Tudo começou logo após a morte do Kissin.

        Eu acordei com todos me olhando, eu não sabia por que, mas todos pareciam felizes em me ver. Exceto o Black Star, que estava em um canto reclamando. Logo eu percebi que eu estava no meu quarto, e se eu estava no meu quarto, o que eles estavam fazendo lá?! E por que o Kid tava mexendo nas minhas coisas?!

        -Ei? O que vocês estão fazendo no meu quarto? O que aconteceu? Porquê estão todos olhando pra mim?

        No momento que eu disse isso todos ficaram felizes e sorriram. O que me fez pensar se eles bateram a cabeça. Logo o Soul chegou em mim e disse:

        -Ora, ora. Você finalmente acordou. Pra alguém que derrotou o grande Kissin você até que acordou cedo!

       Agora eu me lembro de tudo! Eu lutei com o Kissin, desmaiei e agora estou aqui. Isso fez com que um monte de perguntas se bolasse na minha cabeça, tipo, como eu vim parar aqui? Quem me trouxe? O que eles estão fazendo aqui? Mas preferi perguntar tudo depois, porque agora eu estava confusa e com muita dor de cabeça.

      Depois de muito pensar, eu perguntei quanto tempo eu dormi. Obtive uma resposta um tanto quanto inesperada, o que me assustou um pouco.

      -Três dias? Como assim três dias? Eu não posso ter dormido três dias!

      -Mas você dormiu Maka, você gastou muita energia lutando com o Kissin e dormiu três dias. Você estava tão cansada que eu tive que carregar você até o laboratório do Doktor para uns exames e você dormiu até agora.

       Estranho. Completamente estranho. Antes que eu pudesse dizer algo, Soul me interrompeu perguntando se eu queria comer alguma coisa, a minha barriga respondeu por mim, então eu não precisei dizer nada com aquele ronco.

       Quando eu comi aquela comida, eu senti que precisava soltá-la imediatamente, de tão ruim que estava. Eu imaginei quem fez aquela comida, olhei para o Soul, ele estava com uma cara muito engraçada por causa da comida, sem perceber ri um pouquinho, mas acho que ele percebeu porque logo em seguida ele olhou feio pra mim.

       Logo vi que a Blair estava trazendo uma gororoba amarela na minha direção, isso já me deixou em pânico, sabe-se lá o que tinha lá dentro. Nesse instante eu entrei em pânico, todos estavam me olhando como se eu fosse ser enterrada viva, mas o que me deu mais medo foi o Kid rezando com a Liz, isso sim deu medo. A Blair colocou a gosma fedorenta na minha frente e eu perguntei:

      -O que exatamente seria isso?

       Com uma cara alegre ela respondeu, quase cantando:

       -Sopa de atum, ovos, uns cogumelos que eu achei crescendo lá na rua e outras coisas que a Blair achou na geladeira e que não sabe o que é! Vai fazer você ficar melhor!

       Aquela “coisa” tinha um cheiro tão forte que eu juro que ouvi anjos cantando a minha volta. Eu definitivamente não queria aquilo no meu corpo. Pior ainda! O Kid e a reza dele estavam me deixando tão nervosa que o meu estomago se embrulhou, fazendo nós tão grandes que eu nem imaginaria que fosse possível!

       Meus dedos tremiam e eu tinha certeza que a minha cara estava com uma cor diferente do normal, quanto mais próximo eu aproximava o garfo sentia-me também próxima à morte. “Não eu não posso morrer aqui, eu tenho que viver! E essa ‘coisa’ não vai me atrapalhar! ’

       Quando eu toquei “naquilo” senti como se estivesse cutucando uma Amoeba, depois não senti mais nada.

       Quando acordei estava (de novo) em meu quarto, com todos me olhando. Eu havia dormido por 2 horas, e fui direto tomar um banho, pois havia perdido a fome.

       Na manhã seguinte fomos para a Shibusen, todos estavam falando comigo e me dando parabéns, como se eu fosse uma heroína ou coisa que valha. Mas o mais impressionante foi o Doutor Morte querer falar comigo, eu juro que fiquei meio assustada já que o Soul não viria, e o pior, meu pai estaria lá!

      Quando entrei na sala do Morte, meu pai, o Doktor Stein e as outras Deathscyties estavam lá sorrindo para mim, o que me deixou um pouco nervosa.

      No momento em que entrei, meu pai estava com um sorriso orgulhoso e repetia baixinho “Maka, Maka, Maka. O papai está orgulhoso de você... Maka você cresceu tão rápido. Maka, Maka, Maka...”.

      Não me interessei no resto.

      O Morte se aproximou de mim e falou, num tom um tanto quanto descontraído:

      -E aí Maka? Beleza? Iremos fazer um baile em sua homenagem no sábado, portanto esteja lá. Ok?

      O Morte de sempre.

      Eu respondi, com dúvida, o que soou meio estranho:

      -O que? Em minha, homenagem?

      O Doktor Stein se levantou e disse:

      -Porque não? Você matou o Kissin, isso merece pelo menos uma comemoração não acha?

      Eu assenti com a cabeça e concordei com a idéia do baile. Mal sabia eu o que estava a minha espera.