Pov Quione

Decidimos vasculhar aquela casa e sinceramente, eu não fazia ideia do que encontrar. Leo e eu ficamos com a parte mais divertida de se “visitar” da casa (só que não), o porão. Passamos facilmente por todas aquelas pessoas dançando até que chegamos à porta, cuja escada nos levariam ao porão. Medo era besteira na frente do que eu sentia, assisti todos os filmes de terror possíveis, e sabia que nada de bom acontecia com as pessoas em porões.

–Quione, está com medo? –perguntou Leo parando para me observar.

–Não. –disse com um sussurro e pude ouvir a risada dele.

–Estar sim, quase quebrando meu pulso. –ele diz e retiro rapidamente minha mão de seu pulso que estava vermelho. – Não se preocupe só vamos procurar algo que nos ajude a entender R.D. R depois vamos embora. – disse beijando minha testa, e uma sensação de calma me invade.

–Está bem. –digo e descemos a escada, e somos envolvidos pela a escuridão do ambiente, e antes que eu tateasse as cegas a procura dele, sinto suas mãos quentes nas minhas gélidas, é talvez fogo e gelo desse certo ao final, mas que diabos eu estou pensando?

–Rainha do gelo, acho que não há interruptor por aqui. – diz interrompendo meu blá, blá mental.

–Na nossa casa, há um por aqui... -digo tateando a parede, e quase dou um gritinho quando acendo a luz. Não era muito forte a iluminação, mais era bem melhor do que ficar sem enxergar nada. O porão era bem pequeno, e não era bem um porão estava mais para uma pequena e simples adega.

–Nossa, era tudo que eu menos imaginava que encontraria aqui. –diz Leo decepcionado.

–O que esperava Valdez, corpos pendurados para todos os cantos?-pergunto enquanto exploramos o local.

–O local é pequeno mais acho que seria mais rápido nos dividir, mais só se tiver tudo bem para você...

–Sim, você tem razão quanto mais cedo terminarmos, mais cedo saímos daqui. – disse tentando manter a voz firme, quando na verdade queria sair correndo dali.

O porão não era assim tão grande era divididos em uns 10 corredores com adegas de vinhos e outras bebidas que deveriam custar uma fortuna. Leo decidiu ir até o final e procurar por lá, já eu fiquei com as primeiras fileiras. Comecei a olhar todos os cantos e nomes estranhos de bebidas conhecidas e outras que nem sabia pronunciar o nome. Foi quando ouvi o barulho de uma garrafa cair no chão a poucos metros de trás de mim, foi quando vi Rachel parada com um sorriso.

–Opa, caiu sem querer. –diz com deboche. – Posso saber o que fazem aqui?

–Eu posso saber por que você é tão vadia? É queridinha perguntas e perguntas, mais ao contrário de você não me escondo atrás de um papel e uma sigla ridícula. –digo pondo o papel do convite na mão dela, que me olhou com surpresa.

–Você não sabe com quem está mexendo Quione. –diz e sinto alguém de trás de mim, me segurando, merda, foi à primeira palavra que me veio a mente, agora me ferrei.

–Muito justa Rachel. –digo com ironia e tento sem sucesso reconhecer a pessoa que me segurava e estava encapuzada.

–Justa? De todas as pessoas no mundo quem é você para falar de justiça Boreáde? Seria capaz de passar por cima dos próprios irmãos só para conseguir ser a próxima a administrar a empresa do papai...

–Você não sabe do que está falando. – digo a interrompendo e sentindo a raiva tomar conta de mim, quem ela pensa que é? Ela não entendia mesmo, sim eu queria ser a próxima da empresa de meu pai, mais não seria capaz de jogar sujo com meus irmãos, se bem que eles nunca jogam limpos, queria a empresa mais não por ter dinheiro ou outras coisas fúteis, queria provar a ele que eu era capaz de fazer um serviço melhor que qualquer outro, que a filha favorita dele não era nada demais na frente da filha mais nova, queria reconhecimento algo que nunca tive dele. Agora uma garota qualquer se achava no direito de jogar tudo aquilo na minha cara.

–Não sei? Querida nós sabemos mais do que vocês pensam. Sabe há uma grande diferença entre nós, todo mundo tem segredos bons e maus a diferença entre nós é que sei o pior lado da pequena Quione Boreáde, e você não sabe nada sobre mim.

–Acredita mesmo nisso, Rachel Elizabeth Dare? –pergunto e ela estremece ao me ouvir pronunciar seu nome completo. – Cadê a garota doce e meiga que você era comigo e a Silena?

–Será que posso ajudar. – diz uma voz de trás de nós, com aquele meio sorriso de sempre e tinha que admitir não era apenas uma queda que tinha pelo Leo, mais sim uma decida só de ida pelo Tártaro sem ter certeza se haveria local seguro quando caísse. Rachel olhou de mim para Leo e pos suas mãos em meu rosto, senti suas unhas cravarem em minhas bochechas propositalmente.

–Um dia será só eu e você Quione e nem seu namoradinho ridículo irá atrapalhar, fui clara?

–Espero também que não tenha nenhum de seus ajudantes ridículos, porque você não quer sujar a mão em seus serviços sujos Rachel. – digo encarando os olhos verdes dela, esperando ainda ver a garota que fora minha amiga de infância um dia, e ela rir. A pessoa que me segurava me soltou fazendo com que caísse no chão.

–Quione. –gritou Leo, me levantando gentilmente.

–Está tudo bem Valdez, era só a Rachel. –digo com um sorriso, e ele me encara preocupado, e selando nossos lábios. – Tudo que quero é ir para casa.

–Vamos sair daqui logo. – diz e sabia que aquele local o deixava nervoso tão quanto eu. – Depois falamos disso. –diz e sigo atrás dele segurando sua mão em direção à festa de Halloween.

...

Pov Nico

–Deve haver algum quarto para arrombarmos por aqui. –diz Thalia andando pelo corredor e eu a sigo.

–Acho que esse é o quarto de Reyna. – falo olhando o nome da garota entalhado na porta.

–Você acha?

Com um pequeno movimento, consigo destrancar a porta e entramos no quarto, o que era estranhamente organizado, parece que uma parte da velha Reyna ainda existia na garota que eu desconhecia apesar de trazer consigo o mesmo nome e o mesmo corpo da minha velha amiga. O quarto era grande, a capa estava devidamente arrumada, havia fotos coladas na parede, inclusive de alguns anos atrás, haviam fotos minhas e de percy e estranhamente dela com as garotas. Thalia começou a procurar pela a estante de livro e eu procurava nas gavetas de uma cômoda.

–Thalia, acho que vai gostar de ver isso. – falo pegando um rolo de papel que estava enrolado com um barbante.

–O que? –pergunta tirando das minhas mãos

–“Os garotos sabem, o deslize foi seu Reyna, cuide disso se não eu mesma vou ter que agir” –lê em voz alta. – Mas o que? Reyna também é ameaçada? Está com a data de hoje. – diz Thalia ainda incrédula, e escutamos a porta do quarto ser aberta, e Bianca entra no quarto com uma caixa, ao nos ver, fica aflita e assustada.

–O que fazem aqui? –diz sussurrando

–Nós... –começo e encaro minha irmã ainda surpreso, ela estava mais alto e com um corpo mais torneado, apesar de mais velha, me sentia culpado por não estar presente e não termos mais o vinculo que tínhamos. Mais afinal desde que nossa mãe morrera, e quando era viciado no joguinho de mitomágia , Bianca dissera a mim palavras que já mais poderia esquecer, eu era um fardo para ela, manter distancia foi o melhor que pude fazer.

–Estavamos procurando alguma coisa da Reyna que pudesse ser útil. – diz Thalia com os papéis na mão.

–Melhor saírem daqui antes que Reyna descubra. – diz os olhos castanhos se encontrando com os meus.

–Tem razão. – digo e Thalia concorda com a cabeça guardando o rolo de papel no bolso do casaco.

–Espere deixem isso aqui. Se Reyna perceber não vai ser muito bom para mim e muito menos para vocês. –diz olhando para o volume no casaco de Thalia que com um suspiro põe o rolo de volta a gaveta.

–Afinal de que lado você estar? –pergunta Thalia antes de sairmos do quarto e minha irmã apenas fica parada nos encarando como se tivesse visto um fantasma.

...

Pov Annabeth

A música estava alta e bem contagiante, acho que se não tivéssemos ali naquela casa mal assombrada e com o risco de ter a cabeça cortada fora, acho que curtiria a festa. É foi bem exagerado o fato de ter a cabeça decepada por R.D. R , mais quem iria saber o que aquelas doidas varridas tinha em mente?

–Melhor começarmos a vasculhar a casa. – diz Percy interrompendo minha conversa mental. – Quanto mais cedo terminar, mais cedo saímos daqui.

–Concordo. -digo e sou guiada por ele até chegarmos a mesa do bar.

–Ora se não é o casal mais perfeito do acampamento. –diz uma garota de trás de mim, e já sabia quem era antes de me virar.

–Drew. –digo e ela sorri de um jeito afetado, o vestido vermelho justo vinha até o meio da coxa,os cabelos negros caiam em camadas , em uma de suas mãos haviam uma taça pela metade com uma bebida rosa e nos olhava com um desinteresse completa. – Se não é a garota mais rodada do acampamento. - ela me encarou com raiva.

–Sou um livro aberto meu bem. – diz sentando ao meu lado e colocando a bebida a minha frente. – Não tenho segredos das pessoas que gosto. – diz olhando de maneira provocativa e voltando os olhos para os meus. E senti uma enorme vontade de meter a mão na cara da garota, será que nunca teríamos paz? Que um dia aquelas garotas iriam desistir de viver nossa vida e começar a se preocupar com a delas. – Então Anne qual vai ser doce ou travessuras. –diz empurrando a taça para mim e me observando como se fosse uma bomba relógio.

–Não vou beber isso se quer saber. – digo e um sorriso divertido sai de seus lábios.

–Que foi Anne o Martini lhe deixou alguns traumas?- diz desafiadoramente, e lembranças da festa de um ano atrás vêm em minha mente, quando não éramos ameaçadas por R.D.R, pelo menos não todas.

– Qual a travessura?-pergunto e sinto Percy me encarar, ele devia estar se perguntando do que estávamos falando, mais poderia dizer a ele quando saíssemos daquela festa homicida, onde parecia mais uma festa que nós éramos o prato principal.

–Terá que jogar comigo. -diz com um sorrisinho, e isso não é um convite e sim uma ordem, diz.

–Não estuo afim de joguinhos Drew. –digo me levantado e Percy faz o mesmo.

–Se eu fosse você seria mais esperta Annabeth. – diz puxando meu braço. –Foi quando observei a saída da casa e vi uma fantasia de pânico na porta, e havia outros espalhados dentro da casa para evitar que saíssemos. Procurei em vão onde meus amigos estavam, mas devia estar espalhados pela a casa procurando pistas, quando na verdade R.D. R mais uma vez estava passos ou até mesmo quilômetros a nossa frente. E eu só tinha uma opção jogaria com Drew Tanaka, que sorria triunfante. – E Percy está no pacote. – diz e olho para Percy procurando conforto e força em seus olhos verdes, mas parecia que estava mais apavorado que eu.

– Então quem são os próximos a jogar diga a verdade ou beba?-pergunta Reyna.

–Annabeth Chase. – grita Drew e todos me encaram. Reyna estava sentada em um dos sofás e um pequeno grupo a cercava, ela parecia sóbria o suficiente, e uma loira meio bêbada era carregada pelo namorado longe dali, talvez teria sido a ultima a jogar com Reyna.

–Adoraria ver a linda Reyna, revelar seus segredos para mim. – digo me sentando na frente dela que sorria.

–Creio que aqui mais vai nos surpreender será a senhorita certinha aqui. –diz bebericando a bebida rosa , que Drew antes me oferecera ,fazendo com que eu me arrependesse da minha escolha. - Talvez nem todos estejam pronto para ouvir. - diz olhando para Percy que a encarava como se fosse algum monstro ( o que na verdade era) para matar.

–Estou mais pronto que imagina Reyna, mais para seus segredos acho que muitos irão surpreender. - diz Percy e todos se calam , um silencio instala no grupo que nos cercavam.

–Ok, então vamos lá. –fala com uma risada divertida. - Eu começo, é verdade que você se embebedou tanto alguns anos atrás que ficou com Luke?- diz e eu engulo seco, agradecendo internamente por Thalia não estar lá, sabia que ela surtaria, já que na mesma época eles estavam tendo um lance. Não parecia certo aquilo, e não me orgulhava, mais realmente duas pessoas bêbadas juntas e uma que acabou de levar um chute do namorado (no caso eu) com um cara que estava como ombreiro, era meio difícil nos controlar já que havíamos passado da conta em bebidas.

–É verdade. - digo tentando manter a voz forte e confiante. – Você estava lá naquele dia. –digo e, uma taça era posta na frente dela e ela bebe de uma só vez.

–É verdade que ainda gosta de Jason, mas fica bancando a piranha porque ele é muito mais feliz com Piper? –digo e ela me encara surpresa, dava para ver a mágoa em seus olhos e vejo a máscara da durona Reyna começar a rachar, talvez eu conseguisse virar o jogo.

– Não. –diz em um sussurro, e eu sorrio já esperando a resposta.

–Então quer dizer que você tem uma sósia que foi falar com Jason, para dizer a ele que Piper era uma perdedora e você era melhor que ela? –digo, eu mesma pegando uma das taças da mesa do garçom e pondo na frente dela que me olhava com assombro. Sem dizer mas nada ela ergue a taça e bebe o conteúdo que havia nela.

–Falemos do incidente de Belatrice, é verdade que sua mãe teve que dar muito dinheiro ao diretor para não sujar o histórico da impecável filhinha? –diz com um sorriso divertido no rosto, e seu sorriso parece desaparecer quando focaliza um ponto fixo detrás de mim. E me vejo encarando familiares olhos azuis, era Will.

–Não acredito que tocou no nome dela. –digo olhando para Reyna com nojo.

–Sabia que você não jogava limpo Reyna, mas não sabia que era tão vadia quando você sabe que a culpa do que aconteceu a Bela é sua. –diz Will e sai, deixando a garota que o acompanhava para trás e chamando seu nome.

– Parece que tem mais uma travessura para você Reyna , mais pelo o problema que se meteu, acho que não terá Martini o suficiente para pagar o que fez. - digo pegando outra taça e pondo na frente dela, me levantando em seguida e Percy vinha logo atrás.

...

Pov Piper

–De todos os lugares que poderíamos ficar tinha que ser essa pseudo-floresta sinistra, perto da casa sinistra e que moram pessoas sinistras? –pergunta Sadie andando mais próxima de Anúbis.

–Sim Sadie tínhamos que vir aqui, os outros vasculharam na casa , talvez tenha algo que podemos utilizar contra R.D.R. – diz Jason andando na frente, e eu tinha que admitir que era bem interessante quando ele bancava o machão, era sexy.

–Piiipeer,olá .- grita Sadie estalando os dedos na minha frente, me fazendo piscar.

–Desculpe acho que me distraí. –digo e ela rir

–Você estava quase comendo seu namorado com o olhar. –ela diz, apontando com o queixo para os dois armários que iam à frente, e sinto minhas bochechas corarem.

A noite estava iluminada com o lindo luar, e uma corrente de ar gostosa percorria por nós, o que dava uma sensação estranha de liberdade, apesar de estarmos próximos ao “covil” de R.D.R , é as vezes tenho uma bipolaridade de sentimentos.

–Acho que não encontraremos nada aqui. - diz Jason, vindo ao meu encontro e entrelaçando seus dedos nos meus.

–Falou o Sr. Obvio. – fala Anúbis com um sorriso divertido nos lábios.

–Melhor avisarmos os outros que esperaremos próximo aos carros, porque nem morta volto a entrar na casa...

–Sinistra, onde pessoas sinistras moram. –já sabemos, digo completando o que ela dizia e ela me mostra a língua. E recebo uma mensagem.

“Se for pedir muito será que dar para os bundões virem logo para cá quero ir para casa, com amor, Thalia.”