Whatcha Say escrita por Lady


Capítulo 2
Capítulo 2 - All For Believing


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews, gente! Espero que vocês gostem desses, e sim, eu me emocionei escrevendo esse capítulo... So... Enjoy!



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Chris revirava uma pequena carteira branca nas mãos. Ele tinha acabado de roubá-la de Marryanne, uma filha de Apolo. Ultimamente, o menino andava nervoso, porém já fazia tempo que ele tomara essa decisão, e não poderia mais voltar atrás. Ele se juntaria a Luke e lutaria ao lado de Cronos.

Um colar com pingente de foice se encontrava preso em seu pescoço, escondido pela camisa laranja do Acampamento Meio-Sangue.

A cabeça do menino rodava. Hoje seria o baile de inverno e os muitos poucos campistas que estavam no acampamento estariam lá. Dentre eles, a filha de Ares. Hoje seria sua despedida do acampamento, e o mais importante, sua despedida dela.

Chris largou a carteira da filha de Apolo em cima de sua cama, saiu do chalé 11e correu até a arena. Mesmo de longe, ele conseguiu ver a morena que lutava sozinha com um boneco-alvo. A lança elétrica estava nas mãos da garota, e ela eletrocutava com toda sua força um boneco já estilhaçado.

– Clarisse – chamou Chris, dando um pequeno susto na menina e a fazendo virar com um pulo – preciso falar com você.

– Chris Rodriguez, se você está aqui para me irritar... – a menina começou a falar. Sua expressão era de irritação e mal humor.

– Fique calma, Honey – ele sorriu e Clarisse bufou – eu estou aqui para lhe fazer uma proposta.

Clarisse arqueou as sobrancelhas.

– Uma proposta?

– Sim, sim, é que bem... – ele fez uma pausa – você gostaria de ir ao baile de inverno comigo?

Ela ficou sem palavras. Sua expressão suavizou e suas bochechas tomaram um tom rosado. Por um segundo, Chris acreditou ter visto um pequeno sorrisinho nos lábios da garota, porém ele não tinha certeza. Os olhos dela ainda eram misteriosos e não demonstravam sentimento algum.

Por alguns segundos, Clarisse continuou olhando meio incrédula para o filho de Hermes. Estaria ela ouvindo direito?

– E-eu aceito – na mesma hora que disse isso se arrependeu. Maldita hora de gaguejar! Não era muito mais fácil assentir com a cabeça e pronto?

O sorriso de Chris Rodriguez demonstrava surpresa, além de muita curiosidade. Ele achava que teria que irritá-la ou convencê-la de ir ao baile com ele, porém nem sequer precisou. Na verdade, Chris nem sequer contava com a afirmação de Clarisse La Rue.

Chris encarou Clarisse por mais algum tempo até que viu os lábios da menina se contraírem e um mínimo sorriso da parte dela. Depois disso ela pegou sua lança elétrica e saiu da Arena.

– Nos encontramos no baile, Honey! – o menino falou sorrindo enquanto encarava as costas de Clarisse.

Mesmo sem encarar Chris Rodriguez, a menina sorriu.

***

O dia passou bastante rápido, e quando Clarisse foi ver já eram 06h40min da tarde. O baile seria iniciado as oito horas em ponto, e a menina mal tinha começado a se arrumar.

Dos cerca de 100 campistas que passavam o verão no acampamento meio-sangue, cerca de 40 passavam o inverno também.

Em frente ao espelho do banheiro, Clarisse olhava seu reflexo. Seus cabelos castanho-escuros estavam presos em um rabo- de – cavalo, como sempre, e ela vestia uma simples blusa banca e uma calça jeans. Sabia ela que o vestido que usaria no baile estava em cima de sua cama.

Clarisse suspirou e abriu a porta do banheiro, quase caindo para trás com a cena que acabara de ver.

– George! Pelos deuses, o que você fez? – falou ela, dando passadas rápidas até sua cama e pegando o vestido.

O belo vestido que antes possuía uma coloração esverdeada agora tinha uma grande mancha arroxeada.

– Desculpe Clarisse... – falou o menino com as mãos no cabelo castanho escuro – eu estava tomando o suco de uva que Pólux descolou para mim quando acidentalmente derramei em seu vestido.

Os olhos de Clarisse pareciam pegar fogo e seus punhos estavam cerrados.

– George seu grande imbecil! – grunhiu Clarisse, dando um soco na madeira que juntava os beliches – Eu vou matar você... Arg! Não tenho tempo para isso! Preciso de um vestido!

E sem sequer esperar a resposta do irmão, Clarisse saiu do chalé 5 batendo com força os pés no chão.

A cabeça de Clarisse fervilhava de raiva, e rapidamente a menina chegou onde desejava: o chalé de Afrodite.

Mesmo no chalé da deusa do amor, que normalmente é um dos que abrigam maior número de semideuses estava vazio. Apenas duas semideusas encontravam-se lá – Drew Tanaka e Silena Beauregard.

Antes mesmo de tocar na porta do chalé de Afrodite, Clarisse pôde ouvir os berros de Drew Tanaka. A filha de Ares não a suportava, porém não era com Drew que ela queria falar.

Clarisse bateu na porta branca do chalé 10 e ouviu mais gritos.

– Vá atender a porta Silena, e deixe de ser chata – gritou Drew.

– Oh Drew, cale a boca e se conforme logo! Eu amo o Charles e não vou terminar com ele por causa de um ritual idiota de Afrodite! E além do mais, eu sou a Conselheira-Chefe, não você! – Silena respondeu, e Clarisse escutou um barulho de porta batendo.

A porta branca se abriu e Silena cumprimentou Clarisse.

– Olá Clarisse, como vai?

– Oi Silena... Bem, eu queria lhe pedir um favor – a filha de Ares lhe respondeu meio sem graça.

Silena pareceu meio surpresa, mas sorriu e deu espaço para Clarisse passar.

– O que precisa?

– Um de meus irmãos derrubou suco de uva em meu vestido, e eu queria... Bem, eu queria... Eu queria lhe pedir ajuda – Clarisse disse a última parte em voz baixa, porém Silena conseguiu escutar.

A menina sorriu para Clarisse e brincou com a mesma.

– E quem é o sortudo, hein?

– Chris Rodriguez – Clarisse murmurou.

– Muito bom! Boa escolha, Clarisse! Chris é bem divertido, além de bonito – Silena sorriu maliciosa fazendo Clarisse revirar os olhos.

Com a palma esquerda da mão, Silena bateu levemente na cabeceira da cama e no meio do chalé de Afrodite o chão abriu-se, dando passagem para uma escada em espiral.

Silena começou a descer as escadas, porém parou quando percebeu que Clarisse ainda olhava meio estática para o buraco.

– Você não vem?

– Hum, claro – Clarisse piscou duas vezes e começou a seguir a morena de olhos azuis.

O que as esperava no andar de baixo era simplesmente surpreendente. Vários armários luxuosos com muitos milhares de tipos de vestidos, saias, blusas, sapatos, joias, bolsas e acessórios estavam espalhadas por todo o imenso cômodo. Longos sofás brancos de couro estavam dispostos em lugares diversos em frente às estantes que se moviam a controle da voz.

Os olhos de Clarisse estavam meio perdidos em frente aquele mar de roupas, porém Silena se pôs em frente à uma estante com vários vestido e começou a escolher.

***

Depois de vários saltos, vestidos, joias e acessórios, finalmente Silena conseguiu uma roupa que Clarisse concordasse em usar.

Clarisse se olhava no grande espelho na andar subterrâneo do chalé de Afrodite. Ela usava um longo vestido rosa claro no estilo grego, que realçava suas curvas e que a deixava a menina meio sem graça. Um salto alto cor bege a deixava mais alta, provavelmente da altura de Chris Rodriguez. Silena tinha feito um penteado em Clarisse e agora seus longos cabelos castanhos escuros estavam com belos cachos.

– Depois desse baile acho que todos os garotos vão cair em seus pés! – falou Silena, sorrindo bem divertida.

Mesmo Clarisse negando que gostava de Chris Rodriguez, Silena deu várias dicas para ela e fez piadinhas a maior parte do tempo. De fato Silena era uma menina que Clarisse gostaria de ser amiga, mesmo ela amando maquiagem e essas coisas de filha de Afrodite.

– Calada Silena! Eu não gosto do Rodriguez! – Clarisse tentou parecer brava, porém suas bochechas coradas e a pequena risada que ameaçava sair pelos seus lábios a denunciaram.

As duas riram e Clarisse voltou a se olhar no espelho. Ela estava realmente bonita, mas será que bonita o bastante? Chris possuía várias admiradoras, e em sua maioria eram bonitas – pelo menos mais que Clarisse.

Ainda conversando, as meninas saíram da sala subterrânea e seguiram para o baile. Silena usava um vestido vermelho sem mangas, um salto preto e seus cabelos estavam presos em um coque bem feito. A menina parecia mais bela do que já era, e olha que Silena Beauregard era uma das meninas mais lindas do acampamento Meio-Sangue.

Quando as suas se aproximaram do local do baile, Silena se separou de Clarisse e foi ver seu namorado Charles Beckendorf, filho de Hefesto.

A filha de Ares estava nervosa. Vários olhares femininos e masculinos percorriam o corpo de Clarisse, e muitas meninas faziam caretas ao verem que seus companheiros a estavam olhando. Ela não demorou a achar Chris Rodriguez, ou melhor, ele não demorou a acha-la.

Clarisse segurou um suspiro ao olhar Chris. O terno preto o deixava belo e ele não parecia o mesmo de sempre.

– Bem, vejo que minha princesa está fazendo sucesso entre os homens - brincou Chris assim que chegou mais perto de Clarisse – mas pena que ela já tem dono.

A menina revirou os olhos, porém segurou a vontade de sorrir.

– Eu não sou sua princesa Rodriguez. E além do mais pare de me chamar assim! – falou ela, mesmo gostando um pouquinho do apelido idiota que Chris dera para ela.

– Vá sonhando Honey. Agora, deixe sua falsa negação de lado. Você me acompanharia em uma dança? – falou Chris, estendendo o braço para Clarisse segurar.

Clarisse fuzilou seu parceiro com o olhar, e segurou o braço do filho de Hermes, que a conduziu em uma dança.

Pull back the shield between us, and I'll kiss you,

Drop your defenses and come, into my arms.

I'm all for believing, I'm all for believing.

Ao som da música All for Believing, Chris colocou suas mãos na cintura de Clarisse, que pôs as suas no pescoço do menino. Chris sentia a respiração clama de sua parceira em seu pescoço, e por um momento ele duvidou se estaria fazendo o certo em se juntar à Cronos, a abandonar a garota que ele tanto infernizou a vida.



I'm all for believing if you can reveal the true colours within.



E em questão de segundos, Clarisse e Chris se envolveram na dança calma, e como se nada mais existisse, apenas os dois e a música que tocava em seus ouvidos.



know you blanket your mind so much that I am blind, but I,

I see you've painted your soul into your guard,

I'm all for believing, I'm all for believing

I need to know just how you feel, to comfort you;

I need to find the key let me in, into your heart, to find your soul.

Clarisse olhava nos olhos de Chris Rodriguez e foi como se estivesse em outro mundo. Ela já não consegui fazer sua habitual expressão carrancuda, apenas imaginar o que havia por trás daqueles olhos, daqueles belos olhos.



I need to know just how you feel, to comfort you;

I need to find the key let me in, into your heart, to find your soul.

Lentamente, Chris começou a se aproximar de Clarisse, até que seus lábios ficaram à centímetros de se tocar. A menina fechou seus olhos, e ele também. Suas testas se tocavam.



Pull back the shield between us, and I'll kiss you,

Drop your defenses and come, into my arms.

I'm all for believing, I'm all for believing

Seus lábios se colaram, e foi como se nada mais no mundo importasse, apenas os dois.



I'm all for believing, if you can reveal, the true colours within



O beijo começo calmo e lento, mas Clarisse não se importava, e muito menos Chris. Suas línguas trabalhavam em sintonia, como se completassem. A cada segundo, o beijo ia se intensificando, suas línguas travavam uma batalha silenciosa.



And say you will be there for me to hold,

when the faith grows old (I'm all for believing)

and life turns cold, (I'm all for believing)

when the faith grows old, (I'm all for believing) and life turns cold.



E de repente, vários pensamentos invadiram a cabeça de Chris Rodriguez. Ele não podia fazer isso, não com Clarisse. Ele estaria apenas a ferindo, e ferindo a si mesmo. Chris não podia, ele não devia.




So if you're cold I will stay, maybe fate will guide the way.



Com um leve movimento, Chris se separou de Clarisse. A menina olhou para ele com um ar interrogativo, e ele olhou nos olhos dela, provavelmente pela última vez.

– Me desculpe, Clarisse.Tente me perdoar, mesmo eu sabendo que será quase impossível – e depois disso, ele saiu correndo, deixando Clarisse parada no meio da pista da dança.

I believe in what I see and baby we were meant to be,

Just believe. Just believe. Just believe.

Trust in me.

A cabeça de Clarisse parecia explodir, e lágrimas rolavam pelo seu rosto involuntariamente. Ela correu para fora da pista de dança e entrou no chalé 5. Ainda chorando, a menina tirou seus sapatos e os jogou em um canto do quarto. Por que Chris fugira? Por que tudo acontecia justo com ela?

Com a cabeça enterrada no travesseiro, Clarisse dormiu, e não teve sonhos.

***

No dia seguinte, quando Clarisse acordou e foi se vestir, encontrou uma carta ao lado de sua cama. Ela abriu o cartão e leu a carta.

Querida Clarisse,

Eu sei que você jamais me perdoará, mas mesmo assim peço-lhes desculpas. Eu me juntei a Luke e estou do lado de Cronos. Sei que para você é horrível o que fiz, porém acredito que ele esteja certo. Meu pai nunca se importou comigo, e eu quero uma chance de poder provar quem eu realmente sou.

Desculpe-me, por favor, não fique com raiva de mim, apenas saiba, que o que eu sinto por você não passa de uma relação entre amigos.

Chris Rodriguez.

Lágrimas escorreram pelo rosto de Clarisse e encharcaram a carta. Então Chris tão sentia nada por ela? Clarisse acreditava que sim, porém estava longe de ser verdade. O que a menina não sabia, era que ele era apaixonado por ela, mas agora ele não tinha escolha.




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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem, afinal, se você tem tempo para ler tem que ter tempo para comentar um "gostei" ou um "não gostei".Bem, até a próxima o/