A Stranger - Season 3 escrita por Gabi Mikaelson Salvatore


Capítulo 21
3x19 - House of the Cards


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!! Preciso lhes agradecer pelos comentários! vocês são muito tops! E um aviso: muitas surpresas nesse capítulo!!



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– Funcionou? – perguntou Damon.

Senti todos os olhares para mim. Mordi meu lábio inferior. Eles queriam resposta. Não que eu soubesse, mas as lembranças simplesmente não vinham.

Elevei apenas um ombro e todos suspiram com desgosto.

– Eu sinto muito, mas eu não sei o que fazer. – falou a jovem de pele escura e cabelos negros – É uma magia muito diferente da que estou acostumada encontrar. Vocês precisam ir atrás de Assíria.

Senti um arrepio em ouvir tal nome. A reação foi a mesma para todos – Stefan, Elena, Damon, Elijah – na sala. Eu queria me lembrar. Era o que eu mais queria naquele momento. Estava odiando não ter ideia de que eu mesma era. Olhava para as fotos penduradas pela casa ou sobre os comodos e não tinha ideia de quando foram tiradas. Não sabia nem quem era a mulher sorridente de cabelos castanhos claros que estava presente em bastante fotos pela casa. Eu ainda não tinha a encontrado, assim como o garoto que também tinha o rosto em quase todas as fotos.

Olhei para Damon mais uma vez, ele estava absorto em próprios pensamentos. Não me olhou quando eu quis que ele fizesse. Damon foi o nome que me veio em mente logo que acordei e soube que ele e eu nos conhecíamos. Além do mais, eu estava nos seus braços quando acordei.

– Está tudo bem. – avisou o homem moreno com convicção.

Suas mãos permaneceram nos bolsos da calça por todo o tempo, com os olhos caídos em mim e esperando por qualquer tipo de lembrança. Ele tinha me beijado quando coloquei meus pés na cidade, ele me olhou decepcionado quando recuei e eu me senti mal. Elijah. Este é seu nome. Um nome bonito que combinava com toda sua pose. Ele agia diferente de muitos – de todos na verdade – e agia como um nobre.

– Eu irei atrás dela. – Elijah completou e todos nós olhamos surpresos para ele.

PDV ALYSSA

– Então... quer dizer que você ficou com Benedetto por todos esses séculos? – perguntei.

Peter me olhou. Seus olhos azuis eram idênticos aos meus, mas se perdiam numa tonalidade mais escura. Como do pai.

– Não é como um pesadelo. – ele deu de ombros. Pisquei algumas vezes, aterrorizada nas suas palavras.

Meu apartamento teve um silêncio horrível durante aquele momento. Ele dizia que não era um pesadelo viver séculos com o cara que nos transformou e matou meus pais. Eu melhorei minha posição, jogando o peso do meu corpo para minha perna esquerda. Peter estava sentado sobre o sofá, comendo um lanche que lhe fiz nessa manhã.

Escutei barulho do meu celular e o tirei do bolso, contente por ser salva antes de dizer palavreados que me arrependeriam em seguida.

Nenhuma lembrança. - S.

Joguei minha cabeça para trás, cansada de tantos problemas nessa década. Suspirei alto e guardei meu celular de volta no bolso. Encarei Peter novamente.

– Você está querendo dizer que foi até agradável passar bons séculos com o cara que me transformou contra a minha vontade e ainda por cima matou meus pais? – eu perguntei. Apontei meu dedo na sua direção. Ele terminou de engolir seu lanche.

– É, eu sei, é confuso. – ele falou – Mas eu nunca soube que Benedetto te transformou a força, só fui descobrir muitos séculos depois. Assim como descobri que ele matou nossos pais. Eu só tinha cinco anos, Mary, quando ele me encontrou.

– Espere. Como assim? – perguntei e me sentei ao seu lado. Virei meu corpo para ficar frente a frente com ele – Cinco anos?

Peter tinha 5 anos quando nossos pais morreram. Eu não o encontrei na nossa casa, desconfiei que ele estaria com alguém que poderia cuidar dele melhor do que eu – eu era uma vampira, só desgraçaria sua infância.

– Eu estava dormindo na minha cama e qando acordei, eu estava em outro lugar. Benedetto dizia que ele quem cuidaria de mim a partir daquele momento. Ele contou que você quem matou nossos pais.

Seus olhos estava chateados e senti uma imensa dor no meu peito. Benedetto não tinha alma? Benedetto não tinha um coração, sentimentos? Nada?

Meu corpo saltou enraivado. Eu deveria ter deixado Rebekah matá-lo quando tive a oportunidade. Ele me colocou contra meu próprio...

– Mary, me perdoe, mas eu nunca tinha te visto, eu nem te conhecia!

– É claro, porque meus pais me tiraram de casa logo que você nasceu! – exclamei enraivada e meus pés andavam de um lado para o outro. Três passadas até a janela e mais três passadas de volta para o sofá. Contei cada passo como se quisesse aliviar a raiva de meus pais. Novamente o mesmo processo e vi aquela cena triste de quando fui obrigada a largar meu próprio lar para morar na França – Eles não tinham esse direito.

– Está falando do quê? – Peter perguntou, confuso.

Eu o olhei assustada. Dei apenas duas passadas para me distânciar de Peter e neguei com a cabeça, num leve aceno desesperado.

– Está tudo bem agora. Você está aqui, nós estamos aqui. – Peter falou e me alcançou – É o que importa agora, não é?

Ele me estendeu suas mãos. Eu as segurei e senti seu conforto. Seus olhos eram o mesmo de quando nasceu, as três pequenas pintinhas na bochecha continuavam ali. Sorri concordando. Peter estava aqui agora e comigo. Era somente isso que importava.

PDV KLAUS

– Então ela não se lembra de nada. – comentei mais a mim mesmo do que para a presença de Rebekah.

Ignorei o fato de Rebekah estar pesquisando em antigos diários de nossa mãe sobre a existência de nossa irmã mais velha. Não que eu me importasse com Assíria no momento. Eu sou um Híbrido Original, eu não posso ser morto. Quem garante que ela poderia me tirar a humanidade? Afinal, não sou um simples vampiro como muitos.

Além do mais, não estava preocupado com o fato de minha irmã mais velha estar de volta. Ághata estava humana e sem suas memórias. Tinha até me esquecido do castigo que pretendia dar a Rebekah, afinal, ela trouxe a mortalidade à Ághata. Talvez eu devesse agradecer minha irmã.

– Sim, não se lembra de nada. Elijah está arrasado. – Rebekah falou, preocupada.

Não entendi qual o motivo de tamanha preocupação. Será que era o fato de o grande amor surrupiado da vida de Elijah não se lembrava dele?

– Por que esse sorriso? – perguntou Rebekah, desconfiada – Eu te conheço, parece que está aprontando algo! Costuma fazer isso quando tem um grande e maldoso plano brilhante.

Eu estava sorrindo e nem percebi, entretanto a acusação de Rebekah foi mais engraçada do que o motivo de meu sorriso. Dei de ombros caminhando tranquilamente para fora do escritório.

– Não seria muito irônico o grande amor da vida de Elijah não se lembrar de nada e se apaixonar pelo irmão dele? – perguntei, rindo.

Rebekah se levantou no mesmo momento. Mas eu já estava de saída, a ponto de apenas ouvi-la dizer:

– Não acho que você esteja falando de Kol, então suponho que este seja o seu plano diabólico. Magoar Elijah da mesma maneira que ele fez com você!

– Acho melhor ficar quieta, little sister, tem várias adagas esperando por você e seu caixão já está arrumado.

PDV DEMI

Vampiros. Lobisomens. Bruxas. Híbridos. Duplicatas. Será que estou me esquecendo de mais alguma coisa? Ah, claro: eu sou uma reencarnação. Esqueci da melhor parte.

Voltei com Elena para casa. Nós éramos primas. Meu pai era irmão do seu pai e nós éramos órfãs. A tal Valery é minha mãe, na outra vida. E Assíria é minha avó.

– E quem... são esses? – eu perguntei segurando o quadro moldurado. Nele havia Elena e eu junto com aquele garoto e aquela mulher de cabelos claros.

Vi Elena ficar entristecida. Ela terminou de colocar a comida na mesa. Elena fez um almoço simples para duas pessoas.

– Minha tia Jenna, era irmã de minha mãe. – ela explicou uma parte – E esse era Jeremy, meu irmão.

Eu uni as sobrancelhas enquanto me sentava no lugar reservado. Elena também sentou e ficou olhando para seu prato com macarrão e hambúguer. Senti um clima tenso, ainda assim quis saber:

Eram? – minha voz saiu falha, mas saiu. Ela era engraçada com um sotaque diferente.

Elena suspirou.

– Jeremy e Jenna morreram. – explicou – Uma coisa que você me disse certa vez: o sobrenatural é legal, diferente, mas é mortal.

+++

Joguei meu corpo na minha cama. Observei as fotos espalhadas pelo meu quarto e encontrei uma sobre meu criado mudo. Alí estava eu um pouco mais nova com uma mecha rosa no cabelo, trajando um vestido magnífico. Atrás de mim um enorme Feliz Aniversário de 15 anos. Um casal contente me abraçava e tive a certeza de que eram meus pais desta vida.

Eu deveria amá-los hoje, assim como o brilho de meus olhos demonstravam nos meus 15 anos. Eu deveria amar Elena e o tal Jeremy da maneira que eu amava nas dezenas de fotos.

Seria mentira se eu dissesse que não os amava, mas também seria exagero se dissesse que sim. Sentia afeto por eles e confesso que saber que Jeremy estava morto foi triste. Elena não detalhou como foi sua morte, quis parecer que era triste para ela. Poderia até ser, mas senti que havia algo a mais que isso. O assunto Jenna também ficou no vácuo.

Toda minha história estava no branco. O que Damon e Elena me disseram era que eu era vampira há mais de oito séculos, morri e voltei humana. Há alguns meses eu me tornei vampira novamente. E num ritual para trazer Assíria de volta, eu morri. Agora sou humana novamente.

Minha relação com Elijah ninguém exclareceu, assim minha relação com todos. Sou prima de Elena e melhor amiga da tal Alyssa. O que acontecia entre Damon e eu? Éramos apenas amigos? Se isso, por que seu nome era o único que eu tinha em mente? Eu não me lembrava de qualquer coisa além de seu nome.

O quarto era tão acômodo e bonito. A decoração deveria ter sido feita por mim e – segundo Elena – estou morando aqui já faz um ano. Então deveria ter algo como pistas para descobrir sobre eu mesma.

Comecei pelo closet, claro. Fiquei admirada com a quantidade de roupas existentes alí dentro. Tudo separada por tamanho e cor. Da mais clara para a mais escura. Da mais volumosa para a mais simples. Sapatos. Meu Deus. Havia um par de sapatos para cada peça de roupa.

No closet não descobri nada além de que eu deveria ser uma maníaca por moda. Fui até a escrivaninha. Havia alguns livros empilhados e a grande maioria envolvia nomes sobrenatural. O primeiro que me chamou a atenção foi Immortal Beloved “Amada Imortal”. Quando folheei o livro, dois pedaços de papel caíram no meu colo. Soltei o livro e peguei o papel. Ambos tratavam de carta. Vindas de destinatários diferentes e com letras belamente impecáveis.

A primeira carta já tinha mais palavras. Não hesitei em lê-la e fui até o banco perto da janela. Sentei sobre minhas pernas em cima do banco com vista para o jardim a frente da casa. Olhei para carta e senti um certo medo do que encontrar.

"Querida Demitria,

Uma hora dessa posso estar muito longe de ti. E seja lá o que aconteceu, eu nunca tive a intenção que alguém saira machucado.

Como já lhe disse, eu fui e sou apaixonado por Aghata - você. É por isso que a tirei do meio daquela confusão, eu queria que ela apenas fosse feliz. Quero que você seja feliz. Eu a tirei de lá para que um dia você tivesse sua vida tranquila e normal.

Eu queria te tirar de onde você está. Queria que você não tivesse que participar de tantas coisas arriscadas. Eu poderia te tirar dai em segundos, mas não faço. Pois sei que onde você está, você está feliz. E não vou estragar sua felicidade, assim como fiz seculos atras por deixarmos nos envolvermos de mais.

Eu só lhe peço que seja feliz.

Até breve.”

“Elijah Mikaelson" sussurrei o nome daquele que assinou a carta.

Larguei o papel de imediato. Lembrei dos lábios de Elijah tocando os meus. Lembrei do seu olhar decepcionado e triste, como se eu lhe desapontasse. Assim como fiz seculos atras por deixarmos nos envolvermos de mais. A última frase, materlou na minha cabeça. Eu fui Ághata na outra vida e Elijah e eu nos envolvemos. Eu devo considerar isso como algo bom? Era por isso que todos não me contavam sobre minha relação com Elijah.

Não tive tempo de abrir a próxima carta quando vi alguém do lado de fora da casa. Com as mãos apoiadas no cercado e seus olhos na minha direção. Ele tinha os cabelos claros e um sorriso um tanto amigável. Também poderia dizer maravilhado.

Permanecemos um olhando para o outro. Até que gostei de sentir seu olhar sobre mim, mas eu não o conhecia. Tinha em mente de que o conhecia, mas não me lembrava. Muitas coisas ainda estavam em branco na minha mente, tudo para ser exata.

Mal sei sobre mim mesma e a sensação disso era horrível. Se durante minhas duas vidas eu conquistei inimigos? Esse cara é um deles? E se conquistei amigos? Ele é um deles? Não havia algo nos seus olhos que me diziam se eu era ou não sua inimiga, ou até mesmo sua amiga.

E a curiosidade poderia ser meu segundo nome, se não fosse Lyann. Elena é uma vampira com super audição, super sexto sentido, será que ela ouviu ou sentiu os meus passos silenciosos descendo as escadas enquanto ela estava trancada no seu quarto? Ouviu ainda eu abrindo e fechando a porta o mais silenciosa possível? E o meu caminhar pelo jardim? Ela escutou?

– Então você está viva.

Seu sotaque era mais pesado que o meu e mais charmoso. Meus pés fizaram no gramado e garanti uma distância segura entre nós dois para caso eu precisasse correr de volta para minha casa e gritar por ajuda.

– Viva e sem memória. – falei cautelosa. Ele sorriu e senti um frio pelo meu corpo.

– Então... Você realmente não tem ideia de quem eu sou, love? – ele perguntou, curioso ao tempo que parecia maravilhado.

– Poderia refrescar minha mente?

– Me chame de Klaus, Niklaus ou ‘Nik’, como você preferia.

Ele deu de ombros e me avaliou. Meus pensamentos forçaram para gravar seu nome e tentar se lembrar de algo. Foi impossível, mas fiquei contente e menos receosa por saber que o chamei de ‘Nik’. Meio carinhoso, confesso.

– Bem, então, como você não se recorda de mim, creio que teremos de começar novamente. Que tal uma boa apresentação? – ele sugeriu e o olhei surpresa.

– Eu sou Demitria Lyann Gilbert. A garota que não tem ideia de quem é.

– Eu sou Niklaus Mikaelson, o vampiro Híbrido Original que está te convidando para um passeio.

PDV DAMON

Elijah não tinha ideia de como começar a buscar sobre a tal Assíria – no caso, sua irmã mais velha. Se olharmos por esse lado, ele seria tio avô de Ághata ou Demitria – não importa. Isso não é um certo incesto? Pois para mim é nojento.

– Feitiço de localização? – perguntou Elijah.

O nobre Elijah não era tão inteligente quando mostrava ser. Sorri de leve, ele iria atrás de Assíria. Eu não iria. Demitria não se recordava de Elijah, era gratificante isso para mim vê-los separados. De qualquer forma, era bom para ela mesma. Demi, antes do ocorido, estava chateada e decepcionada com Elijah. Ela não precisa se lembrar disso.

– Você e Assíria são irmãos, é provável que por meio do seu próprio sangue você possa encontrá-la. – falou o Stefan “Sou Inteligente” Salvatore.

– Elijah é vampiro, está morto. – eu comentei e bebi o resto do Bourbon gelado do meu copo.

– Vocês conseguiram encontrar Verediana por meio de Georgina. Que também está morta. – Stefan “Sou Óbvio” Salvatore falou, olhando para mim como se conseguisse desvendar qualquer mistério da face da terra.

Três. Dois. Um.

– Stefan tem razão. – e entrou a loira Original em cena. Ela segurava alguns livros pesados e antigos.

Ela sorria sapeca e deixou os livros sobre a mesa de centro. Eu ignorei e derrubei mais um pouco do Bourbon dentro de meu copo vazio. Eu o deixei vazio em pouco tempo novamente.

– Resolveu aprender bruxaria, Barbie Original? – perguntei sorrindo.

Ela me ignorou. Talvez estivesse irritada comigo por ter lhe quebrado o pescoço. Preciso lembrá-la de que graças a ela Demitria morreu e virou humana?

– A bruxa original tinha diários que Niklaus fez questão de deixar guardados. Eu descobri coisas que todos nós já sabíamos e mais uma coisa. – Rebekah falou com empolgação. Empolgação; acho que a química da tintura do seu cabelo deveria estar afetando seu cérebro.

– Então diga. – pediu Bonnie “Curiosa” Bennett.

– Mikael só vendeu Assíria em troca de terras, porque a querida primogênita não era filha dele. Esther teve Assíria com um bruxo da linhagem de uma tal Qetisiyah. A bruxa mais antiga e poderosa.

– “Queti” o quê? – indaguei quase me engasgando com as palavras.

– Sou uma Original e mesmo que vocês tivessem uma estaca de carvalho branco eu não me atreveria a dizer esse nome novamente. – falou Rebekah, jogando seus cabelos de lado – Tem ideia de como foi difícil gravar esse maldito nome?

– Qetisiyah. – pronunciou Bonnie “Sou Uma Bruxa Poderosa Que Sabe Pronunciar Palavras Que Nem Mesmo Uma Vampira De Mil Anos Consegue Pronunciar” Bennett – Eu já ouvi falar sobre ela. Qetisiyah quem criou o primeiro feitiço da imortalidade.

– Então... Houve algum imortal antes da The Original Family? – pergunto intrigado.

– Sim, um tal de Silas. Que está muito bem enterrado por algum feitiço de Qetisiyah. – falou Rebekah “Tenho Mil Anos De Sabedoria” Mikaelson – E depois dele, num curto espaço de tempo ates de meus irmãos e eu nos tornarmos imortais, a irmã do verdadeiro pai de Assíria fez um feitiço de de imortalidade para seu amado. E adivinham quem é ele?

Ela nos olhou como se algum de nós soubesse a resposta. Olhei para Stefan, em seguida para Elijah e depois para a bruxa sabichona, ninguém tinha a resposta. Rebekah suspirou.

– Alexander. Ou caso alguém ainda seja ignorante, o verdadeiro pai de Ághata.

PDV DEMI

Eu olhei a minha volta, sozinha em meio as árvores. Uma brisa fina voava como se fosse fios de cabelos passando pelo meu corpo e atravessando por qualquer vão que fosse, entre meus braços e meu corpo, entre meus dedos, e movendo todos os fios ondulados e pesados de meu cabelo.

Observei o silêncio em busca de qualquer resposta cabível e não foi fácil tê-la. Mas o silêncio até que me foi reconfortante e o usei para colocar em ordem meus próprios pensamentos.

Meus joelhos se dobraram e sentei. Minhas costas encontraram o tronco da árvore e a usei como apoio. Fechei meus olhos e senti uma sensação muito boa.

– Então foi assim que você me encontrou? – a voz escapou de meus lábios e puxei alguns fios rebeldes do meu cabelo para trás da orelha – Numa floresta.

– Exatamente. E eu te encontrei bem desta maneira. – falou Klaus. Ele veio pé com pé, tranquilamente e se abaixou na minha frente – Porém você estava menos consciente e com alguns ferimentos.

Nós dois sorrimos. O brilho de seus olhos me cativou a continuar naquela posição, para apenas observá-lo. Klaus tem seus lábios curvados e finos. Sua barba rala o deixava mais velho, mesmo que não aparentasse tanto.

– Então eu te peguei nos meus braços, desta forma. – falou e me puxou, aproveitando minha distração naquele momento. Soltei um baixo grito de susto e eu já estava nos seus braços enquanto ele se colocava de pé – E te levei para meu lar.

Eu queria me lembrar de como foi aquele momento. Queria realmente. Não que fosse bom lembrar que sua madrasta tentou lhe matar, mas seria gratificante me lembrar de que eu fui salva pelo vampiro de olhos claros e um sorriso encantador.

Nossos rostos estão próximos, por mais estranho que seja. Ainda assim não me sinto desconfortável com nosso aproximação. Até que me sinto bem.

– E depois começamos a namorar. – digo, sussurrando.

Vejo os olhos de Klaus ganharem um brilho e seus lábios não sabiam se sorriam ou se emitiam alguma palavra que fosse. Ele me colocou no chão e nossos corpos ficaram mais perto que o possível. Minhas mãos ainda estavam nos seus ombros. Ele parecia tomar cuidado com cada oxigênio que inalava, como se fosse perigoso ou como se estivesse dificultado.

– Eu pensei que não tinham te contado sobre isso. – ele falou com a voz indecisa.

– E não me contaram. – eu espero, depois digo: - Mas é um pouco, ou muito óbvio. A forma que você me olha e a forma como estamos nesse exato momento.

Ele hesita, imagino que queira dar um passo para trás e é isso que ele faz. Eu me sinto sozinha com o espaço entre nós. E não dizemos nada.

– Seus olhos não me mostram que você queira saber todo o resto da história. – Klaus comentou, chateado.

– Para falar a verdade: não. – digo – Eu estou um pouco farta, sinceramente. Já descobri coisa por de mais hoje e estou verdadeiramente intrigada para descobrir como é ser um vampiro. Afinal, eu fui vampira em duas vidas, devo ter encontrado alguma diversão durante os períodos.

Vi os lábios de Klaus se contorcerem e um sorriso se formou. Era como um sorriso de quem aprontava algo ou de quem tinha uma ideia em mente. Talvez ele tivesse uma ideia. E talvez ela fosse me agradar. E muito.

PDV ALYSSA

– Como você chegou na cidade? – perguntei.

Peter terminou de saborear seu sorvete e me olhou tranquilo. Mystic Falls até que estava tranquila por essa tarde. Caminhávamos tranquilos na praça e o sol já estava se pondo. Peter tinha um belo e grande anel da luz rodeando seu indicador.

– Quando descobri sobre o que realmente aconteceu, eu quis saber sobre você. Benedetto se residenciou em New Orleans e pareceu que gostou de ficar por lá. Eu aproveitei a deixa e fui em busca de alguma bruxa confiável. No caminho encontrei Sophie, que se prontificou a me ajudar, mas ela estava trabalhando em algo com uma tal de Verediana e quando esta descobriu que eu estava a procura de você, ela mentiu para mim contando que poderia me ajudar, caso eu a ajudasse.

“Cheguei em Mystic Falls graças a ajuda de Verediana. Eu me matriculei na escola que você estava matriculada e ainda aluguei um apartamento no mesmo prédio que você morou. Mas me contaram que você não estava na cidade, não tive tempo de te procurar quando Verediana me contou que já tinha feito isso e que eu só precisaria levar dois vampiros até ela. Eu conheci a tal Caroline Forbes e Elena Gilbert. Duas vampiras.”

Ele suspirou um pouco descontente. Elena e Caroline são minhas amigas e quase morreram graças a Peter.

– Eu estou me sentindo péssimo por ter feito isso, Mary. – ele tocou meu ombro.

– Você só fez isso para me encontrar, não? – sussurrei querendo passar uma borracha sobre aquilo – Peter, que história é essa de você ser um estripador?

Ele ficou acanhado e suspirou cansado.

– Foi apenas uma fase ruim que passei quando descobri que minha vida inteira foi uma mentira. – ele explicou chateado – Foi então que Benedetto me deu um castigo: ele me deixou preso sem me alimentar por quase um mês. Quando consegui fugir, Sophie me encontrou.

– Eu sinto muito pelo que você tenha passado. – falei e o abracei de lado – Mas eu juro que nunca mais vou te deixar, garoto.

– Mary, sou apenas 14 anos mais novo que seus oitocentos e muitos anos. – ele brincou e me deu um leve cutucão.

Nós dois rimos juntos e senti que meu coração se explodiria de felicidade. Eu estava ao seu lado e nós dois ríamos como se tudo que passamos não tivesse acontecido. Como se meus pais não tivesse me tirado a força do nosso lar e eu tivesse acompanhado todo seu crescimento e ficado ao seu lado quando ele precisou.

De repente Peter deixou de rir e ficou sério. Olhei para onde seus olhos foram para sua expressão mudar tão drasticamente e eu entendi.

– Eu preciso avisar aos outros. – falei imediatamente e Peter concordou.

Assíria está em Mystic Falls.

PDV ELIJAH

As consequências de encontrar Assíria não eram avaliadas perante a mim. Minha irmã mais velha estava viva, talvez devêssemos não substimá-la, mas ainda assim ela precisava trazer as lembranças de Ághata. Somente ela poderia fazer isso.

Quase vinte quatro horas depois de ver os olhos de Ághata confusos por não saberem quem eu era, eu estava entrando num duro colapso de tristeza e amargura. Era como ser traído perante de meus olhos e Ághata não poderia fazer nada além de me ver sofrendo pela traição. Ela não era a culpada, mas era por ela que eu estava indo a procura de Assíria.

Alyssa contou que a viu pela praça, não deveria estar distante depois de alguns minutos. Tinha sua descrição apenas pelo que me contaram inúmeras vezes. E creio que seus olhos azuis sejam herdados dos olhos de nossa mãe. Os cabelos negros de seu verdadeiro pai.

E não foi difícil de encontrá-la nessa cidade tão pequena que quando dou um passo estou no Mystic Grill, dou outro passo e já estou de volta na casa dos Salvatore. Mais um passo de volta no Mystic Grill.

– Ficará distante, por que não se junta a nós?

Ela estava ao meu lado quando perguntou e caminhou a minha frente na direção onde Assíria estava acomodada numa mesa do lado de fora do Grill. Os cabelos loiros da acusada moveram-se discretamente enquanto ela andava tranquila.

Logo a segui e vi Assíria sorrir ao me encontrar.

– Olha só o que encontrei. – anunciou Verediana, como se falasse de um objeto – Ou ele nos encontrou.

Assíria sorriu e continuou sentada confortável. Seu sorriso era como o de Niklaus quando resolvia ter um de seus planos brilhantes. Não podia negar que os dois eram irmãos.

– Elijah, é uma honra conhecer meu irmão mais nobre e confiável. – Assíria falou – Por que você não se senta conosco e aproveitamos o tempo perdido?

Eu engoli em seco e mordi meu labio inferior brevemente. Verediana sentou-se ao lado de Assíria e me olhou também sorridente. As duas tinham um olhar em comum.

– Ou por que você não me conta quais são seus planos após voltar a vida e traz a memória de Ághata de volta?

– Talvez você não saiba, mas sou sua irmã mais velha, não que isso tenha importância para mim, mas eu adoraria que você mostrasse um pouco de respeito.

Ouvi um estalo na minha cabeça e me encurvei em dor. Assíria parecia tranquila como se a dor não viesse de seus poderes psíquicos. Eu sabia que era ela quem fazia isso e a dor tendia a piorar.

– Preciso que você me faça um favor. – ela falou e meus joelhos caíram ao chão – Eu quero ser imortal, entende? Mas não quero abandonar meus dons para se tornar uma sangue suga como seus irmãos e seus decendentes. E há muito tempo eu descobri que podia me tornar imortal apenas com um remédinho diário. Preciso tomar a imortalidade como se fosse um remédio para eu ficar imortal. E você é um imortal, um imortal original muito poderoso. Tomar sua imortalidade talvez seja meu remedio para imortalidade por um bom tempo.

Se a dor fosse vista ou algo físico ela teria forma de fogo e estaria queimando meu cérebro de dentro para fora. Verediana prendia um sorriso.

– Você... você tomou a imortalidade de Alexander, por que ainda precisa de mais? – minha voz custou a sair.

– Minhas queridas filhas tramaram contra mim. Olha que eu tentei ser uma boa mãe, eu nunca as vendi em troca de qualquer coisa, sabia? – seu sorriso era amargurado – Os poderes de Alexander estão na minha pedra. E a pedra foi rachada em três parte. Eu só tenho uma. Eu sei que você não seria capaz de encontrar as outras duas, nem você e nem ninguém. Valery era a única que teria as respostas. Entretanto ela está morta. Então tomar a imortalidade desses imortais fajutos se tornou meu plano B.

Respirei com dificuldade.

– Você me tornará humano?

Assíria sorriu e a dor apenas aumentou.

– É esse meu plano.


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários?
Viram só: momento Klaus e Demi? Gostaram? #TeamKlamitria
E o que acharam dos sentimentos de Demi por Damon? #TeamDamitria
Gente, eu trouxe o Peter por vários motivos e um deles é para ser o par de alguém! De quem vocês acham que ele será o par?
Comentem a qual #Team vocês são, sobre Peter e + alguém, comentem também quais casais vocês querem para o final da temporada. Ah, não se esqueçam de cmentar sobre o que acharam do capítulo!!
Bjos meus amores e até a próxima!!
XOXO