A Maldição De Afrodite escrita por Rafael Piotto


Capítulo 3
Viro um artista(escravo) de circo!




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Acordo em cima de uma pilha de feno, olho para os lados e não consigo ver nada pois o lugar estava muito escuro então tentei usar o tato para descobrir onde estava, mas até isso era difícil já que o lugar balançava muito, logo percebi que estávamos em movimento. Passei a mão em algo que parecia uma almofada gigante, ela era quente e por algum motivo respirava. Quando a tal almofada relinchou eu decidi me afastar dela com medo dela.

 

Tentei apalpar o chão a procura de alguma luz ou algo que pudesse me ajudar quando bati a cabeça em uma quina de armário. Apalpei o armário e abri suas gavetas quando achei uma vela e alguns fósforos, com muito esforço para me manter em pé eu acendi a vela e percebi que estava dentro de um caminhão com minha irmã, um cavalo e uma espécie de cachorro, porém ele estava deitado de uma forma estranha, o que eu achava que era um cachorro estava deitado com as pernas abertas e essas estavam viradas em ângulos estranhos.

 

Fiquei com medo e corri para perto de minha irmã, abracei ela e corri para um canto. Onde nós estávamos? O que estava acontecendo?

 

De repente meus pensamentos foram interrompidos por um barulho alto e então uma porta se abriu, por estar acostumado com aquele local escuro tampei meus olhos no mesmo momento.

Após me acostumar com a claridade eu percebi que o caminhão em que estávamos era só mais um em uma fila enorme onde tinham vários outros, os animais que lá estavam começaram a sair um por um e então um homem veio, ele subiu no nosso caminhão e parou na nossa frente. Ele era pardo e usava uma camiseta laranja desbotada, pareciam ter algumas letras na camisa e alguma espécie de desenho porém ela estava tão desbotada que eu não conseguiria ler o que já esteve nela nem que não tivesse dislexia.

 

—Hey garoto!-ele me puxou para perto do peito dele pela gola de minha camisa, ele cheirava a mato e ervas - Oque esta vendo na minha camiseta?Reconhece algo?

—E..eu não...não consigo ler nada..a...as letras estão desbotadas e eu tenho dislexia, m..me desculpe-falei baixinho com medo.

—Bem como imaginei-disse ele com um leve sorriso no canto da boca-vamos lá garotos, tenho alguns trabalhos para vocês.

Os próximos meses foram... Cansativos.Eu descobri que eu e minha irmã fomos achados por um circo e que após nos achar eles partiram em uma viajem conosco, então estávamos bem longe de nossa casa, o circo não teve outra opção a não ser nos adotar.

O homem de antes (Kikuo era o nome dele, que nome estranho, me pergunto se ele veio de outro lugar) nos obrigava a fazer uma serie de coisas durante a viajem, ele as chamava de "Testes para o desenvolvimento dos gêmeos loirinhos" eu as chamava de "Coisas inúteis para fazer por ordem de um cara inútil". A primeira foi ficar em baixo d’água sem se afogar por mais de 1 hora, é claro que eu e minha irmã não conseguimos passar;a próxima foi ficar em um campo aberto e achar diamantes, não preciso nem falar qual foi o resultado né? Se eu tivesse tal habilidade não estaria aqui contando historias e sim em alguma mansão em Los Angeles. Enfim.

Os outros foram tão ridículos quanto esses, os testes variavam de "Construa uma armadura com esses pregos" até "faça magia" e se nós reclamássemos ou falhássemos ficávamos três dias sem comida. Eu achava ridículo, porém era nossa única opção se quiséssemos sobreviver.

Durante esse tempo de viajem - que foi deveras longo - eu dormia no mesmo lugar de antes(em cima de um monte de feno)com a minha irmã, devido a não ter cobertor ou nada para se esquentar nós dormíamos abraçados e ficávamos conversando até pegar no sono, era o mais próximo de conforto que nós teríamos em nossas vidas e apesar de tudo, só o fato de eu poder ter ela por perto já me deixava de certa forma satisfeito. De manha nós cuidávamos dos estábulos até a hora do almoço, na hora do almoço nós ganhávamos um pão cada e uma xícara de leite, depois voltávamos a trabalhar até de noite. Uma vez por semana nós fazíamos os testes que ele nos pedia, era o pior momento da semana com certeza, eu preferiria ficar um mês trabalhando pesado ao fazer esse teste ridículo.

 

Um dia Kikuo nos disse que faríamos um novo teste, fomos até um lugar que me lembrava uma arena, era um lugar redondo com o chão de terra,eu ouvia muitas vozes que conversavam e riam intensamente, as vozes podiam ser ouvidas vindo de todas as direções.

—Esse será o ultimo teste meus queridos-disse Kikuo com um largo sorriso cheio de malicia no rosto-boa sorte..vocês vão precisar.-e dizendo isso ele me deu uma espada dourada e uma para minha irmã.

As espadas eram muito maiores do que nós porem não pesavam muito, então eu podia levantar ela sem problemas. Então Kikuo pegou um microfone e anunciou.

 

—Senhoras e Senhores!Hoje iremos apreciar um espetáculo nunca antes visto!Duas crianças de apenas cinco anos.... -Ele apontou para nós e então o publicou começou a vaiar e jogar coisas em nós.

 

—Len, e... Eu to com medo - disse minha irmã a ponto de chorar

—.... Contra; -Ele se dirigiu a uma portinha de madeira e a abriu-... Um touro adulto! Façam suas apostas! -Após gritar isso ele pulou uma cerca que marcava o limite do lugar em que nós estávamos.

No mesmo momento o touro disparou em nossa direção. Eu empurrei minha irmã - que estava chorando alto e em estado de choque - e a joguei para fora do alcance do touro, ele trombou contra a cerca e se virou para nós de novo.

 

—RIN!CORRA!-gritei para a minha irmã que logo saiu em disparada para o outro lado.

O touro olhou para ela e depois para mim, parecia em duvida, qual de nós ele mata primeiro? E então ele disparou contra minha irmã.

 

Ela tentou despistar ele jogando a espada dourada em sua cabeça, ela apenas fez um pequeno corte em seu nariz, porém o touro não se abalou. Ele continuou a correr e então a alcançou.

Com um grito de horror eu vi a Rin ser atirada para cima como um boneco de pano. No desespero eu corri até ela e me deitei ao seu lado

 

—Rin!Rin! Você está bem?Responda-me!-comecei a balançar ela até que ela soltou um barulho indicando que ainda estava viva.

Uma onda de ódio me dominou, eu olhei para o touro, ele estava novamente se virando para mim. Joguei minha espada no chão e disparei em sua direção, ele fez o mesmo. Quando nos encontramos ele estava com os chifres apontados para meu peito. Eu me encolhi e segurei o focinho dele com um abraço e fiz toda a força possível para segurar ele.

 

Por mais que eu estivesse tomado pela adrenalina, eu ainda tinha um lado consciente dentro de mim e esse lado me dizia que eu seria partido ao meio naquele momento, porém eu senti que o touro havia parado, após eu segurar ele, ele havia parado de correr.... Não, ele continuava fazendo força, mas eu estava o segurando!

 

Nesse momento eu ouvi um grito de exclamação vindo do publico e então algumas vaias. Aparentemente eles queriam ver um banho de sangue hoje, isso me deixou ainda mais nervoso, tão nervoso que de minha pele parecia sair um vapor vermelho. Então movido pela raiva eu segurei o touro pelas pernas dianteiras e comecei a girar, em algum tempo eu tinha levantado o touro do chão e estava girando ele no ar. Descontei minha raiva naquela plateia ridícula ao lançar o touro neles, apenas soltei o touro o fazendo voar na direção das arquibancadas.

 

Nesse momento Kikuo estava louco de raiva, na hora eu me abaixei e peguei a espada de volta.

—O QUE VOCÊ FEZ?VOCÊ ESTA.... -Antes de ele terminar a frase eu apontei a espada em sua direção, ainda me sentindo como se estivesse pegando fogo.

 

—Chega de brincadeiras.


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