De Volta a Mystic Falls escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 22
Capítulo 22 - Requiem


Notas iniciais do capítulo

Definição de Requiem segundo o Wikipedia:

Na liturgia cristã, o requiem é uma espécie de prece ou missa especialmente composta para um funeral. Na música, por sua vez, o termo faz referência às composições feitas sobre os textos litúrgicos relatados na primeira acepção, muito embora haja ainda referências ocasionais a outras composições musicais em honra aos mortos. Os requiems mais famosos foram compostos por Mozart, Brahms, Berlioz e Verdi.

O termo foi retirado da expressão requiem aeternam dona eis, que significa "dai-lhes o repouso eterno".

Capítulo escrito ao som de Requiem de Mozart e de Goodnight, travel well do The Killers. Esta última música, me passa uma ideia de impotência diante da morte e das coisas inevitáveis da vida, separação e despedida.

Por que eu estou dizendo essas coisas? Só tem um jeito de saber, caros hunters e afins... Conferindo este capítulo.

Ficou meio longo, mas é que ele é um dos capítulos mais importantes da fanfic. É esclarecedor, tenso e sanguinário. Então, cuidado ae com os seus coraçõezinhos.

Enjoy it!



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– O que você fez com ele?! - indagou Mia novamente ainda mais preocupada com Castiel e com muito ódio de Silas.

– Nada, Mia. Eu juro. - respondeu o vampiro com cinismo - Na verdade, ele é que vai fazer tudo. Castiel é a minha última tentativa de mostrar para os Winchesters o monstro dentro de você.

– Última tentativa? Eu não estou entendendo. Do que você está falando? - quis saber Mia cada vez mais confusa.

– Calma, Mia. Uma coisa por vez. - disse Silas - Primeiro vamos conversar sobre a fome que você está sentindo neste exato momento.

Mia olhou para os Winchesters e desconversou:

– Eu não sei do que você está falando.

– Não? - duvidou o vampiro - Me diga, Mia, com qual dos dois você aprendeu a mentir tão mal? Sam ou Dean? Sim porque eles estão mentindo para você, Mia.

A garota olhou para os Winchesters novamente e percebeu uma certa culpa neles. Mas não podia ser verdade. Eles não estavam escondendo nada. Então olhou o vampiro novamente e indagou irritada:

– Qual o seu jogo, Silas? Por que você simplesmente não pára de tentar nos jogar um contra o outro e diz logo o que o Cas tem a ver com tudo isso?

– Depois. - respondeu o vampiro.

– Agora! - ordenou Mia cerrando os dentes.

– Ei! Mia! Vai com calma. - pediu Dean com medo que Silas machucasse a garota de alguma forma.

– Obrigado, Dean. - disse Silas sem tirar os olhos da garota e depois de alguns instantes, prosseguiu - Posso te perguntar uma coisa, Mia?

– Onde o Cas está? O que você fez com ele? - insistiu ela.

– Como você conseguiu resistir ao sangue deles? - indagou o vampiro apontando para os Winchesters e como Mia permaneceu em silêncio, ele propôs - Responda a minha pergunta e eu responderei a sua.

Mia olhou para Sam e Dean e lembrou das coisas que ambos disseram enquanto estavam prestes a serem atacados por ela. Em seguida pensou em Castiel e percebeu que Silas não diria nada sobre ele se Mia não entrasse naquele seu jogo doentio. Então resolveu responder:

– Eles são minha família.

– Família? - repetiu o vampiro e olhando para Sam e Dean, provocou - E desde quando família mente para a própria família?

Mia começou a estranhar aquela postura de Silas. Ele insistia que os Winchesters estavam escondendo alguma coisa e ela começava a ficar intrigada ao imaginar que talvez ele estivesse certo. Talvez não fosse só provocação. Então, a garota olhou para os dois e esperou que eles dissessem alguma coisa. Mas nem Sam nem Dean se manifestaram. O que levou Mia a repensar aquilo. Talvez fosse sim mais um jogo de Silas e ao duvidar da sinceridade dos Winchesters, ela estava entrando naquele jogo e permitindo que o vampiro jogasse um contra o outro. Ela não podia permitir isso.

– Eles não estão mentindo pra mim. Eles são a minha família e jamais fariam isso. - afirmou a garota fazendo Sam e Dean se sentirem mal por estarem escondendo alguns detalhes dela.

– Certo. Repita isso várias vezes até se convencer que é a verdade, Mia. - provocou Silas e depois de alguns instantes, propôs - Por que você não pergunta pra sua família o que eles estão escondendo no porão do bunker?

Sam e Dean sabiam que Silas estava falando sobre Crowley, mas Mia nem imaginava. Ela olhou para os dois novamente e a dúvida voltou a perturbá-la. Mas, de qualquer forma, ela não podia aceitar a provocação de Silas.

– Se eles estão escondendo alguma coisa de mim, deve ser por uma boa razão. E eu tenho certeza que eles vão me contar. Na hora certa. - disse Mia fazendo Sam e Dean sentirem-se menos culpados.

– Ou quando eles voltarem a confiar em você. - argumentou o vampiro - Se isso acontecer um dia.

– Nós confiamos em você, Mia. - garantiu Sam - Mas queremos te proteger de algumas coisas.

– Ah! Então tem alguma coisa! - deduziu Silas e olhando para Mia, continuou - Viu? Eu te disse. Eles não confiam mais em você desde que você se tornou... A nova Mia. Eles também não gostam de você como antes, sabia?

– Cala a boca! - gritou Dean - Isso não é verdade! Mia, Silas está mentindo...

– Na verdade, eles tem até um pouco de medo de você, Mia. - continuou Silas ignorando Dean - Eles que se gabam tanto por terem acabado com Lúcifer, estão com medo de uma vampira patética como você. Medo do que você pode se tornar. Medo de um dia... Terem que dar um fim em você também...

– Eu disse "Cala a boca"! - repetiu Dean enquanto tentava se soltar.

E por mais que Mia não quisesse entrar naquele jogo, também não podia se enganar. As palavras de Silas exerciam um efeito negativo sobre ela. Perceber que Sam e Dean não a vêem do mesmo jeito é algo que machuca. E percebendo que tinha tocado um ponto fraco de Mia, Silas prosseguiu:

– Sam e Dean nunca vão aceitar a nova Mia.

– Isso não é verdade. - interrompeu Sam - Mia, você ainda é você. Isso nunca vai mudar pra gente. Nunca, entendeu?

– E a verdade é que nem você mesma consegue aceitar a sua nova condição. Você finge muito bem, Mia, eu tenho que reconhecer. Mas no fundo, bem lá no fundo, você até torce para que um dia eles dêem um jeito em você e te livrem desse fardo que é ser um monstro e não poder ser um monstro para não desapontá-los. Para não desapontar a sua... Família. - prosseguiu Silas.

– Saí da minha cabeça! - ordenou Mia incomodada com as coisas que o vampiro trazia à tona.

– Você não é um fardo, Mia. Nem pra você, muito menos pra gente. - afirmou Dean - Ter se tornado uma vampira não foi sua culpa e nós lamentamos muito por isso sim. Nós não queríamos isso para você, mas aconteceu. Só que você não nos atacou como Silas queria. E sabe por quê? Porque você ainda é você. Você não é um monstro, Mia. Nunca foi e nunca será. Não deixe que esse idiota faça você pensar o contrário. Ninguém pode dizer ou determinar quem você é, Mia. Só você pode. E nos te amamos com ou sem presas... E sempre estaremos ao seu lado.

Ouvir isso foi reconfortante para Mia e ela esboçou um leve sorriso. Mas em seguida Silas disse com ironia:

– Que lindo, Dean. Assim eu vou chorar.

Dean o olhou com desprezo e continuou tentando se soltar. Enquanto isso, Jeremy e os outros estavam no laboratório de informática. O irmão de Elena estava acessando o site do celular de Damon para descobrir através do GPS onde Silas estava se escondendo e mantendo os Winchesters, Mia e Castiel como seus reféns.

– Ok... Eu já respondi a sua pergunta, Silas. Agora é a sua vez. - lembrou Mia - Onde o Cas está?

Silas deu um leve sorriso, levantou da cadeira e andou pelo laboratório antes de dizer:

– Por falar nisso, por que você não contou pra ele sobre a sua nova condição? Vocês conversaram sobre tantas coisas durante a festa, enquanto dançavam romanticamente e faziam juras de amor eterno... Por que você não contou pra ele que agora é uma vampira?

– Não que isso seja da sua conta, mas eu vou contar. - respondeu Mia - Só que... Ele não está pronto ainda. Ele descobriu muitas coisas recentemente e... Eu vou contar. Mas quando chegar a hora certa. Quando ele lembrar realmente de tudo. Ele ainda está digerindo o lance de anjo e eu quis poupá-lo do resto.

– É isso mesmo ou você não contou porque tem medo que ele te rejeite? - indagou Silas.

Mia ficou um tanto confusa ao ouvir aquela pergunta. Por mais que quisesse acreditar que estava poupando Castiel de descobrir tudo de uma vez, a verdade é que ela tinha mesmo um certo receio das coisas mudarem entre eles por causa da sua nova condição. Sim, tinha medo de ser rejeitada. Sentia medo dele não gostar dela como antes. Não era Castiel que não estava pronto para ouvir a verdade sobre ela, era Mia que não estava pronta para contar.

– Não importa. - desconversou Mia - Trato é trato. Onde ele está? O que você fez? Por favor... Deixe o meu anjo fora disso.

Silas sorriu sentindo um certo gosto de vitória e em seguida insinuou:

– Você devia ter contado pra ele, Mia. Enquanto teve tempo para isso.

– O que você fez? - preocupou-se Mia enquanto seus olhos ficaram úmidos.

– Eu odeio admitir, Dean, mas você estava certo. - começou a explicar Silas enquanto andava entre eles - Eu não consegui enganar os Salvatores. Então enquanto eu voltava pra cá eu repensei o meu plano e resolvi adiantar um pouco as coisas. E então eu fui até Castiel. E lhe pedi uma coisa. Uma última coisa. E ele fez como o bom cordeirinho que é.

Lágrimas rolaram pelo rosto de Mia ao pressentir que o pior havia acontecido. Sam e Dean se olharam preocupados e imaginaram a mesma coisa que Mia. Silas havia compelido Castiel para que ele se matasse.

– O que você fez com ele? - insistiu Mia com certa dificuldade.

Silas parou ao lado de Sam e continuou:

– E eu também repensei uma coisa. Eu não preciso de dois Winchesters para matar você, Mia. Eu só preciso de um deles.

No laboratório de informática todos olhavam apreensivos para Jeremy e para tela do computador até que ele anunciou aliviado:

– Achei!

Dean continuou tentando se soltar enquanto Silas se aproximava mais de Sam. O vampiro se abaixou um pouco e passou o dedo pelo sangue que escorria pelo pescoço do caçador. Depois colocou o dedo na boca e saboreou o sangue.

– Eu vou matar o Sammy! - anunciou Silas enquanto seus olhos ficavam avermelhados e seus dentes cresciam.

Rapidamente ele inclinou o pescoço de Sam para o lado e o mordeu violentamente. O Winchester mais novo gritou e segurou mais forte na cadeira.

– Pare! - implorou Mia tentando se soltar enquanto as cordas com verbena queimavam a sua pele.

Mas de repente, Dean conseguiu se soltar e pulou em cima de Silas o derrubando no chão, enquanto Sam apenas tentava se manter acordado. Sentia-se muito fraco.

Então Silas levantou rapidamente e segurou Dean pelo pescoço tirando os pés do caçador do chão antes de dizer com ódio:

– Sempre se sacrificando pelo irmãozinho, não é? Tudo bem, Dean. Eu vou poupar o Sam por enquanto. Ele vai matar a Mia no seu lugar. O que te torna totalmente dispensável.

Em seguida Silas jogou Dean do outro lado do laboratório onde ficava a bancada. O caçador caiu no chão e em cima de vários tubos de ensaio que cortaram a sua pele. Dean tentou levantar, mas Silas se aproximou rapidamente e o agarrou. O levantou e o empurrou com força contra um dos armários. O impacto amassou a porta de alumínio e Dean ficou zonzo.

– Sam! Sam! - chamou Mia desesperada enquanto tentava se soltar - Acorda! Por favor!

Por mais que Mia gritasse, Sam não respondia. Os olhos dele se fecharam e sua cabeça pendeu para o lado.

– Não... Por favor... Não morra, Sammy... - implorou a garota enquanto uma dor enorme crescia dentro dela e as lágrimas se multiplicavam.

Dean não conseguia mais respirar. Silas o segurava contra o armário com uma das mãos enquanto o esganava com a outra. Dean tentou respirar mais uma vez e mais uma vez não conseguiu. Estava sufocando. Pouco a pouco. Seus olhos começaram a fechar enquanto Mia tentava se acalmar e se concentrar. Havia empurrado Stefan na biblioteca e ele era bem mais forte do que ela. Tinha que encontrar aquela força de novo. Tinha que se soltar daquelas malditas cordas e ajudar o Dean. Fechou os olhos e respirou fundo contendo o choro. Forçou os braços para cima tentando arrebentar as cordas. A verbena penetrou mais profundamente na sua pele e Mia gritou, mas não parou de fazer força.

Silas sorriu ao ver o último lampejo de vida se apagando dos olhos de sua vítima e disse apertando com mais força o pescoço do caçador:

– Adeus, Dean Winchester.

No entanto, alguma coisa aconteceu. Algo que Silas e muito menos Dean esperavam. Mia apareceu atrás do vampiro e o arrancou de perto do Winchester que caiu no chão desacordado. Silas não conseguiu disfarçar a surpresa, mas não teve tempo de dizer nada porque Mia o jogou do outro lado do laboratório com muita força, rapidez e agilidade. Silas caiu em cima de várias cadeiras e algumas delas se quebraram. Uma delas soltou uma lasca que perfurou a sua perna. O vampiro a retirou devagar e ergueu os olhos para ver Mia que se aproximava a longos passos dele. Ele sorriu e provocou:

– Castiel mandou lembranças.

Mia parou ao ouvir aquilo e novamente seus olhos ficaram úmidos. E novamente aquela dor a invadiu e a fez parar. Sentia como se tivessem tirado um pedaço dela e agora a ferida estivesse sangrando incessantemente. Era imensurável e desesperador. Não era como se tivessem tirado o seu ar, era como se tivessem tirado os seus pulmões. Sentia-se completamente perdida sem Castiel. Não ia aguentar aquilo. Não ia conseguir lidar com aquela dor.

O barulho da porta abrindo fez Silas olhar imediatamente para Meredith que entrava por ela. A médica se aproximou enquanto os outros, exceto Tyler, também entravam no laboratório. Jeremy trazia o livro com o feitiço que Bonnie lhe ensinou. Ele e todos olharam para os Winchesters e para aquele cenário de guerra e ficaram ainda mais tensos. Meredith olhou para Sam preocupada e Stefan se aproximou do caçador. Checou os seus sinais vitais e olhou para Meredith e para Mia antes de morder o próprio pulso e em seguida aproximá-lo da boca de Sam. O Winchester começou a voltar a si e olhou um tanto confuso para Stefan e principalmente para aquele gesto, mas sabia que estava muito mal e precisava aceitar o sangue. Precisava aceitar a ajuda de Stefan. E então aceitou.

Damon caminhou lentamente até a bancada e encontrou Dean atrás dela. Desacordado no chão. Estava muito ferido e havia sangue por toda a parte. No entanto, aquilo não incomodou nenhum dos vampiros que estavam ali. Nenhum deles enxergou uma possível refeição ali. Nenhum deles viram o sangue. A única coisa que eles viram era dois caçadores precisando urgentemente de ajuda. Dois amigos deles. Sim, existia uma amizade entre Winchesters e Salvatores. Não podiam mais negar isso. E assim como Stefan fez com Sam, Damon também se aproximou de Dean. Abaixou ao seu lado e segurou a sua cabeça com uma mão enquanto mordia o outro pulso. Dean abriu os olhos levemente e se assustou com aquilo. Queria dizer que preferia ir para um hospital, mas sua voz não saía. Sua garganta estava seca e dolorida. Tentou recusar balançando a cabeça de um lado pro outro, mas Damon encostou o pulso nos lábios de Dean e resmungou:

– Não seja criança, Van Helsing. Você precisa disso.

Dean fechou os olhos relutando contra aquilo, mas também sabia que Silas havia o machucado muito. Precisava do sangue. Precisava aceitar a ajuda de Damon. E então aceitou.

Caroline e Elena olhavam em tudo em volta e estranhavam a ausência de Castiel. Por que ele não estava ali?

Meredith colocou a mão no ombro de Mia e só então a garota se deu conta do que estava acontecendo. Ela olhou para a Colt que Meredith segurava e em seguida olhou nos olhos da doutora como se quisesse lhe dizer uma coisa. Meredith entendeu o que era e entregou a arma para Mia ao mesmo tempo em que Jeremy deu alguns passos na direção das duas e de Silas abrindo o livro.

Silas sorriu e disse:

– Não vai funcionar. Essa arma não vai me matar. Nada pode me matar.

Mia engatilhou a Colt e com a outra mão enxugou o rosto antes de dizer sem piscar ou esboçar qualquer expressão:

– Ótimo. Eu não quero que você morra, Silas. Eu quero que você sofra.

Tyler entrou no laboratório trazendo uma espécie de cofre. Era enorme. Mais parecia um caixão. Era feito de ferro. Ideal para prender Silas. Ao ver o cofre, o vampiro levantou rapidamente pensando em fugir, mas Mia deu o primeiro disparo e acertou o joelho direito do vampiro. Ele estremeceu um pouco e a olhou com ódio enquanto tentava caminhar. Mas novamente Mia disparou acertando a outra perna. Com isso Silas caiu de joelhos enquanto Dean levantava e Sam fazia o mesmo depois que Stefan o desamarrou.

– Onde ele está? - indagou Mia e como Silas não respondeu, ela repetiu com mais raiva - Onde ele está?!

– Mia, você precisa atirar na cabeça. - orientou Meredith enquanto Silas começava a rir.

Sam e Dean se aproximaram ao mesmo tempo em que Mia atirou no ombro esquerdo de Silas. Ele estremecia a cada tiro, mas continuava rindo.

– Mia... Atira na cabeça. - ordenou Dean.

– Onde ele está?! - gritou ela antes de dar mais um tiro no outro ombro de Silas.

Ele continuou rindo enquanto segurava um dos ombros. Então Mia se aproximou ainda mais e o empurrou com a perna fazendo Silas cair deitado no chão. Depois ela pisou sobre o peito dele e refez a pergunta enquanto mirava a Colt na cabeça de Silas:

– Onde ele está?!

Mia engatilhou a arma e Silas a observou por alguns instantes já sem rir, mas ainda se sentindo vitorioso. Podia não ter vencido a batalha principal, mas pelo menos tinha tirado algo de Mia: Castiel. E dos Winchesters também, já que eles eram amigos do anjo. Eles podiam até derrotá-lo, mas nunca teriam Castiel de volta.

O vampiro podia sentir o desespero e a dor crescendo dentro deles, mas principalmente dentro de Mia com todas as emoções elevadas a um nível mil vezes maior.

– Onde? - indagou ela com a voz trêmula.

Silas sorriu antes de finalmente responder:

– No único lugar onde vocês não procuraram, bitch.

Aquela podia ser mais uma jogada de Silas, mas de alguma forma, Mia entendeu o que ele queria dizer com aquela charada. E de alguma forma a garota lembrou das coisas que disse quando estava no palco se declarando para Castiel.

"Vocês o conhecem como Jimmy Novak, mas pra mim, ele sempre será o Cas."

– Sala dos professores... - deduziu ela abaixando a arma.

– Quem imaginaria, não? - provocou o vampiro.

Dean se aproximou da garota e segurou a sua mão. Então Mia deixou que ele pegasse a arma e pediu antes de sair do laboratório:

– Acaba com esse desgraçado, Dean.

Imediatamente o Winchester mirou a Colt na direção da cabeça de Silas e devolveu uma provocação lembrando do que o vampiro havia lhe dito momentos antes:

– Eu tenho um jogo para você, Drácula. Se chama "Nós vencemos e você perdeu."

Do corredor Mia ouviu o disparo enquanto andava lentamente. Ela podia correr rapidamente para a sala dos professores, mas não sabia se estava pronta para o que iria encontrar lá.

A Colt não devia ter matado Silas porque do corredor ela ouviu mais um disparo e Jeremy começar o ritual com Bonnie ao seu lado o ajudando a canalizar a energia necessária para que a magia funcionasse. E ouviu Silas gritar para que ele parasse, mas a voz do vampiro ficou cada vez mais baixa a medida que Jeremy lia o ritual e ele virava pedra. Antes disso, no entanto, Sam segurou um dos pulsos de Silas, fez um corte com um caco de vidro, pegou um pouco do sangue do vampiro e guardou o líquido em um dos tubos de ensaio que ainda estavam inteiros sob o olhar atento do seu irmão e de todos.

E Mia continuou caminhando até que chegou numa escada e começou a subir os degraus enquanto as lágrimas voltavam a escorrer por seu rosto ao pensar que Castiel estava morto.

Não... Aquilo não podia ser verdade. Ela não ia aguentar se fosse...

Mia parou e se apoiou no corrimão antes de conseguir continuar. Ao chegar no andar de cima, não conseguiu ouvir mais nada do que acontecia no laboratório. E começou a ouvir o barulho da festa ao longe. Estava tocando uma música que ela conhecia, mas que independente do que encontrasse na sala dos professores, ela jamais conseguiria ouvir de novo. Era Goodnight, travel well do The Killers.

Não era o tipo de música que se tocava numa festa, mas imaginou que naquele momento da noite a festa já estava acabando e por isso a banda devia estar improvisando.

Enquanto isso, Dean tampou o tubo de ensaio e o guardou no bolso do terno enquanto todos o observavam e começavam a entender o motivo. Eles deduziram que Sam e Dean não iam descansar enquanto não encontrassem uma cura para Mia e aquele sangue talvez fosse a chave para isso ou pelo menos um começo. Eles queriam curar Mia. E não porque não gostassem da Mia vampira, mas sim porque aquilo era o certo a se fazer. Principalmente agora que o que Silas disse talvez se concretizasse. Talvez Mia não aguentasse perder Castiel. Talvez ela não suportasse nada daquilo e decidisse desligar a humanidade. E os dois sabiam que por mais que negasse, Mia não queria ser uma vampira. Aquilo simplesmente aconteceu. Mas se houvesse um jeito de curá-la, estavam convencidos de que ela aceitaria a ajuda deles.

Sam e Dean pensavam em tudo isso quando Tyler e Jeremy colocaram o corpo petrificado de Silas no cofre e o trancaram. Elena e Caroline os ajudaram a passar uma corrente pela enorme caixa. Meredith olhou para Sam por alguns instantes e por mais que ela tivesse desempenhado um papel fundamental para a derrota de Silas, Sam continuava achando uma péssima ideia Meredith largar a sua vida em Mystic Falls para seguí-lo. Continuava preocupado com ela. Ainda mais ao pensar no risco que ela correu para salvá-los aquela noite.

Então a médica desviou o olhar do dele e começou a se afastar. Saiu do laboratório e foi atrás de Mia e de Castiel. Se ele estava machucado, ela poderia ajudar.

Os irmãos Salvatore e os irmãos Winchester se olharam por algum tempo antes de fazerem o mesmo. Elena e Caroline os seguiram enquanto Jeremy e Tyler se encarregaram de tirar o corpo de Silas da escola antes que alguém percebesse o que havia acontecido nos bastidores.

Mia subiu mais alguns lances de escada até parar diante de um longo corredor. No final dele, atrás de uma porta de vidro, estava a sala dos professores. Onde Castiel havia ficado durante todo aquele tempo desde que desapareceu da festa. Compelido por Silas. Aguardando novas ordens do vampiro. E Mia sentia cada vez mais medo do que Silas tinha ordenado que ele fizesse.

E finalmente entendeu o pressentimento ruim que a torturava quando sentiu o cheiro de sangue a medida que se aproximava. E continuou caminhando enquanto o pressentimento virava certeza. Parou na porta e encostou a cabeça nela. Fechou os olhos e chorou mais uma vez antes de conseguir olhar pelo vidro da pequena janela. E o que ela viu a deixou ainda mais apavorada.

Mia abriu a porta e entrou. Caminhou até o corpo de Castiel e se ajoelhou ao seu lado no chão. Não podia acreditar que aquilo havia acontecido, mas tinha. Era verdade. Castiel estava morto. E pensar nisso fazia a dor crescer ainda mais em seu peito.

Então Mia colocou a cabeça dele em seu colo e segurou as suas mãos ensanguentadas pelo líquido espesso e vermelho que escorria dos seus pulsos. Castiel não respirava mais. Mia também não conseguia ouvir o seu coração batendo. Mas a ideia de perder Castiel era assustadora e Mia não conseguia aceitar isso. Se recusava a acreditar.

– Cas... Não morra. Por favor... - implorou ela passando as mãos pelos cabelos dele - Eu não posso... Eu não consigo sem você, entendeu? Você está me ouvindo anjo estúpido? Por favor... Não... Não me deixe...

O anjo não respondeu. Àquela altura ele não podia mais responder. Não estava mais ali. Tinha ido embora. Para sempre. E a dor era dilacerante. Mia sentia-se completamente perdida sem o seu anjo nerd. Não podia viver sem ele. A dor a sufocava a cada instante. Sentia que precisava fazer alguma coisa para ajudá-lo, mas tudo lhe parecia inútil. Não havia nada que pudesse ser feito naquele momento. Era tarde demais. Castiel estava morto. Silas havia vencido. De um jeito ou de outro ele tinha vencido. E desligar a humanidade era algo que já começava a passar na cabeça de Mia.

Mas, sem pensar muito bem no que estava fazendo, ela resolveu tentar uma coisa. Não podia desistir de Castiel. Quando ela foi dilacerada por Cães do Inferno e morreu, ele não desistiu dela. Lhe devia isso. Devia lutar por ele até o fim. Até depois do fim, naquele caso.

Pensando nisso, Mia se acalmou um pouco e deitou Castiel no chão novamente e ficou ao seu lado antes de começar a fazer massagem cardíaca nele. Não sabia exatamente como fazer aquilo, mas era o tipo de coisa que sempre se vê em filmes. Não devia ser tão difícil. Mas para seu desespero ele não reagiu. Então Mia fez respiração boca a boca. Outra coisa que se vê muito na TV e não devia ser complicado. Em seguida voltou a fazer massagem cardíaca em Castiel. Mas novamente ele não reagiu.

Meredith entrou na sala quando Mia já estava repetindo este processo há algum tempo. Se aproximou e checou os sinais vitais de Castiel. Em seguida olhou para Mia e balançou a cabeça em sinal de negativa.

Mia sentiu a dor crescer e dilacerar o seu peito novamente. Mas, ao invés de aceitar o que estava óbvio e não podia ser mudado, Mia lembrou de quando conheceu Castiel. De quando ele apareceu no seu quarto na república e de tudo que viveram até aquele momento. E a dor de perdê-lo se tornou insuportável. Não podia perdê-lo. Não podia nem considerar essa possiblidade.

Ignorando Meredith, Mia voltou a fazer massagem cardíaca em Castiel e não percebeu quando Sam, Dean, Stefan, Damon, Elena e Caroline também entraram na sala dos professores. Todos olharam para aquela cena e depois para Meredith e entenderam o que havia acontecido. E assim como Mia também não puderam acreditar que aquilo era verdade. Que realmente estava acontecendo. Sentiam-se extremamente tristes, chocados e de certa forma responsáveis pela morte de Castiel. Por não terem conseguido encontrá-lo e salvá-lo a tempo. Mas nenhum deles se culpava mais do que Mia. Naquele momento ela se torturava ao imaginar que se ela tivesse contado para ele que era uma vampira e sobre Silas... Talvez tivesse conseguido proteger Castiel daquele fim trágico. Talvez ele nem tivesse aparecido na festa ou talvez tivesse se juntado à eles e trabalho junto com eles. E sobrevivido como eles. Como ela.

Pouco a pouco a culpa a consumia junto com aquela dor excruciante.

– Mia... Pare... - pediu Meredith, mas a garota continuou tentando ressuscitar Castiel.

Mia soluçava de tanto chorar enquanto tentava a todo custo trazer o seu anjo de volta. Não podia viver sem ele. Não podia viver com a dor de perdê-lo.

Então ela fechou o punho e começou a bater no peito de Castiel na altura do coração enquanto repetia:

– Não morra! Não morra! Cas! Não morra!

Sam e Dean não conseguiam dizer ou fazer nada. Estavam atônitos. Tinham perdido o melhor amigo. Tinham perdido um parceiro de muitas batalhas contra o Céu e o Inferno. Contra o sobrenatural. E embora não fosse a primeira vez que Castiel morria, sentiam que agora não haveria volta. Castiel tinha virado humano. E havia morrido como um humano. Não podiam fazer nada e isso os deixou profundamente tristes e desesperados. Castiel era como um irmão para eles. Era a família deles também.

– Mia... Pare... - pediu Meredith sentindo o desespero inútil da garota - Ele está morto...

– Não! Ele não está morto! - gritou Mia dando mais socos no peito de Castiel - Não morra! Cas, eu preciso de você! Por favor... Volte...

Caroline não conseguiu mais conter aquele nó na garganta e começou a chorar. Ao seu lado, Stefan colocou a mão em seu ombro e ela o olhou por alguns instantes antes de abraçá-lo.

Tyler chegou neste exato momento junto com Jeremy e observou os dois juntos antes de desviar o olhar para Mia que ainda tentava reanimar Castiel.

Também aos prantos, Elena tentou se aproximar da garota enquanto pedia:

– Mia, pare... Ele se foi, Mia... Pare.

E Mia continuou com a sua tentativa desesperada de trazer Cas de volta à vida. E Elena abraçou Damon e chorou também. Meredith tentava se manter firme, mas também estava tocada pela forma como Mia insistia naquilo. Em todos os seus anos como médica nunca viu nada parecido. Castiel estava morto e Mia precisava aceitar por mais que fosse injusto o que havia acontecido. No entanto, Mia não se conformava e continuava tentando.

– Mia... - tentou dizer Dean, mas as palavras não saíam.

– Chega... - pediu Meredith e desta vez também não conseguiu conter o pranto - Ele se foi, Mia. Pare! Deixe ele ir... Pare...

Aquela dor insuportável crescia cada vez mais dentro de Mia. Uma dor que pedia para ser desligada. Mia não ia aguentar viver com aquela dor.

Agora entendia por que Elena desligou a humanidade quando Jeremy morreu. E por mais que quisesse ser forte, não conseguiu deixar de pensar que as coisas seriam mais fáceis se ela tomasse a mesma decisão. Desligando a humanidade também. Se Castiel estava morto, nada mais importaria para ela. Mas alguma coisa dentro dela pedia para tentar mais uma vez. Então respirou fundo e deu o soco mais forte que conseguiu no peito do anjo gritando:

– Volta!

E ela e todos se assustaram quando de repente Castiel ergueu a cabeça, abriu a boca e puxou o ar para os pulmões com força e fazendo um barulho enorme ao tentar respirar. Tossiu antes de conseguir. E todos sentiram-se aliviados e incrédulos ao mesmo tempo. Demoraram alguns instantes para conseguirem sorrir.

E Mia fechou os olhos e uma mistura de riso e choro a invadiu antes que ela conseguisse olhar para Castiel novamente. Ele parecia confuso com o que estava acontecendo. Não lembrava muito bem e sentia-se zonzo. Havia perdido muito sangue e havia estado morto por um bom tempo antes de ser encontrado por Mia. E não entendia como havia voltado, embora estivesse feliz por isso. E entendeu muito menos por que Mia estava mordendo o próprio pulso. E em seguida ela ofereceu o seu sangue para Castiel beber. E ele só pensava que aquilo não fazia o menor sentido... Mas então ele lembrou da conversa sobre o sobrenatural que os dois tiveram durante a festa e começou a entender que Mia devia ser um daqueles seres.

– Beba. - ordenou Mia.

A princípio, ele relutou, tentando entender o que Mia era exatamente. Mas então se deu conta de que nada daquilo importava de verdade. Ela ainda era a sua Mia. E confiava nela e se ela estava insinuando que o sangue ia ajudá-lo de alguma forma, ele acreditava. Então, começou a beber o sangue. Mia passou a outra mão nos cabelos dele e o tranquilizou:

– Vai ficar tudo bem... Eu prometo, Cas... Apenas beba... Confie em mim.

Castiel fechou os olhos e bebeu o sangue com mais ímpeto. Segurou o pulso de Mia a medida que começou a recuperar as forças. Sim, então ele havia acertado. O sangue realmente estava o ajudando.

O que nenhum deles podia imaginar é que o poder de cura do sangue de vampiro vai muito além de estancar sangramentos e fechar feridas. Castiel estava prestes a descobrir isso. E de repente, algo no sangue de Mia começou a despertar certas memórias nele. Com flashes que vinham freneticamente à sua cabeça. Se lembrou da outra vez que esteve em Mystic Falls e que a maioria das pessoas ali naquela sala eram vampiros. E pela forma que Mia agia... Deduziu que ela era uma vampira também. E ficou um tanto surpreso, mas sabia que ela ainda era a sua Mia.

Sim, o sangue de vampiro, capaz de curar qualquer coisa, começou a curar Castiel da amnésia que se estabeleceu sobre ele quando Metatron tirou a sua graça e o expulsou do Céu. E também começou a curar os cortes nos pulsos e alguns danos internos causados pelo tempo em que ficou... Morto.

Mia enxugou o rosto mais uma vez e sorriu emocionada. Ela não imaginava, mas naquele exato momento Castiel lembrava de todas as vezes em que a observou dormir, de tudo o que passaram nos últimos meses, todos os beijos, todos os momentos juntos, todos os momentos separados. Eternal Flame. Crowley. Cães do Inferno. Naomi. Sam, Dean, Mia. O acidente que levou a garota ao Hotel Califórnia projetado por Crowley. A errônea decisão de Castiel de deixá-la e voltar para o Céu. Metatron, Deus, Apocalipse, todos os acontecimentos que o levaram até ali, todas as memórias históricas, a criação do mundo, Céu, Inferno, Purgatório, demônios, monstros, profetas, a Palavra de Deus, Anjos... Ele. Ele era um Anjo do Senhor. Mia. Mia. Amor. Agora tudo estava claro. Tudo passava como um filme na sua cabeça. Como o filme que dizem que toda pessoa vê quando está prestes a morrer. Castiel via esse mesmo filme, mas enquanto renascia. Estava renascendo. Estava redescobrindo memórias de coisas que até então não faziam sentido. Se lembrava de quem era, de tudo que viveu até ali, de tudo o que sentia, de tudo o que era. Ele finalmente era ele de novo. Ainda sem a essência angelical, mas era o velho Cas. Finalmente. Finalmente tinha se reencontrado no meio de toda aquela confusão que estava a sua cabeça. Uma confusão que se encaixava e se organizava a cada instante até deixar de ser confusão para se tornar simplesmente verdade. Uma verdade sobrenatural, mas era a verdade. E Castiel era ele de novo. Sentia-se ele de novo.

– Eu te amo... - declarou Mia interrompendo os pensamentos dele.

Sim, ele lembrava desta parte também. Mia. Sua garota. Um tanto maluca, mas era a sua garota. A garota que ele amava e que o amava também. Então ele afastou a boca do pulso dela e retribuiu:

– E eu nunca deixei de te amar, Mia... Eu sinto muito por tudo... - e como ela o olhava um tanto confusa, ele esclareceu - Sim, eu me lembro... De tudo.

Mia sorriu incrédula enquanto os Winchesters se entreolharam igualmente surpresos.

– O quê? - quis confirmar ela.

Castiel segurou sua mão com mais força e detalhou:

– Nunca pára de falar, odeia silêncios constrangedores, viciada em café, na Madonna, péssima motorista e aparentemente... Agora é uma linda e sexy vampira. E costumava caçar... Se eu ainda me lembro.

– Sexy, é? - repetiu ela erguendo uma das sobrancelhas e com um leve sorriso.

Dean pigarreou para chamar a atenção dos dois.

– Você lembra de tudo? De tudo mesmo? - indagou Sam ainda surpreso.

– Sim. - confirmou o anjo.

– Mas como...? - se perguntou Mia, mas logo deduziu a resposta e disse - Eu não acredito. Meu sangue? Por que eu não pensei nisso antes? Você é humano agora... É óbvio que o sangue podia te curar... Como eu fui estúpida. Tudo bem, eu não imaginava que o sangue era capaz de curar até amnésia sobrenatural de ex-anjos nerds, mas eu devia ter imaginado...

– Por falar nisso, como você virou vampira? - quis saber Castiel.

– É uma longa história. - disse Mia lembrando de tudo que aconteceu desde que Silas a transformou.

Por um momento ela lembrou que quase desligou a humanidade e que Silas quase matou Castiel. Ou melhor, Silas o matou, mas de alguma forma, sobrenatural ou não, Cas havia voltado. E apesar de estar feliz por ele estar vivo, Mia não podia esquecer os riscos que a relação dos dois podia trazer para ele agora que era humano. E se o perdesse de novo, ela poderia virar um monstro. O futuro daquela relação envolvia muito mais coisas do que ela queria pensar naquele momento. Mas sabia que em algum momento, ela teria que pensar nisso. Só não queria pensar nisso naquela hora. Estava feliz demais para estragar tudo.

– No que você está pensando? - estranhou Castiel ao perceber que Mia havia ficado distante de repente.

– Nada. Você está bem? - desconversou ela.

– Eu vou sobreviver. - garantiu ele e em seguida olhou para Mia, sorriu e elogiou - Caso eu não tenha dito isso ainda, você está linda nesse vestido.

Mia sorriu de volta e Dean brincou:

– Ok! Ele está melhor do que nunca. Cas, eu estou feliz que você voltou e acredite, nós temos muito trabalho pela frente, mas sem querer interromper o momento de vocês, nós temos que dar o fora deste lugar antes que os convidados percebam alguma coisa. Tipo um vampiro num cofre. E ainda temos que devolver Nemo pro mar, então...

Castiel assentiu, embora ainda estivesse confuso. Não entendia direito o que havia acontecido naquele festa porque havia ficado de fora do plano. E sentia-se péssimo por isso. Queria ter ajudado de alguma forma. De qualquer forma, entendia que tratava-se de trabalho. E teria tempo suficiente para ouvir Mia contar todos os detalhes quando pegassem a estrada de volta para o Kansas. Amava ouví-la contando histórias no caminho e aquela era definitivamente uma que ele fazia questão de ouvir.

Mia sorriu novamente sentindo a felicidade transbordando dentro de si enquanto o ajudava a levantar. No entanto Castiel ficou tonto e se apoiou em Mia a deixando preocupada. Ele fechou os olhos e a garota o segurou com a ajuda de Meredith. Sam e Dean se aproximaram e ajudaram também. Castiel ainda sentia-se muito fraco.

– Cas... - ele ouviu Mia chamando ao longe.

– Não se preocupe, ele vai ficar bem. - era a voz de Elena - Só precisa de tempo para o sangue fazer o efeito necessário.

– De qualquer forma, precisamos levá-lo para o hospital. Todo cuidado é pouco. Mas não se preocupe, Mia. Logo ele estará completamente recuperado. Vai ficar tudo bem. - era a voz de Meredith quase inaudível.

Castiel tentou abrir os olhos, mas viu apenas vultos. Ainda sentia as mãos de Mia segurando as suas. Era a única coisa que o mantinha ligado àquele momento. Como se nada mais existisse. Apenas ela. Ela o mantinha vivo. Ela o fazia se sentir vivo e amado. Fechou os olhos depois de conseguir ver com dificuldade o rosto dela mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

OMG OMG OMG OMGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGG EU MATEI O CASSSSSSSSSSSSSSSSSSS
Mas eu o trouxe de volta! Aeeeeeeeeeeeeeeee

Bem, finalmente vcs descobriram o que aconteceu com ele e sim, ele realmente morreu, gente. Eu matei o bichinho... Aliás, Silas matou. Mas o vamp milenar agora é carta fora do baralho. Graças a Deus eheheheheh

Bem, sobre a ressurreição do Cas eu me inspirei em duas coisas. Primeiro na própria vida real. Sim porque de vez em quando nós ouvimos relatos sobre pessoas que foram dadas como mortas, mas de repente voltaram a vida e gritam "pegadinha do malandro."

E também me inspirei em um episódio de Lost em que o personagem Charlie (meu drogadinho kkkkkkkkkkk) é encontrado enforcado em uma árvore e o Jack (meu médico favorito) não se conforma de jeito nenhum com aquilo e fica fazendo massagem cardiáca nele, com direito a vários socos, até que o bichinho volta. É uma cena emocionante em que vc realmente acredita que acabou, Charlie está morto e tals. Mas então Jack insiste até trazer o moçoilo de volta a este mundo cruel.

Sim, estou meio viciada em Lost...

Bem, foi isso que Mia fez com o Cas. Insistiu, insistiu e insistiu até que o bichinho voltou à vida! Graças a Deus porque vcs me odiariam se eu matasse o Cas mesmo, neh?

Eu ia deixar o suspense até o próximo capítulo, mas acho que vcs enfartariam kkkkkkkkkkkkkk

Então, tá aí. Cas está vivo, gente. Todo mundo sobreviveu e Silas virou pedra.

Mas, se vcs estão pensando que acabou por aqui, muita calma nessa hora. Ainda teremos a resolução do relacionamento de Dean e Bonnie, Sam e Meredith, Stefan e Caroline e Mia e Castiel.

Mia e Castiel? Ué, mas não está tudo resolvido? Não... Ainda não. Conforme vcs perceberam, a Mia tá se sentindo culpada pelo que aconteceu com o anjinho. E isso irá gerar um DR entre eles e poderá inclusive colocar o futuro do romance em jogo...

Acho que mais três capítulo e eu termino! Bjs e me digam o que vcs acharam do capítulo e da estrada até aqui...

Ah! Finalmente Cas lembrou de tudo!!! Aeeeeeeeeeeeeeee Happy?

E aqui entre nós, achei muito emblemático os Salvatore terem salvado a vida dos Winchester... Adorei escrever este capítulo e espero que vcs tenham gostado também!

Inté o próximo capítulo (provavelmente segunda-feira, ok?) Fui!