Stranger escrita por Okay


Capítulo 12
Decisões.


Notas iniciais do capítulo

Beijos & Boa leitura! ♕
Capítulo revisado e reescrito 04/09/2018



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Capítulo 12 — Decisões.

— Oi, Lu, você já chegou em casa? — Gustave indagou, do outro lado da linha. 

— Oi, Gus, já sim. — O loiro respondeu ao telefone, colocando as chaves sobre o balcão. — Inclusive, eu estava pensando... Você está livre essa noite?

— Para você, sempre.

— É que você ainda não conhece meu apartamento, não é? Não quer vir aqui essa noite? — Lucas convidou-o.

— Eu adoraria.

— Mas não está ocupado, mesmo? Se quiser vir outro dia, não tem problema.

— Eu já estou terminando as minhas coisas por hoje e assim que eu arrumar tudo aqui, eu já vou direto pra aí, pode ser?

— Pode sim, você ainda lembra do endereço ou quer que eu te mande ele por mensagem? — O loiro quis confirmar.

— Eu me lembro exatamente onde é, não precisa. — Gustave afirmou.

— Até daqui a pouco então.

— Até, Lu.

Lucas desligou o celular, sorrindo como uma criança. Ter aquela conversa com Alberto mais cedo havia lhe tirado um peso dos ombros, sabendo que ter escolhido Gustave tinha realmente sido a coisa certa a se fazer.

Com as suas compras recentes, já poderia oferecer algo decente para quando ele chegasse. Como cozinhar não era o seu maior dom, resolveu preparar sanduíches de queijo grelhado quando ele chegasse.

Tomou um banho e se arrumou para recebê-lo, vestindo uma roupa confortável para ficar em casa, queria chamar atenção dele de outra forma. Colocou uma calça de moletom escura e uma camiseta de manga longa, era quase um pijama, mas ao menos não aparentava ser um.

Ao ouvir os toques em sua porta, recebeu Gustave com um abraço caloroso. Em seguida caminhando com ele para dentro do apartamento, com suas mãos dadas. Lucas percebia o sorriso crescente no rosto dele, querendo manter aquela expressão nele para o resto da vida.

— Bom, aqui não tem nada de especial, não é reformado ou todo novo como o seu prédio, mas moro aqui há anos, então acabei me acostumando. — O loiro informou, enquanto o apresentava os poucos cômodos.

— Aqui é ótimo, Lu. — Abraçou-o pelas costas. — Principalmente porque você está aqui.

— Bom, é simples. — Lucas sorriu, com os braços dele em seu quadril, sentindo os beijos dele estalarem em seu pescoço. — Quer beber alguma coisa?

— Eu estou bem... — Gustave o virou, agora encarando-o. — Só quero um beijo, estou com saudade.

— Eu também fiquei. — Puxou-o para perto, envolvendo seu pescoço, tomando a boca dele.

— Eu adorei essa sua roupa. — Sussurrou entre o beijo, deslizando as mãos para a parte avantajada do corpo do loiro, ao mesmo tempo que se esfregava nele.

— É um tecido fino. — Lucas falou, querendo parecer inocente ao ter escolhido a roupa justamente por aquilo.

— Eu posso te sentir bem. — Subiu as mãos pelas costas dele. — Isso não é justo comigo.

— É injustiça? — O loiro riu, afastando-se dele de mansinho, indo à cozinha.

— É sim. — Fez beicinho quando viu-o distante, seguindo-o.

— Por quê? — Lucas abriu a geladeira, mas fechou-a novamente enquanto esperava uma resposta dele.

— Porque eu bem que podia chamar você de meu. Não poder fazer isso é injusto.

— Ei, Gus... — Deu alguns passos, colocando os braços aos ombros dele.

— Oi?

— Quer namorar comigo?

Quando Gustave arregalou os olhos com a pergunta, o loiro caiu na risada.

— Ah, entendi, é uma brincadeira, né?

— O quê? — Lucas ergueu uma das sobrancelhas. — Não, eu falei sério, eu só ri por causa da sua expressão, mas o pedido é sério.

— Sério? Sério mesmo? — O rapaz abandonou a expressão triste, agora exibindo um enorme sorriso, agarrando-o com força, levantando-o do chão. — É claro que eu quero, seu magrelo! Me dá um beijo!

— Não faz isso de novo sem avisar! — O loiro riu mais uma vez, sendo posto ao chão, recebendo dezenas de beijos dele.

— Eu estou tão feliz! — Gustave exclamou, com o sorriso mais lindo que Lucas já havia visto. 

Um mês depois, 8 de novembro de 2012.

Alberto olhava em seu relógio de pulso, já fazia alguns minutos desde o horário que o amigo falou que chegaria e ele não costumava se atrasar. Perambulou pela casa conferindo se tinha algo mais a fazer, procurando se distrair enquanto impacientemente esperava ele chegar.

Já fazia algum tempo desde que não via Marcus, mais precisamente dois meses, era tempo demais para dois amigos que nunca se desgrudavam. Alberto estava confuso, ele nunca havia sido tão misterioso e avulso, nunca ficou tanto tempo sem saber o que exatamente aconteceu, estava desolado, precisava vê-lo urgentemente.

Como há séculos o nome de Marcus era citado na portaria, provavelmente saberia que ele chegaria diretamente em sua porta, então era isso que o deixava mais ansioso, não sabia se o porteiro anunciaria o nome dele pelo interfone, ou se subiria direto. Enquanto pegava-se distraído, ouviu passos e correu abrir a porta cheio de esperança, tendo a sorte de ser quem mais esperava.

— Marcus! — Exclamou, ao vê-lo chegando.

— Oi, Al! — Andou com pressa, abraçando o amigo fortemente.

— Seu cabelo... — Alberto levou seus dedos para os fios curtos do amigo. — O que aconteceu?

— Al, eu tenho que te contar uma coisa. — Marcus iniciou.

— Vem, entra, fala. — O amigo puxou-o para dentro, fechando a porta atrás de si.

— Então, eu não sei direito o que você vai pensar sobre isso, mas eu preciso te contar a verdade. — O moreno falou, ainda de pé. 

— Seja lá o que for, eu quero saber.

— Eu não saí daqui.

— Não entendi...

— Eu fiquei todo esse tempo aqui, Al. — Marcus revelou. — Eu não fui viajar.

— Mas então, por que você sumiu? E o seu cabelo? Me conta direito essa história! — Puxou-o para se sentar consigo ao sofá. 

— Então... Você me conhece, sabe como eu sou, se eu sentir que não estou apresentável, eu nem apareço, não importa o quanto isso me custe, claro que não foi só isso, teve outras coisas, mas... — Tentou amenizar o teor do que diria.

— Sim, sei bem disso, você é vaidoso. — O amigo concordou. — Mas o que houve?

— Me levaram à força para um lugar que até agora eu não sei bem onde é. Eu fiquei lá por um tempo pra "me darem uma lição", como uma das punições, passaram navalha no meu cabelo. — Falou, vendo a expressão dolorosa do amigo. — Como pode imaginar, eles não eram barbeiros profissionais, além de fazerem alguns cortes propositais no meu rosto e no meu pescoço... Eu fiquei distante por estar esperando tudo cicatrizar e meu cabelo crescer um pouco para poder fazer um corte decente, porque eles realmente me desgraçaram.

— Eles te bateram?

— Quero te poupar desses detalhes, Al. — Falou, com o outro já sabendo a resposta para a pergunta.

— Marcus... — Alberto murmurou, mal conseguindo digerir todas aquelas informações. 

— Me perdoa. — Olhou para baixo, mordendo o lábio para conter a vontade de chorar.

— Ei... Não precisa se desculpar. — Puxou-o para o seu ombro, acariciando os cabelos curtos do amigo. — O que fizeram com você, hein?

— Eu não aguento mais, Al. — Encostou sua testa na dele. — Eu quero ir embora, para o mais longe possível.

— Eu não entendo... Por que eles fazem isso?

— Só vem comigo, vamos embora.

— Espera, me conta melhor... Por que cortaram seu cabelo? Por que te levaram nesse lugar? E como você está? Me conta, por favor...

— Eu não estou rendendo pra eles, porque eu simplesmente não quero mais continuar... Eu só queria conseguir sair dessa merda toda.

— Sim, você vinha me falando disso. Mas e o que houve? 

— Me deram um prazo pra que eu cumprisse as ordens, obviamente eu caguei pra isso, antes mesmo que eu percebesse já estava sendo levado para lá. 

— Eles te ameaçaram?

— Você já sabe que eles nunca dizem nada diretamente, não é preciso. Mas como eu não tenho mais nenhum familiar que possam usar contra mim, meu medo era que te pegassem, por isso eu me afastei de você e passei a usar o número confidencial. 

— Isso nem passou pela minha cabeça. — Acariciou o rosto do amigo. — Me desculpe por ficar tão bravo com você.

— Eu sei que eu te magoei porque eu não dei detalhes do que estava acontecendo, mas eu só quero o seu bem, Al. — Falou, sendo abraçado mais uma vez.

— E o seu cabelo... Você gostava tanto dele longo. — Alberto falou, choroso. — Mas... foi por isso que descontaram em você? Por não acharem ninguém que pudessem usar para te chantagear?

— Espero que sim, de verdade, não quero que descubram a sua existência. 

— Não fala assim... sua vida importa tanto quanto a minha. — Acariciou os cabelos curtos do amigo. — Você não cortava seu cabelo desde quando conheceu o Lucas, isso tem uns seis anos. Você amava o comprimento, eu também gostava de brincar te chamando de Sansão... só espero mesmo que não tenham tirado sua fraqueza. 

— Eu estou bem. — Marcus falou, baixinho. — Você sabe que a minha fraqueza é outra... Eu só queria que esse inferno já tivesse acabado. 

— Eu tô com você. — Esfregou seu braço carinhosamente. 

— Ei, Al, mudando de assunto... 

— Fala.

— É verdade aquilo que você me disse sobre o Lucas? — Marcus parecia ansioso para saber, encarando-o.

— Que ele está namorando sério? É verdade sim, aqueles dois só andam juntos e vivem grudados, vira e mexe o rapaz aparece lá na livraria pra levar ou buscar ele. 

— Mais essa.... que droga. — Marcus passou a mão sobre a testa, suspirando.

— Por que não tenta falar com ele mais uma vez? Abre o jogo dessa vez, falem finalmente sobre o passado.

— E de que isso vai adiantar? Ele está com outra pessoa.

— Bom, não custa nada tentar, além do mais, amanhã é o seu aniversário, você merece ao menos paz de espírito pra finalmente poder seguir em frente.

Dia seguinte, sexta-feira, 9 de novembro de 2012.

Lucas chegava eu seu prédio, tirando as chaves do bolso enquanto escolhia a da entrada de seu apartamento, seu coração quase parou ao bater os olhos no homem ao chão, encolhido em frente à sua porta.

— Você demorou. — Marcus falou, erguendo a cabeça.

— O que faz aqui? — O loiro indagou, vendo-o se levantar.

— Vim conversar com você uma última vez.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham que Marcus tem a dizer, hein?
Deixe sua aposta nos comentários! ♕