Andromeda Rosier Black

Andromeda sabia que era importante. Mesmo não sendo a filha mais amada de Cygnus ou a cópia de Druella, ela sabia que era importante na família Black e por isso se esforçava tanto para ser boa em feitiços, para quem sabe algum dia ser escolhida por seu pai no lugar de Bellatrix para duelar. Sempre a peça quebrada do modelo exemplar de família. Sempre a filha diferente e defeituosa de Druella. Sempre a aspirante a Bellatrix e inferior a Narcissa. Sempre errada, imperfeita, incorreta, equivocada..., mas sabia que tinha seu valor. Ela tinha seu valor, ou pelo menos era o que Bellatrix sempre lhe dizia nas inúmeras madrugadas em que passavam acordadas conversando na biblioteca e ela se sentia tão grata à irmã que sempre agradecia a Merlin por tê-la presente em sua vida. Relação inversa ocorria com Narcissa, que parecia viver para importuna-la e humilha-la. Certa vez, ao passar pelo quarto da irmã mais nova, a viu em frente ao espelho escovando seus cabelos louros. “Admire, Andie, o que você nunca será.” Dissera-lhe a irmã com maldade. Andromeda apenas saiu correndo com lágrimas nos olhos e abraçou seu primo Sirius, que encontrou no corredor a procura de seu quarto. Mais do que primo, Sirius era o seu grande amigo e compartilhavam a mesma dor de serem os galhos podres da família. Entretanto, diferente de Sirius, que enfrentava seus pais, Andromeda apenas fingia não ver os atos perversos de sua família. Era mais fácil de suportar, por que no fundo ela sabia que seus pais lhe amavam, ah, ela sabia. Porém, quando se viu apaixonada por Ted Tonks, um nascido trouxa, ela reuniu toda a coragem que estava adormecida por todos os anos em que conviveu naquela casa e revelou a família a sua decisão. Claro, sua mãe que prezava os ideais de sangue puro a expulsou de casa e Cygnus, seu pai que ela sabia que a amava, disse-lhe que nunca havia sido tão ofendido em toda sua vida e que a partir do momento em que ela saísse de sua casa para casar com um sangue-ruim, ela não seria mais sua filha. E, mesmo assim, Andromeda seguiu em frente, ignorando o olhar de repúdio de Narcissa e parando a porta para dar uma última olhada para Bellatrix. Ela sabia que a morena estava sofrendo, mas o que viu nos olhos da irmã foi mais que sofrimento, era ódio. “Você sabe que ao passar por essa porta não terá volta, Andie. É isso mesmo que você quer para si? O desprezo da família?” perguntou-lhe e Andromeda apenas parou com as malas em suas mãos. “Eu nunca fiz parte dessa família, você sabe, Bella. Eu te amo, mas eu preciso ser feliz.” Disse seguindo em frente, enquanto escutava os gritos de sua tia Walburga dizendo que queimaria seu rosto da árvore genealógica dos Black.