Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 15
Mercearia


Notas iniciais do capítulo

Minhas aulas começaram infelizmente, dou enfase ao 'in'.
Novamente eu Luana mina zica (Desculpem por fazer vocês lerem isso), vou postar um capitulo. Qual é a causa? A carol está ocupadíssima, com tarefas realmente importantes que poderão mudar a vida dela (Dormindo), mentira ela está ocupada mesmo u.u
E se vocês não curtem quando eu postem, lamento T-T



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Do parque fui direito para minha casa, meu único refúgio. Meus olhos secaram perante ao caminho, mas meu coração continuava apertado. Eu queria contar para ele, eu queria sentir o teu calor como se jamais fosse parar de sentir isso um dia.

Mas também tinha Jason, os dois não saiam da minha cabeça. É claro que meu amor por Dylan é mais forte, o conheço desde sempre. Passamos nossa infância juntos. E Jason também chamava a atenção de Villu. Só que Dylan é o motivo da minha vinda a Camberra.

Quando cheguei em casa me deliciei em um banho escaldante, não sei como minha pele sobrevive intacta.

Depois vesti um moletom de uma banda qualquer e um shorts jeans surrado, como se tivesse passado naquelas maquinas que picotam papéis. E me joguei na cama, Violet não estava em casa, fazia dias que não a via.

Dois talvez ou um e meio.

Pensei. E como pensei. Jamais havia refletido tanto em minha vida, meu nome já pode ser Louise Drummond de Andrade.

Ok. Sou péssima com piadas. Já até tentei ler aqueles livrinhos, mas são mais patéticos do que eu.

Peguei meu celular o encarei por uns dez minutos. A decisão era simples: Ligo ou não para Jason?

Não foi preciso, meu celular começou a tocar. Um bom e velho country. E era ele.

Atendi no terceiro toque, no primeiro séria uma atitude desesperada.

– Alô?- Não gosto de falar ''alô'' prefiro ''oi'', mas o bendito sempre sai.

– Oi Lílith(...).- O maldito fala ''oi''.- Precisamos nos falar.

– Concordo.

– Posso ir até a sua casa?- Indagou friamente.

– Claro.

Desliguei sem me despedir, eu já sabia o que era. O que não me abalou, eu queria a mesma coisa.

**

P.O.V Dylan

Chegando em casa avistei o carro do meu pai na garagem, eu estou com meu violão e ele não curte a fita de que eu amo tocar. Como não existe outra entrada eu fui pela sala mesmo, se ele não estivesse ali meu dia não seria péssimo.

Meu dia está péssimo. Ele estava na sala.

Me encarou com um olhar decepcionado e eu mais ainda. Ele estava completamente bêbado. Minha mãe chorava largada no canto da sala. Parecia ter alguns hematomas no braço:

– O que você fez com a minha mãe seu vagabundo?- Parti para cima dele, largando o meu violão no chão.

Minha mãe tentou se levantar para impedir a briga. Não conseguiu.

– Cale a boca seu molequinho inútil.- Cambaleou apontando o dedo para mim.- Só sabe cantarolar, nunca vai ser um homem de verdade.- Riu debochadamente.

– Como se você fosse.- Tentei ajudar minha mãe a levantar.

Ele pegou meu violão do chão e o encarou por alguns segundos. Isso já fez meu sangue subir.

Começou a desafinar as cordas e depois a soca-lo, larguei minha mãe no chão:

– Larga meu violão seu velho nojento.- Parti para cima dele.

– Não toca em mim.- Sua voz ficou mais grave, agarrou em meus pulsos fortemente. Poderia dizer que estava machucando, mas o que mais me machucava era aquela cena.

Ele me jogou sob o chão e começamos a nos socar, eu não tinha o amor que um filho tem normalmente pelo seu pai. Minha mãe não parava de chorar, e aquilo aumentava a raiva que eu sentia dentro de mim, descontei nele o que eu deveria descontar na parede ou simplesmente guardar em mim.

Minha mãe havia chamado minha vó antes de eu chegar, ela entrou acompanhada com alguns tios. Eles seguraram meu pai e o levaram para tomar um banho gelado, minha vó ajudou minha mãe a se levantar. Fui até a sua direção:

– Te amo mãe.- Beijei sua testa.

Peguei meu violão destruído e sai de casa, não aguentava mais ficar ali. Eu poderia sair para beber em uma mercearia qualquer e ficar completamente embriagado como o meu pai.

E eu fiz isso.

Escolhi uma mercearia que fica algumas longas quadras de casa, eu conheço essa rua mais pouco me importa.

P.O.V Louise

Jason nunca chega, já estou a uma hora o esperando. Fiz pipoca doce, assei alguns marshmallow , vi cristo voltar para a terra. Isso foi uma hipérbole, não tem doce em casa e muito menos cristo.

Fiquei observando a janela, a rua tem um movimento até que interessante. Pelo menos nesse momento é. Em frente do nosso prédio tem uma mercearia, com certeza lá deve ter sorvetes. Esperei por mais duas horas, assisti um filme e era concreto Jason não iria vir.

Então fui buscar os sorvetes, admito que fiquei na larica. Prendi meus cabelos, já que estavam completamente descontrolados. Desci com o meu ''pijama'' mesmo.

A rua estava bem movimentada, atravessei com cuidado. A mercearia não parecia ter velhos bêbados como de costume. Havia apenas um menino de aparentemente 17 anos, ele conversava com a garrafa e sorria sozinho.

Putz, é o Dylan.

Fiquei envergonhada pela minha situação, eu estava de pantufas no meio da noite. Onde todas as garotas estão de vestidos lotados de lantejoulas. Mas pouco me importei, afinal a situação dele é pior.

Me sentei na mesa que ele está:

– Dylan, garrafas nem sempre são a melhor companhia.- Soltei.

– Pra mim são, ruiva.- Disse com a voz completamente branda.

– Eu posso ser sua companhia.

Ele olhou para mim e sorriu meio torto.

– O que houve com seu violão?- Indaguei.

– Um velho inútil o destruiu.

– Seu pai?- Eu sabia que seu pai tinha problemas com alcoolismo, sempre foi assim.

– Como sabe?

– Imaginei, você está refletindo o que ele é.- Afirmei.

Ele se levantou com certa dificuldade e me contrapôs a parede de forma violenta. O homem que estava no caixa até se levantou. Dylan colocou o seu dedo na minha cara, pude sentir seu bafo quando começou a falar:

– Não me compare a ele.- Gritou, se eu estivesse no apartamento eu ouviria.

Coloquei minhas mãos sobre seu rosto, colocando seus cabelos para trás:

– Então não tenha atitudes como as dele, você é bem melhor, mas vai decair Dylan.- Eu e meus conselhos de tia, estava um pouco assustada, ele segurava minha cintura com muito força.

O garoto me soltou, jogou algumas cédulas em cima da mesa e saiu da mercearia. Fui correndo atrás dele, afinal ele cuidou de mim uma vez.

Por que eu não faria o mesmo?

Segurei em seus braços, fazendo ele se virar desequilibradamente e olhar fixamente para mim:

– Por que ainda insiste Lílith?

– Porque você é importante para mim. Não me questione.- Segurei firme em seu pulso.- Vamos pro meu apartamento, não tem condições de voltar para sua casa.

– Você vai abusar do meu corpo completamente sexy?- Sorriu.

– Cala a boca.

Ajudei-o atravessar rua, foi meio difícil, ele deve ter o dobro do meu peso.

Escadas, inferno.

Tropecei em um dos degraus, fazendo com que ele caísse de costas em um deles. Agonizou por alguns segundos. O ajudei levantar novamente, aquilo não era do meu gosto, não suporto gente bêbada. Mas não me importava no momento.

Quando chegamos ele tirou a camisa.

Meu deus.

Se jogou sobre o sofá e deitou de bruços. Fui buscar uma daquelas pomadas com um delicioso cheiro de menta para massagear suas costas, estavam com marcas roxas dos degraus.

Comecei, não me gabando mais eu realmente sei fazer uma boa massagem. Ficou relaxado por alguns minutos, até que senti que ia falar algo:

– Sabe Lílith é engraçado eu me declarar para você, depois você começar um relacionamento com outro. E agora está aqui com um mini shorts deitada sob minhas costas me fazendo massagem.- Sorriu e começou a se virar para mim delicadamente. Sua voz já não estava tão mole.

– A vida não faz o menor sentido, mas eu gosto de estar aqui a agora.- Coloquei minhas mãos sob seu peito a fim de levantar-me, mas ele as segurou.

Parece que alguém decidiu sapatear no meu coração naquele momento.

– Ei, você é linda.- Sussurrou.

Também me parece que alguém passou tinta vermelha na minha cara.

O correspondi com um sorriso, decisão boba. Mas não queria que nosso beijo fosse ali, com ele embriagado.

Se um dia isso rolasse.

Me levantei do mesmo jeito, não sabia como agir em situações constrangedoras. Fui guardar a pomada, admito que enrolei um pouco. Quando voltei ele já estava dormindo, seu celular estava jogado no chão da sala.

O bendito começou a tocar, esperei alguns segundos para ver se o Dylan acordava. Isso não aconteceu.

A chamada é da sua mãe, então resolvi atender. Ela poderia estar preocupada:

– Oi?- Consegui.

– Dylan?- Perguntou confusa.

– É Lílith, uma amiga dele.- Disse envergonhada, afinal ela iria pensar naquilo.

– Onde ele está?

– Ele dormiu, carreguei-o até em casa estava muito mal.

– Entendo. E lhe agradeço.

– Que isso.- Também gostaria de dizer 'de nada', mas acho uma forma meia grosseira.

Antes de desligar ela chamou minha atenção.

– Lílith sua voz me é reconhecível. Parece a de uma amiga antiga do Dylan, só que eu não lembro o seu nome (...)





















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Notas finais do capítulo

Estão gostando? Espero que sim *u*

Deixem reviews para alguém sapatear no meu hearti