Desejos escrita por Vivian Sweet


Capítulo 22
Capítulo 22 - Encontros e desencontros


Notas iniciais do capítulo

E depois de um looooongo hiatus vou atualizar a história. Revisei tudo antes, mas as imagens não estavam mais abrindo. O site em que estavam hospedadas bugou. Espero que agora a história flua melhor. Boa leitura. ;)



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— VOCÊ!

— Que mundo pequeno não é Juliana? Surpresa em me ver?

— Não, eu não to entendendo nada!

— HAHAHAHAHAHAHAHA claro que não tá.

— Meu Deus do céu! Você é a última pessoa que eu podia imaginar encontrar aqui!

— Eu entendo perfeitamente. Você, uma moça tão bonita, educada... Aqui não é lugar para uma pessoa assim, como você.

Julie arregalou os olhos. “Estava sendo cantada?” — Engraçado, você é a segunda pessoa que me diz isso. E o mais engraçado ainda é que ‘aqui não é lugar para uma pessoa como eu’ sendo que você também está aqui.

Estava entre perplexa e curiosa.

— Veja, eu não tenho tempo pra maiores explicações, mas acho que você merece saber com quem você está pensando em se casar.

— É... E ninguém melhor do que ‘você’ pra me dizer isso! – ela disse.

— Sim. Claro! Sinto uma certa culpa por causa desse distúrbio do Nic. ... hum... Nicolas. Aquela aparência frágil, ingênua, acaba fazendo com que a gente tenha excesso de mimos. Mas debaixo daquela aparência tranquila existe uma personalidade violenta que você, Juliana, nem desconfia.

Julie estava intrigada.

— Ele sabe que você está aqui?

— Certamente desconfia. E digo mais, ele está aqui por isso!

— Como assim?

— Ele quer me matar Juliana.

— Mas o que você está tentando fazer? O que você pretende vindo aqui e me falando esse monte de mentiras?

— Mentiras? Pois então, veja isso aqui você mesma!

Mostrou-lhe dentro de um embrulho, uma caixa endereçada para... Nicolas Albuquerque, vinda do Brasil.

Rapidamente ela tentou pegar, mas ele recuou.

...................................................................................

Enquanto isso, na frente do Hotel...

Daniel avistou Bia e Félix e foi na direção deles.

Ao perceber, Félix pediu licença pra Bia e foi ao encontro de Daniel, com cara de assustado.

— Já podemos entrar no barco? – Daniel chegou perguntando.

— Cadê a Julie? – Félix perguntou.

Daniel ficou surpreso. — Não sei! Ela estava com o Martin, não chegaram aqui ainda?

Félix ficou ainda mais pálido. - Não sabe? – perguntou como se fosse obrigação dele saber isso.

— Não! O que foi? – Daniel perguntou pra Felix, desconfiado. — O que está acontecendo?

— Hum... – Félix ia falar.

— O que você está sabendo? – Daniel pegou Félix pelo colarinho.

— Acho que você devia ir atrás do Martin. Talvez ele esteja pensando que é no fundo do hotel.

— Espera! Vai me contando essa história direito!

Félix ficou encurralado. Teria que abrir o jogo. — Era... Bem, é que a gente queria dar um empurrãozinho e...

— Não! Me diga que vocês NÃO fizeram isso que eu estou pensando!

Felix e Daniel olharam na direção de Bia, que estava longe.

—Ela não pode saber! – disse Félix.

— É! Ela não pode saber, senão você e o Martin vão ter que se entender com o Demétrius SOZINHOS!

— P-PELO AMOR DE DEUS DANIEL!!! Vai lá e acha ela, pelo amor de Deus!

— Tá vendo o que vocês me arrumaram! Vocês estão me devendo mais essa! Volta lá e fala que a Julie mandou um recado que ela não precisa ficar aqui esperando não, que ela pode ir de uma vez e depois se encontram lá.

— Pode deixar. Eu vou falar!

Os dois se separaram, Félix voltou e deu o “recado” pra Bia, que pensou que a amiga estivesse resolvendo seu rolo com o rapaz.

Já Daniel saiu apressado. Entrou no hotel e seguiu em direção aos fundos. Tinha que passar por vários corredores e salões. Estava preocupado com ela. - “Eu não acredito que o Félix e o Martin fizeram isso!”.

O plano seria perfeito se eles não tivessem se esquecido de um detalhe: avisar o Daniel.

Já o misterioso encontro de Julie continuava tenso.

— Quer saber o que tem nessa caixa?

Como ela estava praticamente abrindo a caixa com os olhos, o homem resolveu lhe mostrar o que havia lá: um objeto metálico reluzente dentro de um estojo, com uma caixa de munição.

Julie ficou tonta. Pôs a mão no peito, parecia se sentir mal.

— Ai meu Deus do céu! Eu não to bem! Me deixa sair daqui!

— Escuta. Não precisa ter medo. Isso não vai chegar nas mãos dele. Não se você me ajudar.

— Não! O Nick é incapaz de fazer isso! Ele não tem motivo pra fazer uma coisa dessas! Ainda mais com você, porque pra ele você tinha sido sequestrado... Ou tem?

— Você não está entendendo Juliana. Você não tem notado que o Nicolas anda muito misterioso? Vir pra cá, trazer você. Olhe ao seu redor e me diga: não acha esse lugar um pouco ‘estranho’?

Julie olhou e engoliu seco. — Eu não sei de nada. Vamos atrás do Nicolas resolver isso agora!

— Não! A coisa é bem pior do que você pensa. – segurou seu pulso com força. — essa arma podia estar na mão dele. E se ele fizesse uma besteira? A sorte dele, sua, minha e azar do carteiro é que aqui não entra correspondência sem autorização. Infelizmente ontem o carteiro sofreu um pequeno acidente. Ele chegou com a encomenda no outro lado da ponte e foi atacado por um crocodilo. Coitado, teve que ser levado às pressas para o hospital do povoado, mas não resistiu.

Julie ficou chocada. Não sabia o que era mais bizarro nesse fim de tarde. Encontrar o padrasto do Nicolas dentro do mesmo hotel nos confins do mundo, ou a história do homem atacado por um crocodilo.

– Chega! O que você vai fazer? – ela já estava surtando.

– VOCÊ vai fazer, Juliana. Você! Tem que convencer o Nicolas a ir embora e tirar essa ideia da cabeça. Você tem três dias pra fazer isso, senão eu mesmo vou tomar as providências.

– Eu não estou acreditando! Você está me coagindo? Está com medo do Nicolas?

– Se você quiser arriscar... Descobrirá sozinha, mas não diga que não te avisei.

Ouviram um barulho vindo de dentro do hotel. Era Daniel. Estava chamando seu nome.

– Juliana!

Julie ficou feliz de ouvir a voz dele. – Daniel! – ela gritou em resposta.

– Não fale nada sobre nossa conversa! – o homem misterioso fala com ela com um olhar ameaçador. — Esqueça que me viu aqui, ou...

– Pode deixar. Eu não vou falar pra ninguém! – disse pra ele, que saiu correndo pelos fundos, sumindo na escuridão.

Julie se virou e quando viu Daniel correu e o abraçou assustada. – Que bom que você ta aqui!

Ele aproveitou aquele abraço, fechou os olhos e retribuiu. – O que foi? – perguntou preocupado.

Ela tremia e seu coração estava disparado.

– Com quem você estava falando? – Daniel insistiu.

Ela suspirou e continuou o abraçando apertado. Ele ficou alisando seus cabelos.

– Ei... schhh. Calma!

Passados alguns minutos, ela se soltou.

– Eu vim encontrar a Bia. Onde ela está?

–A Bia? - a voz falhou – eu a vi entrando no barco faz uns 20 minutos... E a essa hora eles já saíram.

– Não acredito! Isso é alguma brincadeira?

–Claro que não! – Daniel mentiu.

– O que é isso então? A Bia me fala pra vir aqui pra trás e você aparece aqui do nada! E por coincidência ela foi pra festa. Ela não faria isso!

– Me disseram na portaria que o Martin tinha vindo com uma hóspede aqui pra trás. Eu deduzi que era você, porque vi vocês descerem juntos a escada mais cedo.

Ela torceu a boca. Ele podia ter razão, mas que aquilo estava muito estranho, isso estava.

– Até que foi bom ter acontecido isso. Eu tenho uma coisa importante pra te falar. – olhou fixamente pra ela.

Aquele olhar tinha um efeito perturbador.

Daniel continuou: - A Débora...

– Eu já sei de tudo!

Daniel terminou de falar: - Ela mentiu sobre mim pra você. – e ele acabou sorrindo, aliviado.

– Ela veio me contar. É uma cobra!

– Mas, eu ainda preciso conversar sobre outra coisa.

– É verdade. – ela concordou. – A gente precisa conversar. Mesmo que ela tenha mentido, sua mudança de comportamento ontem à tarde me deixou assustada! Onde foi parar o anjo que conheci a menos de 48 horas?

Daniel desconversou. Nem ele sabia o que tinha acontecido.

– Quem estava conversando com você quando cheguei aqui?

– Ninguém! – a moça despistou.

– “Ninguém”... Sei... Pena que esse Ninguém fala alto demais!

Ela desviou o olhar. Não sabia mentir. – Eu não posso falar quem era.

– Tá vendo! Então você admite que estava conversando com alguém!

– Que diferença faz?

– Toda! – “Na verdade estou tentando descobrir quem é você.” - ele pensou.

– E agora? A Bia já foi! O que vou fazer?

– Você ainda quer ir à festa?

– Quero! “Isso foi a única coisa que eu realmente escolhi”. – falou baixinho. Mas não baixo o suficiente para Daniel não escutar)

– Como assim?

– Essa festa... ahh nada! É uma longa história e eu não estou a fim de falar sobre isso. – Julie tentou cortar o assunto.

– Não entendo. Deve ser pura coincidência você finalmente fazer uma escolha sensata. Se bem que você não podia saber qual das opções era melhor. - “Golpe de mestre” – concluiu em pensamento.

– Oi? Do que você está falando?

– Sabe. Às vezes eu sinto que você não está mentindo, como agora. Mas eu ouvi muito bem você falando - “Eu não conto nada. Pode ficar tranquilo” – quando eu cheguei aqui. Fora todas as outras evidências.

– Você é psicótico! Eu não fiz nada, mas você cismou com isso! É por isso que eu não consigo confiar em você. Ainda mais depois de ontem à tarde.

– Julie, acredite, eu não sei o que aconteceu comigo lá no labirinto! Me desculpe.

– Não é só o labirinto. É você obcecado por perguntar se eu estou fingindo! Quero sair daqui! Vou embora amanhã mesmo!

– NÃO! Não faça isso! Por favor! Eu não posso deixar você ir embora.

– Mas eu vou! Tenho que ir!

– Vai pra festa! Aproveita, relaxa e depois você pensa melhor. Eu te levo lá, vamos!

– Vamos como? O barco já partiu!

– Eu tenho um barco de emergência logo ali. Vou buscar e te levo!

– De jeito nenhum! Se você pilotar barco igual você conduz carruagem, eu prefiro ficar aqui.

– Você não sabe o que está dizendo! Você não devia andar sozinha pelo hotel. Pode ser perigoso!

– Então fala isso pro seu amigo, porque foi ele que me trouxe até aqui! E além do mais, ir com você também pode ser muito perigoso. Eu prefiro ficar com meus pés no chão!

Daniel começou a se alterar. - Você não devia ter aceitado sair por aí com o Martin!

– Qual é o seu problema hein?

– Vai ver que era com ele que você estava conversando. Não é? Afinal, “eu não tenho nada com isso” se vocês dois estão aqui nos fundos do hotel, sozinhos, e ele some quando me vê chegar.

– Olha aqui! – Julie levanta a mão pra dar um tapa, mas ele segura seu braço.

– Você não vai sair por aí! – Daniel fala num tom de ordem.

– E quem vai me impedir? Eu sei me cuidar! Sei me virar sozinha! Pode deixar que eu me viro!

– É o que você quer?

– É o que eu VOU fazer!

– Então tá certo!

– Ótimo!

Se encararam.

Daniel não se conformava, sentia que estava perdendo o controle. E Julie estava toda confusa, tanto em relação ao que descobriu sobre Nicolas quanto em relação ao comportamento de Daniel. Mas ela decidiu procurar Nicolas, nem que tivesse que andar por todo o castelo.

Daniel a deixou sair. Mas começou a se sentir mal, revoltado, estranho. Seu impulso era ir atrás daquela garota petulante. “Ela quase me engana com esse teatrinho. Não vai ficar assim!”.

Julie se virou pra trás e ele não estava mais lá. “Já estou começando a me arrepender de ter voltado pra dentro desse lugar! Me dá um pavor tão grande! Sinto como se alguém me seguisse, me observasse.”

A pouca luz que havia, vinha de algumas tochas e candelabros acesos. Ela pegou uma vela e foi andando, com passos incertos. “Com o Martin, esse caminho não parecia tão assustador. E o Martin, ele vai se ver comigo!” mas esse era o menor dos seus problema agora. Precisava achar o Nicolas!

Mesmo na escuridão e com a sensação de estar sendo seguida, ela foi andando até o saguão. O hotel estava escuro. Se a vela apagasse não havia nada mais pra iluminar. Engoliu seco, as mãos suavam frio e ela tremia. Bem longe parecia ouvir uma música. Resolveu seguir naquela direção. E era justamente a caminho do salão dos ossos.

POV Julie

Eu estava caminhando sozinha, completamente perdida naquele castelo enorme. Só eu e uma vela. Estava sendo guiada só pelo som que vinha de algum lugar na direção que eu tentava ir. Esse lugar é horripilante. Sinto arrepios quando ouço algum som estranho. É melhor nem pensar no que posso encontrar nesse caminho. Se eu tivesse pensado melhor, teria ido pra festa. Mas aquele Daniel... Ele é louco! Sabe lá o que ele faria comigo num barco sozinha. Meus pensamentos me bombardeavam.

A sensação de que alguém me seguia, me olhava, não passava! Sabe quando você sente a presença de alguém? Era assim. Entrei num corredor e assim que me virei dei de cara com um homem usando armadura, de pé, na minha frente, com um machado erguido na minha direção. Fiquei paralisada. Queria gritar, mas a voz não saía. Fechei os olhos com força. Aquilo já era demais pra mim! Só ouvi um barulho e quando abri os olhos vi o capacete da armadura rolando pelo chão. Mais um golpe, vindo não sei de onde, e despedaçou a armadura. Nunca senti tanto medo na minha vida. Tentei gritar, mas só senti meu corpo desmontando e caindo. Tudo ficou escuro.

...................................

Abri os olhos, estava muito frio. Eu estava encostada em uma coisa macia. Parecia estar me movendo.


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Notas finais do capítulo

Se houver algum erro, por favor me falem. Vou gostar muito se vocês comentarem esse capítulo de retorno ao mundo das fics. ;)



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