Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 25
Capítulo 25 - Anne


Notas iniciais do capítulo

Deletei o capítulo original e reescrevi, deixando ele bem mais suave. Demorei por que tenho escola de manha, a noite e no sábado. E tô com um bloquei criativo enorme. Sério, não ficava assim há uns seis anos... Não to conseguindo escrever nada. Esse capítulo, mesmo sendo apenas uma "revisão" levou muito tempo para ficar pronto.



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--Não achamos a sacola em lugar nenhum. –Disse um dos guardas. –Vamos por o plano em pratica.

John e os outros foram levantados a força e arrastados para fora do salão. Muitos funcionários ainda estavam lá, sob mira dos guardas.

O grupo foi sendo conduzido para o segundo patamar. Ninguém ousou falar, pois o guarda ainda apontava a arma para Liz. Haviam tomado as pistolas deles, também. Estavam totalmente indefesos.

Foram sendo empurrados até chegarem...                               

--Mas o q...?—Tentou dizer Daniel, mas isso lhe custou uma coronhada.

Estavam sobre o telhado de torchwood, a mais de nove metros de altura e uma pequena multidão os espiava lá de baixo. Os guardas se dividiram e cada um deles segurou um refém do grupo com os braços para trás. Então mais um guarda surgiu, trazendo um mega fone.

--Cada soldado, agente, enfermeiro ou viajante de torchwood deverá procurar por uma sacola de couro com cinco esferas dentro. –Disse. –Deverão colaborar passivamente conosco.

--E se não colaborarmos?—Berrou alguém lá de baixo. Mesmo com a pessoa berrando, eles ouviam seu grito baixo devido a distância.

--Se não colaborarem?—Riu o guarda. –Isso.

E, jogando Holly ao chão, chutou seu rosto. Várias pessoas lá embaixo berraram. Um dos guardas colocou um canivete contra o pescoço de Daniel.

--Quietinhos!—Disse o guarda com o mega fone. A platéia ficou silenciosa. –Achem a sacola. Comecem... AGORA!

A multidão se dispersou. Os guardas voltaram a amarrá-los e se sentaram em volta, um pouco relaxados, mas ainda armados e atentos.

--Por que isso?—Perguntou Rose. –Os seres nos queriam vivos e...

--Cala a boca, boneca. –Disse um dos guardas. – Você fica mais bonita sem sangue no rosto.

E olhou para Holly, cujo nariz continuava espirrando sangue. John sentiu um ódio enorme crescer dentro dele. Boneca, hein?

Horas pareceram se passar. Os guardas comeram e beberam, mas não se importaram com seus prisioneiros. O sol estava quente. Então, depois do que lhes pareceu horas, um dos guardas apontou lá para baixo.

--A sacola! Encontraram!

John e os outros foram rapidamente levantados e os guardas voltaram a segura-los com o braço para trás. John gemeu ao constatar, com alguma dificuldade pela distância, que quem segurava a sacola era Jackie Tyler.

--Você, mulher, suba até aqui por dentro do prédio e entregue a sacola!—Disse o guarda no mega fone.

--ACONTEÇA O QUE ACONTECER, JACKIE, NÃO ENTREGUE!—Berrou John com toda a força que conseguiu. Mas aquilo lhe custou caro: O guarda que o segurava virou seu braço para trás bruscamente. John berrou e tentou se livrar,mas em vão. Tentou chutar, de costas mesmo, o guarda, mas isso só lhe rendeu uma pancada no rosto. E o guarda continuava segurando seu braço virado. Aquela dor era muito intensa... Ele esqueceu todo o resto por alguns segundos: Apenas desejou que aquilo parasse... Era insuportável..

--SOLTEM ELE!—Era Rose. Ela se esquivou do guarda que a segurava e correu até John. Deu tapas no guarda que o segurava, mas em vão. Logo foi contida, segura pelos cabelos.

Então houve um som inconfundível de um disparo com uma arma de balas. O guarda que segurava John o havia soltado e atirado em Daniel, que tentara acudir. Ouviu-se um suspiro coletivo da multidão lá embaixo. John se ajoelhara, dobrado de dor, porém vigiando Daniel. O estomago do humano revirou.

Daniel segurava a perna esquerda com as duas mãos. O sangue escorria livremente e ele ia ficando cada vez mais pálido.

A cena ficou stagnada por alguns segundos. Todos olhavam abismados para Daniel.

--A ordem... –Murmurava ele incoerentemente. –Devia ter imposto ordens de segurança... Devia ter feito... Não quero viver isso de novo... Não quero, meu Deus, não posso... –Lágrimas, de dor e agonia, brotaram dos olhos dele. –Por que comigo? Por quê?

--Achamos!—Disse um dos guardas, aparecendo pela porta que dava no telhado. Ele trazia Jackie Tyler e a sacola. –Ela tentou esconder, mas eu a peguei. Pelo que parece nosso rapaz aqui—E deu um cutucão em Holly. –A colocou em uma bolsa temporal enquanto fugia. Muito esperto, devo admitir.

Tudo parecia perdido. Haviam pego Jackie, que devia descansar por Tonny. John estava com os olhos marejados de dor. Holly ainda sangrava e Daniel... Daniel definitivamente não estava bem.  Que esperança havia? John pensou por um momento em Alden, mas se os seres de alguma forma a impediam de saber de tudo...

--Leve as esferas. –Disse um dos guardas. Uma dupla deles saiu com a sacola.

--O que fazemos com esses? –Perguntou o guarda que segurava Anne.

--Eu sei o que quero. –Disse o guarda que segurava Rose. –Quero essa daqui. O que me diz, boneca?

Rose tentou se soltar e chutar, mas não adiantou. O guarda tirou um canivete e fez um risco fino em seu braço.

--Vamos, diga que sim... Juro que paro se você disser que sim... –E fez outro risco com o canivete. Rose comprimia todo o rosto, mas não disse nada nem gritou. Um ódio sem limites foi crescendo dentro de John...

--Devíamos levar esse ai para a enfermaria. –Disse um dos guardas, apontando para Daniel.

Mas antes que qualquer um pudesse se mexer, o guarda que segurava Rose desenhou um pequeno coração em seu braço com o canivete. John se levantou, ignorando a dor no braço e puxou a pistola das mãos do guarda ao lado que, pego de surpresa, não pode reter a arma. John disparou.

Não...

Simplesmente não...

Anne havia corrido também, tentando livrar Rose. Na fração de segundo da confusão, o tiro a acertara pouco acima do coração. John olhou a cena, estupefato. Aquilo era sua culpa... Anne suspirou, os olhos arregalados. John correu até ela e a agarrou antes que batesse no chão.

Anne olhou seu rosto, surpresa.

--Me desculpe... –Disse ele, desesperado, segurando-a com o braço bom, a pistola ainda na mão. –Eu... Não tive a intenção, me desculpe...

--Mas... Eu vou ficar aqui...

--Sim, claro, você vai. –Disse John, sem ter certeza do que ela estava falando. Se ela morresse, seria sua culpa...

Ela mexeu os lábios umas vezes, mas não disse nada. Ouviu-se um arquejo de Daniel: Um guarda havia amarrado um pedaço de tecido em seu braço.

--Acho que sempre gostei de você... –Disse ela, baixinho.

John ficou estupefato. Olhou para Rose. Ela também estava completamente atônita. Mas, talvez por ver Anne machucada, seu rosto nem de longe revelava ódio. Daniel olhou-a, meio vesgo. Jackie virou o rosto para o outro lado, amedrontada. Liz e Holly olhavam de John para Anne, ainda caída.

--Mas acho que não você... –Comentou ela. Não olhava John nos olhos, pelo contrário, parecia não olhar para nada.

--C-Como assim? –Perguntou ele, olhando para Rose e tentando pedir, sem palavras, que ela fizesse algo. Mas ela não se mexeu. Nem ela nem ninguém.

--Não de...Você... Acho que... o modo como você cuida dela... –E John entendeu que ela se referia a Rose. –E do jeito que ela cuida de você. E mais... Mais coisas...

John assentiu. O que mais poderia fazer? Rose se debateu com o guarda que a segurava por alguns segundos, então se soltou e ajoelhou na frente do humano, ao lado de Anne que a essa altura, respirava em arquejos agonizantes.

--Você sabia...—Começou Anne, olhando em direção ao vazio, a voz falha. –Que assassinaram meus pais quando eu tinha... cinco anos? Foi... Horrivel... Fiquei com... Avó... Sozinha, ela não se importava... Sempre sonhei com alguém que cuidasse... De mim... Me desculpe, John... Acho que não soube definir... Não você...

--Mas... Me desculpe... –Disse John. Ela morreria, ele a teria matado...

Então, de repente, Anne agarrou a frente do seu casaco.

--Mas a farpa de gelo em seu coração prevalece. –Seu tom era grave, diferente. –Pode ter se desvinculado do senhor do tempo, mas seu coração continua de gelo e você devera pagar por isso... –Então sua voz voltou ao normal. –Me desculpe... –Sussurrou, antes de encarar bobamente o vazio que já não via.

John a deitou no chão e olhou finalmente para Rose. Ela estava pálida e gesticulava com os lábios, assustada. John olhou em volta e notou que para cada guarda havia um dos seres. Eles viravam a cabeça, curiosos. John deitou o corpo de Anne cuidadosamente no chão. Não sabia da história da garota...

--Satisfeitos?—Berrou John, pondo-se de pé. –SATISFEITOS!? O que nós fizemos para vocês, hein?

--Procuraram as esferas. –Disse um dele.

John gargalhou. Uma gargalhada fria. Tanto... Tantas coisas por cinco esferas idiotas?

--O desejo não pode ser concedido. –Disse outro deles. –Você, humanos, são impuros e gananciosos. Um por um nascerá e apodrecera sobre a terra até que sua carne fique pútrida e sem vida, mas não aprenderão a amar.

--Desejo?—Perguntou Liz do canto dela. Um dos seres e um guarda levantaram Daniel e o levaram para baixo.

E John teve uma forte intuição. Talvez tivesse uma teoria.

--As cinco esferas dão acesso a algo que realizaria um desejo humano, é isso? –Perguntou.

--Vocês não devem saber. São a raiz e o tronco de todos os problemas, não merecem, não podem e não vão...

--Mas se for isso temos que impedir!—Disse Rose, interrompendo o ser. –Se alguém com más intenções achar o desejo...

--Temos que impedir. –Concordou Holly.

--É o seguinte— Disse John. –Nós poderíamos ir lá e pedir algo bobo. Um bolinho, um peão, sei lá. E essa coisa toda iria acabar. Suponho que tudo acabaria quando um desejo fosse concedido, não?

O ser assentiu devagar, andou até John e Rose e pegou uma mão de cada um. Menos de um segundo depois, os três se teletransportaram. 


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Notas finais do capítulo

Então, é como eu disse lá em cima, minha criatividade me deixou na mão, tirou férias, sumiu, desaparatou.... Acho que vou encerrar a fic depois do próximo capitulo, estou muito sem ideias mesmo.



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