? – Apontei para a arma.

– Consegui com um filho de Hefesto. – Ela disse, encolhendo os ombros. – Achei que fosse precisar.

A abracei com força, agradecendo umas mil vezes antes de finalmente sair com as minhas coisas. Seria só mais um dia normal no Acampamento, mas eu sentia um arrepio na espinha e tanta tensão nos ombros que poderia apostar que estava com uma cara de garotinha assustada. Mas ninguém podia me culpar.

– CAROL! – Alguém gritou, fazendo com que eu desse um pulo. Levei a mão ao coração e a garota com a longa cabeleira ruiva riu. – Calma, sou só eu!

“Eu sei, Rachel” respondi mentalmente. “E da última vez que nos vimos não aconteceu nada de bom”.

– Hum, olá. – Tentei soar educada, mas na verdade, estava pedindo silenciosamente para que ela fosse embora. Rachel pareceu não se afetar.

– Eu tive uma visão de que você deve ir à oeste. Era algo muito confuso e bastante vago, mas sei que você deverá fazer um longo percurso em pouco tempo para conseguir a cura de... Alguma coisa.

Prendi a respiração. Lembrei das palavras de Afrodite. “Quanto mais o tempo passar...” Não. Eu realmente tinha que tentar, além do que os deuses já tinham dito que precisavam de mim. Deveria ser um propósito maior que esse, mas ainda assim, não poderia conviver com a culpa de uma morte pela segunda vez.

– Tudo bem. – Sorri. – Obrigada, Rachel.

Pelo menos agora eu tinha um destino. Digo, mais ou menos.

Continuei fazendo o caminho até aquele que sempre fora o meu destino inicial: a enfermaria. Eles já deveriam estar todos prontos, apenas esperando por mim. De longe vi Clarisse de guarda no local, os braços cruzados e cara fechada. Parecia até ser uma segurança. Quando me viu, ela nem disse nada, apenas saiu da frente da porta e eu entrei. Samantha estava sendo insuportável como sempre, acariciando os cabelos do Guilherme – que estava acordado, mas ainda tinha uma aparência péssima – e Bryan estava encostado na parede, sem dizer nada.

– Olha quem está aí. – Guilherme disse com a voz fraca e sorrindo, o que de certa forma, me fez sorrir de volta. Então ele pareceu se contorcer de dor e eu lembrei. Não podia permitir aquilo, não podia.

– Hum. – Queria soar fria, mas não sei se consegui exatamente. – Podemos ir agora?

Samantha me fuzilou com os olhos e passou por mim, esbarrando em meu ombro. Ok, ela estava apelando. Eu não queria brigar, de verdade.

Bryan nem falou comigo e eu ainda não fazia ideia de porque ele estava chateado comigo. Ele se aproximou da cama em que Guilherme estava, de mau agrado e resmungando, enquanto colocava o braço do Guilherme ao redor de seu pescoço para erguê-lo e ajudá-lo a andar.

– Para onde? – Perguntou Samantha.

– Oeste. – Respondi.

– Como você sabe?

– Eu apenas sei. – Grunhi. Temos que ir.

Como seria impossível até mesmo para o Bryan carregar o Guilherme até o topo da Colina Meio-Sangue, o cara com vários olhos, acho que o nome dele era Argos, nos levou na van azul do Acampamento até onde já poderíamos andar para chegar até os ônibus.

Clarisse ia à frente e eu a acompanhava enquanto os outros três estavam mais atrás. Eu não queria ter ouvido aquilo, mas era impossível. Aquela garota estava fazendo tudo para me provocar:

– Ugh. – Guilherme reclamou e sem querer acabei pensando em algo. “Será que ele está pensando em mim?”, perguntei mentalmente a mim mesma, tendo noção do perigo.

– Odeio te ver assim. – Eu sabia que Samantha era ex do Guilherme, mas ela era tão... Tão... Bleh. Era a única palavra que eu conseguia para descrevê-la. – Sabemos bem de quem é a culpa...

Me virei bruscamente, levando a mão até a bainha da calça onde eu havia prendido a faca, mas a barra da blusa cobria e eles não podiam vê-la.

– A culpa é de quem? Hein? – Praticamente gritei, no meio da estrada vazia.

– Não fale assim com ela! – Bryan gritou de volta e dessa vez eu me assustei. Eu sabia, sabia que não faltaria muito até que ele explodisse comigo. Ele estava estranho demais. – Ela não disse nada para te ofender.

– Mas ela fica sendo ridícula, me provocando o tempo todo!

– Ridícula é você! – Samantha berrou.

– PAREM! – Guilherme gritou, e percebi o quanto aquilo exigiu força dele. Ele pareceu até ficar com o rosto esverdeado.

– Ele está certo. – Clarisse falou. – Calem a boca, pois um ônibus vem vindo.

Ficamos em silêncio e esperamos o ônibus, o primeiro que aparecia que estava indo na direção oeste. Ao entrar, não deixei de reviver a cena das fúrias no avião e imaginei que tipo de monstro poderia estar ali dentro. Rapidamente, repreendi a mim mesma.

Não foi surpresa cada um de nós ter se sentado bem distantes um do outro. Não queria saber de Bryan, de Samantha, dessa missão estúpida. A viagem parecia infinita e eu acabei dormindo, dessa vez sem sonhos ou pesadelos.

Acordei com uma voz alegre e feminina, provavelmente de uma guia turística:

– Bem vindos à Indiana, o estado mais bonito dos Estados Unidos!

Clarisse já estava de pé, pronta para sair, enquanto eu continuava encolhida no meu assento.

– Vamos. – Ela ordenou para mim. – Começamos aqui, e depois vamos para outro lugar.


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Notas finais do capítulo

Perder menos de 1 minuto escrevendo um comentário não vai matar vocês e vai nos deixar feliz, então podem mandar ok?



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