Annabeth Chase E O Ladrão De Raios escrita por My Little Jace, nane


Capítulo 3
Será que era ele “o cara”?


Notas iniciais do capítulo

Heey gente, tudo bem com vcs?
Nane aqui, entrei em parceria com as meninas e vou ajudá-las e escrever a fic, espero que gostem do primeiro capítulo que eu escrevi *-*



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Capítulo 3 (capítulo 7 de O Ladrão de Raios)








Em poucos minutos, Percy Jackson já adquirira certa fama no Acampamento. Por onde íamos, os olhares e cochichos nos acompanhavam, alguns campistas mais descarados, até apontavam. Certamente, o incidente com Clarisse e o banheiro havia se espalhado por todo canto. O fato de eu estar completamente encharcada também não ajudava para a confirmação dos boatos.




Caminhei com o novo semideus, e provavelmente a chave para a minha primeira missão. Mostrei-lhe alguns lugares do Acampamento como: a oficina de metais, a sala de artes e ofícios e a parede de escalada, que pareceu deixá-lo particularmente mais interessado, e se eu estava certa (como na maior parte do tempo), ele parecia no mínimo receoso.




Depois de deixá-lo a par de mais algumas coisas, retornamos ao lago de canoagem. Enquanto andava com Percy, eu refletia sobre o que vira mais cedo no banheiro.




Seria mesmo possível? Talvez fosse só coisa da minha cabeça, afinal, desde Thalia que eu não ouvia falar de um deles. Aqueles pensamentos estavam me deixando com uma péssima sensação, e a minha intuição me dizia que eu poderia estar certa sobre as minhas observações, e isso não seria nem um pouco legal.




Lembrei-me que precisava treinar para o Capture a Bandeira.




– Tenho treinamento – falei ainda remoendo o assunto – O jantar é ás sete e meia. Você só tem de seguir o pessoal do chalé até o refeitório




– Annabeth, desculpe pelos sanitários




– Não importa




– Não foi minha culpa




Sério que ele disse isso? Se a culpa não era dele, de quem mais seria? É claro que a culpa era dele! Olhei-o, não acreditando que ele achasse mesmo que fosse inocente. Finalmente, Jackson pareceu entender que havia mesmo feito aquilo.




De repente, me lembrei do porque tinha me aproximado do novato. Era ele. Só poderia ser, então ele precisava fazer algo para que eu tivesse certeza que o cara da profecia tinha mesmo essa cara de lerdo e esse raciocínio meio lento.




– Você precisa falar com o Oráculo




– Quem? - não disse que ele era lerdo?




– Não quem. O quê. O Oráculo. Vou pedir a Quíron.




Ele parecia contrariado com algo, mas eu estava absorta em minha próprias questões a serem respondidas, e esperava que o Oráculo de Delfos pudesse esclarecê-las.




Percebi que Percy estava flertando com as náiades e balancei a cabeça em negativo enquanto ele acenava como um bocó.




– Não as encoraje – avisei – As náiades são flertadores incontroláveis




– Náiades – ele ficou com aquele olhar parado novamente – Já chega. Quero ir para casa agora.




Suspirei silenciosamente. Percy não era o primeiro campista que eu via ter essa mesma reação ao se ver no Acampamento Meio Sangue e sentir-se um completo estranho, perdido no meio de inúmeras histórias que sempre achou serem fictícias.




– Você não percebe, Percy? Você está em casa. Este é o único lugar na terra seguro para crianças como nós.




– Você quer dizer crianças mentalmente perturbadas?




– Eu quero dizer não-humanas. Não totalmente humanas, de qualquer modo. Meio humanas




E a pergunta de ouro vem em seguida...




– Meio humanas e meio o quê?




– Acho que você sabe




Vi seu olhar de entendimento quando ele, mesmo inseguro disse:




– Deusas. Meios deusas




Concordei.




– Seu pai não está morto, Percy. Ele é um dos olimpianos




– Isso é... loucura




Ele sabia que não era, mas tentava se agarrar a qualquer fio de esperança que pudesse ligá-lo ao que ele costumava chamar de sanidade. Eu podia entendê-lo




– Será? Qual é a coisa mais comum que os deuses faziam nas velhas histórias? Eles andavam por aí se apaixonando por seres humanos e tendo filhos com eles. Você pensa que eles mudaram os hábitos nos últimos poucos milênios?




– Mas isso são apenas... - ele interrompeu-se, parecendo lembrar de algo - Mas se todos aqui são meio deuses...




– Semideuses - corrigi - Esse é o termo oficial. Ou meio-sangues.




– Então quem é seu pai?




Eu não gostava de falar naquele assunto, era algo delicado demais para mim, e sempre me deixava sensível lembrar do meu pai, e consequentemente, muitas vezes, um pouco agressiva.




– Meu pai é um professor em West Point - disse ela. - Não vejo desde que era muito pequena. Ele ensina História Americana.




– Ele é humano.




– O quê? Está pensando que tem de ser um deus homem encontrando uma mulher humana atraente, e não o contrário? Sabe que isso é machismo?




– Então quem é sua mãe?




– Chalé 6.




– O que significa?




Endireitei -me sobre a balaustra do píer.




– Atena. Deusa da sabedoria e da guerra.




Percy parecia cético diante da minha afirmação




– E meu pai?




– Indeterminado. Como eu lhe disse antes. Ninguém sabe.




– A não ser a minha mãe. Ela sabia. - insistiu o garoto de cabelos negros e rebeldes




– Talvez não, Percy. Os deuses nem sempre revelam sua identidade.




– Meu pai teria revelado. Ele a amava.




Fiquei em dúvida se dizia algo ou o deixava continuar pensando o que quisesse a respeito de seu pai olimpiano.




– Talvez você esteja certo. Talvez ele vá enviar um sinal. Esse é o único modo de saber com certeza: seu pai tem de mandar a você um sinal reclamando você como filho. Às vezes isso acontece.




– Quer dizer que às vezes não acontece?




Ele não entendia como as coisas funcionavam e eu pensava na melhor forma de explicar.




– Os deuses são atarefados. Eles têm uma porção de filhos, e nem sempre... Bem, às vezes eles não se importam conosco, Percy. Eles nos ignoram.




– Então eu estou encalhado aqui – disse Percy depois de pensar durante algum tempo. - É isso? Pelo resto da minha vida?




– Depende. Alguns campistas só ficam no verão. Se você é filho de Afrodite ou Deméter, provavelmente não é uma força realmente poderosa. Os monstros podem ignorá-lo, e então você pode se arranjar com alguns meses de treinamento de verão e viver no mundo mortal pelo resto do ano. Mas, para alguns de nós, sair é perigoso demais. Temos de ficar o ano inteiro. No mundo mortal, atraímos monstros. Eles percebem nossa presença. Vêm nos desafiar. Na maioria das vezes eles nos ignoram até termos idade suficiente para causar problemas - cerca de dez ou onze anos, mas depois disso muitos dos semideuses vêm para cá ou são mortos. Alguns conseguem sobreviver no mundo exterior e se tornam famosos. Acredite, se eu lhe contasse os nomes você os conheceria. Alguns nem sequer se dão conta de que são semideuses. Mas poucos, muito poucos são assim.




– Então os monstros não podem entrar aqui?




– Não, a não ser que sejam intencionalmente mantidos nos bosques ou convocados por alguém de dentro.




– Por que alguém ia querer convocar um monstro?




– Para pratica de lutas. Para pregar peças.




– Pregar peças?




– A questão é que as fronteiras são fechadas para manter os mortais e os monstros de fora. Do lado de fora, os mortais olham para o vale e não veem nada de inusitado, apenas plantações de morangos.




– Então... você é uma campista de ano inteiro?




Assenti pegando o meu colar de contas, lembrando-me do que cada uma delas representava para mim, e ali, junto ás minhas contas estava o anel do meu pai.




– Estou aqui desde que tinha sete anos. Todo mês de agosto, no último dia da sessão de verão, a gente ganha uma conta por sobreviver mais um ano. Estou aqui há mais tempo que a maioria dos conselheiros, e eles estão todos na faculdade.




– Por que veio tão jovem?




– Não é da sua conta. - eu não queria falar sobre isso




– Ah. - permanecemos em um silêncio que logo foi quebrado por Percy - Então... Eu poderia simplesmente sair andando daqui agora mesmo, se quisesse?




O que aquele garoto tinha cabeça? Provavelmente um cérebro consideravelmente reduzido em tamanho e funcionalidade.




– Seria suicídio, mas você poderia, com a permissão do sr. D ou de Quíron. Mas eles não dariam permissão até o final da sessão de verão, a não ser... - me interrompi ao lembrar da missão




– A não ser?




– Que lhe seja concedida uma missão. Mas isso dificilmente acontece. Na última vez...




As lembranças da última missão concedida a um meio-sangue, há dois anos, não eram nada agradáveis. Depois da expedição de Luke ao Jardim das Espérides, Quíron se recusava a autorizar toda e qualquer missão para fora do Acampamento.


Percy era a minha esperança de conseguir, finalmente a minha missão eu queria muito que ele fosse o semideus da Profecia, mas tinha minhas dúvidas.




– Antes, quando estava doente no quarto, quando você dava de comer aquela coisa...




– Ambrosia.




– É. Você me perguntou algo sobre o solstício de verão.




Será que ele sabia de algo que ainda não havia contado?




– Então você sabe alguma coisa? - perguntei




– Bem... não. Na minha antiga escola, ouvi por acaso Grover e Quíron conversando sobre isso. Grover mencionou o solstício de verão. Ele disse algo como não termos muito tempo, por causa do prazo final. O que isso queria dizer?




Era o que eu gostaria de saber. Como eu suspeitava, Quiron sabia de algo importante que não estava me contando.




– Eu gostaria de saber. Quíron e os sátiros, eles sabem, mas não contaram para mim. Algo está errado no Olimpo, algo muito importante. Na última vez em que estive lá, parecia tudo tão normal.




– Você esteve no Olimpo?




– Alguns de nós, campistas de ano inteiro... Luke, Clarisse, eu e poucos outros... fizemos uma excursão durante o solstício de inverno. É quando os deuses fazem sua grande assembleia anual.




– Mas... como chegou lá? - ele sabia bem menos do que eu pensava




– Pela Ferrovia de Long Island, é claro. Você desce na Estação Penn. Empire State, seiscentésimo andar. - Pelos deuses! Quem não sabia como chegar ao Olimpo? - Você é nova-iorquino, certo?




– Ah, com certeza.




– Logo depois da visita, o tempo ficou esquisito, como se os deuses tivessem começado a brigar. Uma ou duas vezes desde então, ouvi sátiros conversando. O máximo que posso deduzir é que algo importante foi roubado. E, se não for devolvido até o solstício de verão, vai haver problemas. Quando você veio, eu estava esperando... quer dizer... Atena pode se entender com qualquer um, a não ser Ares. E, é claro, ela tem uma rivalidade com Poseidon. Mas, quer dizer, fora isso, pensei que poderíamos trabalhar juntos. Pensei que você pudesse saber alguma coisa.




– Preciso conseguir uma missão – falava comigo, lamentando-me - Eu não sou jovem demais. Se eles ao menos me contassem qual é o problema.




Vi o olhar de Percy virar-se em direção de onde vinha o cheiro de comida, imaginei que ele estivesse com fome. Dispensei-o e disse que poderia ir á frente enquanto permaneci no píer, tentando entender o que estava acontecendo.




Eu precisava de um plano, algo que me ajudasse a conseguir a minha missão.


Logo ouvi o sinal para o jantar e fui até o chalé para reunir os meus irmãos e levá-los ao refeitório.




– Aos deuses! - bradou Quíron e todos começaram e servir-se e em seguida fazer suas oferendas aos deuses.




Na minha vez, empurrei uma porção de comida do prato e fiz uma oração silenciosa a Atena, pedindo por respostas.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, e espero comentários com as suas impressões sobre o capítulo ^^



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