Lembranças. escrita por Lua Barreiro, Holden


Capítulo 13
Do outro lado da rua.


Notas iniciais do capítulo

Vcs vão entender o título lá no final kkkk Desculpem pela demora, tive que ir atrás de minha criatividade.
Capítulo inspirado no anime suki-tte li na yo. Divo demais *uuuuuu* Super recomendo u-u
Chega de falar, boa leitura.



Deixem reviews. É animador e não faz a mão cair.



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- Louise? Eu disse Louise?- a garota começou a gaguejar, deixando Dylan mais desconfiado ainda.

- Disse.- ele falou olhando firmemente para os olhos da garota.- Villu, o que está me escondendo? Você conhece Louise? Ela está aqui?- seu semblante na voz era desesperador.- Diga!- gritou.

- Eu conheci Louise alguns anos atrás, e... Ficamos amigas depois que um tal Dylan partiu.- mentiu. Na verdade, Louise, Dylan e Violet eram amigos desde sempre.- Tudo me faz crer, que o garoto seja você.- continuou.

- Ei, espere.- passou a mão sobre sua testa suada.- Eu também tinha uma amiga chamada Violet e...

- Existem muitas Violet’s no mundo. Mas está tarde, e eu preciso ir...

- Não.- o garoto gritou segurando fortemente o braço da garota que tentou passar por ele.- Me diga sobre Louise! Onde ela está??

- Você está me machucando!- Villu choramingou com os olhos já embaçados por conta das lágrimas.

  Dylan percebeu que estava fora de si. Afinal, Louise foi uma garota muito especial em sua vida, achou que nunca mais a veria e ver que suas deduções estavam erradas... Foi um tremendo choque.

  Como estaria? Será que ainda era a mesma teimosa de sempre? Estaria mais “encorpada”? E será... Que ainda se lembrava dele?

  Um brilho surgiu nos olhos do rapaz e o mesmo soltou lentamente o pulso da garota a sua frente. As lágrimas rolavam sobre a face dela, dando um ar de assustada. Sentiu-se culpado por um momento e a envolveu em seus braços, de uma maneira confortadora.

- Desculpe Villu, mas... Qualquer coisa que se refira à Louise me deixa assim.- disse seriamente enquanto massageava os fios de cabelo da jovem.- Escuta, você precisa me dizer onde ela está. É muito importante!

- Ficou em Londres.- respondeu sem pestanejar.- Ela... Não quis vir comigo.-suspirou.- É sério, eu preciso ir Dylan.

- Tudo bem.- resmungou enquanto a soltava.- Não pense que essa conversa acabou aqui.

**

  A menina chegou cansada no minúsculo apartamento. Jogou sua bolsa no chão e correu até o sofá, deitando-se logo em seguida. Mas antes de tentar tirar um cochilo, a garota ruiva surgiu na sala com uma panela de brigadeiro e se agachou onde a outra estava.

- Ei, o que houve?- perguntou calma.- Você ficou chateada pelo Jason não é? Achei que só achasse ele bonito. Foi assim durante anos Villu, você nunca se apegou a ninguém. E achei que com ele fosse a mesma coisa. Mas diante sua ação, fiquei um pouco arrependida e...

- Louise, faz um favor pra mim? Cala a boca, porra!- gritou a mesma, colocando um travesseiro em seu rosto, evitando olhar pra amiga.- Você sempre consegue tudo, tudo! Sempre é a miss perfeitinha que todos preferem! E eu já estou farta disso! Ouviu? Farta!- gritou mais alto ainda.- Engula o Jason, engula o Dylan, engula o que quiser! Eu não me importo!

  Um silêncio constrangedor se formou no local.

- Desculpe.- Louise murmurou após alguns segundos.

  A morena tirou a almofada do rosto e encarou firmemente a amiga. Lílith parecia bem sincera e logo se arrependeu por ter gritado com a amiga.

- Não, eu que peço desculpas. Estou fora de mim.

- Se você ainda estiver afim do Jason, eu... eu termino com ele.- respondeu baixinho.

- Fico honrada por tamanha consideração.- ambas riram.- Mas não precisa. Estou bem assim, sérinho.

- Bom... Então vamos atacar essa panela de brigadeiro, pois eu não consigo sozinha.

  E por fim se abraçaram onde deixaram algumas lágrimas escaparem.

***

Louise P.O.V’s

  Finalmente o fim de semana havia chegado! Meu Deus, como esperei por isso. As escolas daqui são um pé no saco e não há um momento em que eu não queira dormir pra sempre... Exceto quando fico com o Jason. Mas isso já é outra história.

  Ouvi a campainha barulhenta da porta da sala e corri animadamente até lá. Meu namorado e eu iríamos sair para um barzinho e tomar algumas. Estava com um short jeans rasgado e uma blusa de renda branca bem delicada com algumas flores costuradas. Uma sapatilha azul clara velha e surrada e um rabo de cavalo alto.

- Uau, você está linda!- o loiro disse após breves momentos. Estava com um buquê de rosas brancas em mãos e uma calça jeans surrada juntamente de uma camiseta branca e seu fiel all star básico preto.- Ah! São pra você.- e entregou-me o buquê.

- São lindas.- sorri enquanto cheirava as mesmas.- Vou colocá-las em um jarro d’água, sente-se ali no sofá. Não demoro.

  Ele assentiu com um sorriso deixando duas covinhas ao lado de suas bochechas à mostra. Acho lindo isso.

  Caminhei até a cozinha e coloquei água em um bonito pote de vidro. Deixe-as enfeitando a mesa e fui de encontro ao garoto.

- Vamos?

- Hum, claro. Já tem algum lugar em mente?

- Pode ser qualquer bar. Estou a fim de tomar umas.

- Ok então.- e sorriu novamente entrelaçando seus dedos em minhas mãos me levando para fora do apartamento logo em seguida.

  Andamos vários quarteirões sempre conversando com bom humor, animação e leves toques de romantismos. Sentia-me bem e leve ao lado dele, e era isso que importava.

  Chegamos a um bar um tanto afastado do apartamento. Era um tanto pequeno, porém bem aconchegante. Sentamos em uma mesa mais afastada enquanto eu admirava Jason fazer os pedidos. Eram nomes de bebidas estranhas e a princípio fiquei um pouco assustada.

  Os pedidos demoraram um pouco, mas logo estavam em cima da nossa mesa.

- Aqui.- me esticou um copo com um liquido claro dentro.- Soco no estômago, acho que vai gostar.

- Soco no estômago? Que porra é essa?- soltei uma gargalhada alta enquanto encarava o copo próximo aos meus dedos.

- Só... Beba.

  Obedeci e em frações de segundos virei todo líquido o engolindo de uma vez logo em seguida. Senti minha garganta queimando e a bebida descendo como pregos a baixo, mas logo a sensação foi de liberdade e o gosto se tornou prazeroso para meu paladar. Senti uma tontura passageira e logo deduzi que esta foi a bebida mais forte que já tomei.

- Uau.- murmurei enquanto fitava novamente o copo vazio.

- Você gostou?- senti que o garoto encarava-me espantado.

- É delicioso. Do que é feito?

- E-eu não sei, mas... Você gostou mesmo?

- Gostei, droga. Pra quê tanto espanto?

- É que nem mesmo meus amigos aguentaram.- riu olhando-me insistentemente.

- Então você queria me embriagar?- brinquei e ambos rimos.

- Apenas testá-la.

- Sei...

  Ficamos ali. Brincando e conversando humoradamente. Beijamo-nos algumas vezes como todo casal, claro. Mas a cada conversa, o tempo passava mais e mais depressa. Logo já era quase meia noite.

- Lili (apelido que o mesmo criou) está ficando tarde, é melhor irmos.

- Já?- comentei bastante decepcionada virando mais um copo de soco no estômago.- Ah não, olha essa noite linda! Além do mais, é sábado!- sorri.

- Nem vem com essa, vamos logo.

- Vá você, eu volto depois.- esbravejei.

- Nem pensar! É perigoso você ficar andando por aí sozinha. Largue de ser teimosa, nós voltamos amanhã. Prometo.

- Jason não me trate como uma menininha indefesa, sei me cuidar, é sério. Além do mais eu vou ligar pra Violet vir me buscar depois ok?

  O loiro suspirou pesadamente e passou a mão sobre os cabelos claros os desgrenhando logo em seguida. Suspirou pesadamente e me fitou com seriedade.

- Você promete que vai ligar pra Violet?

- Óbvio.

- Então tudo bem, já estou com sono e tenho que dar aulas particulares amanhã. Se cuida viu?- levantou da cadeira e caminhou até mim semicerrando seus lábios nos meus com carinho.- Até amanhã.

- Até.

  E saiu.

  Fiquei ali por mais ou menos mais meia hora. Tomei mais algumas e até pedi um lanche, pois estava morrendo de fome. A noite estava realmente linda e eu não tinha muitas chances de ficar sozinha no dia-a-dia, então iria aproveitar.

  Decidi que já estava ficando tarde e paguei o sanduíche, já que Jason já havia pagado as bebidas que pedimos. Do outro lado da rua um homem fitava o barzinho com insistência, mas achei que só fosse coisa da minha cabeça mesmo. Liguei para Violet, mas ninguém atendia. Devia estar com um novo “peguete”.

  Sai pelas frias ruas de Camberra e logo pude jurar ouvir passos atrás de mim.

   Virei-me.

  Não havia ninguém.

  Respirei fundo e continuei o meu percurso até avistar novamente o homem de uma distância segura de mim.

  O desespero logo foi tomando conta do meu corpo.

  Apressei mais o passo e entrei em uma farmácia um pouco movimentada no outro quarteirão. O homem continuava ali na frente, olhando no celular para disfarçar suas intenções.

  Peguei meu telefone, mas logo lembrei que só havia o número de Violet e o da minha antiga casa. Ele era novo, e esqueci-me de pedir o número do Jason.

  Espera.

  No dia em que Dylan me fez companhia no bar, onde um homem havia me barrado ele me deu seu número caso isso acontecesse novamente.

  Recuei um pouco a ideia, mas logo vi que o homem ainda estava ali. Disquei seu número rapidamente e depois de duas chamadas ouço sua voz grossa e firme do outro lado da linha.

- Alô?

- Dy-Dylan?- gaguejei.- Sou eu... Lílith.- mordi meu lábio inferior sentindo o gosto de sangue em minha boca. Estava nervosa e com medo. Isso era um fato.

- Lílith?- assustou-se.- O que foi? Você está bem?

- Nem tanto. Eu... Hã... Tem um homem me perseguindo do lado de fora de uma farmácia.- senti minha voz gaguejar totalmente e minhas vistas se embaçarem.- Por favor. Ajude-me.

- Onde você está?- perguntou com a voz segura e séria.

- Três quarteirões depois do meu apartamento.

- Não saia daí. É uma ordem.- final da ligação.

  Guardei meu celular no bolso do short enquanto roia as unhas desesperadamente. O cara ainda continuava ali.

  Dentro de uns dez minutos, o garoto alto apareceu dentro do local e parecia me procurar. Acenei e ele logo me percebeu.

- Você está bem?- perguntou seriamente me encarando com seus belos olhos azuis. Percebi um suor em sua camisa.

- Veio correndo até aqui?

- Não importa. Onde ele está?

- Do outro lado da rua.- respondi rapidamente.- Não sei se é coincidência ou ele está me perseguindo. Mas ele estava no bar onde eu me encontrava.

- Há quanto tempo ele está te seguindo?

- Não sei... Acho que meia hora.

- Merda, ele está na sua cola mesmo.- e mexeu nos cabelos nervosamente.- Vem.

  Ele me puxou pela mão e saímos do local onde o homem parecia me encarar.

  Dylan ficou de frente pra mim e segurou em meus pulsos onde disse em alto e bom som, para que o homem escutasse:

- Eu te amo Lílith.- e elevou seus lábios contra os meus movimentando-os logo em seguida.

  Fiquei parada e estética. Percebi que o cara olhou tudo irritado e saiu dali depressa, onde o perdi do meu ponto de visão. O menino se distanciou de mim olhando para trás também.

- Parece que foi embora.- e riu.

  Não consegui dizer nada. Minhas pernas bambeavam e senti minhas mãos trêmulas e suadas. Sei que não foi à intenção dele ao me beijar... Mas ainda sim foi como eu esperava. Seus lábios eram macios e finos. Nem em um milhão de anos esqueceria aquele momento.

- Quer que eu te leve pra casa?

  Olhei para baixo com as minhas bochechas coradas e meneei a cabeça positivamente.

  Foi um percurso silencioso e vergonhoso. Pelo menos pra mim.

- Chegamos.- sorriu desanimado.- Fiquei feliz quando me ligou.

- Ficou?- surpreendi-me.

- É... Sabe, não é a primeira vez que eu te salvo.- e riu.- Não ande sozinha por aqueles arredores sozinha, é perigoso.- agora sua voz era séria.- Bem, já vou indo.

- Dylan.

- Sim?

- Obrigada... Por hoje... Eu não sei o que poderia ter acontecido.- murmurei.

- Não foi nada.- respondeu um pouco sem-graça.- Até mais.

  Vi o sumir também naquela imensidão escura e vazia.

  Uma pena que não fomos feitos para dar certo Dylan... Mas eu amei o seu beijo.

**


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