Stranger escrita por Okay


Capítulo 3
Rodadas.


Notas iniciais do capítulo

Beijos & Boa leitura! ♕
Capítulo revisado e reescrito 11/02/17



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Capítulo 3 — Rodadas.

Lucas encaminhou-se à choperia em que o pessoal havia combinado o happy hour, todos indo a pé, pois era perto da livraria. Já tinham ligado e reservado uma mesa com vários lugares; então quando o loiro chegou ao estabelecimento com os colegas de trabalho, pôde dar uma boa olhada no local.

Claramente o tema da decoração da choperia era os anos cinquenta, pois as cores do piso eram brancas e pretas, os bancos vermelhos, incluindo o sofá de couro da mesa onde o pessoal da livraria se sentava.

Lucas também percebeu que em um dos cantos dali, tinha um jukebox, interessando-se em saber no mesmo instante se funcionava ou somente fazia parte da decoração, pois era um admirador de tudo o que era vintage.

Foi acordado de seus pensamentos quando ouviu Camille, sua colega de trabalho, lhe chamando, perguntando se ele queria sentar-se ao seu lado. O loiro aceitou, recordando-se do que Alberto tinha lhe dito sobre os sentimentos da moça por si.

Lucas sentou-se ao lado dela, no sofá extenso que era o assento da mesa, ficando aliviado por estar na ponta e ninguém ter sentado no espaço vago ao seu lado. O loiro ficou envergonhado enquanto olhava o cardápio, notando os olhares de Camille sobre si nesse momento.

O jovem prestou atenção quando Alberto, que estava sentado do outro lado da mesa, apresentou melhor os funcionários da loja, indicando cada um ali. Fazendo com que Lucas percebesse que o comportamento dos colegas de trabalho era totalmente diferente fora da livraria.

Camille fez questão de tomar novamente a atenção do loiro para si, puxando levemente seu braço e dando iniciativa de diversos assuntos, findando todas as frases com um grande sorriso, como se realmente estivesse interessada em conversar com ele.

Aos poucos, ela empolgou-se e falou de sua faculdade recente e dos cursos que havia feito, também indagando Lucas sobre sua escolaridade, acabando por fazer o que o loiro mais temia, que era recordar-se de seu passado.

Ele não conseguia abrir-se totalmente daquilo com ninguém, não tinha coragem, ao mesmo tempo que também não conseguia confiar facilmente nas pessoas ao seu redor, causando um misto de sentimentos, tanto como por pensar que não suportariam tê-lo por perto caso soubessem o que ele fez, tanto por medo de se apegar e ser apunhalado.

Lucas estava prestes a dizer sobre a faculdade de jornalismo que estava em breve trancaria, quando uma voz soou próximo a ele, dizendo:

— Me desculpe o atraso, Alberto.

Foi como se o corpo do loiro simplesmente congelasse ao reconhecer aquela voz.

— Relaxa, senta aí, Marcus. — O amigo afirmou. — Muito trabalho?

— Só trânsito, mesmo. — O homem respondeu, logo dando-se conta de quem estava ao seu lado.

Marcus fez questão de juntar-se no mesmo sofá onde Lucas estava, colando o seu corpo ao dele no pouco espaço que o loiro tinha deixado propositalmente, vendo-o arrastar o corpo para o lado, abrindo mais espaço para ele, a contragosto.

Lucas virou o rosto para o lado de Camille, querendo evitar o contato visual com o moreno ao máximo, puxando um assunto qualquer com a moça, enquanto seu corpo suava frio pelo nervosismo.

— Olá, novamente. — Marcus manifestou-se, direcionando a frase para o loiro, que ignorou-o.

Lucas pensou que ficaria com torcicolo, por já pensar que não viraria a cabeça para o seu lado direito por nada, por medo daquele homem tentar algo ou pensar que tinha ainda mais liberdade do que parecia ter consigo.

Para o loiro, era como uma tortura, nunca querendo tanto em sua vida ir embora de um lugar como naquele momento. Sentindo uma inquietação enorme crescendo cada vez mais dentro de si, estava ficando louco com aquela situação.

O pessoal da livraria decidiu começar a primeira rodada de bebidas e quando elas chegaram, juntamente aos petiscos, não tinha se passado muito tempo e Lucas já sentia um incômodo em seu pescoço, ainda assim não desistindo, não daria chances para Marcus conversar com ele, ainda virado para Camille, esforçando-se ao máximo para não deixar os assuntos com ela acabarem.

Uma das outras válvulas de escape para o loiro, eram as bebidas, das quais ele também não dava sossego, assim como Camille, que acompanhava-o. Primeiro foram as doses de tequila com sal e limão, suficientes para deixá-los mais do que alegres, depois, partiram para a cerveja. 

Com o passar do tempo, Lucas nem mais preocupava-se com Marcus como antes, não ligava para o que acontecia a sua volta, como se estivesse anestesiado, assim como a sua visão, que também não focava nas coisas como deveria.

Porém, mesmo com a quantidade de álcool e já ter passado do limite de sobriedade, sabia muito bem o que estava fazendo, entendendo quando Camille lhe chamou para acompanhá-la, fazendo-o se levantar, puxando sua mão.

O loiro caminhou com ela pelo corredor da choperia que levava aos banheiros, ali estava pouco movimentado no momento, fazendo com que ela se aproveitasse, levando-o para uma das portas no final do caminho.

Quando Lucas entrou no local, viu uma fileira de pias e espelhos grandes, com azulejos rosas por toda a parede, percebendo que estava no banheiro feminino. Camille continuou puxando-o, indo para a última repartição dos sanitários privados, empurrando-o para dentro dele, trancando a porta.

Ela atacou-lhe no mesmo instante, lançando os braços para detrás de seu pescoço, aproximando seus corpos, vindo desesperadamente em direção de sua boca, colando seus lábios nos dele. Lucas sentiu seu pescoço ser tomado por ela, somente pensando no quanto aquilo era errado, mas que não estava em seu melhor momento de julgar as suas escolhas, principalmente pelas suas condições mentais.

Enquanto isso, na mesa, Marcus somente pensava no que o loiro estaria fazendo para demorar tanto a voltar, não gostando de como tinha sido ignorado totalmente por ele, além de ter ficado incomodado ao ouvir as risadas e gracejos com a garota ao seu lado. Ao mesmo tempo, olhava para o caminho onde Lucas tinha ido, esperando o seu retorno.

O moreno lembrava-se do momento em que uma rodada de chope havia chegado sobre a mesa. Tinha se sentido tentado a pegar uma das canecas, mas conseguiu se segurar, pois dirigiria naquela noite.

E alguns minutos antes, enquanto o loiro ainda estava ali, somente observava como ele estava indo longe com as doses, ficando um tanto quanto preocupado por ele virar seguidamente tantas doses de tequila e ainda fazer o mesmo com a cerveja, misturando perigosamente as bebidas.

Porém, Marcus suspirou, sabia que Lucas era teimoso desde o primeiro instante que o reencontrou, mostrando-se totalmente resistente às suas lembranças, sem dar-lhe uma brecha, dizendo já que não o conhecia logo de cara. Não ligava para o quanto ele dissesse que não recordava-se de sua pessoa, porém, também não desistiria.

Marcus olhou no relógio de pulso, vendo que faltavam quinze minutos para as nove da noite, pensando se deveria ir embora. Entediado no local, já não aguentava mais as conversas alheias, ainda mais porque quem interessava não estava por perto. Não conseguiu permanecer sentado, mas também não iria embora enquanto não visse o loiro novamente, ao menos queria saber o que tinha acontecido, ele poderia estar passando mal pelo tanto que bebeu.

Com a paciência esgotada, levantou-se e caminhou até onde Lucas havia ido, indo ao mesmo corredor. Entrou pela porta do banheiro masculino, vendo somente um senhor lavando as mãos, saindo dali em seguida. Andou pelo local e viu que todas as repartições estavam abertas e também ninguém estava no mictório; enchendo-se de dúvidas, querendo saber para onde o loiro tinha ido.

Saiu dali, ouvindo a porta do final do corredor se abrir, vendo Camille ajeitar os cabelos, voltando às mesas. Então Marcus já arquitetou suas conclusões em mente, não demorando muito para que a porta se abrisse novamente.

Lucas saiu do banheiro feminino com pressa, dando uma última conferida no zíper de sua calça, logo assustando-se com a outra presença no corredor. Com os olhos arregalados, encarou o moreno, sem conseguir disfarçar seu sobressalto, enquanto ele aproximava-se.

— O banheiro masculino é pra esse lado. — Marcus ironizou, apontando a outra porta do corredor. — O que estava fazendo aí?

 

 

 


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