Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 11
Capítulo - Estalactites


Notas iniciais do capítulo

Voltei, humanos. Fiquei dois dias sem postar. Isso não parece muito, mas eu costumo escrever mais, mas fiquei meio sem criatividade. Então espero que gostem...



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John e Rose, de onde estavam mesmo, fizeram sinais frenéticos para Jack, tentando dizer para ele sair do salão e eles poderem conversar lá fora. Ele avistou os dois, sorriu e começou a andar em direção a saída, tentando ser discreto. Mas, talvez pelo fato de ele ter entrado pela janela, ninguém desviou o olhar e Daniel, Liz e Holly o seguiram.

Jack beijou Rose e se virou para John, ele porém, estendeu a mão para o capitão, ligeiro.

--Ok, ok, não se empolga!—Disse John.

--Mas... Estamos em universo paralelo, tudo bem Rose estar aqui, mas o que você está fazendo aqui? –Perguntou Jack. Depois acrescentou, sorrindo. –Afinal, o que há de errado em quebrar duas dimensões só para reencontrar a pessoa amada?

--Eu não... Depois conto, longa história...

--Posso ouvi-la. –Disse Jack, com seu tradicional sorriso.

John deu uns dois passos para trás e ficou ao lado de Rose.

--Mas o que é que está havendo aqui, afinal?—Perguntou Daniel.

--Esse é Jack Harknees. Ele veio da mesma dimensão que eu. Mas como chegou aqui...—E John foi se virando para Jack, confuso.

--Achei que essas coisas fossem impossíveis. –Comentou Holly. –Digo, passar por dimensões com as barreiras fechadas.

--Esses são Daniel, Holly e Liz. –Resumiu-se Rose. –Agora, como foi que você chegou aqui?

--Não sei ao certo... Eu estava em uma missão para torchwood— Daniel olhou-o curioso. –Queria chegar a base, mas algo deu errado...

--Como ele pode ter atravessado a barreira entre as duas dimensões?—Perguntou Rose. –Se fosse possível, O Doutor teria feito isso...

--Mas ele está aqui!—Disse Jack, parecendo confuso. –O que você tem, Rose?

--Senhor— Disse John, se dirigindo a Daniel. –Pode nos dar uma sala reservada?

Pois naquele momento alguns outros funcionários curiosos saiam do salão.

--Sala cinco, então. –Concordou ele. –Mas vou ter que voltar ao baile e dar algumas declarações sobre essa aparição. Vou dizer que vocês estão investigando. Walker, Peterson, me acompanhem.
Liz e Holly saíram com Daniel.

--Vem. –Disse Rose para Jack. Em pouco tempo estavam na sala cinco. John fechou a porta e os três se sentaram.

--Sabe—Disse Jack. –Quando você apareceu naquele pub, achei que estivesse se despedindo, sabe...

John não fazia idéia do que ele estava falando. Seu eu senhor do tempo devia ter feito aquelas coisas. Mas, se despedindo? Ele sempre achava que sentiria algo quando o senhor do tempo se regenerasse... Afinal, eram a mesma pessoa... Ou não?

--Hey, terra chamando? –John foi arrancado de seus pensamentos por Rose.

--Hã... Jack, você saiu da TARDIS um pouco antes de mim naquele dia... Aquele dia em que O Doutor criou uma metacrise humana...

O Rosto de Jack de repente ficou aberto: John não precisava dizer mais nada, ele tinha entendido.

--Então temos que tirar você daqui o mais depressa possível. –Continuou John. –Se ele passou deve haver ou alguma fenda ou algo fez uma pico-conversão matéria-energia antes dele passar. Seja lá o que for, temos que levá-lo de volta ou os dois universos podem rachar.

--Você pode ser só uma versão humana, mas não deixa de ser um tagarela sabe-tudo. –Comentou Jack.

--Mas como?—Perguntou Rose.

--Isso é bem fácil. –Disse John. –Só precisamos ver os registros do manipulador dele e fazê-lo voltar por onde veio.

Então John se lembrou que isso seria muito fácil com uma chave de fenda sônica, mas que demoraria algumas horas com instrumentos normais da terra. 

--Para o laboratório, então... –Suspirou Rose. –Mas é bom o pessoal da inspeção não ver a gente.

Foram ao laboratório um. Era o menor, mas mesmo assim era quase do tamanho da casa de Jackie Tyler. Jack e Rose não conseguiram ficar parados enquanto John analisava o manipulador, de modo que deram uma volta. Voltara dez minutos e encontraram, entre os telescópios, microscópios, computadores, béqueres, aparelhos criogênicos e outras coisas, um John muito entretido, usando um jaleco. Liz e Holly estavam um de cada lado do humano e, pela expressão furiosa de John, Liz já havia começado as brincadeiras.

--...Não foi nada legal, sua...

--Calma aê, cabelos. –Liz interrompeu John, enquanto Holly ria. –Eu disse a verdade ao apresentador...

--A gente sabe que você teve ótimas intenções, Liz. –disse Rose, rindo. –Achei que você não gostasse de jalecos?—Comentou para John.

--Não gosto. Mas Daniel chegou aqui dizendo que já tinha acalmado as coisas no salão e quase me estrangulou por eu estar no laboratório sem jaleco.

--Ele ficou tão furioso que esqueceu até de nos esfolar. –Disse Liz, contente. –Estamos sem jalecos também.

--Acho que torchwood nessa dimensão é tão rigorosa quanto na minha... –Comentou Jack.

Todos ficaram em silêncio observando John fazer coisas que ninguém sabia o que eram. Por fim, muito tempo depois, quando todos já estavam jogados nas cadeiras ou apoiados nas paredes, parecendo sonolentos, John disse algo.

--Não sei como você conseguiu passar. Não tem nenhuma fenda aberta. Minha hipótese é que você foi passado por uma fenda imaginária. Acho que sua consciência e sua memórias passaram de alguma forma não-física e construíram um corpo provisório com átomos soltos por ai. Uma consciência não pode sobreviver sem um corpo. Como Cassandra, sabe?—Acrescentou ele a uma Rose confusa. –Seu corpo deve estar lá, inconsciente. Semi morto, para ser mais exato. Mas quando sua consciência voltar, irá para seu corpo e soltará os átomos no ar de novo.

--Agora pára e respira. –Disse Liz, lentamente, fingindo espanto.

--então esse... Não sou eu?—Perguntou Jack.

--É claro que é você. Não ouviu o que eu disse? O corpo apenas complementa sua consciência.

--E como se volta uma consciência?—Perguntou Holly.

--Temos que levá-la de volta ela fenda imaginária... –Começou John, mas Liz o interrompeu.

--Imaginária? Como é possível uma fenda ser imaginária? –Perguntou Liz.

--Nada físico pode passar por ela. –Explicou Holly.

--Ela existe, por algumas horas, e dá passagem apenas a coisas não-físicas. –Concluiu John.

--E onde ela está?—Perguntou Rose, apoiando-se na bancada.

--Bem... No Pólo norte. –Disse John.

--Mas... Ele veio parar aqui, como a fenda pode estar no pólo...?—Perguntou Holly.

--Acho que ele estava indo para essa mesma localização só que na outra dimensão. Então a fenda o atraiu, mas deixou-o no mesmo lugar, só que nessa dimensão...

--O que estamos esperando?—Disse Liz. –Vamos até lá!

John sorriu e começou a correr na frente, Jack e os outros em sua cola. No fim do corredor, quando foi fazer a curva, deu um encontrão em Daniel, que foi jogado no chão.

--Desculpe, senhor... –Disse John, oferecendo a mão para o outro levantar, enquanto Jack e Liz rolavam de rir.

--Tudo bem, Smith...

--Senhor— Disse Rose, antes de alguma interrupção. –Precisamos levá-lo até o pólo norte. Pode providenciar transporte?
Daniel os encarou por alguns instantes. John não precisou colocar seu plano de chutar as canelas de Liz e Jack para fazê-los se calarem, pois os dois pararam de rir sozinhos.

--Mas por quê?—Perguntou Daniel.

--Por causa de uma fenda interdimensional lá. Vamos voltá-lo para sua dimensão original. –Disse Holly.

Daniel pareceu satisfeito: Murmurou algo no celular e mandou-os para o saguão. Meia hora depois estavam agasalhados e em um enorme avião preto.

--O que achou, capitão?—Perguntou Liz.

--Legalzinho. –Disse Jack, não dando o braço a torcer. –Mas aposto que torchwood tem muita tecnologia que não revela sequer aos soldados, não?

--Eu não ligo. –Respondeu Liz. –Me dou bem com as que nos deixam usar.

--Oh, sei disso. –Disse Jack, piscando para Liz. Holly de repente parecia muito concentrado em ligar os motores.

Uma rajada de ar extremamente fria os recebeu no momento em que pisaram na neve.

--A fenda fica mais para lá. –Disse John, apontando para o noroeste. –Mas é mais seguro irmos sem o jato.

Eles começaram a andar, os olhos semicerrados por causa da luz ofuscante do sol. O clima, desconsiderando o frio de sabe-se lá quantos graus negativos, estava ótimo: Sem nevascas nem ventania.

--Em pleno natal e a gente aqui!—Exclamou Holly, zangado. Isso realmente não combinava com seu jeito calmo e esperto.

--Assim parece que você não gostaria de me ajudar. –Disse Jack, recebendo o manipulador de John, que achara mais seguro devolve-lo longe das garras de torchwood.

Holly lançou-lhe um olhar rancoroso e acelerou o passo.

--A propósito, Rose. –Disse John, se deixando ficar para trás com ela. –Acho que ainda não te disse. Feliz natal.

Ela sorriu.

--Feliz natal.

John segurou-a pelos ombros e eles continuaram andando.

--Hey, o clima está bom ai atrás, mas só você sabe onde está a tal fenda, cabelos. –Gritou Liz.

John acelerou o passo, levando Rose e os dois foram a frente do cortejo. Pontos negros no meio de toda aquela neve.

--Ops... –Disse John, baixinho.

--O que foi?—Perguntou Rose.

--Holly, confere para mim as coordenadas estão certas...

--O que houve, Do... John?—Perguntou Jack.

--No laboratório, quando chequei as coordenadas, não havia nenhuma caverna. Mas, se meus cálculos estiverem corretos... A fenda está lá dentro. Bem no final.

--As coordenadas estão certas. –Disse Holly, que havia tirado um pequeno computador de dentro da mochila e agora o analisava, entretido.

--Isso é estranho...-- Comentou John.

--Vai ver você se eng... AAAAAAAAAAAH!—Holly, distraído pelo computador, pisara em falso e o gelo cedera: Por baixo, havia uma enorme ladeira que ele agora escorregava, sem conseguir parar nem controlar sua velocidade. O chão começara a se desfazer, a partir do ponto em que Holly caíra, e formava um buraco cada vez maior, chamando-os para a ladeira.

--Corram!—Berrou Jack.

--Vão me deixar, seu filhos...!—Mas ninguém ouviu o resto da ofensa de Holly: Todos correram para o outro lado o mais rápido que suas pernas podiam aguentar.

--Corre, Rose!—Disse John ao seu lado. Podia correr muito mais rápido, mas não deixaria Rose para trás.

Sentiu o chão sumir sob seus pés, caiu de barriga e começou a deslizar. Agarrou a mão de Rose e virou de barriga para cima. Ouviu dois baques e dois gritos que sinalizavam que Jack e Liz haviam caído também.

Estavam deslizando tão depressa que tudo aos lados de John virou um enorme borrão. O deslocamento de ar era tão forte que ele mal sentia o rosto e as mãos. Estavam velozes demais, provavelmente iriam bater no chão...

Então, quando suas costas já estavam queimando pelo atrito com o chão de neve, o “escorregador” nivelou e eles pararam em frente a entrada da caverna. Holly estava de pé alguns metros a frente, olhando boquiaberto para a entrada.

John e Rose se levantaram. Ela foi para perto de Holly, mas John não se mexeu. Como aquela entrada podia estar ali?

--Sai da fren...!—Mas antes que John pudesse sequer virar a cabeça, algo bateu em suas pernas, derrubando-o. Ele teve tempo de constatar que era Jack antes de Liz colidir com os dois, com um gritinho.

--Desculpe. –Murmurou o capitão, se levantando. –É meio difícil parar.

Jack olhou para Liz e, um segundo depois, beijou-a. Holly ainda olhava para a entrada, mas podia muito bem ter interpretado a situação.

--A entrada não devia estar mais para cima?—Comentou Rose, quando os dois se separaram, para quebrar o silêncio. –Quer dizer, estava no nosso nível antes e escorregamos quase um quilometro...

--Exatamente. –Comentou John.

--Acho que devíamos entrar. –Disse Holly, sem olhar para trás.

--Devíamos. –Disse Jack.

--Concordo. –Disse Liz.

--É. –Disse Rose simplesmente.

--Afinal, as encrencas nos acham... –Comentou John.

Eles trocaram olhares significativos e, um a um, começaram a andar. John já tinha entrado quando notou que Holly não se mexia. Ele retrocedeu.

--O que houve?—Perguntou.

--Nada. –Murmurou Holly. Mas John tinha um palpite.

--É o Jack, não é? E a Liz? Olhe, Holly, ela não leva nada a sério e o Jack, vai por mim, ele não consegue ficar com uma pessoa. Ele é... Inquieto. –Concluiu.

Holly deu um sorrisinho sem graça.

--Acho bom entrarmos. –Disse.

John se lembrou com clareza da primeira vez que encontrara Jack, quando ainda era—Seu outro eu era— orelhudo e usava uma jaqueta de couro. Jack havia conquistado Rose, como conquistava ALIENS, mulheres, plantas e soldadinhos de chumbo. Ele achou que Holly devesse passar por isso. No fim, se sentiria melhor e mais forte.

A caverna era estranhamente clara. Era tão alta que não se via o teto e tão silenciosa que seus passos sovam extremamente altos.

--Nossa!—Exclamou Rose, quando andaram mais um pouco.
 

Haviam estalactites no chão. Eles olharam por alguns segundos, paralisadas pela beleza da cena. John sentiu um arrepio no pescoço. Algo bom não podia ser...

--Alguém devia testar se é seguro passar. –Comentou Liz.

Rose olhou em volta. John olhou para Jack, que tinha um expressão concentrada. Iria se oferecer. Mas, antes que ele pudesse sequer abrir a boca, Holly disse:

--Eu vou!—E começou a andar. Encaixou um pé cuidadosamente entre duas estalactites. Por um segundo nada aconteceu. Então a estalactite se torceu para um lado e agarrou sua perna.

As estalactites mais próximas enfiaram suas pontas afiadas na canela de Holly. Ele uivou de dor, tentando se livrar. Os outros tentaram puxá-lo, mas as estalactites o seguraram bem firme. Uma delas se enrolou em volta da perna, a essa altura bastante ensaguentada, e torceu-a firmemente. Holly gritou. As estalactites continuaram perfurando-o até que, com um enorme puxão que provocou um rasgo em sua perna e um urro de dor, conseguiram livrá-lo.

Holly gritava horrrivelmente, as mãos segurando a perna.

--Um kit de primeiros socorros!—Gritou Liz, que se sentara e apoiara Holly em seu colo. –Rápido!

John abriu um kit e se sentou ao lado de Holly, tentando estancar o sangue que chegava a jorrar. Holly berrava, lágrimas de dor em seus olhos.

--Vai mais rápido!—Pediu Liz. Holly estava branco feito cal.

--Estou tentando!—Berrou John. Não estava conseguindo estancar o sangue.

Jack estava observando, sem ação.  

--Aqui é da missão 04573!—Disse Rose. Ela havia pego um rádio transmissor na mochila. –Teletransportem Holly! Ele está ferido, teletransportem-no!

Por um segundo continuaram ouvindo os gritos agonizantes de Holly, mas ele sumiu sem deixar rastros, exceto o sangue no chão.

--Ele vai ficar bem, não vai?—Perguntou Rose, olhando para John.

--Claro que vai. –Disse John. Talvez, como fora atendido rápido, saísse ileso.

Algo marrom e muito fofo roçou o rosto de John. Ele se virou e notou um pombo pousando em seu ombro. Um pombo cinza com uma mochilinha vermelha...

--Shiff!—Exclamou ele, alto.

--Saúde. –Disse Jack, irônico.

--Não, esse é o pombo de Alden. Longa história... –Disse Rose.

John abriu a mochilinha do pombo e tirou uma carta e a pedrinha branca que ele mesmo havia levado a torchwood.

“John;
Sinceramente, você é meio bobo. Por quê tinha de deixar a chave com torchwood? Tive um trabalhão danado para recuperá-la sem ninguém ver. De agora em diante, carregue-as sempre, aonde for. Devolva a torchwood apenas as esferas, e só para dar a eles um motivo para as missões.
Atenciosamente,
Alden.
PS: Deem água e algo para Shiff comer. Talvez ele queira descansar um pouco, afinal, foi uma longa viajem.”

--Então temos mais um portal. –Suspirou John.

--O que?—Perguntou Jack.

John explicou a situação brevemente, enquanto Rose dava água e umas bolachas para Shiff.

--Precisamos passar. –Disse Liz. Ela ainda estava parada no mesmo lugar.

--Vamos tentar cordas. –Disse Jack. –Duas, uma para por os pés e uma mais alta para se segurar. Damos um jeito de prende-las do outro lado e podemos passar por cima das estalactites.

Depois de comer Shiff voou para o capuz de John e se aninhou ali, pronto para tirar um cochilo.

--Ah, você vai dormir logo ai?—Perguntou John, tentando ver o pombo. –Ai de você se fizer sujeira. –Ele se virou para os outros. –Tudo bem, vamos. 


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Notas finais do capítulo

Dia 24 minhas aulas voltam. Etec e ensino médio... Talvez eu escreva menos, mas vou tentar sempre postar algo.
Então, de volta ao capítulo, o que acharam? Digam o que posso colocar, tirar ou melhorar.



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