A Maldição De Afrodite escrita por Rafael Piotto


Capítulo 2
Covarde




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A maioria das crianças aos 5 anos não convivem com muitos problemas diariamente, talvez perder algum brinquedo ou ter que esperar uma semana para descobrir se o Naruto vai passar no teste ou não(crianças de hoje ainda assistem Naruto, certo?)...eu estava cara a cara com uma criatura mitológica de dois metros e meio de altura que parecia ansiosa para me devorar. Ok, não vejo nada de errado com isso. 

Após ver o homem-bode ser jogado para longe como um simples boneco de pano, eu estava em panico, aquele monstro tinha acabado de destruir meu quarto com um só golpe, que chances eu tinha contra algo daquele tamanho?

Na primeira chance que teve o monstro atacou, eu me abaixei por impulso e pulei para o lado, apenas o ar criado pela movimentação de seu braço foi o bastante para me deixar com medo pelo resto da vida. Minha ideia inicial era de sair correndo pedindo por ajuda, não que isso fosse ajudar de qualquer forma, mas antes de conseguir correr eu me lembrei... Rin, ela ainda estava atrás do touro desacordada, no momento do ataque do touro eu consegui fugir porém ela ficou para trás.

Por sorte a atenção do Minotauro estava virada para mim, então eu joguei pedras nele torcendo para ele não mudar o seu foco assassino da criança desesperada para a criança desacordada. Ele realmente continuou prestando atenção em mim até decidir me atacar como.... Bem, como um touro. Abaixou a cabeça e veio correndo em minha direção.  

Ele vinha como uma locomotiva, suas narinas soltando fumaça enquanto se aproximava, seus passos criavam um tremor tão forte que eu mal conseguia ficar de pé. Eu tentei jogar mais pedras nele porém essas apenas se quebravam ao bater nele sem produzir qualquer efeito, quando estava chegando perto de mim eu ouvi um grito abafado vindo dele e um leve som de flautas vindo de longe.

No mesmo momento o minotauro foi envolto de roseiras que saiam do chão, naturalmente, as raízes tinham espinhos por toda parte e começaram a se multiplicar tao rapidamente que chegaram a segurar o monstro por alguns segundos. 

—Fuja! Vamos garoto corra!- Olhei para longe, o mesmo homem com pernas de bode que antes havia sido atirado para longe estava novamente de pé, ele estava mais machucado que antes e seu corpo estava coberto de sangue, seu corpo estava... Não, não quero falar sobre aquilo agora. Aquela imagem grotesca ainda me perturba mesmo ja tendo se passado 9 anos. Ele usava o braço que ainda se movia para segurar uma flauta de bambu, ele gritava cada vez mais alto quando o minotauro destruiu as raízes e disparou em direção ao homem.

—Corram!eu o seguro aqui!Não se preocupem comigo,apenas vão!-Após dizer isso ele voltou a tocar sua flauta e invocou novamente as mesmas raízes que formaram algo como um muro na frente do minotauro, antes do minotauro atingir as raízes propriamente ditas eu corri até minha irmã pegando ela no colo, ouvi o impacto junto de um grito agonizante e um rugido de vitoria, não me virei para ver oque aconteceu, apenas corri para o mais longe possível daquele lugar.

 Eu chorava, chorava por não saber o que estava acontecendo, chorava pelo homem que morrera heroicamente ao me salvar, chorava por não saber se minha irmã estava bem, chorava por ter sido covarde, chorava tanto por tantos motivos e com tanta força. Corri muito até meus pés começarem a sangrar, até chegar em um lugar que eu não conhecia antes. Intensas luzes brilhavam, elas vinham de uma serie da carros e caminhões que estavam cheios de jaulas com animais presos dentro e pessoas em volta cuidando dos mesmos, algumas nos viram e começaram a nos olhar curiosos.

No mesmo momento eu cai no chão junto com minha irmã, ouvi alguns gritos de surpresa e tudo que consegui ver antes de desmaiar foi aquelas pessoas correndo em minha direção e de longe uma palavra bem grande escrita em um dos caminhões:"Circo".

 


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