P.O.V. CAROLINE           

Sabe aqueles pesadelos dignos de insônia? Então, 3 dias com o mesmo sonho já é alguma coisa né?

#flashback on

- Quem é você? – A menina tinha um cabelo loiro ondulado lindo, os olhos dela era tipo “NOSSA”, era um cinza tempestade que chegava a dar medo, ela vestia uma camiseta laranja escrita Acampamento Meio-Sangue e me olhava de uma maneira investigadora como se procurasse algo – Por que eu estou aqui? Por que VOCÊ esta aqui?

- Eu só vim fazer o meu trabalho, seu pai precisa de sua ajuda. Realmente me desculpa pela forma como te chamei, mas ligações são meio que comprometedoras para nós, não to afim de morrer cedo e acho que você também não. Enfim a carta na sua mesa provavelmente não esclareceu muito né?

Cara, acho que quando disse que seus olhos davam medo vocês não entenderam direito, aqueles olhos me deixavam aterrorizada, e olha que ela falava comigo como se falasse com um bebê, apesar de eu ter quase certeza que tínhamos apenas alguns míseros anos de diferença. Eu estava tão assustada que apenas neguei com um movimento de cabeça.

- Bom meu tempo esta acabando Caroline, então não tenha um infarto quando eu for sincera, seu pai é um deus olimpiano, ele mais do que nunca precisa da sua ajuda, sei que ele não foi muito presente mas não o culpe, apesar de eu não ter a mínima simpatia por ele, ele realmente precisa ser ajudado e ele disse que só você pode fazer isso por ele. Não posso dizer que deus é ele, mas saiba ele se importa muito com você. Agora se você resolver ajuda-lo você precisa ir pra Long Island, pro Acampamento Meio-Sangue pra ser mais precisa. Eu ate te levaria mas você deve saber que por sonho não dá. Mas por favor se decida logo, nós só temos um mês pra te treinar. Espero te ver logo, ate mais.

#flashback off

Eu me via, via ela, sentia o vento gelado da praça enquanto nos falávamos, na verdade aquilo estava mais pra um monólogo, mas enfim. Isso era realmente assustador. Ouvir sobre meu pai não foi realmente grande coisa, mas sejamos sinceros, deus olimpiano? Há-há-há essa foi boa. Acampamento Meio-Sangue? Eu ate tive um sonho com um lugar com esse nome, mas não sabia que realmente existia. O mundo realmente não estava a meu favor, eu via monstros, tinha sonhos com lugares estranhos e agora toda vez que eu caia no sono essa garota aparecia e dizia a mesma coisa.

Ir pra Long Island realmente não seria um problema, caso eu ainda não tenha mencionado, minha família é bem conhecida na Califórnia. Minha mãe é tipo, uma mega empresária, as pessoas conhecem mais da nossa família do que eu mesma. Vivemos numa cobertura gigantesca, roupas da moda não faltam no closet, empregados tem pra todo lado, da pra fazer uma coleção de carros só com os nossos, eletrônicos de ultima geração também, só me falta uma coisa. Minha mãe em casa. Nós sempre vivemos nesse luxo, mas quando meu avô faleceu e minha avó não quis assumir a empresa minha assumiu, fez do emprego sua vida. Nessa época eu tinha uns 10 anos, no começo eu não ligava, mas como passar do tempo a falta dela do meu lado realmente fazia falta, mas ela dizia que eu não precisava dela porque tinha a minha avó em casa. Olha, eu amo minha avó, ela cuidou de mim, me aguentou, me ensinou, me criou nesses últimos 5 anos mas ela não era minha mãe.

Agora vamos esclarecer algo, não é porque eu vivo assim que eu sou uma patricinha metida ok? Quando minha mãe da suas raras aparições aqui em casa ela fica falando que ela trabalha pra me dar do bom e do melhor, que eu deveria me vestir com um pouco mais de classe, que eu devia dar um jeito no meu cabelo blá blá blá. Cara eu sei o que eu quero, ela não me vê nunca, não sabe da minha vida e ainda quer se meter, da uma raiva sem dimensões.

Eu gosto do meu cabelo, serio. Todo mundo diz que eu daria uma gótica perfeita se usasse só roupa preta, mas minha avó me mataria então, gótica não. Meu cabelo é preto preto preto, como eu não curto nada gente estranha mexendo no meu cabelo, eu mesma o corto, tenho olhos azuis, e minha pele é muito clara, então digamos que quando eu fico brava ou nervosa você descobre rapidinho.

Mas enfim, já falei demais da minha vida. Agora o importante era saber se eu iria ou não pra Long Island. E se tudo o que eu sonhei não fosse verdade? E se eu estou ficando louca? Não, não eu tinha que tentar. Eu vou, mas antes eu teria que falar com a minha avó, eu não quero ela surtando por minha causa.

Amanhã de manhã eu conto a ela, e mesmo ela concordando ou não eu vou.